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Pará

Pará é o segundo maior estado da região Norte do Brasil, concentrando quase a metade de sua população. Possui relevo pouco acidentado e situa-se inteiramente na Amazônia.

Bandeira do Pará.
Bandeira do Pará.
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O Pará é um estado brasileiro localizado na região Norte, tendo como capital o município de Belém. Trata-se da segunda maior unidade da federação depois do Amazonas, com área de 1,24 milhão de km². O estado pertence ao bioma amazônico, e por isso predomina o clima equatorial, além da cobertura vegetal formada por florestas e por cerrados em uma pequena parcela ao sul. A economia paraense, liderada pelo extrativismo mineral e vegetal, é a maior da região Norte.

Leia também: Estados do Brasil – unidades federativas que possuem governos autônomos

Tópicos deste artigo

Dados gerais do Pará

 

  • Região: Norte.

  • Capital: Belém.

  • Governo: democracia representativa.

  • Área territorial: 1.245.870,70 km² (IBGE, 2022).

  • População: 8.120.131 habitantes (IBGE, 2022).

  • Densidade demográfica: 6,52 hab./km² (IBGE, 2022).

  • Fuso: Horário Padrão de Brasília (GMT -3 horas).

  • Clima: equatorial.

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Geografia do Pará

O Pará compõe a região Norte do Brasil. Possui superfície de mais de 1,24 milhão de km² ou 14,6% da área brasileira, sendo, assim, o segundo estado mais extenso do país depois do Amazonas. Tem como capital o município de Belém.

O estado possui saída, a nordeste, para o oceano Atlântico, onde se localiza uma série de reentrâncias e ilhas que compõem a sua faixa litorânea. Faz fronteira:

O clima predominante no Pará é o Equatorial, caracterizado pela elevada umidade relativa do ar e pelas altas temperaturas na maior parte do ano. Há, entretanto, variações regionais: enquanto não se registra uma estação seca no norte paraense, os invernos no sul do estado apresentam menores índices pluviométricos. A umidade do ar nesta área é também menor.

As temperaturas médias variam de 24 ºC a 27 ºC, enquanto o índice anual de chuvas é de 1500 mm a 2500 mm. Em algumas áreas, esse valor pode atingir 3000 mm.

  • Relevo do Pará

O relevo do Pará é caracterizado pelas baixas cotas altimétricas que ficam em torno de 200 metros. As maiores elevações do estado se concentram no noroeste e nos terrenos ao sul.

A planície do rio Amazonas se estende longitudinalmente ao norte, acompanhando o curso do rio. Essa unidade atravessa o planalto sedimentar da Amazônia Oriental, que se divide entre porções ao norte e centro do estado.

Os planaltos estão presentes, ainda, na fronteira com a Guiana, onde está situado o ponto mais elevado do Pará, que fica na serra do Acari, a 906 metros, e, ao sul, onde ficam as serras do Carajás e Cachimbo. O relevo do Pará é composto, ainda, pelas depressões Norte e Sul Amazônica, conforme a classificação de Jurandyr Ross.

  • Vegetação do Pará

O Pará está integralmente inserido no bioma amazônico. Dessa forma, as florestas recobrem a maior parte das suas terras, dividindo-se entre florestas de terra firma, de várzea e de transição. Encontra-se, ao sul e noroeste, trechos com vegetação característica de cerrado. O litoral e as áreas úmidas próximas dos rios são marcados pelos mangues e vegetação dunar.

  • Hidrografia do Pará

O Xingu é um dos principais rios que banham o Pará.
O Xingu é um dos principais rios que banham o Pará.

A rede hidrográfica do estado integra duas das maiores bacias hidrográficas brasileiras: Amazônica e do Tocantins-Araguaia. Os principais rios do Pará são o Amazonas, Jari, Xingu, Tapajós e Tocantins. Fica no litoral paraense, próximo do Amapá, a ilha de Marajó, maior ilha do país.

Veja também: Quais são as bacias hidrográficas do Brasil?

Mapa do Pará

Fonte: IBGE.
Fonte: IBGE.

Demografia do Pará

O Pará é o estado mais populoso da região Norte, concentrando 46,7% da sua população. Conta atualmente com 8.120.131 habitantes, segundo o levantamento mais recente do IBGE realizado em 2022. No ranking nacional, a população paraense fica na 9ª colocação. A distribuição populacional era de 6,07 hab./km², à época do Censo de 2010. Após um ganho de quase 600 mil habitantes em uma década, a densidade demográfica subiu para 6,52 hab./km², o que caracteriza um território pouco povoado. Esse padrão se repete em outros estados da região Norte do país.

A taxa de urbanização do Pará é de 68,48%. A capital, Belém, é o seu município mais populoso e reúne 1.303.403 habitantes. Ananindeua é a segunda maior cidade paraense, com 478.778 habitantes (IBGE, 2022). Destacam-se, ainda, Santarém, Marabá e Parauapebas.

Quase 70% da população paraense se declara como pardos; 19,3%, como brancos; 9,8% como negros; e 0,9%, como indígena. Em valores absolutos, a população indígena do Pará é a terceira maior da região Norte, com 69.180 pessoas.

Considerando os indicadores sociais, o estado possui o quinto menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, que é de 0,690. A expectativa de vida ao nascer é de 73 anos, menor do que a média nacional.

Divisão geográfica do Pará

O estado do Pará é composto por 144 municípios, os quais são divididos, pelo IBGE, em 21 regiões geográficas imediatas, as quais estão agrupadas em sete regiões geográficas intermediárias:

  • Belém

  • Castanhal

  • Marabá

  • Redenção

  • Santarém

  • Altamira

Veja também: Regionalização socioeconômica do espaço mundial

Economia do Pará

O Pará é o maior produtor brasileiro e mundial de açaí.
O Pará é o maior produtor brasileiro e mundial de açaí.

A economia paraense é a maior da região Norte. O estado detém um PIB de R$ 262,9 bilhões, o equivalente a 2,9% do nacional. Sem levar em consideração as atividades atreladas à administração pública, o setor terciário responde por 24,6% da economia do Pará. Na sequência está a indústria, com 42,34%. As atividades agropecuárias são responsáveis por 9,24% do PIB paraense, conforme as informações do IBGE para 2018.

A mineração é a principal atividade econômica do Pará. O estado é reconhecido como detentor da maior província mineral do planeta em decorrência das grandes jazidas localizadas no sudeste do estado, mais especificamente na serra dos Carajás. Nela, são encontrados:

  • ferro;
  • cobre;
  • bauxita;
  • ouro;
  • prata;
  • manganês;
  • níquel;
  • zinco.

A indústria paraense é representada, ainda, pelos serviços essenciais, pela construção civil e pela metalurgia. O extrativismo vegetal é liderado pela castanha-do-pará (ou castanha-do-brasil) e pelo açaí. A produção agrícola do estado é marcada pelo crescimento expressivo da soja e pelos cultivos de milho, cana-de-açúcar, mandioca, cacau, melancia, abacaxi, banana, cupuaçu e dendê. Na pecuária, destacam-se a criação de búfalos (maior rebanho nacional) marajoara e o rebanho bovino.

Governo do Pará

O Pará é uma democracia representativa. Isso significa que eleições periódicas são realizadas a fim de que a população eleja os seus governantes, o que acontece a cada quatro anos. O governador é o chefe do Poder Executivo estadual. O Legislativo é formado por três senadores federais, 17 deputados federais e 41 deputados estaduais. A sede do governo estadual fica no município de Belém.

Bandeira do Pará

Infraestrutura do Pará

A infraestrutura de transportes do Pará conta com uma rede multimodal que inclui ferrovias, hidrovias e rodovias. Estas são o principal meio de conexão do território paraense com os demais estados e regiões brasileiras, além de interligar os seus municípios. Algumas das estradas federais que atravessam o estado são a BR-158, que vai do Rio Grande do Sul a Altamira, a BR-163, a BR-010, a Transamazônica (BR-230), e a BR-153 ou Transbrasiliana.

As ferrovias são de extrema importância para as cadeias produtivas que se instalam no Pará e em estados vizinhos. A malha ferroviária paraense se encontra atualmente em expansão, com projetos como o da Ferrogrão, que parte do Mato Grosso, e da Ferrovia Paraense. Destaca-se, ainda, a Estrada de Ferro Carajás, administrada pela Vale.

O transporte hidroviário é efetuado por meio de cinco hidrovias, entre elas a Tocantins–Araguaia e a do Xingu. Com relação aos aeroportos, ficam em Belém e Santarém os dois principais, com voos internacionais.

A força motriz das águas é a principal geradora de energia elétrica no estado. A maior hidrelétrica localizada inteiramente em território nacional é a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, construída na bacia do rio Xingu, em Altamira.

Leia também: Bioenergia – energia proveniente de biomassa

Cultura do Pará

O quadro cultural paraense possui bases muito diversas, oriundas das populações indígenas, africanas e europeias, principalmente portuguesas. A influência dessas diferentes matrizes é refletida nos costumes, nas celebrações tradicionais, na música, na gastronomia, na literatura e nas artes em geral.

O Pará é palco de grandes celebrações religiosas que atraem turistas de todo o país, como o Círio de Nazaré, realizado todos os anos pelas ruas da capital, Belém, e considerado uma das maiores festas religiosas do Brasil. O Círio Noturno de Santo Antônio ocorre em diversas cidades paraenses. Outras festas e danças típicas do estado são a marujada (ou fandango) e o Festival do Çairé. Este é realizado no município de Alter do Chão, e reúne a religiosidade e o folclore amazônico.

Alguns ritmos musicais são bastante característicos do Pará, como a guitarrada, o tecnobrega, o calypso, o carimbó e o lundu, da ilha de Marajó. O artesanato marajoara, representado pelas composições de cerâmica, ressalta a sua identidade local. Além disso, possui grande valor econômico para a população, consistindo em uma fonte de renda para os artesãos.

A culinária paraense possui uma grande variedade de pratos típicos, dentre os quais podemos citar o tacacá, o pato no tucupi, a maniçoba, o caruru e frutos como açaí, cupuaçu e pupunha.

O Círio de Nazaré é a principal celebração religiosa do Pará. [1]
O Círio de Nazaré é a principal celebração religiosa do Pará. [1]

História do Pará

Os espanhóis foram os primeiros estrangeiros a aportarem no Pará, que era, até o início do século XVI, habitado apenas pelas populações indígenas. A área atraiu também a atenção de ingleses e holandeses, mas foram os portugueses quem se fixaram na região onde fica atualmente a capital, Belém, no ano de 1616. Esse momento histórico foi marcado pela construção do Forte do Presépio, que tinha como objetivo a proteção do novo domínio português.

Naquele mesmo ano, foi criada a capitania do Grão-Pará. Durante o século XVII e parte do XVIII, o território paraense era integrado ao Maranhão, formando o estado do Grão-Pará. A sua economia da época era baseada na atividade agropecuária, com a criação de gado e os cultivos de tabaco, cana-de-açúcar, cacau e café.

Quando se deu o desmembramento dos territórios do Grão-Pará e Maranhão, em 1774, esse sistema econômico foi diretamente afetado. A sua recuperação aconteceu a partir do final do século XIX, quando se iniciou o ciclo da borracha. Ressalta-se, ainda, que, entre 1835 e 1840, a então província do Pará foi palco da Cabanagem.

A economia da borracha, que perdurou até meados do século XX, representou um momento de grande prosperidade para a região, que se reflete muito bem na arquitetura das capitais, como é o caso de Belém e o Teatro da Paz, e na paisagem urbana em geral, bem como na intensificação do processo de urbanização.

A descoberta das jazidas minerais na serra dos Carajás, que data de 1967, marcou o início de um novo ciclo produtivo no estado. Como vimos, a mineração permanece, ainda hoje, como uma das principais atividades econômicas do Pará.

Crédito da imagem

[1] Rafael Tomazi / Shutterstock

Fontes

AGÊNCIA PARÁ. Pará é o maior produtor de gado bubalino e está entre os cinco maiores de rebanho bovino do Brasil. Agência Pará, 02 mar. 2021. Disponível em: https://agenciapara.com.br/noticia/25500/.

Atlas Brasil. Disponível em: https://atlasbrasil.org.br/.

CRELIER, Cristiane. Expectativa de vida dos brasileiros aumenta 3 meses e chega a 76,6 anos em 2019. Agência de Notícias IBGE, 26 nov. 2020. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/29505-expectativa-de-vida-dos-brasileiros-aumenta-3-meses-e-chega-a-76-6-anos-em-2019.

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ. Dados agropecuários. Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca. Disponível em: http://www.sedap.pa.gov.br/dados-agropecuarios/agropecuaria.

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ. O Pará: História. Disponível em: https://www.pa.gov.br/pagina/55/historia.

IBGE. Biomas e Sistema Coteiro-Marinho. IBGE – PGI (Plataforma Geográfica Interativa). Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/biomas/.

IBGE. Cidades e estados do Brasil. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/.

IBGE. Divisão Regional do Brasil. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/divisao-regional/15778-divisoes-regionais-do-brasil.html?=&t=acesso-ao-produto.

IBGE. Estimativa da população residente no Brasil e nas Unidades de Federação (2020). Disponível em: https://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2020/estimativa_dou_2020.pdf.

IBGE. Panorama: Pará. IBGE Cidades. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/panorama.

IBGE. Panorama do Censo 2022. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/index.html.

IBGE. População residente, por cor ou raça, segundo a situação do domicílio, o sexo e a idade. SIDRA, 2018. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/3175.

IBGE. Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-nacionais/9088-produto-interno-bruto-dos-municipios.html.

INVESTPARÁ. Disponível em: http://investpara.com.br/.

INVESTPARÁ. Economia forte e diversificada. Disponível em: http://investpara.com.br/dados-economicos-do-estado-do-para/.

LUZ, Luziane Mesquita da; RODRIGUES, José Edilson Cardoso; PONTE, Franciney Carvalho da; SILVA, Christian Nunes da. Atlas Geográfico Escolar do Estado do Pará. Belém: GAPTA/UFPA, 2013, 64p. Disponível em: https://livroaberto.ufpa.br/jspui/bitstream/prefix/127/1/Livro_AtlasGeograficoEscolar.pdf.

MOREIRA, Igor. O Espaço Geográfico: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Editora Ática, 2004, 47ª edição, 3ª reimpressão.

PARÁ TURISMO. Disponível em: http://www.paraturismo.pa.gov.br/.

SUPER INTERESSANTE. O tesouro da Serra de Carajás. Revista Super Interessante, 31 out. 2016. Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/o-tesouro-da-serra-de-carajas/.

VALE. Estrada de Ferro Carajás: o caminho onde passa a nossa riqueza. Disponível em: http://www.vale.com/brasil/pt/initiatives/innovation/carajas-railway/paginas/default.aspx.

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Pará"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/para.htm. Acesso em 22 de dezembro de 2024.

Lista de exercícios


Exercício 1

O Pará é uma unidade federativa brasileira. Portanto, ele integra uma das cinco Regiões do território nacional. Marque a alternativa que indica, corretamente, o complexo regional que abriga o estado paraense.

a) Sul

b) Norte

c) Centro-Oeste

d) Sudeste

e) Nordeste
 

Exercício 2

O estado paraense possui, atualmente (2010), 143 municípios. Marque a alternativa que corresponde ao município que é a capital do Pará.

a) Palmas

b) Goiânia

c) Santarém

d) Porto Velho

e) Belém