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Desnutrição é uma deficiência alimentar que pode ser definida como uma insuficiência em energia e nutrientes, e pode ser causada devido a uma alimentação inadequada ou, ainda, por problemas de saúde que impedem uma completa absorção dos nutrientes dos alimentos. Trata-se de um problema de saúde pública que acomete, com maior frequência, grupos populacionais mais pobres.
A desnutrição pode causar problemas no sistema imunológico, provocar grande perda muscular e de gordura, e até mesmo provocar problemas no crescimento e alterações psíquicas e psicológicas. É um problema de saúde grave e que pode levar à morte caso tratamentos adequados não sejam realizados rapidamente.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre desnutrição
- 2 - O que é desnutrição?
- 3 - Causas da desnutrição
- 4 - Sintomas e consequências da desnutrição
- 5 - Diagnóstico da desnutrição
- 6 - Tratamento da desnutrição
Resumo sobre desnutrição
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A desnutrição é um grave problema de saúde pública e está diretamente relacionada com as populações mais pobres e vulneráveis.
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Trata-se de um estado de nutrição em que o indivíduo apresenta uma ingestão insuficiente de energia e nutrientes ou possui doenças que levam ao comprometimento de sua condição nutricional.
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A desnutrição pode provocar recorrência de doenças infecciosas, prejuízos no desenvolvimento e pode até mesmo levar o indivíduo à morte.
O que é desnutrição?
Trata-se de um estado de nutrição em que o indivíduo apresenta uma ingestão insuficiente de energia e nutrientes ou possui doenças que levam ao comprometimento de sua condição nutricional. De acordo com o Ministério da Saúde, a desnutrição corresponde a uma doença de natureza clínico-social multifatorial, cujas raízes se encontram na pobreza.
No Brasil, os casos de desnutrição ainda são elevados em algumas regiões, o que demonstra a necessidade de investimentos sociais nessa área. Segundo o Unicef:
[…] no Brasil, cerca de 30% das crianças indígenas são afetadas por desnutrição crônica. Entre os ianomâmis, o percentual supera 80%. Meninas e meninos indígenas têm mais de duas vezes mais risco de morrer antes de completar 1 ano do que as outras crianças brasileiras.
Considera-se, Segundo os Médicos Sem Fronteiras, como período mais crítico para a desnutrição dos seis meses — quando as mães geralmente começam a complementar a alimentação do leite materno — até os dois anos de idade. No entanto, não são apenas crianças as mais vulneráveis. Mulheres grávidas, lactantes, adolescentes, idosos e pacientes com doenças crônicas também estão suscetíveis ao problema.
Causas da desnutrição
A desnutrição pode apresentar caráter primário ou secundário, a depender da causa dessa condição:
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Causas primárias: a desnutrição, nesse caso, ocorre devido ao fato de um indivíduo apresentar uma dieta pobre em quantidade ou em qualidade. A ocorrência de pessoas desnutridas é comum em locais onde se vive em extrema pobreza e também em regiões que sofrem com guerras e outros tipos de conflito, uma vez que a população acaba isolada e tem o acesso a alimentos dificultado.
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Causas secundárias: nesse caso, o indivíduo tem acesso ao alimento, porém possui doenças crônicas ou agudas que comprometem a absorção dos nutrientes dos alimentos de forma satisfatória. Isso é comum em pacientes com diarreia intensa, anorexia, alergias ou intolerância alimentares ou com doenças como câncer e HIV.
Atenção: Dietas radicais, com a privação de alguns tipos de alimento, podem desencadear problemas de desnutrição. Antes de iniciar uma dieta, procure um nutricionista.
Saiba mais: Os shakes e os perigos das dietas
Sintomas e consequências da desnutrição
Uma pessoa desnutrida sofre diversos problemas, principalmente no que diz respeito ao seu sistema imunológico, que fica bastante fragilizado e não consegue evitar, portanto, que o paciente adquira doenças. Além disso, a desnutrição gera problemas como:
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grande perda muscular e de gordura;
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retardo no crescimento;
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alterações psicológicas;
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perda da cor do cabelo;
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enrugamento da pele;
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alterações ósseas, entre outros problemas.
Em crianças, é importante lembrar que o desenvolvimento mental e físico fica seriamente comprometido. Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria salienta que:
[…] a longo prazo as crianças que sofreram com desnutrição no início da vida também podem apresentar prejuízo do desenvolvimento neuropsicomotor e aumento do risco para desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão e, inclusive, excesso de peso.
Diagnóstico da desnutrição
Para a realização do diagnóstico de desnutrição, normalmente, o médico ou nutricionista realiza uma avaliação clínica do paciente, observando características como peso, altura e idade do indivíduo, bem como alguns achados físicos, como perda de gordura subcutânea e de massa muscular, mudanças na pigmentação da pele, e inchaço corporal. Em alguns casos, podem ser feitos ainda exames de sangue para avaliar o nível de alguns nutrientes.
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Tratamento da desnutrição
Feito o diagnóstico, é importante iniciar o tratamento o quanto antes para evitar complicações graves e até mesmo a morte. Para tratar uma pessoa desnutrida, é necessário, inicialmente, recuperar o estado nutricional do indivíduo e recuperar as alterações que ocorreram no organismo em decorrência da desnutrição.
Recomenda-se, ainda, a realização de uma reeducação alimentar para que o indivíduo tenha informações corretas sobre uma alimentação saudável. É necessário tratar, quando a causa é patológica, o problema que está levando à desnutrição.
Outro ponto importante é que a desnutrição também está relacionada com a extrema pobreza, o que torna o problema ainda mais complexo. Nesses casos, apenas a orientação sobre a alimentação saudável e o tratamento dos sintomas não são suficientes para tratar definitivamente o quadro, uma vez que a situação de vulnerabilidade deve ser resolvida para que essas pessoas tenham acesso a uma alimentação de qualidade e em quantidade suficiente para suprir suas necessidades.
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10 passos para uma alimentação adequada e saudável
Veja, a seguir, os 10 passos para uma alimentação adequada e saudável, segundo o Ministério da Saúde:
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Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação.
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Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias.
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Limitar o consumo de alimentos processados.
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Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados.
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Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia.
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Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados.
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Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias.
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Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece.
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Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora.
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Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.
Crédito da imagem
[1] Shutterstock
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia