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O tópico frasal é a primeira frase de um parágrafo, a qual apresenta a ideia central que será desenvolvida ao longo dele. Funciona como um guia, orientando o leitor sobre o que será abordado em cada parágrafo. Ao compreender o que é um tópico frasal e como utilizá-lo, é possível produzir textos mais claros, concisos e persuasivos. O tópico frasal é um dos elementos que ajudam na construção de um texto coeso e coerente.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre tópico frasal
- 2 - Videoaula sobre tópico frasal
- 3 - O que é tópico frasal?
- 4 - Como montar um tópico frasal?
- 5 - Marcas do tópico frasal
- 6 - Exemplos de tópico frasal
- 7 - Diferenças entre tópico frasal e tese
- 8 - Conectivos
- 9 - Exercícios resolvidos sobre tópico frasal
Resumo sobre tópico frasal
- O tópico frasal é a frase que introduz a ideia principal de um parágrafo.
- Na introdução, apresenta o tema geral; no desenvolvimento, foca aspectos específicos de cada parágrafo; na conclusão, resume as ideias exploradas no texto.
- O tópico frasal é marcado pela objetividade e foco, guiando o leitor sobre o que será discutido.
- Para construí-lo, é importante ser claro e direto, sem apresentar detalhes excessivos.
- A tese representa a ideia principal do texto inteiro, enquanto o tópico frasal resume a ideia central de cada parágrafo.
- Os conectivos servem para garantir a fluidez entre os parágrafos e tópicos frasais.
Videoaula sobre tópico frasal
O que é tópico frasal?
O tópico frasal é a primeira frase de um parágrafo, responsável por apresentar a ideia central que será desenvolvida ao longo dele. É como um mini-resumo do parágrafo, indicando ao leitor o que esperar nas próximas linhas.
Como montar um tópico frasal?
Para construir um bom tópico frasal, é preciso identificar a ideia principal do que será dito no parágrafo. Saber o que será exposto no parágrafo é essencial para iniciá-lo com um bom tópico frasal. Isso pode ser feito inspirando-se nas palavras-chave do que será abordado em cada parágrafo. Também é preciso escrever de maneira clara e objetiva. A frase deve ser direta e não dar margem a interpretações ambíguas. Por ser o início de cada parágrafo, o tópico frasal não deve ser tão detalhado, e sim uma abertura do argumento que está por vir.
Veja também: Quais os erros mais comuns cometidos nas redações?
Marcas do tópico frasal
O tópico frasal apresenta algumas características que o tornam facilmente identificável:
- Posição: por lógica, o tópico frasal deve ocupar o início de cada parágrafo, apresentando brevemente a ideia ou o tópico a ser abordado.
- Objetividade: apresenta a ideia principal de forma clara e direta, evitando possíveis duplas interpretações.
- Foco: enfatiza o tema central do parágrafo de forma concisa.
- Coesão: facilita a ligação entre os parágrafos e os tópicos abordados.
Exemplos de tópico frasal
Veja alguns exemplos de tópico frasal em cada parte da redação dissertativa.
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Tópico frasal na introdução
Na introdução de um texto, o tópico frasal deve apresentar o tema que será explorado. Por exemplo:
“A importância da educação na formação de cidadãos conscientes é inegável.”
Nesse exemplo, o tópico frasal já indica que o parágrafo vai discorrer sobre o papel da educação na sociedade.
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Tópico frasal no desenvolvimento
No desenvolvimento, o tópico frasal funciona como uma apresentação para a argumentação ou explicação. Exemplo:
“Em primeiro lugar, é preciso destacar que um dos principais fatores que influenciam a aprendizagem é o ambiente escolar.”
Aqui, o parágrafo provavelmente vai se concentrar em discutir como o ambiente escolar afeta o processo de aprendizagem.
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Tópico frasal na conclusão
Na conclusão, o tópico frasal resume as ideias principais discutidas ao longo do texto. Exemplo:
“Diante dos pontos discutidos, pode-se concluir que a educação é essencial para a construção de uma sociedade mais justa.”
Esse tópico frasal indica que o parágrafo final vai reafirmar a importância da educação com base nos argumentos anteriores.
Diferenças entre tópico frasal e tese
A principal diferença entre o tópico frasal e a tese é o escopo. A tese é a ideia principal de todo o texto, geralmente iniciada na introdução, e orienta a argumentação como um todo. Já o tópico frasal apresenta a ideia central de um único parágrafo, servindo para apoiar a tese. Em outras palavras, pode-se dizer que, idealmente, uma redação dissertativa tem uma tese central (que guia todo o texto) e vários tópicos frasais (que guiam cada parágrafo).
Conectivos
Conectivos são palavras ou expressões que ligam frases e parágrafos, ajudando a manter a coesão do texto. Alguns exemplos comuns de conectivos são:
- Adição: "além disso", "ademais".
- Contraste: "no entanto", "por outro lado".
- Causa: “porque”, “uma vez que”.
- Consequência: "portanto", "por isso".
O uso de conectivos ajuda a criar transições suaves entre os tópicos frasais e contribui para a fluidez do texto. Para saber mais sobre conectivos usados em redações, clique aqui.
Saiba mais: Texto argumentativo-dissertativo – tudo sobre o gênero mais cobrado nos vestibulares
Exercícios resolvidos sobre tópico frasal
Questão 1
(Iades 2019)
Quanto à definição de tópico frasal, assinale a alternativa correta.
A) Trata-se da palavra-chave inserida no início do texto.
B) Consiste no fechamento das ideias defendidas em todo o texto.
C) Corresponde à apresentação do tema no primeiro parágrafo.
D) É a ideia central ou nuclear presente em cada parágrafo.
E) Equivale ao tema escolhido e abordado na produção textual.
Resposta
Alternativa D. O tópico frasal serve para apresentar a ideia central a ser exposta em cada parágrafo.
Questão 2
(Instituto Consulplan 2023)
Texto para responder à questão.
Os jovens que ainda usam máscara por vergonha de mostrar o rosto: “sou feio, mãe”
Laura tinha 10 anos quando começou a usar máscara pelos mesmos motivos que todos nós: se proteger da covid-19 e impedir a disseminação do vírus. Agora, depois de quase 3 anos e do início de sua puberdade, a máscara ocupou um outro lugar na vida dela: o de um objeto que esconde seu rosto e a ajuda a lidar com inseguranças sociais. Sua irmã conta que, mesmo em um passeio à praia, Laura permaneceu de máscara ̶ inclusive para entrar no mar. Em ocasiões como essa, o sol marca o contorno da máscara no seu rosto, tornando ainda mais difícil que ela deixe de usar o acessório em público. A história da jovem ressoa nos relatos de centenas de jovens nas redes sociais, em especial adolescentes, que dizem ter dificuldade de ficar sem máscara fora de casa por vergonha de mostrar o próprio rosto. Em muitos casos, eles são alguns dos únicos alunos da classe que continuam a utilizar o acessório rigorosamente, e sofrem bullying de colegas que questionam o uso e até tentam retirá-lo à força. Outros dizem que a máscara os ajuda a passar despercebidos e diminuir as interações sociais, inclusive chamando menos atenção dos professores.
A situação ganha complexidade num momento de reincidência dos casos de coronavírus, em que a máscara é recomendada para frear o contágio da doença. Em que momento, então, o uso rigoroso do acessório por adolescentes se torna preocupante? E como pais e professores podem lidar com essa situação?
O costume de usar acessórios que desviam o próprio corpo da atenção alheia não é algo novo entre os adolescentes. Moletons largos, bonés e cabelo longo sobre o rosto são alguns dos “mecanismos” aos quais os jovens recorrem para lidar com inseguranças relacionadas à autoimagem corporal, explica o psicólogo e doutor em educação Alessandro Marimpietri. A cantora Billie Eilish é um exemplo desse comportamento: quando tinha 17 anos, declarou que preferia vestir roupas largas para que os fãs e a imprensa não a sexualizassem por conta de seus seios grandes. Marimpietri explica que a pandemia e a reclusão forçada do contato social foram agravantes dessa questão.
“Um adolescente que entrou na pandemia com 13 anos e agora tem 15, por exemplo, se modificou do ponto de vista físico de maneira muito substancial. Muitos já estavam inseguros sobre como iriam se apresentar para o outro do ponto de vista imagético e comportamental ̶ e a máscara figura como um anteparo simbólico de proteção, como se a autoimagem estivesse resguardada por uma fronteira que me protege do olhar do outro.” Ele acrescenta que os problemas com a imagem corporal foram inflados na pandemia, quando nosso recurso de interação social era, muitas vezes, digital. “Se ver o tempo todo nas telas e nos ângulos das câmeras digitais modificou a autopercepção de todos os sujeitos: crianças, adultos, idosos. No caso dos adolescentes, isso ocorreu de maneira destacada, já que se somam outras questões próprias dessa fase”, diz.
Marimpietri explica que as expressões faciais são “pistas não verbais importantes para o desenvolvimento da vida do sujeito do ponto de vista psíquico, da interação social, e até da cognição”. Ao esconder parte do rosto com a máscara por tempo indefinido, os adolescentes escondem, também, essas pistas fundamentais para a convivência e interação socioafetiva. Esse prejuízo é percebido por Simone Machado, professora de Língua Portuguesa da rede pública de São Paulo.
“Os professores leem os alunos a todo momento, mesmo quando não dizem nada. São expressões de dúvida, por exemplo, que nos fazem repetir uma explicação. As máscaras atrapalham essa troca”, conta. A professora relata que seus alunos que seguiram usando máscara mesmo quando houve uma flexibilização da medida são estudantes que já tinham um comportamento introspectivo e dificuldades de socialização. Um deles, conta Machado, ficou ainda mais tímido depois da pandemia. “É como se a máscara fosse mais um muro na socialização dele com o mundo. Até seu olhar ficou menos expressivo e, quando lhe faço perguntas, ele responde apenas balançando a cabeça, nem consigo lembrar como é sua voz.”
Na escola, a professora de geografia Luciana Cardoso ressalta a importância das conversas entre os professores. “Foi no conselho de classe que descobri, por um outro professor, que uma aluna minha usa sempre a máscara por vergonha de um dente faltando.” Se um professor de Educação Física, por exemplo, fala que o aluno pratica esportes vestindo moletom e máscara, isso acende um alerta diferente para os professores que só os veem dentro de sala, reflete Cardoso. Para a professora Simone Machado, uma estratégia interessante é não falar diretamente sobre o uso insistente da máscara, mas tentar incentivar a socialização desses alunos por outras vias, passando trabalhos em grupo dentro e fora da sala de aula, por exemplo. A médica pediatra Evelyn Eisenstein lembra que, entre os jovens, é mais comum que haja um comportamento negligente quanto às medidas sanitárias de combate à covid. “Estamos num momento de cautela, em que a máscara deve ser usada em aglomerações como transportes públicos, centros comerciais e também nas escolas”, alerta.
(ALVES, Ian. Os jovens que ainda usam máscara por vergonha de mostrar o rosto: ‘sou feio, mãe’. BBC News Brasil, 2022. Disponível em: https://www. uol.com.br/vivabem/noticias/bbc/2022/12/07/os-jovens-que-ainda-usammascara-por-vergonha-de-mostrar-o-rosto-sou-feio-mae.htm. Acesso em: 06/01/2023. Adaptado.)
O tópico frasal do sexto parágrafo do texto lido é
A) “Um deles, conta Machado, ficou ainda mais tímido depois da pandemia.”
B) “É como se a máscara fosse mais um muro na socialização dele com o mundo.”
C) “São expressões de dúvida, por exemplo, que nos fazem repetir uma explicação.”
D) “Os professores leem os alunos a todo momento, mesmo quando não dizem nada.”
E) “[...] alunos que seguiram usando máscara (...) tinham um comportamento introspectivo [...]”
Resposta
Alternativa D. No sexto parágrafo, o assunto é a forma como os professores leem os alunos, mesmo os que são mais calados e tímidos. Por isso, o tópico frasal, isto é, a frase que abre esse parágrafo resume essa ideia em uma afirmação.
Fontes
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.