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O caule é um órgão do corpo do vegetal que conecta as raízes até as folhas, garante a sustentação da planta e permite a elevação das folhas, flores e dos frutos. Alguns tipos de caule estão relacionados ainda com a reserva de nutrientes e a realização de fotossíntese. A organização básica de um caule consiste em um eixo com presença de nós e entrenós.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre caule
- 2 - Videoaula sobre caule
- 3 - O que é caule?
- 4 - Estrutura primária e secundária do caule
- 5 - Tipos de caules
- 6 - Especializações do caule
- 7 - Importância dos caules para os seres humanos
Resumo sobre caule
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É um órgão vegetal que conecta as raízes com as folhas e sustenta folhas e estruturas de reprodução.
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Destaca-se pela presença de nós e entrenós.
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Analisando o corte transversal de um caule de eudicotiledônea em crescimento primário, podemos verificar quatro regiões básicas: epiderme, córtex, sistema vascular e medula.
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Assim como as raízes, os caules podem ser aéreos, subterrâneos ou aquáticos.
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Espinhos, gavinhas, cladódios e filocládio são especializações do caule.
Videoaula sobre caule
O que é caule?
O caule é um importante órgão do vegetal que atua garantindo a conexão entre as raízes e as folhas por meio de uma série de vasos condutores presentes em seu interior. Além do papel na condução de substâncias, o caule é importante na sustentação do vegetal como um todo e na sustentação das folhas.
Por meio da sustentação das folhas, o caule garante que essas estruturas fiquem dispostas de maneira a favorecer a captação de luz, fator essencial para a realização da fotossíntese. Os caules também elevam flores e frutos, ajudando, respectivamente, na polinização e na dispersão de sementes.
Os caules apresentam como característica marcante a presença de nós e internós ou entrenós. Os nós são onde se posicionam as folhas e as gemas axilares. Os entrenós, por sua vez, são o espaço compreendido entre um nó e outro.
Para diferenciar uma raiz de um caule, uma característica a ser observada é a presença de gemas, as quais estão localizadas, geralmente, na axila das folhas ou no ápice do caule. As gemas axilares podem dar origem a ramos caulinares, flores ou um grupo de flores, enquanto a gema localizada no ápice (gema apical) é responsável pelo crescimento da planta.
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Estrutura primária e secundária do caule
Analisando a anatomia de um caule em estrutura primária, em corte transversal, podemos reconhecer quatro regiões de fora para dentro: epiderme, córtex, sistema vascular e medula. A epiderme, tecido mais externo, forma o sistema de revestimento do caule, e caracteriza-se por ser um tecido vivo. Logo após a epiderme, temos o córtex, que se origina do meristema fundamental. Essa região pode ser formada apenas por tecido parenquimático ou incluir colênquima e esclerênquima.
O sistema vascular é constituído por feixes vasculares formados por xilema e floema primários, sendo, normalmente, o floema localizado externamente ao xilema. Nas eudicotiledôneas, o sistema vascular está organizado em forma de cilindro oco ou anel de feixes dispostos ao redor da medula. A medula é formada por tecido parenquimático e se apresenta na região central do caule. Vale salientar que, nas monocotiledôneas, os feixes aparecem dispersos no parênquima fundamental, não sendo possível diferenciar, nesses caules, o córtex e a medula.
O crescimento secundário ocorre como consequência da atividade do câmbio, que forma os tecidos vasculares secundários e do felogênio, responsável pelo desenvolvimento da periderme. Em monocotiledôneas, geralmente, não se observa crescimento secundário.
Tipos de caules
Assim como as raízes, os caules podem ser aéreos, subterrâneos ou aquáticos.
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Caules aéreos
São aqueles localizados acima do solo. Podem ser classificados em eretos, trepadores e rastejantes. Os caules eretos estão relacionados, por exemplo, com plantas de floresta que precisam competir por luminosidade. São exemplos de caules aéreos eretos o tronco, o estipe, a haste e o colmo.
→ Tronco: caule lenhoso, rígido e que apresenta ramificações mais concentradas no ápice. Pode ser observado em árvores.
→ Estipe: caule que não apresenta ramificações e possui folhas concentradas no ápice. É observado em palmeiras.
→ Haste: caule macio, flexível, verde e fotossintetizante. É observado em plantas herbáceas e também em plantas jovens.
→ Colmo: destaca-se por possuir gomos, os quais correspondem a entrenós e nós de formato anelar. É observado no bambu e na cana-de-açúcar.
Os caules trepadores são encontrados em plantas que utilizam suporte para se apoiar. Recebem a denominação de volúbeis quando se enrolam sem ajuda de suportes como gavinhas e raízes grampiformes.
Os caules rastejantes são observados em plantas que ocupam rapidamente a superfície do solo. Um tipo de caule rastejante é o estolão, o qual se caracteriza por enraizar na região dos nós. Esse tipo de caule pode ser observado no morangueiro.
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Caules subterrâneos
Os caules subterrâneos são aqueles que se desenvolvem sob o solo. Existem três tipos deles: rizoma, bulbo e tubérculo.
→ Rizoma: caule espesso, com nós e entrenós bastante definidos e, geralmente, ricos em reservas. Apresenta formato mais ou menos cilíndrico com folhas modificadas em catáfilos. Esse tipo de caule, geralmente, apresenta um crescimento mais ou menos horizontal. O rizoma pode ser observado na bananeira e no gengibre.
→ Bulbo: caracteriza-se por ser uma estrutura achatada e mais rígida, chamada de prato, a qual é envolta por folhas modificadas, aclorofiladas, denominadas catafilos. É considerado uma estrutura responsável pela sobrevivência em condições adversas, tais como épocas de seca e de frio extremo. O alho, a cebola e o lírio apresentam esse tipo de caule.
→ Tubérculo: é um caule bastante intumescido, rico em substâncias de reserva, principalmente amido. Ele apresenta formato arredondado ou ovoide. Apresenta gemas que têm capacidade de produção de ramos e raízes. O tubérculo pode ser observado na batata-inglesa.
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Caules aquáticos
Caracterizam-se por se desenvolverem dentro da água durante toda a vida da planta. Eles podem estar submersos ou então serem flutuantes. Como a planta se desenvolve na água, o caule não necessita de muita rigidez, uma vez que a função de sustentação da planta não é tão necessária. O caule aquático pode ser observado na elódea.
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Especializações do caule
Os caules podem apresentar algumas especializações, as quais, geralmente, são adaptações a condições especiais. Para garantir a fixação da planta a suportes, algumas plantas contam com gavinhas — estruturas alongadas que lembram uma pequena mola e que são capazes de se enrolar quando entram em contato com um suporte. As gavinhas podem ter origem caulinar ou foliar. Gavinhas caulinares podem ser observadas, por exemplo, no maracujazeiro.
Outra especialização dos caules são os espinhos, que atuam na defesa da planta e se caracterizam por serem estruturas duras e pontiagudas. Assim como as gavinhas, há espinhos que têm origem foliar.
Além de gavinhas e espinhos, não podemos deixar de citar os cladódios — caules verdes que apresentam função fotossintética. Os cladódios são observados, principalmente, em plantas de regiões mais secas, como os cactos. Existe ainda os filocládios, que também são verdes e apresentam função fotossintética. Os filocládios se diferenciam dos cladódios pelo fato de apresentarem um crescimento definido e um formato que se assemelha muito a uma folha.
Importância dos caules para os seres humanos
Economicamente, os caules são bastante importantes para os seres humanos. No que diz respeito à alimentação, vários caules fazem parte da dieta humana, tais como a batata-inglesa, a cana-de-açúcar, o palmito e o gengibre.
Os caules também são utilizados para a obtenção de madeira, sendo esse o caso, por exemplo, do mogno, muito usado na fabricação de móveis. Além de móveis, a madeira extraída de árvores pode ser usada para fabricar ferramentas, instrumentos musicais, pisos e casas. Vale salientar, ainda, que a matéria-prima para a fabricação de papel é retirada de caules.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia