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Os cânions existem em todos os continentes, sendo paisagens belíssimas e perigosas, formando vales profundos que podem atingir até cinco quilômetros de profundidade. Geralmente eles se encontram em áreas em que existem rios.
Esses rios esculpem as rochas ao longo de milhões de anos, e eles podem estar em evidência ou não, neste caso, deixando apenas um rastro por onde passam. Cânions que não possuem água em seus vales profundos, pois, com as mudanças climáticas, ao longo do tempo geológico, podem ter feito a água ir para outro lugar ou simplesmente ter feito a nascente desaparecer com as mudanças provocadas pelos agentes externos de modificação do relevo.
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Tópicos deste artigo
- 1 - O que são cânions?
- 2 - Formação dos cânions
- 3 - Característica dos cânions
- 4 - Cânions no mundo
- 5 - Cânions no Brasil
- 6 - Exercícios resolvidos
O que são cânions?
Os cânions são vales muito profundos com os lados íngremes, bem verticalizados. Essa profundidade, em alguns deles, pode atingir até cinco quilômetros, o que torna um cânion impressionante e altamente perigoso.
Em seus vales, podem haver rios, grandes responsáveis pela existência dos vales, mas que não esculpem a paisagem sozinhos. Esses vales são depressões relativas, que, ao longo da extensão do cânion, formam enormes paredões rochosos que “contam” a idade do relevo, formado há milhões de anos, com o passar das eras geológicas do planeta.
Formação dos cânions
A formação de um cânion ainda é um grande mistério para a geologia, mas tem-se algumas hipóteses. A profundidade de um cânion pode ser obtida por meio de processos erosivos que levam centenas de milhões de anos, sendo uma das maravilhas produzidas pelo tempo geológico.
As hipóteses sobre a formação dos cânions giram em torno das movimentações de placas tectônicas e do soerguimento de determinadas áreas, ou seja, quando um local é “erguido” pela força do tectonismo.
Quando há esse soerguimento, as águas que passam entre as áreas levantadas ganham mais espaço e declividade para seguir o curso, o que acentua o processo erosivo. Durante milhões de anos, o curso d’água, associado com as erosões eólica e pluvial, transformam o relevo em uma grande depressão, com paredões rochosos verticais do lado.
Por meio dos soerguimentos dos terrenos, os rios vão ganhando velocidade e aprofundando seus leitos, pois há declínio em seu curso. Com isso, os paredões vão ganhando altura, e os vales atingem profundidades de até cinco mil metros em terras continentais.
Há casos de rios que secam depois de milhares de anos, tornando o cânion uma formação rochosa, com paredões íngremes e vales sem curso d´água, apenas com o rastro do rio.
Característica dos cânions
Em sua maioria, os cânions possuem características impressionantes, mostrando sua gigantesca formação se compararmos com outras paisagens. São formas de relevos magníficas, moldadas com a ajuda de fatores externos (processos erosivos) e internos (tectonismo) de modificação.
Ao observarmos um cânion, vemos as camadas rochosas sobrepostas umas às outras, o que pode indicar a “idade” do local. Cada extrato rochoso indica uma época geológica em que tais rochas foram depositadas e/ou transportadas pelos fatores externos, como rios e ventos.
Os vales de um cânion são áreas de baixa pressão atmosférica, o que pode indicar a presença de ventos, nuvens e neblinas. Em muitos cânions, é comum a presença de neblinas nos seus picos mais extremos, tornando-o belo e assustador simultaneamente.
Há cânions submarinos, como uma espécie de prolongamento do curso de um rio no fundo do mar. Esses cânions possuem o processo de formação parecido com os cânions continentais, mas com a diferença de estarem submersos.
Muitos cânions possuem rios sinuosos, cheios de meandros. Seus paredões rochosos são ideais pra a prática de caminhadas, escaladas e fotografias excepcionais, mostrando uma paisagem fascinante.
Leia também: Planícies – tipo de relevo normalmente plano e com baixas altitudes
Cânions no mundo
Os cânions estão presentes em todos os continentes do planeta, sendo uma forma de relevo bastante apreciada por amantes de esportes radicais, como rapel e escalada. Vejamos alguns exemplos de cânions pelo mundo.
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Exemplos de cânions no mundo
Um dos mais famosos está localizado nos Estados Unidos, o Grand Canion, no Estado do Arizona. Esse cânion foi formado pela ação do rio Colorado, um dos maiores da costa oeste do país. Nesse estado há o Coyote Buttes, um cânion com rochas sedimentares frágeis, mas com um lindo visual, o que torna a entrada de turistas limitada.
Ainda na América do Norte, temos o Glen Canyon, em Utah, nos Estados Unidos, e o Sumidero Canyon, em Chiapas, no México.
No continente africano, o Blyde River Canyon, em Mpumalanga, na África do Sul, chama a atenção por ser o segundo maior do continente, com 26 quilômetros de comprimento.
Na Ásia, o Cânion de Kali Gandaki, no Nepal, localizado entre as montanhas do Himalaia, chama a atenção com seus desfiladeiros e trilhas, atraindo praticantes de rafting do mundo inteiro.
Já na Europa, o cânion Gorge du Verdon, na França, atrai turistas em busca de passeios de caiaque e escalada. Esse cânion possui 25 quilômetros de extensão e profundidades que chegam até 700 metros.
Cânions no Brasil
O Brasil, por ter a maior quantidade de rios do mundo, é um território com cânions fantásticos, muitos dentro de áreas de preservação ambiental/permanente, pois concentram nascentes dos mais importantes reservatórios de água doce do mundo. Vejamos alguns exemplos de cânions brasileiros.
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Exemplos de cânions no Brasil
No estado de Sergipe, encontramos o Cânion do Xingó, localizado a 200 quilômetros de Aracaju. Esse cânion possui águas cristalinas, o que o torna um dos locais mais visitados do território sergipano.
O Cânion das Bandeirinhas, em Belo Horizonte, está dentro de uma área de preservação, o Parque Nacional da Serra do Cipó. Além de trilhas exuberantes, há nele pequenas piscinas naturais para a alegria dos mineiros e turistas de outros cantos do Brasil.
No Rio Grande do Sul está um dos cânions mais famosos do país, na cidade de Cambará do Sul. O Parque Nacional da Serra Geral faz a divisa entre esse estado e Santa Catarina, formando paredões magníficos. Um desses é o Cânion Churriado e o Cânion Fortaleza, ambos no mesmo parque, formando uma paisagem de tirar o fôlego, com profundidades de até 900 metros.
Ainda nesse estado, temos o Pico do Monte Negro, localizado no cânion de mesmo nome, sendo o ponto mais alto do Rio Grande do Sul, com 1403 metros de altitude.
Acesse também: Diferença entre intemperismo e erosão
Exercícios resolvidos
Questão 1 (Fuvest) O arquipélago de Fernando de Noronha, as ilhas de Trindade e Martin Vaz e os rochedos São Pedro e São Paulo são ilhas oceânicas brasileiras. Considerando que essas ilhas não guardam nenhuma relação com o relevo continental, é correto dizer que sua origem está vinculada a:
a) soerguimento de blocos falhados
b) dobramentos terciários
c) vulcanismo submarino
d) ascenso do nível do mar
e) acumulação de corais
Resolução
Alternativa C. Diferentemente dos cânions, as ilhas oceânicas formam-se a partir de erupções vulcânicas submarinas ao longo de milhões de anos. Os cânions, em sua maioria, têm sua formação contribuída com o soerguimento das placas, além de processos erosivos, como a erosão fluvial.
Questão 2 (Fatec) Assinale a alternativa correta sobre o trabalho dos agentes externos na formação do relevo terrestre.
a) A erosão é o desgaste das rochas gerado pelo intemperismo ou pela ação dos ventos e das águas.
b) O tectonismo resulta do movimento do magma sob a crosta terrestre, produzindo falhamentos, dobramentos e abalos sísmicos.
c) O intemperismo químico produz a desintegração mecânica das rochas e é mais encontrado nas áreas desérticas quentes e frias.
d) A ação erosiva dos ventos é mais intensa nas regiões tropicais, em função do grande número de tempestades ao longo do ano.
e) O vulcanismo é um dos principais meios de construção do relevo terrestre, responsável por um grande número de ilhas no chamado “círculo de fogo”.
Resolução
Alternativa A. Processos erosivos desgastam as rochas e esculpem as mais variadas paisagens, como serras, morros e cânions. Ao longo de milhões de anos, o contínuo desgaste provocado pelas erosões, que podem ser eólicas (ventos), pluviais (chuvas) ou fluviais (rios), ocasiona paisagens impressionantes formadas naturalmente.
Por Átila Matias
Professor de Geografia