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Ginástica rítmica

A ginástica rítmica é um tipo de ginástica que combina movimentos corporais com o manuseio de aparelhos, como fitas, arcos, maças e bolas.

Ginastas rítmicas executando movimentações com a bola e fita durante apresentação.
Na ginástica rítmica, as atletas se apresentam utilizando diferentes tipos de aparelhos de forma manual.[1]
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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A ginástica rítmica é um tipo de ginástica que envolve movimentos corporais e o uso de aparelhos, como fitas, maças, bolas e arcos. Realizada como esporte competitivo exclusivamente por mulheres, essa modalidade se tornou olímpica na edição dos jogos de Los Angeles, em 1984.

Acompanhada de música, a modalidade pode ser realizada de forma individual ou por equipes de cinco ginastas. Flexibilidade, agilidade, coordenação motora e consciência corporal são habilidades físicas importantes para a prática da ginástica rítmica.

Saiba mais: O surgimento da ginástica, os tipos e a história da modalidade esportiva

Tópicos deste artigo

Resumo sobre ginástica rítmica

  • O surgimento da ginástica rítmica é mais recente que a ginástica artística. A modalidade se desenvolveu nas primeiras décadas do século XX.
  • Foi nomeada, primeiramente, como ginástica moderna e depois de Ginástica Rítmica Desportiva (GRD).
  • Constitui-se pela combinação de técnicas de movimentos corporais com o manuseio de aparelhos.
  • As atletas desenvolvem flexibilidade, agilidade, coordenação motora e consciência corporal com a prática da modalidade.
  • Praticada no campo esportivo exclusivamente por mulheres, pode ser executada de forma individual ou em equipes de cinco.
  • A apresentação possui acompanhamento musical e deve mostrar harmonia entre os movimentos corporais e os aparelhos, o ritmo musical e a coreografia da dança.

O que é ginástica rítmica?

A ginástica rítmica é uma modalidade de ginástica executada com a combinação de técnicas e movimentos corporais e o manuseio de aparelhos, como fitas, bolas, maças, arcos e cintas. As apresentações podem ser realizadas de forma individual ou em equipes de cinco ginastas e são realizadas com acompanhamento musical.

Atleta faz posição estática com apoio de uma das mãos enquanto a outra manobra fita em apresentação de ginástica rítmica.
Na ginástica rítmica, as atletas têm de combinar força, agilidade e coordenação no manuseio dos aparelhos. [2]

Nesse sentido, a prática da ginástica rítmica requer das atletas o desenvolvimento de habilidades físicas como a flexibilidade, agilidade, coordenação motora e consciência corporal. As coreografias devem ser construídas em harmonia com os aparelhos utilizados e movimentos executados.

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Regras da ginástica rítmica

As regras da ginástica rítmica envolvem os tipos de aparelhos utilizados para a apresentação, quantidade de pessoas (individual ou por equipes), tempo de apresentação e técnicas de movimentos utilizados.

A área de disputa possui o tamanho de 13 metros por 13 metros e a altura do ginásio deve ser de no mínimo 8 metros. As apresentações são feitas com acompanhamento musical.

As ginastas dessa modalidade utilizam uma roupa chamada de collant, que deve ser fechada, sem decote e sem cavas altas na altura do quadril. Uma saia curta presa ao collant pode ser utilizada na altura da cintura. Quando em equipe, as roupas das atletas devem ser idênticas e uma de suas características é a presença do brilho. Os cabelos devem ser presos em coque, e as ginastas utilizam sapatilha de meia ponta como sapatos.

São dois tipos de competição na ginástica rítmica: individual e por equipes. Na individual, a apresentação possui duração de 1’15” a 1’30” e cada ginasta realiza uma coreografia por tipo de aparelho. Apesar de haver cinco aparelhos (bolas, maças, arcos, fitas e cordas), apenas quatro são disputados nos Jogos Olímpicos. A corda se tornou menos comum nos torneios mundiais.

Atletas de ginástica rítmica em apresentação por equipe com uso de fitas e bolas.
Atletas realizam apresentação em equipe com fitas e bolas.[3]

Na competição por equipes, as apresentações possuem duração de 2’15” a 2’30” e, ao longo das partidas, as cinco ginastas da equipe devem realizar trocas de aparelhos pelo ar (cinco trocas) e exercícios de colaboração (quatro, pelo menos). Esses exercícios consistem na ação de uma ginasta ajudar a outra a realizar determinado movimento em grupo. Estão presentes também os elementos corporais e técnicos relacionados a cada aparelho. As ginastas realizam duas coreografias, uma com somente um tipo de aparelho (por exemplo, cinco bolas) e outra com dois tipos de aparelhos ou mitos (por exemplo, três fitas e dois arcos).

Para a avaliação, a coreografia deve estar relacionada com a música, o aparelho, o corpo e a vestimenta. Os movimentos devem ser realizados de forma limpa, com precisão e segurança. São considerados graus de eficiência estética, dificuldade e proficiência técnica.

Quanto ao uso dos aparelhos, são percebidas e avaliadas pelos jurados a dificuldade do aparelho e a forma de utilização, se inovadora ou não, além da sincronização dos movimentos com os aparelhos e a relação dessa combinação com a harmonia da musicalidade da apresentação e desenvolvimento da coreografia.

Leia também: Ginástica artística — tipos, regras e o cenário da modalidade no Brasil e no mundo

Categorias da ginástica rítmica

As praticantes e atletas da ginástica rítmica são divididas em categorias, que respeitam o processo de maturidade e desenvolvimento motor conforme a faixa etária:

  • Pré-infantil: 9 e 10 anos.
  • Infantil: 11 e 12 anos.
  • Juvenil: 13 a 15 anos.
  • Adulto: a partir de 16 anos.

Tipos de ginástica rítmica

A ginástica rítmica possui dois tipos de competição:

  • Individual: apresentação de uma única atleta, que realiza uma coreografia para cada tipo de aparelho apresentado.
  • Equipes ou de conjunto: apresentação é realizada por uma equipe de cinco atletas, que devem estar uniformizadas de maneira idêntica. A apresentação é caracterizada por uso de um mesmo aparelho ou aparelhos diferentes e constituída pela sincronização dos passos e movimentos entre todas as integrantes do grupo.
Atleta jovem de ginástica rítmica fazendo movimento de flexibilidade de quadril no solo.
A flexibilidade é uma capacidade física muito importante para a ginástica rítmica. [4]

Movimentos da ginástica rítmica

Entre os movimentos da ginástica rítmica, também considerados os elementos que formam e constituem a modalidade, estão:

  • saltos;
  • posições de equilíbrio;
  • movimentos de rotação corporal;
  • passos de dança;
  • saltitos;
  • balanceios;
  • giros;
  • movimentos pré-acrobáticos.

Entre os tipos de técnicas de realização de saltos, estão:

  • Cabriole: as duas pernas ficam unidas no ar, estendidas, e o tronco levemente inclinado para trás. O impulso (saída do solo) deve ocorrer com os dois pés de forma simultânea.
  • Vertical com rotação: salto executado com os joelhos na altura do peito (flexionados) e o corpo realizando uma volta completa (360º) com os braços direcionados para cima. A saída do chão pode ser feita com somente um ou os dois pés de forma simultânea.
  • Cossaco: caracteriza-se pelas pernas estarem na altura do quadril, uma estendida e a outra flexionada. A saída acontece com a perna estendida primeiro, depois a flexionada se junta no ar.
  • Corza: uma perna à frente flexionada e a outra atrás estendida, ambas na altura do quadril. O impulso pode ser feito com um ou os dois pés.
  • Espacato: amplitude total das pernas estendidas, uma direcionada para frente e a outra para trás.

Quanto às posições de equilíbrio, entre elas estão o cossaco, vela de peito com ajuda, colchée, perna ao lado e arabesque. E em relação aos elementos de rotação, são eles: pivot passe, pivot cupê, pivot cossaco, pivot perna livre e espacato com rotação.

Veja também: A origem e as regras do atletismo

Elementos da ginástica rítmica

Os elementos da ginástica rítmica são constituídos das movimentações básicas e obrigatórias, tais como saltos, equilíbrios e elementos de rotação:

  • Saltos: possuem forma definida e fixa durante o momento de voo.
  • Equilíbrios: caracterizados por movimentos estáticos definidos (em posição parada) e executados sobre meia ponta, pé inteiro ou diferentes partes do corpo.
  • Elementos de rotação: realizados sobre meia ponta de um dos pés no giro, pé inteiro ou diferentes partes do corpo; devem ser realizados com rotação de no mínimo 360º.

Os movimentos básicos são obrigatórios em uma apresentação de ginástica rítmica. A apresentação que não conta com algum deles sofre penalização.

Aparelhos utilizados na ginástica rítmica

Confira os aparelhos usados na ginástica rítmica, suas características e dimensões:

  • Bola: feita de borracha ou plástico. Com o peso de 400 gramas, possui o diâmetro de 18 a 20 cm.
Atleta de ginástica rítmica realiza movimento de cabeça com bola.
Atleta de ginástica rítmica realiza movimento de cabeça com bola.
  • Arco: fabricado em madeira ou plástico PVC. Com o peso de 300 gramas e forma rígida, possui o diâmetro de 80 a 90 cm.
Atletas da ginástica rítmica apresentam com o arco em equipe.[5]
Atletas da ginástica rítmica apresentam com o arco em equipe.[5]
  • Maças: feitas em madeira, borracha ou plástico. Pesam 150 gramas e possuem um comprimento de 40 a 50 cm. Seu formato é semelhante a pinos de boliche.
Ginasta se movimenta na área de competição com maças nas mãos na cor vermelha.
Na prova com as maças, as atletas precisam ter precisão e coordenação motora para manusear os objetos.[6]
  • Fita: formada pelo estilete, a emenda e a fita propriamente. A fita é fabricada em material acetinado e possui o comprimento de 6 metros e a largura de 4 a 6 cm.
Ginasta branca e loira utiliza fita colorida em tons de verde, roxo e rosa.
Os efeitos de cor e movimento da fita impressionam na ginástica rítmica.[7]
  • Corda: produzida com nylon, sisal, cânhamo, barbante ou material que seja similar e apropriado. O comprimento é conforme a altura da atleta. Esse aparelho não é mais comumente utilizado em grandes competições de ginástica rítmica.

Ginástica rítmica no mundo

Entre as maiores potências mundiais da ginástica rítmica está a Rússia, a maior campeã olímpica na modalidade.

Veja os países com mais títulos da ginástica rítmica nos jogos olímpicos:

  • Rússia
  • Canadá
  • Ucrânia
  • Bulgária
  • Espanha

Leia também: Vôlei — as regras e fundamentos de uma dos mais populares esportes no Brasil

Ginástica rítmica no Brasil

A ginástica rítmica começou a ser realizada no Brasil por meio da professora e técnica húngara Ilona Pueker, responsável por criar uma própria escola da modalidade. Ela criou em 1956 a primeira equipe brasileira de ginástica rítmica, conhecida como Grupo Unido de Ginastas (GUG).

Os primeiros campeonatos do esporte foram realizados, em um primeiro momento, no estado do Rio de Janeiro. A criação da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) ocorreu em 25 de novembro de 1978. Essa instituição é responsável por regulamentar, orientar e fomentar a prática das modalidades de ginástica em âmbito nacional. Ilona, ou simplesmente “dona Ilona”, como era popularmente conhecida, foi a presidente do Comitê Técnico de Ginástica Rítmica Desportiva da CBG no período de 1978 a 1984.

Apresentação de equipe brasileira de ginástica rítmica durante os Jogos Pan-americanos de 2015. [8]
Apresentação de equipe brasileira de ginástica rítmica durante os Jogos Pan-americanos de 2015. [8]

O time brasileiro, em equipes, conquistou ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (1999), Santo Domingo (2003), Rio de Janeiro (2007), Guadalajara (2011) e Santiago (2023).

Devido ao forte investimento realizado no Paraná na modalidade, muitas atletas se formam em cidades do interior desse estado, como Londrina e Maringá. Nesse sentido, o estado se tornou base de treinamento para a seleção brasileira de ginástica rítmica.

Entre as atletas brasileiras de destaque na ginástica rítmica, estão: Bárbara Galvão, Déborah Medrado, Giovanna Oliveira, Duda Arakaki, Nicole Pircio, Sofia Madeira e Victória Borges.

Veja também: A participação do Brasil nos Jogos Olímpicos

Origem e história da ginástica rítmica

Diferente da ginástica artística, a origem da ginástica rítmica é recente e ocorreu no século XX, por volta dos anos de 1910 a 1920. A modalidade foi criada como um novo conceito para a ginástica, realizada exclusivamente pelas mulheres. O primeiro termo dado à categoria foi ginástica moderna.

O surgimento da ginástica rítmica está associado à combinação de diferentes técnicas de movimentos, terapia respiratória, dança e terapia de relaxamento. Ocorreu um processo de adaptação das apresentações de solo da ginástica artística, com a presença da música e dos aparelhos. O desenvolvimento desse novo esporte se deu ao longo das primeiras décadas do século XX.

Atleta russa em apresentação de ginástica rítmica com arco.
Atleta da Rússia, país com mais títulos olímpicos na ginástica rítmica.

No ano de 1952, foi criada a Liga Internacional de Ginástica Moderna, uma instituição responsável por compartilhar a modalidade por meio de torneios e eventos de demonstração da prática.

Nas Olimpíadas de Londres, em 1948, as seleções que competiam na ginástica artística participaram de eventos da ginástica moderna realizados por equipes, em que foram apresentadas performances com o uso de aparelho, escolhido de forma livre, e com mãos livres. Na edição de Helsinque, em 1952, a então ginástica moderna foi inserida no torneio como esporte de demonstração.

O reconhecimento como modalidade independente aconteceu durante o 41º Congresso da Federação Internacional de Ginástica em 1962. Um ano depois aconteceu a primeira edição do Campeonato Mundial da categoria. Em 1972, o esporte foi rebatizado de ginástica rítmica moderna, em seguida de Ginástica Rítmica Desportiva (GRD) e somente em 2003 para simplesmente ginástica rítmica.

A oficialização como modalidade olímpica aconteceu nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos (1984), na categoria individual. A competição olímpica em equipes teve início na edição da Olimpíada de Atlanta (1996).

Créditos das imagens

[1] Alfaguarilla / Shutterstock

[2] Alex Bogatyrev / Shutterstock

[3] Belish / Shutterstock

[4] Zé Carlos Barretta / Wikimedia Commons

[5] Alfaguarilla / Shutterstock

[6] Martin Rulsch / Wikimedia Commons

[7] Just dance / Shutterstock

[8] Danilo Borges / Wikimedia Commons

[9] Bauken77 / Wikimedia Commons

Fontes

INTELIGÊNCIA ESPORTIVA. Ginástica Rítmica. Disponível em: <http://www.inteligenciaesportiva.ufpr.br/site_api/arquivos/ginastica-ritmica.pdf>

REDE DO ESPORTE. Ginástica Rítmica. Disponível em: <http://rededoesporte.gov.br/pt-br/megaeventos/olimpiadas/modalidades/ginastica-ritmica>

SOUZA, Vanda Maria Portugal do Nascimento e. Capacitação em ginástica rítmica. Federação Bahiana de Ginástica. Ebook. Disponível em: <https://federacaobahianaginastica.com.br/wp-content/uploads/2020/09/GINASTICA-RITMICA-Ebook-Modulo-1-2.pdf>

USP. Metodologias de ensino da Ginástica Rítmica. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6561245/mod_resource/content/1/Metodologia%20do%20Ensino%20da%20GR.pdf >

Escritor do artigo
Escrito por: Lucas Afonso Jornalista pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e bacharel em Educação Física pelo Centro Universitário Internacional (Uninter).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

AFONSO, Lucas. "Ginástica rítmica"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/ginastica-ritmica-desportiva.htm. Acesso em 26 de julho de 2024.

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