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A mandioca, também conhecida como aipim, maniva, macaxeira, uaipi e castelinha, é uma planta de grande importância no que diz respeito à alimentação mundial, sendo o cultivo de maior importância depois do trigo, arroz, milho, batata e cevada. Essa planta caracteriza-se por ser uma importante fonte de amido, sendo utilizada tanto na alimentação humana como na de outros animais.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Características da mandioca
- 2 - Mandioca brava e mandioca mansa
- 3 - Valores nutricionais
- 4 - Importância da mandioca
Características da mandioca
A mandioca é uma planta da família Euphorbiaceae, pertencente ao gênero Manihot e espécie Manihot esculenta. O gênero Manihot apresenta 109 espécies, porém apenas a espécie Manihot esculenta tem cultivo com fins comerciais, o que ocorre em mais de 100 países tropicais e subtropicais.
A mandioca é uma espécie arbustiva, lenhosa e perene, a qual pode atingir até cinco metros de altura. Apresenta folhas simples, constituídas por lâmina e pecíolo, com número de lóbulos variável e coloração púrpura a verde-escuro. O caule pode ser ereto e pode ou não apresentar ramificações.
A mandioca apresenta raízes do tipo tuberosa, as quais têm formato cilíndrico ou cônico e cor marrom-claro, sendo o tecido interno branco ou amarelado. A planta desenvolve de cinco a 10 raízes ricas em amido, com comprimento variando entre 15 cm e 100 cm (há registros de raízes de mandioca com mais de quatro metros de comprimento) e diâmetro de três a 15 cm. As raízes da mandioca pesam, em média, de quatro a sete quilos, mas podem pesar até 40 kg. Apresenta flores masculinas e femininas na mesma inflorescência, e o fruto é triloculado e deiscente.
A mandioca é plantada utilizando-se dos pedaços do seu caule, denominados manivas. As manivas, que devem apresentar de 15 cm a 25 cm, são colocadas em covas, onde se desenvolvem e dão origem a um novo indivíduo. Essa espécie desenvolve-se bem em solos pobres e apresenta boa resistência a pragas e doenças. Solos arenosos ou que ficam permanentemente alagados não são adequados para o seu cultivo, e sua colheita é feita manualmente.
Mandioca brava e mandioca mansa
A mandioca, apesar de toda sua importância na alimentação, é uma planta cianogênica, a qual se caracteriza pela presença de ácido cianídrico, uma substância extremamente tóxica. Os compostos cianogênicos podem ser responsáveis por problemas como hipertireoidismo e konzo, uma doença irreversível que se manifesta na forma de paralisia. Considerando-se os níveis de ácido cianídrico, a mandioca pode ser dividida em dois grupos: mandioca mansa ou mandioca de mesa e mandioca brava ou de indústria.
A mandioca mansa é a vendida nos supermercados e feiras. De acordo com a Embrapa, ela apresenta baixos teores de ácido cianídrico (HCN) na polpa crua de raízes frescas, geralmente abaixo de 50 mg/kg de polpa. A mandioca brava tem níveis elevados do ácido, portanto, deve ser cuidadosamente preparada para garantir-se a eliminação do ácido cianídrico e o consumo seguro do alimento. A mandioca brava é utilizada na indústria para a fabricação de farinha.
Vale salientar que mandioca brava e mandioca mansa são dois tipos da planta que não apresentam características morfológicas que permitem diferenciá-las de maneira efetiva. O ideal é que, se o agricultor não conhece a origem da mandioca, seja feito um teste laboratorial para que o teor de ácido cianídrico seja determinado.
Valores nutricionais
A mandioca é uma planta que possui grande valor nutricional. As raízes, parte mais consumida da planta, apresentam grande quantidade de amido, sendo, portanto, ricas em carboidratos e uma excelente fonte de calorias. Estima-se que um quilo de mandioca pode oferecer cerca de 1460 cal.
A raiz apresenta baixa quantidade de proteínas, mas possui vitaminas, como a vitamina C, e minerais, como cálcio, fósforo e ferro. As mandiocas que têm coloração amarelada têm também beta-caroteno, um precursor da vitamina A. A mandioca é, ainda, rica em fibras e apresenta pouca gordura.
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Importância da mandioca
A mandioca é uma planta com grande importância mundial, sendo capaz de aumentar a segurança alimentar em países em desenvolvimento. Sua raiz armazena uma grande quantidade de amido, portanto, é uma importante fonte de energia. Além disso, a raiz da mandioca é rica em cálcio, fósforo e vitamina C. A raiz da mandioca é usada na fabricação de farinha e polvilho, além de ser consumida de diferentes formas, como cozida e frita.
Vale salientar que não é somente a raiz da mandioca que apresenta valor alimentício, as folhas são uma boa fonte de proteínas e apresentam-se ricas em aminoácido lisina. A folha moída da mandioca é utilizada, por exemplo, na fabricação de um prato típico da culinária paraense conhecido como maniçoba.
A mandioca não é utilizada exclusivamente na alimentação. Essa planta é utilizada na produção de etanol, plásticos biodegradáveis, madeira compensada e cosméticos e na indústria têxtil. A mandioca é também usada para fabricação de ração animal.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia