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Lua

A Lua é o único satélite natural da Terra. Os estudos a seu respeito começaram há centenas de anos, enquanto as primeiras viagens bem-sucedidas até ela datam dos anos 1950.

Lua cheia em fundo escuro
A Lua é o único satélite natural da Terra. Na interação com o planeta, ela produz marés e eclipses.
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A Lua é o único satélite natural da Terra e o quinto maior do Sistema Solar. Ela se formou, há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, do impacto de um grande corpo celeste com o planeta, e desde então realiza a sua órbita ao redor dele e também do Sol. A forma como a luz solar incide sobre a sua superfície e como a enxergamos da Terra produz as diferentes fases da Lua. Além disso, ela interage com o nosso planeta e dá origem às marés e aos eclipses.

Leia mais: Planetas do Sistema Solar — corpos celestes que, com asteroides, cometas, meteoros e satélites, formam esse sistema

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a Lua

  • A Lua é o único satélite natural da Terra.
  • Está a 384.400 km do planeta, e a cada ano se afasta 3,78 centímetros.
  • Apresenta uma exosfera fina e frágil, e sua estrutura é composta por crosta, manto e núcleo.
  • Sua superfície está repleta de crateras de impacto, fragmentos de rocha e poeira.
  • Crateras preenchidas com lava no passado deram origem a pequenas elevações (marias) nela.
  • Formou-se, há 4,5 bilhões de anos, do impacto de um enorme meteorito na Terra.
  • A forma como enxergamos a sua iluminação da Terra constitui as suas fases.
  • Sua interação com o planeta produz fenômenos como as marés e os eclipses.
  • Estudos revelam aspectos importantes desse astro, como sua composição química.

Quais são as características da Lua?

Superfície da Lua com cratera em primeiro plano
A superfície da Lua é formada por muitos detritos e pó, além de crateras de impacto e elevações denominadas marias (de “mares”, em latim).

A Lua é o único satélite natural do planeta Terra. Esse corpo celeste possui um raio de aproximadamente 1740 km, o que o torna a quinta maior lua de todo o Sistema Solar. A massa da Lua é de 7,35 x 1019 toneladas, valor que corresponde a apenas 1,23% da massa terrestre. Ela está posicionada a uma distância de 384.400 km do nosso planeta, intervalo, pelo menos, 18 vezes maior do que quando ela se formou, há 4,5 bilhões de anos. O processo de distanciamento não cessou, e a cada ano ele aumenta em 3,78 centímetros.

De acordo com a Nasa, o satélite é detentor de uma camada atmosférica muito fina e frágil chamada de exosfera e que, na verdade, não exerce nenhum tipo de proteção. Em função disso, observa-se em sua superfície uma série de crateras de impacto de meteoritos, além de escombros e camadas e mais camadas de detritos rochosos (regolitos) e pó, desenvolvidos ao longo de sua existência em função dos impactos.

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Existem áreas de relevo elevado na superfície da Lua resultantes do preenchimento das crateras por derrames de lava, e os últimos ocorreram há cerca de 1,2 bilhão de anos. Essas elevações são chamadas de marias.

Com relação às temperaturas, a variação é muito grande entre o hemisfério que está recebendo iluminação no momento e o seu oposto. O primeiro, que recebe luz solar, tem temperatura de até 127 ºC, enquanto na face não iluminada pelo Sol a medição é de -173 ºC. Já a força da gravidade experimentada na superfície lunar é de 1,62 m/s², seis vezes menor do que a gravidade terrestre.

Da mesma forma como a Terra, a Lua é formada por um núcleo, um manto e uma crosta. O núcleo lunar é sólido e composto por uma grande quantidade de ferro. Ele é muito pequeno comparativamente ao astro como um todo, e representa somente 2% de sua massa, com raio de 240 km. Ao seu redor fica uma camada de 90 km de espessura, composta por ferro parcialmente derretido. Entre esse envoltório do núcleo e a base da crosta, fica o manto, formado por minerais como o piroxênio e a olivina.

A crosta lunar tem espessura que varia de 70 km a 150 km, respectivamente, nos hemisférios próximo e distante da Terra. Os componentes presentes na crosta da Lua em maior quantidade são oxigênio, magnésio, cálcio, ferro e alumínio. Encontra-se também urânio, potássio, hidrogênio, tório e titânio em menores proporções.

Confira no nosso podcast: Meteoro, meteorito, cometa e asteroide — qual é a diferença?

Quais são as fases da Lua?

A Lua é uma fonte secundária de luz, o que significa que a iluminação que ela emite é derivada da luz que recebe do Sol. Diferentes hemisférios e partes da Lua estão iluminados em momentos distintos de sua trajetória ao redor do Sol e também do planeta Terra, o que produz as diferentes fases da Lua. A duração aproximada das quatro fases principais é de sete dias, enquanto o tempo que o satélite demora para dar uma volta em torno da Terra é de 27 dias.

As fases da Lua são oito no total:

  • Lua nova: o hemisfério não iluminado se encontra voltado para a Terra, enquanto a face iluminada está na direção oposta. Não é vista no céu, e por isso é chamada também de fase invisível.
  • Lua crescente: uma pequena faixa iluminada é visível da Terra, e aparece como uma forma côncava.
  • Quarto crescente: a Lua está posicionada em um ângulo de 90º com relação ao nosso planeta, e um quarto dela está iluminado pela luz solar. Da Terra, é possível visualizar um semicírculo iluminado.
  • Crescente gibosa: a maior parcela da face voltada para a Terra está iluminada, com exceção de uma pequena área.
  • Lua cheia: a face da Lua voltada para a Terra está iluminada, e por isso conseguimos vê-la de forma integral.
  • Minguante gibosa: a Lua continua seu movimento em torno do Sol, e agora a sua face sem iluminação começa a se voltar novamente para a Terra. Observa-se nessa etapa apenas uma pequena faixa sem iluminação.
  • Quarto minguante: somente metade da face lunar voltada para a Terra aparece iluminada, sendo a metade oposta àquela visível na fase do quarto crescente.
  • Lua minguante: assim como na fase crescente, a parte iluminada visível da Terra é uma forma côncava, mas desta vez ela se encontra do lado oposto.
Esquema das fases da Lua
As diferentes fases da Lua são derivadas da iluminação solar e da sua posição com relação à Terra.

Lunação ou mês sinódico é o intervalo de tempo em que uma mesma fase volta a acontecer, e tem duração de 29,5 dias. Caso queira saber mais sobre o tema do tópico, leia: Fases da Lua.

Qual a relação da Lua com a Terra?

O movimento orbital que a Lua realiza em torno da Terra produz determinados fenômenos  percebidos tanto nos elementos presentes na superfície terrestre quanto nos visíveis no céu, em períodos específicos.

Um desses fenômenos ocorre principalmente nos oceanos, e recebe o nome de marés. As marés consistem em oscilações no nível da água do mar provocadas pela força gravitacional da Lua. Embora atue sobre toda a massa terrestre, o efeito é melhor percebido nos oceanos. Essa oscilação produz ainda correntes utilizadas para a geração de eletricidade, processo conhecido como energia das marés. As marés e o movimento das correntes marítimas são importantes ainda para a manutenção dos climas no planeta Terra.

A Lua participa também da ocorrência de eclipses, que acontecem quando há o bloqueio da chegada da luz solar à superfície lunar ou terrestre. Os eclipses podem ser:

  • Lunar: quando a Terra está posicionada entre o Sol e a Lua e o satélite fica na zona de sombra.
  • Solar: quando a Lua está posicionada entre a Terra e o Sol e o astro é temporariamente recoberto pela Lua.

Leia mais: Lua de sangue — fenômeno que ocorre no eclipse total da superlua

Origem e formação da Lua

A Lua começou a se formar após o impacto de um grande corpo celeste no planeta Terra, há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, esse corpo tinha o tamanho aproximado do planeta Marte. Tal choque produziu uma série de detritos de origem tanto terrestre quanto do objeto estranho, os quais foram arremessados em longas distâncias no espaço, e muitos deles entraram em órbita ao redor do planeta. Com o passar do tempo, esses fragmentos foram se agrupando e acabaram se fundindo. O seu processo de resfriamento deu origem à Lua.

Etimologia da Lua

A única lua do planeta Terra recebeu essa denominação muito antes da descoberta de satélites naturais de outros planetas do Sistema Solar. Em função disso, ela ficou conhecida somente como Lua — do latim, luna. No ano de 1610, Galileu Galilei observou quatro corpos ao redor do planeta Júpiter, os quais descreviam movimento similar ao da Lua. Assim, foram atribuídos a eles nomes diferentes para que não houvesse confusão com o satélite natural da Terra.

Estudos sobre a Lua

As observações e os estudos a respeito da Lua datam da Antiguidade. O satélite natural da Terra era utilizado no passado para a demarcação da passagem dos meses, o que se dava mediante o acompanhamento das suas diferentes fases, isto é, pelo processo de lunação. A curiosidade a respeito desse objeto nunca cessou, muito pelo contrário, e a superfície lunar foi a primeira a que chegou a espécie humana fora do planeta Terra.

Anterior a isso, a primeira representação cartográfica da Lua foi feita graças aos telescópios. Esse objeto foi utilizado pelo astrônomo Galileu Galilei em suas observações, com base nas quais ele realizou uma série de descobertas a respeito do satélite. Galileu foi o primeiro a identificar a presença de crateras e outras feições de relevo na Lua, fazendo uma série de desenhos que representavam a sua forma. Essas conclusões o ajudaram na descoberta das luas de Júpiter.

Foi na década de 1950 que a primeira missão espacial obteve sucesso e conseguiu chegar até a Lua. Depois de uma série de tentativas, a sonda Luna 1, do programa espacial soviético, aproximou-se da superfície lunar no ano de 1959, conseguindo obter uma série de fotos que seriam importantes para o estudo do satélite. Outras sondas foram enviadas pela União Soviética posteriormente.

Dez anos mais tarde, a missão Apollo 11, da Nasa, agência espacial estadunidense, ficou marcada na história da exploração lunar e espacial como sendo a primeira que colocou pessoas andando na superfície da Lua. Esse feito aconteceu em 20 de janeiro de 1969, e foi realizado pelos astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin.

Pegada impressa na superfície da Lua durante a missão Apollo 11
Impressão deixada na Lua durante a missão Apollo 11, no ano de 1969. Foi a primeira vez que uma pessoa andou sobre a superfície lunar.

Os estudos a respeito da Lua se tornaram cada vez mais numerosos no decorrer dos anos, e passaram a envolver um número maior de países e programas espaciais, com destaque para Japão, China, Índia e Rússia.

Inúmeras descobertas foram realizadas com a coleta de amostras e mediante o auxílio de telescópios infravermelhos, sondas e veículos de tecnologia avançada e com elevado grau de precisão, que permitiram analisar em maior detalhes a superfície da Lua, seu eixo de rotação, seu “lado escuro” (que, na verdade, representa somente uma face que não recebe luz solar por um período), suas crateras, os fragmentos de rocha nela presentes e principalmente a sua composição material.

Mais recentemente, missões da Índia e dos Estados Unidos indicaram a existência de água congelada na Lua. Tal constatação foi feita com base numa análise bastante detalhada da superfície nas regiões dos polos, que mostraram a presença de pequenos depósitos de gelo.

Videoaula sobre o que é eclipse (lunar e solar)

 

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Lua"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/lua.htm. Acesso em 19 de março de 2024.

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