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República Democrática do Congo

As riquezas naturais encontradas na República Democrática do Congo contrastam com a pobreza econômica que afeta mais da metade da população desse país da África Central.

Bandeira da República Democrática do Congo.
Bandeira da República Democrática do Congo.
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República Democrática do Congo é um país do continente africano localizado na região na África Central e com capital em Kinshasa. Trata-se de um dos maiores e mais populosos territórios da África, onde vivem mais de 92 milhões de pessoas. O país dispõe de uma grande riqueza biológica e mineral, abrigando uma das maiores florestas do mundo e diversas reservas minerais que sustentam a economia do país. Apesar disso, é considerado um país subdesenvolvido e figura entre os mais pobres de todo o mundo.

Saiba mais: Países da África — quais são eles?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a República Democrática do Congo

  • É um país africano localizado na região da África Central.

  • Sua capital é a cidade de Kinshasa.

  • É um país independente desde 1960, ano do fim da colonização belga.

  • Apresenta clima tropical e relevo formado por planaltos e vales encaixados.

  • Abriga uma das maiores florestas tropicais do mundo, a Floresta do Congo.

  • Seu principal curso d’água é o rio do Congo, que forma também uma das maiores bacias hidrográficas do planeta.

  • A população do país é hoje de 92.378.000 habitantes, colocando-o na posição de terceiro país mais populoso da África.

  • Mais da metade dos congoleses vive na zona rural.

  • Sua maior cidade é a capital, onde vivem 13,7 milhões de pessoas.

  • Trata-se de um país subdesenvolvido com enorme contingente de população vivendo abaixo da linha da pobreza, marcado pelas profundas desigualdades sociais.

  • Sua economia é baseada na exploração de recursos minerais e na indústria associada a essa atividade.

  • Apresenta muitos problemas de infraestrutura, sobretudo no fornecimento de serviços urbanos básicos.

  • A rica cultura congolesa é derivada dos mais de 200 grupos étnicos que formam a sua população.

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Dados gerais da República Democrática do Congo

  • Nome oficial: República Democrática do Congo.

  • Gentílico: congolês.

  • Extensão territorial: 2.344.858 km².

  • Localização: África Central.

  • Capital: Kinshasa.

  • Clima: tropical.

  • Governo: semipresidencialismo.

  • Divisão administrativa: 26 províncias.

  • Idiomas: francês (oficial), lingala, kingwana e outros idiomas locais.

  • Religiões:

    • católica romana: 29,9%;

    • protestante: 26,7%;

    • outras religiões cristãs: 36,5%;

    • kimbanguismo: 2,8%;

    • islâmica: 1,3%.

  • População: 92.378.000 habitantes (ONU, 2021).

  • Densidade demográfica: 40,7 hab./km².

  • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,480.

  • Moeda: franco congolês.

  • Produto Interno Bruto (PIB): US$ 64,8 bilhões (FMI, 2022).

  • PIB per capita: US$ 669,37.

  • Gini: 0,421.

  • Fuso horário: GMT +1.

  • Relações exteriores:

Mapa da República Democrática do Congo

Mapa da República Democrática do Congo

Geografia da República Democrática do Congo

A República Democrática do Congo é um país africano localizado na região da África Central, com capital na cidade de Kinshasa. O território congolês apresenta extensão de 2.344.858 km², sendo assim o segundo maior país em área de toda a África. Ele faz fronteira com as seguintes nações:

Entre a Angola e a província angolana de Cabinda, no extremo oeste do território congolês, fica uma estreita saída de apenas 37 km para o oceano Atlântico.

Destaca-se ainda que o país é atravessado pela linha do Equador, e por essa razão está situado tanto no Hemisfério Norte quanto no Hemisfério Sul do planeta.

  • Clima da República Democrática do Congo

A República Democrática do Congo dispõe de clima tropical com estações alternadamente úmidas e secas. Essas estações variam consideravelmente da parcela norte para a parcela sul do país, além de sua ocorrência estar diretamente associada à posição da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).

As temperaturas variam de 10 °C, em média, nos meses mais frios até 25 °C, no período mais quente, enquanto as chuvas acumulam até 1800 mm anuais nas regiões mais úmidas.

  • Relevo da República Democrática do Congo

O relevo congolês é composto predominantemente por planaltos e vales encaixados, com cadeias montanhosas situadas na região leste do país, que são parte do Grande Vale do Rifte, e uma estreita planície costeira a oeste. A elevação média dos terrenos no país é de 726 metros.

  • Vegetação da República Democrática do Congo

As florestas são abundantes no país, com destaque para a Floresta do Congo, considerada a segunda maior floresta equatorial do mundo.

Floresta do Congo
A Floresta do Congo é a segunda maior floresta equatorial do mundo depois da Amazônia.
  • Hidrografia da República Democrática do Congo

O rio Congo é o principal curso d’água que banha o território congolês. A maior parte da rede hidrográfica do país compõe a bacia hidrográfica do Congo, uma das maiores do mundo.

Na região montanhosa do país, a leste, ficam os lagos que formam o sistema conhecido como Grandes Lagos Africanos. Eles são compartilhados com outros países como Burundi, Tanzânia e Zimbábue. Destacam-se os lagos Tanganica, Alberto, Eduardo e Quivu.

Veja também: Aspectos naturais da África — relevo e hidrografia

Demografia da República Democrática do Congo

A República Democrática do Congo tem 92.378.000 habitantes, que consiste na terceira maior população dentre os países da África e uma das maiores do mundo. Apesar disso, trata-se de um território esparsamente povoado, com uma densidade demográfica de 40,7 hab./km².

Pouco mais da metade da população congolesa vive na zona rural, e uma parcela de 46,8% habita as áreas urbanizadas. A maior cidade congolesa é a sua capital, Kinshasa, onde habitam 13,7 milhões de pessoas. Mbuji-Mayi é a segunda maior cidade da República Democrática do Congo, com 2,76 milhões de habitantes.

A taxa de crescimento da população congolesa é de 3,14%, a nona maior do mundo. Apesar da intensa onda migratória que parte do país em direção a outros territórios, que resulta em um saldo migratório negativo, a elevada natalidade comparada à mortalidade faz com que a população cresça anualmente. Destaca-se ainda que a fertilidade do país é a terceira mais alta em uma escala global. A expectativa de vida na República Democrática do Congo é baixa se comparada a outros países: 61,83 anos.

Economia da República Democrática do Congo

A República Democrática do Congo é um país subdesenvolvido que fica na quarta colocação dentre as nações mais pobres de todo o continente africano. A renda média da população é muito baixa, e a desigualdade socioeconômica se agravou com o tempo, culminando hoje no patamar de 63% das pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. A estrutura econômica congolesa sofre com a elevada incidência de corrupção no país, conflitos internos e instabilidade política, além da infraestrutura deficitária.

O subsolo do país é rico em recursos minerais, e é a atividade mineradora que lidera tanto as exportações quanto o setor industrial congolês. Dentre esses minerais, podemos destacar a produção de ouro, diamantes, cobre, zinco e estanho. Além dessas atividades, o setor secundário é responsável pelo processamento de alimentos, produção de bebidas, cimento e produtos metálicos. Considerando a participação no PIB, a indústria responde pela maior parcela, que é de 43,6%.

O comércio e os serviços são responsáveis por 36,7% da economia, ao passo que a agropecuária corresponde a 19,7%. Dentre os gêneros produzidos por essa atividade primária estão:

  • mandioca;

  • banana;

  • cana-de-açúcar;

  • dendê (palma);

  • arroz;

  • milho;

  • batata-doce;

  • amendoim.

Infraestrutura da República Democrática do Congo

Kinshasa, capital da República Democrática do Congo.
Kinshasa, capital da República Democrática do Congo.

A República Democrática do Congo apresenta uma série de problemas infraestruturais que são característicos dos países menos desenvolvidos. Um deles diz respeito ao acesso da sua população às redes de saneamento básico, especialmente na zona rural do país. Somente 53,4% das pessoas que vivem nas cidades têm acesso a redes de esgoto, enquanto no campo essa parcela cai para 20,5%. A água potável chega a 59,4% da população congolesa, a maioria da qual vive nas cidades.

A cobertura da rede de energia elétrica é baixíssima no país. Apenas 9% dos congoleses possui acesso a ela, e, levando em conta a localização, 19% da população urbana e somente 0,4% da população rural possui eletricidade. Quase toda a geração é proveniente das hidrelétricas.

O país dispõe de uma densa rede de hidrovias, a nona maior do mundo, com 15 mil km, e de rodovias, que somam mais de 152 mil km. Dessas, aproximadamente 149 mil km não possuem pavimentação. Além disso, diversos aeroportos e portos marítimos, fluviais e lacustres conectam o território congolês internamente e também com outros países, sejam vizinhos, sejam situados em outros continentes.

Governo da República Democrática do Congo

A forma de governo em voga na República Democrática do Congo é o semipresidencialismo. O chefe do Poder Executivo e chefe de Estado no país é o presidente da república, eleito diretamente por meio do voto popular para exercer um mandato de cinco anos com direito a reeleição. O chefe de governo é o primeiro-ministro, indicado pelo presidente. O Parlamento congolês, órgão do Poder Legislativo, é bicameral e constituído pelo Senado e pela Assembleia Nacional.

Etimologia de República Democrática do Congo

O nome da República Democrática do Congo está diretamente associado ao rio Congo, cuja denominação é oriunda do reino de Kongo, estabelecido na área da nascente desse curso d’água por volta do século XIV. A maioria da população que habitava o reino pertencia à etnia congo ou bakongo, no idioma quicongo, que significa “caçadores”.

História da República Democrática do Congo

A área que hoje corresponde à República Democrática do Congo era formada por diversas organizações socioterritoriais importantes durante os séculos que precederam a sua colonização por povos europeus. As duas principais foram o reino de Kongo e os estados de Luba-Lunda, respectivamente a oeste e a centro-leste no atual território congolês.

Problemas de ordem política, como instabilidades conjunturais, e conflitos internos já se desenvolviam nesse período, que se estendeu desde pelo menos o século XV até o século XIX. Cabe destacar ainda que ao sul, nas áreas de floresta tropical, predominavam as pequenas comunidades e agrupamentos populacionais, bem distintos em estrutura dos reinos e estados das demais regiões.

Na segunda metade do século XIX, expedições realizadas por britânicos no curso do rio do Congo a partir de 1874 foram as responsáveis por introduzir os europeus nessa região do continente e dar início ao seu projeto colonizador.

A consolidação desse projeto veio mediante a realização da Conferência de Berlim (1884-1885), que marcou o início do que ficou conhecido como Neocolonialismo, dividindo o continente africano em diversas colônias europeias. No território congolês foi formado o Estado Livre do Congo, governado pelos belgas sob o comando do rei Leopoldo II. Antes dele, seu pai, Leopoldo I, demonstrou grande interesse em se estabelecer nessa mesma região da África.

O país esteve sob o domínio colonial belga até o ano de 1960, quando conquistou a sua independência oficialmente no dia 30 de junho. A colonização se reflete até o presente na estrutura do país, e o período que se seguiu aprofundou ainda mais a crise política no território congolês. Tão logo declarou a sua independência, o país sofreu golpes militares, sendo um deles o de 1965, que manteve um mesmo presidente no poder por 32 anos.

A queda desse regime aconteceu somente a partir da segunda metade da década de 1990, quando o país imergiu em uma guerra civil ocasionada pelo intenso fluxo de migrantes de países vizinhos, que também se encontravam em meio a conflitos. Um dos responsáveis pela derrubada do governo, Laurent Kabila, foi quem deu o atual nome ao país, República Democrática do Congo. Depois disso, o país se envolveu mais uma vez em um confronto com Ruanda e Uganda, os quais foram confrontados por outras nações africanas que apoiavam o Congo e o governo de Kabila.

Com o assassinato de Kabila em 2001, novos períodos de instabilidade política e civil surgiram no território congolês, demandando muitas vezes a intervenção de organismos internacionais, como as Nações Unidas. Em uma dessas intervenções surgiu a Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO, na sigla em inglês), que foi criada no final dos anos 1990 e atua ainda hoje no país.

Saiba também: Neocolonialismo na África — colonização do continente africano nos séculos XIX e XX

Cultura da República Democrática do Congo

A enorme riqueza cultural da República Democrática do Congo é derivada dos mais de 200 grupos étnicos aos quais pertencem a sua população, sendo a maioria deles de origem bantu, como Mongo, Kongo e Luba, que, junto dos Mangbetu, perfazem quase metade de todos os habitantes congoleses. Cada um desses grupos apresenta manifestações culturais distintas, muitas das quais traduzem perfeitamente a identidade de cada um deles, como as pinturas e as esculturas.

A música é uma importante manifestação cultural congolesa, assim como a Literatura. Inúmeros feriados compõem o calendário festivo do país, o que inclui festividades religiosas das diversas fés professadas: catolicismo, protestantismo, islamismo, kinbamguismo, dentre outras. Já a gastronomia da República Democrática do Congo é caracterizada pela utilização de tubérculos ou grãos, como o milho e proteínas diversas encontradas no país. Um de seus pratos principais é o ensopado de frango preparado com vegetais e especiarias.

Curiosidades sobre a República Democrática do Congo

  • O ponto mais alto do país fica no monte Ngaliema (ou monte Stanley), a 5.110 metros de altitude.

  • A população congolesa que vive em países vizinhos na condição de refugiados chega a 450 mil pessoas.

  • A música congolesa foi uma das mais escudadas em todo o continente durante os anos 1990 e ainda é considerada um dos principais produtos culturais de exportação do país.

  • A capital, Kinshasa, é a segunda maior cidade francófona do mundo. A primeira é Paris.

 

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "República Democrática do Congo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/republica-congo.htm. Acesso em 14 de novembro de 2024.