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O relato pessoal é um texto em que alguém conta um fato ou uma experiência a outra pessoa. Ele é predominantemente narrativo e, por isso, apresenta personagem, cenário, tempo e narrador. Por se tratar de um acontecimento pessoal, é marcado por fortes elementos subjetivos, isto é, individuais daquele que relata.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre relato pessoal
- 2 - Quais as características do relato pessoal?
- 3 - Qual a estrutura do relato pessoal?
- 4 - Como se faz um relato pessoal?
- 5 - Exemplo de relato pessoal
- 6 - Quais as diferenças entre relato pessoal e diário?
- 7 - Relato oral e relato escrito
Resumo sobre relato pessoal
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O relato pessoal é um texto predominantemente narrativo em que se relata as experiências e vivências a uma outra pessoa.
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Ele apresenta, enquanto narrativa, personagens, cenário, tempo e narrador. Além disso, organiza-se estruturalmente em: título, introdução, desenvolvimento e desfecho/conclusão.
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Para fazê-lo, é importante ter o tema bem definido, o conhecimento dos aspectos narrativos do texto e a sua estrutura. Ele é escrito em primeira pessoa e utiliza a linguagem formal na maioria dos casos.
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A principal diferença entre o relato pessoal e o diário é que o primeiro é direcionado a alguém, e o segundo tem caráter confidencial.
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Pode ser tanto oral quanto escrito.
Quais as características do relato pessoal?
Por ser uma narrativa de experiências pessoais — sentimentos, pensamentos e vivências —, o relato pessoal apresenta personagens, cenário, tempo e narrador reais, pois é um texto que se dedica a narrar fatos e acontecimentos. Em outros termos, o narrador é aquele que participa e relata os acontecimentos (por isso ele é em primeira pessoa); as personagens são as pessoas envolvidas em seu relato; o tempo e o cenário compreendem o lugar e o momento em que tais acontecimentos ocorreram.
Qual a estrutura do relato pessoal?
Durante a escrita, o narrador deve estar atento em responder a seguinte pergunta: Como você viveu aquela experiência? Assim, são importantes os seguintes aspectos estruturais do texto:
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Título: apesar de não ser obrigatório, é interessante usá-lo para chamar a atenção de seu leitor acerca da temática abordada.
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Introdução: é a apresentação do seu relato pessoal. Assim, é importante que você contextualize o seu leitor sobre a experiência vivida.
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Desenvolvimento do relato: é importante apresentar, de forma cronológica, a sucessão dos acontecimentos em seu relato. A linearidade da narrativa ajuda o leitor na melhor compreensão de seu texto.
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Desfecho/conclusão: é o encerramento do seu relato. Nele, é importante você colocar as reflexões sobre a sua experiência, isto é, identificar os pontos positivos e negativos (se houver) e comentar sobre eles.
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Como se faz um relato pessoal?
Para fazer um relato pessoal, é importante ter definido o tema a ser abordado. Diferentemente de outros gêneros pessoais, o relato segue uma estrutura um pouco mais formal justamente por ser direcionado a outra pessoa e não manter o caráter de confidencialidade. Ele pode ser solicitado, por exemplo, em atividades escolares por professores. Nesse caso, é fundamental que o aluno tenha as informações necessárias que o professor pode solicitar que estejam no relato.
Com o tema definido, é importante escolher um título atrativo para o seu leitor. Além disso, lembre-se de usar a norma-padrão da língua e, nos parágrafos iniciais, fazer a contextualização ao leitor, apresentando-lhe o tema e suas experiências. Lembre-se de explicar, caso necessário, os detalhes para a compreensão dos acontecimentos bem como elencá-los de forma linear.
Ao final, o desfecho deve apresentar uma reflexão que tenha os destaques que você considerar importantes sobre a sua experiência pessoal vivida e relatada. Aqui você pode apresentar elementos que você considerou positivos ou não, caso existam.
Exemplo de relato pessoal
Os meus primeiros dias de aula Iniciei as aulas em uma nova escola e resolvi contar a minha experiência nos meus primeiros dias. Até então, eu nunca havia mudando de escola. Sempre estudei em uma mesma instituição de ensino, desde quando comecei minha educação. Nas primeiras aulas, me senti bem deslocado. Eu não conhecia os professores, e, mesmo a turma sendo grande, aproximadamente 50 alunos, eu não conhecia nenhum dos meus colegas de classe. Tentei me aproximar deles, mas muitos já tinham os seus grupos, e eu os entendo, afinal, quando eu estudava na minha escola, também tinha a minha turma. Acredito que foi na segunda semana que comecei a me encontrar, ou melhor, a achar a minha “tribo”. Descobri que alguns colegas adoravam Star Wars, e esse foi o ponto de partida para iniciarmos longos debates, alguns ainda em sala, outros fora dela, nos intervalos. Com as amizades encaminhadas, eu precisava compreender um pouco mais a dinâmica com os professores. A sala, como eu disse, era muito cheia, e o professor, infelizmente, não conseguia dar atenção a todos os alunos. Havia muita atividade em grupo, com dinâmicas em que nós produzíamos textos, experimentos e outros materiais. Porém os professores não conseguiam atender ou mesmo decorar os nomes dos alunos. Nesse aspecto, a quantidade excessiva atrapalhou bastante. Mesmo assim, percebi um enorme esforço neles para oferecer a melhor aula possível. No fim das contas, comecei a admirar a atitude e o empenho dos professores e me simpatizei com alguns dos meus colegas fãs de Star Wars. A experiência em uma nova escola foi muito bacana. Acredito que a mudança de ares é sempre um desafio, não importa qual seja. Pode ser uma simples mudança de escola, emprego, cidade e até mesmo país. Qualquer mudança nos deixa com medo e apreensivos por não sabermos exatamente o que acontecerá dali adiante. Porém, com o tempo, nós vamos nos acostumando, o medo vai embora e a vida segue. |
O exemplo é um relato pessoal sobre os primeiros dias de um aluno em uma nova escola. Nos primeiros parágrafos, ele introduz o seu leitor ao tema, explicando sobre a mudança e indicando alguns desafios. Na sequência, temos uma narrativa destacando os acontecimentos dos primeiros dias e o relacionamento com algumas personagens fundamentais na história: os colegas de classe e os professores. Na parte final, ele faz uma reflexão sobre o que vivenciou, o medo da mudança, inerente ao ser humano, para falar de sua experiência na nova instituição.
Quais as diferenças entre relato pessoal e diário?
O relato pessoal e o diário apresentam semelhanças estruturais e conceituais. Ambos são textos predominantemente narrativos, escritos em 1ª pessoa e que tratam de experiências pessoais (subjetivas) daquele que escreve. No entanto, o relato pessoal é um texto dedicado a outra pessoa, enquanto o diário tem caráter confidencial.
Além disso, o diário pode trazer múltiplas vivências. Já o relato pessoal é dedicado a uma única experiência, que pode ser uma viagem, uma notícia lida, uma visita a um local etc. A linguagem do relato é formal justamente por ser solicitada em instituições escolares e acadêmicas, entre outras. Por sua vez, o diário é escrito de maneira informal e de acordo com o que seu autor definir, pois ele será o seu principal leitor.
Relato oral e relato escrito
A atividade de relatar alguma experiência é uma das mais antigas da humanidade, existindo antes mesmo da escrita. Sendo assim, o relato pode ser tanto oral quanto escrito. O relato escrito é marcado pela formalidade, dada a maior capacidade de registro.
No entanto, no tempo em que vivemos e com os recursos tecnológicos disponíveis, é comum vermos relatos, em canais de YouTube e demais redes sociais, dos mais diversos acontecimentos. Apesar disso, o relato oral segue as características básicas do relato escrito, isto é, apresenta personagem, cenário, tempo e narrador. Por utilizar da oralidade, a depender da situação, o relato oral permite uma linguagem um pouco mais informal.
Por Rafael Camargo de Oliveira
Professor de Redação