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A crônica argumentativa é uma modalidade de texto pertencente ao jornalismo que tem como principal objetivo a construção de textos breves, mesclando elementos argumentativos e narrativos em uma única produção. Além disso, trata-se de uma produção textual com linguagem clara e objetiva, abordando temas cotidianos dedicados a uma ampla audiência.
Leia também: Editorial — gênero jornalístico que apresenta o posicionamento crítico de um grupo
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre crônica argumentativa
- 2 - Videoaula sobre crônica argumentativa
- 3 - Principais características e estrutura da crônica argumentativa
- 4 - Como se faz uma crônica argumentativa
- 5 - Exemplo de crônica argumentativa
- 6 - Quais são as diferenças entre crônica e crônica argumentativa
Resumo sobre crônica argumentativa
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A crônica argumentativa é um texto híbrido, pois mescla elementos da tipologia argumentativa e elementos da tipologia narrativa.
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Ela tem como principais características a linguagem clara e objetiva, o uso da norma-padrão do português e o foco em conteúdos que perpassam a vida das pessoas.
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Estruturalmente, a crônica argumentativa organiza-se em introdução, desenvolvimento e conclusão.
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Para desenvolver uma crônica, é importante montar um projeto textual abordando as seguintes questões:
a) Qual é o tema a ser abordado?
b) Qual é a sua opinião sobre o tema?
c) Quais são os argumentos e elementos narrativos que podem ser utilizados em defesa da tese?
Videoaula sobre crônica argumentativa
Principais características e estrutura da crônica argumentativa
A crônica argumentativa é um texto pertencente ao meio jornalístico e, por isso, preza pela linguagem clara e objetiva do campo no qual ela está inserida. Ela é considerada por muitos estudiosos como um texto híbrido, pois transita muito bem entre a narração e a argumentação. Porém é preciso estar ciente de que a narração é um elemento importante na construção da argumentação.
Assim, por ser um texto jornalístico, a crônica apresenta as seguintes características:
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texto relativamente curto;
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conteúdo próprio para uma ampla audiência;
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uso de linguagem formal, clara e objetiva;
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foco em conteúdos que abordam o cotidiano.
Do ponto de vista estrutural, a crônica se apresenta da seguinte forma:
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Introdução: momento em que o autor apresenta o tema ao seu leitor, contextualizando-o.
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Desenvolvimento: o autor desenvolve sua tese/ponto de vista utilizando argumentos para convencer o seu interlocutor.
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Conclusão: é a última etapa da crônica argumentativa; nela, o autor faz uma síntese ou reflexão acerca do tema abordado.
Leia também: Crônica narrativa — texto marcado pela brevidade das ações relatadas
Como se faz uma crônica argumentativa
Para desenvolver uma crônica argumentativa, é importante ter um tema definido e uma tese bem fundamentada a respeito do tema em questão. Recomenda-se a elaboração de um projeto textual, muito comum em todos os textos de natureza argumentativa, em que são esboçados os seguintes pontos:
1. Qual é o tema a ser abordado?
2. Qual é a sua opinião/tese sobre o tema?
3. Quais são os argumentos utilizados na defesa dessa opinião? E qual é a narrativa utilizada para embasar esses argumentos?
Respondendo de maneira sistemática a essas questões, resta apenas organizá-las textualmente dentro da estrutura mencionada anteriormente (introdução, desenvolvimento e conclusão).
Exemplo de crônica argumentativa
Bauman líquido Zygmunt Bauman é o filósofo da Modernidade (ou Pós-Modernidade?). Ele já antecipou a liquidez das relações, a liquidez do trabalho e a liquidez de tudo o que você mais quiser. Ele só não sabia que, ao dizer sobre isso, se tornaria aquilo que ele mais temia. O polonês escreveu inúmeras páginas e livros defendendo sua tese para que nós resumíssemos sua obra em uma única palavra: liquidez. Um exemplo prático para a tese defendida aqui é facilmente encontrado nas redações do Enem. Do zero ao mil, Bauman aparece de todas as formas possíveis. Um verdadeiro camaleão. A teoria do filósofo polonês é usada para falar sobre desmatamento, violência, racismo, arte e cultura etc. Tem Bauman para todo gosto. Dito isso, é possível afirmar que, ao século em que vivemos, na era da Web 4.0, Bauman não resistiu. Em resumo, ao analisar a dificuldade da Modernidade em aprofundar diversas questões sociais, como amor, trabalho e cultura, Bauman se tornou, ele próprio, líquido. |
O texto acima é um exemplo de crônica argumentativa. Em sua introdução, podemos ver que ela traz uma temática crítica ao conceito de liquidez, atribuindo ao próprio criador a alcunha de ser fluído e condizente com a realidade dos tempos atuais.
No desenvolvimento, o autor utiliza o exemplo das redações presentes nas provas do Enem, em que Bauman é usado exaustivamente em qualquer situação. O exemplo da breve narrativa é usado a fim de reforçar o argumento de que o filósofo polonês vem sendo banalizado, segundo as palavras do autor, nas mais diversas discussões atuais.
Quais são as diferenças entre crônica e crônica argumentativa
O termo crônica se refere a um gênero mais abrangente, que compreende outros subgêneros, entre eles a crônica argumentativa estudada aqui. A crônica, de maneira ampla, pode ser definida como um texto curto, de linguagem simples e objetiva que trata de assuntos cotidianos.
A crônica argumentativa é, especificamente, uma modalidade da crônica que apresenta como fator próprio a argumentação associada a elementos narrativos.