PUBLICIDADE
As lontras são animais mamíferos encontrados no Brasil e em várias partes da América do Sul. É um animal de hábito semiaquático que se alimenta de animais como peixes e crustáceos. De acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, a lontra está classificada na categoria “quase ameaçada”. As populações de lontra encontram-se em declínio, e o ser humano constitui uma grande ameaça à espécie.
Leia mais: Ações antrópicas no meio ambiente – positivas e negativas
Tópicos deste artigo
- 1 - Nome científico da lontra
- 2 - Características gerais da lontra
- 3 - Alimentação da lontra
- 4 - Reprodução da lontra
- 5 - Ameaças às lontras
Nome científico da lontra
A lontra é um animal mamífero pertencente à ordem Carnivora e família Mustelidae, mesma família do furão e do vison. Seu nome científico é Lontra longicaudis. Popularmente, a lontra é conhecida por diferentes nomes, tais como lobinho-de-rio, lontrinha e lontra neotropical.
Características gerais da lontra
A lontra é uma espécie que habitava originalmente do México até o norte de Buenos Aires (Argentina), sendo encontrada em todos os países da América do Sul e Central, com exceção do Chile. Apresenta ampla distribuição em nosso país, sendo observada em locais próximos de corpos d’água, como rios, córregos, manguezais e enseadas marinhas. Essa espécie apresenta hábito semiaquático, vivendo em ambientes aquáticos e em até 3000 metros de altitude. Apresenta preferência por ambientes com águas claras e fluxo intenso de água.
A lontra apresenta corpo alongado, fino e flexível, cabeça alongada e chata, pernas curtas, orelhas pequenas e arredondadas. Pode atingir cerca de 1,5 m de comprimento e pesar cerca de 15 kg. A coloração da pelagem é marrom, variando do marrom-claro ao marrom-escuro. A pelagem da lontra é constituída por pelos curtos e se destaca por ser bastante densa.
As patas da lontra apresentam membranas interdigitais. Essa característica é importante para a natação, bem como a cauda resistente presente nesses animais. A cauda da lontra possui grande tamanho, podendo atingir cerca de um terço do comprimento total do mamífero.
A lontra é um animal que apresenta comportamento esquivo, tímido e solitário. Apesar de viver sozinha, pequenos grupos com fêmeas e filhotes podem ser observados. Os machos se juntam às fêmeas apenas nas épocas reprodutivas. Apresentam hábito noturno ou crepuscular. As lontras podem ser observadas em tocas, abertas pelo próprio animal, ou então em buracos naturais que se formam em barrancos próximos do ambiente aquático.
As lontras são animais que demarcam seu território, sendo a marcação feita com urina, fezes e secreções. Observa-se que elas têm capacidade de vocalização. As lontras podem viver cerca de 20 anos.
Alimentação da lontra
As lontras são animais carnívoros, alimentando-se, portanto, de outros animais. Para a eficiência dessa alimentação, elas contam com dentes fortes e bastante afiados. As lontras se alimentam, principalmente, de peixes e crustáceos, entretanto, mamíferos pequenos, aves, anfíbios e moluscos podem ser também suas presas. Normalmente a lontra captura a presa dentro do ambiente aquático, mas só a ingere no ambiente terrestre.
Reprodução da lontra
As lontras reproduzem-se, normalmente, na primavera. Sua gestação dura cerca de 56 dias, e a fêmea dá à luz, em média, dois ou três filhotes. Após o nascimento, os filhotes ainda necessitam das mães, que permanecem junto deles por cerca de um ano. Inicialmente, os filhotes se alimentam de leite, sendo o desmame iniciado por volta da sétima semana de vida do animal. Os filhotes de lontra iniciam suas atividades aquáticas aproximadamente dois meses após o nascimento (cerca de 74 dias). O macho não cuida de seus filhotes.
Saiba mais: Lobo-guará – alimentação, habitat e reprodução
Ameaças às lontras
Uma das principais ameaças às populações de lontras é a espécie humana. Devido a sua alimentação envolver, muitas vezes, a ingestão de peixes, o homem mata com frequência indivíduos da espécie como forma de retaliação por prejudicar a pesca. Além disso, a poluição do ambiente aquático e a expansão da malha hidroenergética têm ameaçado as populações da espécie. Não podemos nos esquecer também de que a lontra, no passado, era muito caçada para a comercialização de sua pele, o que contribuiu para a redução dessa população.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia