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A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que foi reconhecido em meados de 1981. O vírus causador da síndrome é transmitido por via sexual, por meio de contato com sangue contaminado e também pode ser transmitido da mãe para o filho na gestação, parto ou durante a amamentação.
O HIV atinge o sistema imunológico do indivíduo, enfraquecendo-o e deixando a pessoa mais vulnerável ao desenvolvimento de doenças oportunistas. Na década de 1980, quando foi descoberta, a aids era considerada uma doença aguda e que levava o indivíduo à morte rapidamente. Hoje a terapia antirretroviral, que é distribuída gratuitamente no Brasil, possibilita uma melhor qualidade de vida às pessoas infectadas pelo HIV, garantindo uma vida praticamente normal.
De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2019, de 1980 a junho de 2019, foram identificados 966.058 casos de aids no Brasil. Ainda de acordo com o boletim, o país tem registrado, anualmente, uma média de 39 mil novos casos de aids nos últimos cinco anos, mas o número anual de casos vem diminuindo desde 2013.
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Tópicos deste artigo
- 1 - O que é a aids?
- 2 - Estágios da infecção pelo HIV
- 3 - Transmissão do HIV
- 4 - Diagnóstico do HIV/Aids
- 5 - Tratamento do HIV/Aids
- 6 - Prevenção do HIV/Aids
O que é a aids?
A aids é uma síndrome que se caracteriza pelo enfraquecimento do sistema imunológico como consequência da infecção pelo HIV. Descoberta na década de 1980, a aids era considerada uma sentença de morte, uma vez que não se conhecia como a síndrome se desenvolvia e nem havia tratamentos adequados.
A infecção pelo HIV por si só não é suficiente para que se diga que uma pessoa está com aids. Dizemos que uma pessoa apresenta a síndrome quando ela está com o seu sistema imunológico bastante enfraquecido, não sendo capaz de combater adequadamente os agentes causadores de doenças. Nesse momento, a pessoa está extremamente frágil e doenças oportunistas começam a surgir.
O HIV é o vírus causador da aids. Uma pessoa HIV positivo não necessariamente apresenta aids, uma vez esta é uma fase avançada da infecção.
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Como o HIV age no organismo?
Como sabemos, a aids é provocada por um vírus chamado de HIV. Esse vírus, pertencente à família Retroviridae, gênero Lentivirus, afeta as células do sistema imune, em especial os linfócitos T CD4+. O vírus, no entanto, pode atingir também outras células, tais como macrófagos e monócitos.
O HIV, aos poucos, destrói as células de defesa do corpo, tornando-o incapaz de resistir a outras infecções, o que leva ao desenvolvimento da aids. De acordo com a UNAIDS, quando o número das células CD4 cai abaixo de 200 células por milímetro cúbico de sangue (200 células/mm3), considera-se que se progrediu do HIV para a aids. Em um indivíduo normal, a contagem de células CD4 fica entre 500 e 1600 células/mm3.
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Estágios da infecção pelo HIV
A infecção pelo HIV segue uma série de fases até o desenvolvimento da aids. Em alguns casos, o tempo entre o contágio e o desenvolvimento da doença pode ser de até 10 anos, entretanto, em algumas pessoas, esse tempo pode ser reduzido.
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Infecção aguda
A infecção aguda compreende as primeiras semanas de infecção pelo HIV. Nessa etapa, uma grande quantidade de vírus é produzida e, consequentemente, ocorre uma redução das células CD4 no organismo do paciente. Nesse estágio, a pessoa pode apresentar manifestações clínicas, que são conhecidas como Síndrome Retroviral Aguda (SRA).
Algumas das manifestações percebidas nessa etapa são febre alta, sudorese, aumento dos gânglios linfáticos, náuseas, vômitos e perda de peso. Esses sintomas desaparecem em aproximadamente quatro semanas e, muitas vezes, são confundidos com outras doenças virais. No final dessa fase, observa-se um aumento das células CD4, mas essas nunca mais terão a mesma quantidade observada antes da infecção.
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Fase de latência
Na fase de latência, a pessoa não apresenta manifestações clínicas visíveis, com exceção dos gânglios linfáticos aumentados, que podem persistir. Anemia e leucopenia (quantidade baixa de linfócitos) podem estar presentes nos exames laboratoriais. Nessa etapa, os níveis de HIV são baixos. A fase de latência pode permanecer por anos.
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Fase sintomática
À medida que a infecção progride, alguns sintomas surgem. Na fase sintomática, podemos observar sintomas como febre baixa, sudorese noturna, diarreia crônica, infecções bacterianas e candidíase oral.
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Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
A aids instala-se quando o indivíduo começa a apresentar infecções oportunistas e neoplasias, e o sistema imunológico está seriamente comprometido. São infecções oportunistas que merecem destaque a tuberculose e a meningite. No que diz respeito às neoplasias, podemos citar o sarcoma de Kaposi, que se caracteriza pela formação de lesões na pele e mucosas, e o linfoma não Hodgkin, que é um tipo de câncer que atinge células do sistema linfático.
Transmissão do HIV
O HIV pode ser transmitido das seguintes formas:
- Relação sexual, sem uso de preservativo, com pessoa infectada;
- Contato com sangue de pessoa infectada (Esse contato pode ocorrer, por exemplo, ao se compartilhar objetos perfurocortantes com pessoas infectadas e por meio de transfusão de sangue utilizando-se sangue contaminado. Vale salientar que as regras para a doação de sangue adotadas nos dias atuais e os testes disponíveis para testar o sangue recebido fazem com que os casos de infecção por transfusão sejam raros.);
- Da mãe para o filho, podendo ocorrer durante a gestação, no momento do parto ou ainda durante a amamentação.
Vale destacar que o HIV não é transmitido pelo beijo, suor, lágrima, toalhas, lençóis, sabonetes, piscina, aperto de mão ou abraços. Sendo assim, contato próximo com uma pessoa HIV positivo ou com aids não é responsável pela transmissão do vírus.
Diagnóstico do HIV/Aids
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de exames laboratoriais que utilizam sangue ou fluido oral do paciente. Os exames visam à detecção de anticorpos contra o vírus ou ainda a identificação do vírus e suas partículas. Rotineiramente, as técnicas mais usadas baseiam-se na detecção de anticorpos contra o vírus.
Vale salientar que, algumas vezes, o exame pode apresentar resultado negativo, mesmo em pacientes infectados, em virtude da chamada janela imunológica. Denominamos de janela imunológica o intervalo compreendido entre a infecção e o momento em que é possível identificar os anticorpos contra a doença. Quando falamos da infecção pelo HIV, essa janela pode variar até 30 dias. Isso significa que, se a pessoa tiver uma relação sexual desprotegida com uma pessoa HIV positiva hoje e fizer um teste para verificar a doença após 15 dias, o resultado pode ser negativo, em razão da incapacidade de identificar os anticorpos nesse período.
Tratamento do HIV/Aids
O tratamento do HIV/Aids não garante a cura da infecção e baseia-se no uso de medicamentos que inibem a replicação do vírus. O uso desses medicamentos é importante para controlar a infecção e também para retardar a progressão para a aids.
Os primeiros medicamentos antirretrovirais surgiram ainda na década de 1980, mesma década em que a aids ficou conhecida. O surgimento desses medicamentos foi essencial para garantir uma maior qualidade de vida às pessoas HIV positivas, controlando a doença e evitando o rápido enfraquecimento do sistema imunológico.
De acordo com o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, desde 2013, o SUS garante tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), independentemente da carga viral. Ainda de acordo com o departamento, atualmente, existem 21 medicamentos, em 37 apresentações farmacêuticas.
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Pessoas curadas da infecção pelo HIV
Atualmente, considera-se que duas pessoas foram curadas da infecção pelo HIV. O primeiro caso, relatado em 2007, é de Timothy Ray Brown, que ficou conhecido como o paciente de Berlim. Ele se curou do HIV após fazer um transplante de medula óssea. O seu doador apresentava um gene que reduzia as chances de se contrair o HIV.
O segundo caso é de um paciente que ficou conhecido como paciente de Londres. Esse paciente ainda é tratado como uma remissão a longo prazo, devido ao fato de que seu tratamento foi realizado em 2016, sendo um caso relativamente recente. O paciente não apresentou mais o HIV após a realização de um transplante de células-tronco.
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Prevenção do HIV/Aids
Para se prevenir da infecção por HIV, algumas medidas devem ser adotadas, tais como:
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Utilização de preservativo em todas as relações sexuais;
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Redução do número de parceiros sexuais;
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Utilização de seringas e agulhas descartáveis;
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Testagem do sangue antes de transfusões;
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Mulheres grávidas devem fazer acompanhamento pré-natal para evitar a transmissão vertical (da mãe para o bebê);
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Profissionais da área da saúde devem sempre estar atentos às normas de biossegurança.