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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) foi fundada em setembro de 1960, em Bagdá, Iraque. É uma organização que administra os assuntos e interesses relacionados ao petróleo e sua exploração, produção e exportação/importação pelo mundo.
Seus membros atuam de maneira conjunta para que haja um controle dos preços dos barris de petróleo, visando à competitividade e estabilidade no mercado petrolífero.
Vale lembrar que a sigla dessa organização em inglês é Opec - Organization of the Petroleum Exporting Countries.
Leia também: Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
Tópicos deste artigo
- 1 - Função da Opep
- 2 - Membros da Opep
- 3 - História da Opep
- 4 - Importância da Opep
- 5 - Políticas de controle da Opep
- 6 - Brasil na Opep
- 7 - Curiosidades sobre a Opep
- 8 - Exercícios resolvidos sobre a Opep
Função da Opep
Em seu estatuto, a Opep defende a “coordenação e unificação das políticas petrolíferas dos Países Membros e a determinação dos melhores meios para salvaguardar os seus interesses, individual e coletivamente”.
Dessa forma, é uma organização que garante que os preços do petróleo oriundo de seus países-membros sejam praticados de forma conjunta e equilibrada.
Muitos analisam a Opep como um cartel que controla os preços do petróleo, sua produção e distribuição. Entretanto, para os defensores de que a Opep não é um cartel, a justificativa faz referência a alguns fracassos históricos dessa organização no controle dos preços e em crises envolvendo o combustível fóssil, como as crises da década de 1970.
De qualquer forma, o funcionamento da organização ocorre de forma cartelizada, com um rígido controle entre os países-membros e seus respectivos mercados.
Membros da Opep
Desde que foi fundada, a Opep já teve diversos membros, como Indonésia, Equador e Catar, que atualmente não fazem parte.
Quando foi criada, em 1960, a Opep contou com a participação de cinco países, considerados os países fundadores:
Durante o século XX e XXI, outros países entraram na organização:
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Líbia (1962)
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Emirados Árabes Unidos (1967)
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Argélia (1969)
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Nigéria (1971)
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Gabão (1975)
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Angola (2007)
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Guiné Equatorial (2017)
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Congo (2018)
História da Opep
Fundada em 14 de setembro 1960, em Bagdá, Iraque, a Opep é uma organização intergovernamental permanente, que nasceu com o objetivo de melhorar a produção de petróleo no mundo, com abastecimento eficiente e justo para quem consome e retornos econômicos legítimos para as nações produtoras.
Isso ocorreu para contrapor a prática da época, monopolizada pelo conglomerado de empresas petrolíferas conhecido como as Sete Irmãs (Chevron, Exxon, Gulf, Mobil, Texaco, Shell e British Petroleum). Esse conglomerado explorava as reservas de petróleo pagando baixos royalties nas localidades que detinham tais reservas e alcançavam grandes lucros.
O combate ao lucro exacerbado das Sete Irmãs foi um dos motivos para o surgimento da Opep, que viu seus países-membros alcançarem cenário de prestígio e destaque internacional quando o assunto era petróleo.
Nas primeiras décadas de vida, em 1960 e 1970, a Opep desempenhou um papel importante no controle de preços e contribuiu, de forma significativa, para o enriquecimento de seus filiados, como os países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Kuwait e Catar).
Contudo, nos anos 1980, a temática ambiental ganhou força nos debates internacionais. Devido a isso, a Opep teve de rever seus conceitos sobre exploração de petróleo para readequar-se aos novos tempos que estavam emergindo.
Nos últimos anos, a Opep debateu questões energéticas sustentáveis, mas sem perder o foco petrolífero, sua fonte de riqueza. Novos países tentam aderir a esse seleto grupo, como o Brasil, mas ainda sem sucesso.
Veja também: USMCA – tratado de livre comércio dos países da América do Norte
Importância da Opep
Sabemos que o petróleo e seus derivados são a fonte de energia e combustão mais importantes do mundo, presente no cotidiano desde num copo plástico até nos mais sofisticados carros. Devido a isso, a Opep, controlando a produção, exportação e o preço desse combustível fóssil, possui um grande poder nas relações econômicas mundiais.
Qualquer variação no preço, mesmo que mínima, afeta a vida de bilhões de pessoas, o crescimento econômico de países, e afeta, direta ou indiretamente, o cotidiano de inúmeras localidades.
Com todo esse poder em mãos, a Opep desempenha um papel fundamental no globo, sendo acompanhada por mercados, bolsas de valores e investidores do mundo todo.
Entretanto, apesar de ter uma grande importância e influência global, vale lembrar que essa organização atua para defender os direitos de seus membros, mesmo que isso vá na contramão dos direitos e benefícios para a maioria da população mundial, o que faz críticos da organização dizerem que ela é um oligopólio bem parecido com as Sete Irmãs.
Políticas de controle da Opep
Como o objetivo da Opep é controlar a produção e o preço do petróleo dos seus países-membros, a organização atua diretamente com cotas máximas de barris de petróleo por dia. Tal ação é para evitar/amenizar crises econômicas, com superprodução ou escassez do produto.
Essa coordenação da produção nos países-membros da Opep pode ser considerada positiva no sentido de que o preço não suba exorbitantemente. Contudo, pode ser considerada uma prática de cartel, mesmo que a própria organização não use esse termo, pois a disponibilidade do produto seria ofertada de acordo com os interesses dos países produtores.
Brasil na Opep
O Brasil não faz parte da Opep. Segundo a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), o Brasil ocupa o 15º lugar no ranking das maiores reservas de petróleo do mundo. Uma posição privilegiada, mas que não significa muito quando se trata de entrar na Opep. Isso porque há países com mais reservas do que o Brasil, como o Canadá (2º no ranking), que não participam da organização.
Uma das justificativas para o Brasil não entrar na Opep seria a cartelização dos preços dos barris de petróleo. Os últimos presidentes do país demostraram-se contra essa prática, pois é algo que encarece o petróleo para as nações menos desenvolvidas.
Além disso, em 1954, foi criada a Petrobras, uma empresa genuinamente brasileira que nasceu com o objetivo de produzir petróleo em solo brasileiro e não depender tanto das empresas transnacionais e, posteriormente, dos países da Opep.
Curiosidades sobre a Opep
Observe algumas curiosidades sobre essa organização mundialmente poderosa.
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De toda a reserva mundial comprovada, 79,4% dela estão em países-membros da Opep.
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A Venezuela é o país do globo com as maiores reservas de petróleo do mundo, 25%, seguida pela Arábia Saudita, 22%, ambos países-membros da Opep.
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A língua oficial da Opep é o inglês.
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A primeira sede da Opep foi em Genebra, na Suíça. Atualmente, a sede está localizada em Viena, Áustria.
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Existe um fundo econômico, o Fundo da Opep, destinado a políticas de investimento em infraestrutura em vários países. Esse fundo foi criado em 1976 e é administrado por 12 países: Argélia, Equador, Gabão, Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, e Venezuela.
Acesse também: Organização das Nações Unidas (ONU)
Exercícios resolvidos sobre a Opep
Questão 1 – (UFCG PB)
O ano de 2007 viu o aquecimento global aparecer na grande mídia não mais impulsionada pelos ambientalistas que vinham pautando essa questão nos últimos quarenta anos. Hollywood se rendeu a essa “verdade inconveniente”, premiando com um Oscar o documentário do ex-vice-presidente dos EUA, o senhor Al Gore. Esse, entre outros fatores, ajuda a entender o que verdadeiramente está em curso: a apropriação de uma causa — o aquecimento global — por setores que até aqui procuraram desqualificá-la e, junto, desqualificar todos aqueles que a protagonizavam.
(PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Outra verdade inconveniente – a nova geografia. In: Caros Amigos, ano XI, n. 34, set. 2007).
O texto faz referência aos apropriadores e novos protagonistas da causa do aquecimento global. Estão entre eles o (os)/a (as):
A) pequenos produtores agrícolas brasileiros, que, estimulados pelos créditos do PRONAF, têm produzido a maior parte da cana-de-açúcar necessária à produção do etanol.
B) latifundiários e os grandes complexos empresariais agrícola, petrolífero, automobilístico, entre outros, organizados em redes, que no contexto atual de discussão e de busca por novas fontes de energia, veem no etanol um novo filão de lucro e uma nova estratégia de manutenção dos seus poderes.
C) os índios, os seringueiros e as populações ribeirinhas da Amazônia Brasileira, que, ao utilizarem os recursos da floresta equatorial sem depredá-la, conservam a cobertura vegetal necessária à absorção dos gases do efeito estufa que causam o aquecimento global.
D) países da Opep, que, em virtude da escassez e da iminente exaustão das suas reservas de petróleo e gás natural, têm estimulado a expansão da produção do etanol em seus territórios, em detrimento da produção de combustíveis de origem fóssil.
Resolução
Alternativa B. As grandes causas do aquecimento global envolvem desmatamento, uso exagerado de combustíveis fósseis e perca de biomas para grandes complexos agrícolas, como a soja no Centro-Oeste brasileiro.
Questão 2 – (UDESC SC - adaptada) A extração de minérios pesa na economia de vários países da América do Sul. Assinale a alternativa que apresenta os maiores produtores de petróleo da América do Sul.
A) Bolívia e Argentina
B) Colômbia e Equador
C) Brasil e Venezuela
D) Argentina e Peru
E) Brasil e Uruguai
Resolução
Alternativa C. Dos países citados, apenas Brasil e Venezuela figuram na lista das maiores reservas de petróleo do mundo: 15º e 1º lugar, respectivamente, sendo os maiores produtores desse combustível no continente.
Crédito da imagem
[1] Sodel Vladyslav / Shutterstock