PUBLICIDADE
A ginástica é uma prática corporal que envolve aspectos físicos como flexibilidade, coordenação motora e força. Ela pode ser competitiva, caracterizada como esporte, e não competitiva, como exercício físico em prol da saúde e bem-estar.
Os tipos de ginásticas esportivas são: ginástica artística (solo, salto sobre a mesa, trave olímpica, cavalo com alças, argolas, barras assimétricas, barras paralelas e barra fixa), acrobática, rítmica e de trampolim. Entre as ginásticas não esportivas, estão: ginástica de condicionamento físico, laboral e fisioterápica.
Leia também: Parkour — um tipo de atividade física inspirada no “método natural de educação física”
Tópicos deste artigo
- 1 - Tipos de ginástica
- 2 - ⇒ Solo
- 3 - ⇒ Salto sobre a mesa
- 4 - ⇒ Trave olímpica
- 5 - ⇒ Cavalo com alças
- 6 - ⇒ Argolas
- 7 - ⇒ Barras assimétricas
- 8 - ⇒ Barras paralelas
- 9 - ⇒ Barra fixa
- 10 - História da ginástica
- 11 - Ginástica no Brasil
- 12 - Federação Internacional de Ginástica (FIG)
Tipos de ginástica
As modalidades de ginástica são diversas e podem ser esportivas e não esportivas. Confira as características e o formato da prática de cada tipo de ginástica.
→ Ginástica esportiva
Veja a seguir os tipos de ginástica esportiva.
• Ginástica artística
A ginástica artística é uma modalidade esportiva que contempla diferentes habilidades motoras do corpo humano, como força e flexibilidade. Ela pode ser realizada com ou sem o uso de aparelhos.
Por meio do treinamento de rendimento, os atletas apresentam verdadeiros espetáculos que envolvem movimentos artísticos com o corpo. Ou seja, o processo criativo é fundamental para uma boa performance.
A ginástica artística se tornou esporte olímpico em 1896, com a estreia da categoria masculina. As mulheres competiram nos Jogos Olímpicos pela primeira vez em 1928.
Essa modalidade também é chamada de ginástica olímpica, mas, atualmente, o termo mais utilizado internacionalmente é ginástica artística, já que outros tipos de ginástica, como a de trampolim e a rítmica, também são esportes olímpicos.
A ginástica artística possui variações de acordo com as categorias:
- Feminina e masculina: solo e salto sobre a mesa.
- Somente feminina: barras assimétricas e trave olímpica.
- Somente masculina: cavalo com alças, barras paralelas e barra fixa.
A seguir, entenda cada uma dessas categorias da ginástica artística.
⇒ Solo
A ginástica artística solo é realizada em um espaço com área de 12 m², a qual não pode ser ultrapassada durante a performance.
![Simone Biles nos Jogos Olímpicos Rio 2016.](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/simone-biles-solo1.jpg)
São necessários na composição: elementos acrobáticos, com o uso de movimentos de voos ou não, e elementos ginásticos, tais como combinações de passos, saltos, giros, corridas e ondas corporais. A música é um aspecto presente somente na modalidade feminina.
O tempo de apresentação varia de acordo com a categoria. Na modalidade feminina, deve ser de um minuto e dez segundos a um minuto e 30 segundos. Na masculina, de 50 segundos a um minuto e dez segundos.
⇒ Salto sobre a mesa
Com uma altura de 1,10 metros para mulheres e 1,35 metros para os homens, a mesa é o objeto no qual os atletas têm de apoiar com as duas mãos para realizar o salto.
Os competidores correm em uma pista de 25 metros. A corrida pode ser realizada por aproximação, caracterizada pela velocidade, ou com a utilização de elementos acrobáticos.
![Menina saltando sobre a mesa de ginástica.](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/salto-sobre-mesa1.jpg)
Ao final da corrida, há o impulso no trampolim, que deve ser feito com os dois pés e, logo em seguida, ocorre o apoio na mesa.
Um dos principais critérios para a nota atribuída à apresentação é a precisão na queda. O desequilíbrio na aterrissagem gera desconto de pontos no desempenho. Esse é o tipo de prova mais rápido entre as modalidades de ginástica artística, com duração aproximada de 50 segundos.
⇒ Trave olímpica
Na trave olímpica, as competidoras devem realizar movimentos ginásticos e acrobáticos em equilíbrio sobre a trave. São utilizadas variações de movimentos, entre rápidos e lentos, bem como para diferentes lados.
![Ginasta na trave olímpica.](https://s5.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/trave-olimpica1.jpg)
A dimensão da trave é de 5 metros de comprimento e 10 centímetros de largura. A performance deve durar entre um minuto e dez segundos e um minuto e 30 segundos.
⇒ Cavalo com alças
O cavalo com alças é um aparelho de ginástica exclusivo para a modalidade masculina. Os atletas executam movimentos contínuos em círculos e tesouras. Podem tocar no cavalo apenas as mãos. O equipamento possui altura de 1,05 metro e comprimento de 1,60 metro.
![Atleta apoiado no cavalo com alças para realizar movimento.](https://s3.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/cavalo-com-alcas1.jpg)
⇒ Argolas
Na prova de argolas, os atletas realizam movimentos de equilíbrio, balanço e força. Quanto menos tremer a estrutura, melhor será o desempenho. É necessário durante a apresentação que o competidor fique parado em posição vertical ou horizontal, em relação ao chão, por dois segundos.
![Atleta realizando movimento estático na horizontal na prova de argolas.](https://s4.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/argolas1.jpg)
As argolas ficam a uma altura de 2,55 metros do chão, possuem 18 centímetros de diâmetro e 50 centímetros de distância entre elas.
⇒ Barras assimétricas
Nas barras assimétricas os atletas realizam movimentos com giros, como as piruetas e os mortais, bem como elementos com voos. Nas provas há mudanças de empunhaduras e de barras.
![Competidora em movimento na barra mais alta da modalidade de barras assimétricas.](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/barras-assimetricas1.jpg)
As barras possuem comprimento de 2,4 metros, sendo que a mais alta tem 2,36 metros de altura e a mais baixa conta com 1,57 metro em relação ao chão. Elas são fabricadas com fibras sintéticas e materiais aderentes.
⇒ Barras paralelas
Nas barras paralelas, os atletas executam movimentos com uso de força e equilíbrio, adotando giros e paradas de mão. É obrigatório utilizar as duas barras que ficam a 1,75 metro do chão.
![Ginasta em parada de mão nas barras paralelas.](https://s4.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/barras-paralelas.jpg)
⇒ Barra fixa
Durante a realização da barra fixa, os competidores devem manter-se em movimento com a execução de mortais e saltos carpados. A altura do aparelho é de 2,55 metros.
![Atleta em salto na apresentação na barra fixa.](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/barra-fixa.jpg)
• Ginástica rítmica
A ginástica rítmica foi criada em meados do século XX e possui influência na expressão corporal e coreografias dos estudiosos em dança como Laban e Duncan. Outras referências para sua criação foram os movimentos naturais propostos pelo sueco Noverre e o movimento expressivo do músico francês Delsarte.
![Ginasta praticando ginástica rítmica com fita.](https://s4.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/ginastica-ritmica1.jpg)
Nessa modalidade, há a combinação de movimentos ginásticos e de dança com o uso de aparelhos. O esporte possibilita apresentações harmônicas aos espectadores e para os atletas exercícios físicos que exploram os estímulos motores e sensoriais.
Cada categoria possui um conjunto de aparelhos a serem utilizados:
- Feminina: corda, arco, bola, maças e fita.
- Masculina: corda, arcos, maças e bastão.
O primeiro campeonato mundial ocorreu em 1963, na cidade de Budapeste, na Hungria. O esporte passou a integrar os Jogos Olímpicos a partir de 1984, edição realizada na cidade estadunidense de Los Angeles.
A ginástica rítmica feminina é praticada individualmente ou em equipe, que é formada por cinco ginastas. Há uma rotatividade de aparelhos em cada edição de competições esportivas. Na modalidade em conjunto há duas apresentações, uma em que todas utilizam o mesmo aparelho e outra em que as cinco usam dois aparelhos diferentes.
Compõem os principais movimentos da ginástica rítmica movimentos fundamentais como os saltos, equilíbrios, pivots, flexibilidade, ondas, deslocamentos variados, saltitos, balanceios, circunduções e giros.
• Ginástica acrobática
A origem da ginástica acrobática é datada da Idade Média, em diferentes localidades como o Egito, China, Grécia e Japão. Ela também é conhecida como acrosport e esporte acrobático. A modalidade ainda não é um esporte olímpico.
![Crianças ginastas praticando ginástica acrobática.](https://s5.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/ginastica-acrobatica1.jpg)
Com inspirações no universo circense, essa modalidade requer força, equilíbrio, flexibilidade, agilidade, consciência corporal, bem como a compenetração entre os praticantes.
Dividem-se entre os seguintes elementos técnicos:
- Posições estáticas: figuras feitas pelos atletas por três segundos.
- Dinâmicas: lançamentos, voos e recepções.
A ginástica acrobática pode ser realizada em dupla (somente mulheres ou homens, ou de forma mista), em trio (somente mulheres) ou em quarteto (somente homens).
Os atletas realizam a apresentação com coreografia acompanhada de música com duração máxima de dois minutos e 30 segundos. O tablado possui área de 12 m².
• Ginástica de trampolim
A ginástica de trampolim também possui raízes na Idade Média, nas práticas circenses. Essas atividades utilizam equipamentos parecidos com os trampolins para possibilitar a execução de acrobacias.
George Nissen foi o responsável por criar a versão moderna em 1934. A estreia enquanto esporte olímpico ocorreu nas Olimpíadas de 2000, em Sydney, na Austrália.
![Mulher praticando ginástica de trampolim.](https://s4.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/ginastica-trampolim1.jpg)
A ginástica de trampolim possui três modalidades:
- Trampolim individual e sincronizado: o ginasta ou a dupla de atletas realiza movimentos acrobáticos em uma cama elástica com dimensão de 5 metros por 3 metros. No caso do sincronizado, cada competidor fica em um trampolim.
- Duplo minitrampolim: o praticante realiza uma corrida combinada de elementos técnicos. A dimensão do aparelho é menor, 2,85 metros por 90 centímetros.
- Tumbling: a performance é composta por uma corrida de aproximação em pista de 25 metros. No processo são realizadas duas passadas, oito elementos acrobáticos e mais duas passadas.
Veja também: Saltos ornamentais — os saltos executados a partir de um local seco em direção à água
→ Ginástica não esportiva
Veja a seguir os tipos de ginástica não esportiva.
• Ginástica de condicionamento físico
A ginástica de condicionamento físico é a prática corporal que envolve diferentes modalidades de exercícios que visam qualificar as capacidades físicas do corpo humano.
Esse tipo de ginástica não é esportiva. Sua prática pode ser percebida em ambientes como as academias. Nesses espaços são encontradas modalidades como a musculação, dança, treinamento funcional, ergometria, entre outras.
A pessoa que realiza esse tipo de atividade pode estar buscando melhorar ou atingir qualidade de vida, emagrecimento, definição muscular, aptidão física, saúde mental, hipertrofia e interação social.
![Mulher praticando ginástica em casa.](https://s4.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/ginastica-em-casa1.jpg)
• Ginástica laboral
A ginástica laboral é a prática corporal que é praticada no ambiente de trabalho. A intervenção dessa prática corporal nos espaços corporativos tem por objetivo melhorar aspectos da saúde dos trabalhadores.
![Mulher fazendo ginástica laboral.](https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/ginastica-laboral1.jpg)
Atividades de ginástica laboral incluem movimentos simples como os executados no alongamento muscular. Eles provocam o alívio das tensões nos músculos e podem reduzir desconfortos no corpo, uma vez que é muito comum dores na coluna vertebral, por exemplo, devido à má postura em caso de pessoas que trabalham sentadas por muito tempo.
• Ginástica fisioterápica
A ginástica fisioterápica é uma intervenção de prática corporal de prevenção ou tratamento de lesões. O profissional responsável por supervisionar esse tipo de atividade é o fisioterapeuta.
A influência da medicina na ginástica a partir do século XIX, conhecida como ginástica científica, possibilitou variações de práticas corporais tais como a ginástica fisioterápica, que possui um caráter médico.
![Homem praticando pilates com ajuda de um professor.](https://s2.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/09/pilates1.jpg)
Confira alguns tipos de ginástica fisioterápica:
- pilates;
- cinesioterapia;
- reeducação postural global (RPG);
- isostretching;
- método Rolfing®;
- facilitação neuromuscular proprioceptiva (Kabat / FNP);
- hidroterapia.
Saiba mais: Balé — um tipo de dança considerada clássica
História da ginástica
A palavra ginástica possui origem no termo grego gymnászein, que quer dizer “treinar”. No sentido literal, o significado é “exercitar-se nu”, que era a forma como os gregos realizavam os exercícios físicos.
Na Antiguidade, as práticas corporais estavam presentes em diferentes civilizações e contextos. No Egito, a ginástica acrobática era realizada em rituais religiosos e festivos. Havia pessoas que se expressavam artisticamente em público por meio de movimentos acrobáticos.
Já na Índia, a ginástica possui forte relação com a prática de yoga. Nessa atividade, além das vivências corporais que podem ser estáticas ou dinâmicas há também o aspecto filosófico, que envolve ideais e atividades de meditação.
Povos que habitavam a Itália antes dos romanos, os etruscos também praticavam movimentos ginásticos, sendo indicada partir de figuras etruscas em bronze, datadas do século IX a. C., a expressão artística por meio do corpo.
A ginástica estava relacionada ao caráter educativo do corpo no período clássico na Grécia (séculos V a XV), tanto para a formação moral quanto para a preparação militar. O exercício físico era praticado com a intenção de consolidar o desenvolvimento do corpo e a qualificação do pensamento, possibilitando o desenvolvimento integral do cidadão. Utilizava-se tanto a prática física quanto artística para essa finalidade. As mulheres que eram excluídas das práticas políticas e sociais não participavam dessas vivências corporais.
No Império Romano, as atividades de ginástica eram percebidas no processo de formação de guerreiros e como uma prática lúdica presente nas atividades circenses.
Na Idade Moderna, surgiram as escolas europeias de ginástica e seus métodos, desenvolvidos como bases fundamentais para compreender a prática:
- método inglês (Inglaterra);
- método alemão (Alemanha, Áustria e Suíça);
- método sueco (Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia, Islândia e Estônia-Letônia);
- método francês (França)
Essas escolas difundiam, por meio da ginástica, os princípios disciplinador, higienista, eugenista e nacionalista quanto à preparação de soldados e trabalhadores.
Esses métodos foram influentes até 1939. Após essa data, universalizou-se o conceito de ginástica. Com isso, os termos “ginástica” e “Educação Física” foram separados, que por muito tempo recebiam o mesmo sentido.
Ginástica no Brasil
A ginástica começou a ser praticada no Brasil a partir da colonização alemã no estado do Rio Grande do Sul, em 1824. A instituição mais antiga da modalidade é a Sociedade Ginástica de Joinville, em Santa Catarina, que foi criada em 1858.
O ensino da ginástica na educação básica começou a ser implementado em 1851 por Couto Ferraz. O método alemão foi a principal escola que influenciou a prática da ginástica no Brasil.
A história da ginástica no país se mistura com a da Educação Física, uma vez que esses conceitos já foram interpretados com um mesmo significado.
Com o início da república e o fortalecimento do exército, a prática de ginástica influenciada pelos métodos alemão, sueco e francês era difundida como meio de intervenção militar. Essa atividade tinha os mesmos princípios dos métodos desenvolvidos na Idade Moderna.
O primeiro campeonato nacional da ginástica no Brasil foi realizado em 1950. A filiação da modalidade à Confederação Brasileira de Desportos (CBD) ocorreu um ano depois. A primeira vez que uma equipe brasileira de ginastas competiu nos Jogos Olímpicos foi na edição de Moscou, em 1980.
Rebeca Andrade foi a primeira atleta de ginástica a ganhar uma medalha de ouro olímpica pelo Brasil. Nas Olimpíadas de 2020, realizada em 2021 em Tóquio, no Japão, a brasileira foi campeã na prova de salto sobre a mesa e medalha de prata no individual feminino.
Federação Internacional de Ginástica (FIG)
Em 1881, o belga Nicolas Cupérus criou a Federação Europeia de Ginástica (FEG), que se tornou em 1921 a Federação Internacional de Ginástica (FIG). O órgão começou a organizar as competições esportivas a partir de 1903.
Inicialmente, os eventos aconteciam a cada dois anos, depois passaram a ser realizados de quatro em quatro anos. Atualmente, a sede da FIG está localizada na cidade de Lausanne, na Suíça.
São funções da FIG, das confederações e federações de ginástica a regulamentação, a gestão e a promoção da ginástica em todas as suas dimensões. Ou seja, essas instituições atuam na definição de regras, calendário de competições e aparelhagem das modalidades esportivas em ginástica. Outra responsabilidade desses órgãos é desenvolver ações que fomentem a ginástica na sociedade.
Créditos de imagens
[1] Salty View / Shutterstock
[2] Leonard Zhukovsky / Shutterstock
[3] Just dance / Shutterstock
[4] Vladimir Vasiltvich / Shutterstock
Por Lucas Afonso
Jornalista e profissional de Educação Física