América do Sul

A América do Sul é um dos subcontinentes da América. Apresenta paisagens naturais muito diversas e uma enorme biodiversidade, abrigando a maior floresta tropical do mundo.

A América do Sul é um subcontinente que faz parte do continente americano. Apresenta área de 17 milhões de km², com a maior extensão situada no hemisfério sul do planeta Terra. A população sul-americana é de mais de 434 milhões de habitantes, a qual é distribuída por 12 países e um departamento ultramarino francês. Trata-se de uma região com aspectos climáticos e geomorfológicos bastante diversos e únicos, que abriga feições como a Cordilheira dos Andes e a Planície Amazônica, além de uma enorme biodiversidade.

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Resumo sobre a América do Sul

Dados gerais sobre a América do Sul

Países da América do Sul e suas capitais

País

Capital

Argentina

Buenos Aires

Bolívia

La Paz

Brasil

Brasília

Chile

Santiago

Colômbia

Bogotá

Equador

Quito

Guiana

Georgetown

Paraguai

Assunção

Peru

Lima

Suriname

Paramaribo

Uruguai

Montevidéu

Venezuela

Caracas

Guiana Francesa*

Caiena

*A Guiana Francesa é um território ultramarino da França, o que significa que ele é parte do país europeu. Não se trata, portanto, de um país independente como os demais.

Mapa da América do Sul

 Ilustração do mapa da América do Sul.

Divisão da América do Sul

Uma das principais divisões regionais da América do Sul é aquela realizada de acordo com critérios físicos do território, separando assim os países do subcontinente em América Plantina e América Andina.

Existe ainda uma terceira região que é chamada de Guianas. Os países que formam esse grupo compartilham, além de uma feição geomorfológica em comum, que é o Planalto das Guianas, aspectos étnicos e culturais. São esses países: Guiana, Suriname e Guiana Francesa. O Brasil, por sua vez, não integra nenhuma das três regiões descritas.

Geografia da América do Sul

A América do Sul é um dos três subcontinentes que formam o continente americano. Estende-se por 17.461.112 km² nos hemisférios sul e oeste, tendo aproximadamente 80% de sua área situada na zona intertropical do planeta, isto é, entre os trópicos de Câncer e Capricórnio e uma pequena parcela acima da Linha do Equador, isto é, no hemisfério norte.

Formado por 12 países e pela Guiana Francesa, um território ultramarino que integra a França, a América do Sul é banhada a leste pelo oceano Atlântico, a oeste pelo oceano Pacífico e ao norte pelo mar do Caribe. Sua conexão com a América Central ocorre na fronteira entre a Colômbia e o Panamá, no noroeste do subcontinente. No outro extremo fica o Estreito de Magalhães, ao sul da América do Sul, passagem que interliga os oceanos Atlântico e Pacífico.

A sua ampla extensão latitudinal, a presença da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e a atuação das massas de ar e correntes oceânicas são os principais determinantes dos climas da América do Sul. Os climas tropicais são predominantes, com temperaturas médias elevadas e volumes de chuva que variam de moderados a elevados, como ocorre no clima equatorial no norte do continente.

Climas mais amenos, como o temperado e o subtropical, são predominantes nas regiões e países meridionais, ao mesmo tempo em que há também a ocorrência de climas secos, como o semiárido no Nordeste do Brasil e árido na costa oeste da América do Sul.

No segundo caso, a ocorrência desse clima se deve às correntes oceânicas frias que banham países como o Chile e também à barreira orográfica que constitui a Cordilheira dos Andes, que impede a passagem de umidade para o interior e, consequentemente, a ocorrência de grandes volumes de chuva, em especial no sudoeste do continente.

O relevo da América do Sul se divide entre uma região montanhosa, constituída por toda a porção oeste do continente, que tem como principal feição a Cordilheira dos Andes; os planaltos, que compreendem as terras do interior, a maior parcela delas no Brasil, com destaque para o Planalto Central brasileiro e o Planalto das Guianas; e as planícies, que estão situadas no noroeste, como é o caso da Planície Amazônica, no litoral leste e no sul do continente.

 Vista da Cordilheira dos Andes.
Com 7 mil km de extensão, a Cordilheira dos Andes é a mais alta e mais longa cadeia montanhosa das Américas e atravessa sete países da América do Sul.

A América do Sul dispõe de uma cobertura vegetal ampla e muito diversificada, o que se deve à variedade climática da região. A principal formação vegetal do continente é a Floresta Amazônica, que recobre 6,9 milhões de km² e um total de nove países, consistindo assim na maior floresta tropical do mundo. As floretas estão presentes também na costa atlântica, mais precisamente no litoral brasileiro, e no noroeste do território sul-americano.

Em seu interior observa-se a presença das savanas (Cerrado e Caatinga), ao passo que nas áreas ao sul se encontram as florestas temperadas e os Pampas, ou estepes. Nota-se a presença de uma extensa região desértica no oeste do continente, abrangendo o Chile e parte do Peru, onde se situa o deserto do Atacama, um dos mais frios e elevados desertos do mundo.

O regime pluviométrico e o relevo proporcionam a formação de extensos cursos d’água na América do Sul, junção de fatores que deu origem a grandes e importantes bacias hidrográficas no subcontinente. A principal e maior delas é a Bacia do Amazonas, que compreende oito países e tem como rio principal o rio Amazonas, o segundo mais longo do mundo.

A Bacia Platina ou do Rio da Prata é a segunda maior bacia hidrográfica da América do Sul. Ela compreende as bacias do Paraná, Paraguai e Uruguai, que levam o nome dos seus rios principais. Destaca-se pelo seu potencial hidroelétrico e pela presença da Usina de Itaipu, construída na fronteira do Brasil com o Paraguai.

Há também a Bacia do São Francisco, situada exclusivamente no Brasil e abrangendo seis estados, a maior parte deles da região Nordeste, e o Distrito Federal. Além dessas, outras bacias menores compõem a rede hidrográfica da América do Sul.

Saiba mais: Rios — reservatórios aquáticos que garantem a biodiversidade do planeta

Demografia da América do Sul

Levando em consideração as áreas povoadas, a América do Sul é a segunda região menos populosa do planeta depois da Oceania. Segundo dados das Nações Unidas para 2021, o subcontinente reúne 434.260.000 habitantes, o equivalente a 5,51% da população mundial. O território sul-americano pode ser considerado pouco povoado, com uma densidade demográfica da ordem de 24,9 hab./km². Isso ocorre porque a população não está homogeneamente distribuída pela região, e há uma grande concentração de pessoas nas cidades e regiões litorâneas ou próximas da costa.

O Brasil é o país mais populoso da América do Sul, com mais de 213 milhões de habitantes, ou 49,27% da população do subcontinente. Logo na sequência estão Colômbia, Argentina, Peru e Venezuela. O Suriname, por sua vez, consiste no menor país da região em termos populacionais, reunindo 592 mil habitantes.

Caracterizado pela rápida urbanização que ocorreu a partir da segunda metade do século XX, considera-se o subcontinente uma região urbanizada, com cerca de 80% de seus habitantes vivendo em centros urbanos. São Paulo, no Brasil, é a maior cidade da América do Sul, com mais de 20 milhões de habitantes, levando em conta o município e seu entorno. Outras grandes cidades sul-americanas são Buenos Aires (Argentina), Rio de Janeiro (Brasil), Bogotá (Colômbia) e Lima (Peru).

Economia da América do Sul

A América do Sul tem um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente 3,5 trilhões de dólares. O principal país responsável por esse montante é o Brasil, cuja economia é da ordem de 1,8 trilhão de dólares, quase a metade do PIB sul-americano. Em se tratando de valores per capita, que divide o valor do PIB pelo número de habitantes, o Chile e o Uruguai lideram a listagem.

Em termos de emprego, o setor terciário desponta como o principal segmento da economia da América do Sul. É de quase 74% a parcela de trabalhadores atuantes em atividades de comércio e serviços, ao passo que a indústria e a agricultura reúnem, respectivamente, 20,9% e 5,2%.

A produção industrial se concentra em alguns países, com destaque para Brasil, Argentina e Chile. Sabe-se, entretanto, que a economia sul-americana tem no setor primário as suas principais atividades econômicas, sendo de onde partem os maiores volumes para a exportação, notadamente no extrativismo mineral e nas atividades agropecuárias (produção de commodities e alimentos).

A produção mineral compreende:

Destaca-se ainda a produção e exportação de combustíveis fósseis (gás natural e petróleo). Em alguns países, como Brasil, Venezuela, Argentina e as Guianas, o extrativismo vegetal e a silvicultura têm também importante participação no setor primário.

Peru, Chile e o Equador se destacam pela atividade pesqueira, enquanto a criação de animais, notadamente a pecuária, é praticada principalmente no Brasil, no Uruguai e na Argentina. A agricultura se desenvolve em todos os países da América do Sul. Dentre os principais cultivos, estão:

Veja também: Diferença entre exportação e importação — atividades essenciais à economia de um país

Cultura da América do Sul

A rica cultura sul-americana tem como uma de suas principais bases os costumes e as tradições dos povos originários que vivem na região há milhares de anos. Vestimentas típicas, como a chola boliviana, comidas, músicas, danças, até a religiosidade e a língua — todos esses elementos são observados com especificidades nos países da América do Sul.

Por meio da colonização europeia, novos costumes foram incorporados a essas culturas, da mesma forma como a imigração ao longo dos séculos teve reflexo na composição cultural dos países, sendo o Brasil um exemplo. Tendo isso em vista, as principais línguas faladas no subcontinente são:

Há, entretanto, diversos dialetos locais e línguas nativas que são faladas por diferentes grupos populacionais na América do Sul. Além disso, inúmeras fés são professadas na região, com grande adesão às seguintes denominações:

Existem, ainda, muitos ritmos e danças tradicionais dos países sul-americanos, como:

Dentre as festas tradicionais, se destacam:

Infraestrutura da América do Sul

Em decorrência do modelo de urbanização da maioria dos países da América do Sul, que ocorreu de maneira rápida e desordenada, boa parte dos países enfrenta uma série de problemas infraestruturais que se concentram sobretudo nos grandes centros urbanos. A maneira como eles incidem em cada país depende do contexto socioespacial de cada um deles. Tais problemas incluem falta de acesso a serviços urbanos adequados, como:

Além disso, o subcontinente possui uma das maiores hidrelétricas do mundo, que é a Usina de Itaipu, administrada pelo Brasil e pelo Paraguai. As hidrelétricas constituem a principal forma de geração de energia na região, mas a matriz conta ainda com combustíveis fósseis e outras fontes renováveis (além da água) em menor escala.

No setor de transportes, há predominância das rodovias em detrimento das ferrovias. Hidrovias são também utilizadas para o transporte de pessoas e mercadorias, enquanto os terminais portuários marítimos são essenciais para o comércio exterior, principalmente.

História da América do Sul

A história da América do Sul tem início milhares de anos antes da chegada dos colonizadores europeus na região, sendo esse período chamado de América Pré-Colombiana. Os primeiros povoados sul-americanos foram estabelecidos nas porções oeste e noroeste do continente, onde hoje estão localizados países como o Peru e a Colômbia.

Em relação a esse período, uma das principais civilizações foi a Inca, que se desenvolveu na costa andina e chegou a reunir quase 10 milhões de pessoas. Foram os incas os responsáveis pela construção de Machu Picchu, no século XV. Um século mais tarde, com a chegada dos europeus, essa civilização foi desfeita.

Os primeiros europeus chegaram à América com Cristóvão Colombo, no final do século XV. O século XVI foi marcado pela constituição de colônias de exploração nos países sul-americanos. Com a disputa territorial entre europeus e portugueses, o oeste do subcontinente ficou sob o domínio do primeiro grupo, enquanto os segundos se instalaram no Brasil.

A colonização europeia nos países sul-americanos perdurou até aproximadamente o século XIX, quando as primeiras revoltas tiveram início na América Espanhola. Entre 1810 e 1828, a maioria dos países da América do Sul havia se tornado nações independentes. As exceções são a Guiana, que antes estava sob o domínio inglês e garantiu a sua soberania em 1966, e o Suriname, que conquistou a sua independência da Holanda no ano de 1975.

Outro aspecto em comum dos países sul-americanos, além de terem adotado um regime de governo semelhante (república democrática), diz respeito à sua história na segunda metade do século XX. Parte dos países enfrentou governos ditatoriais militares a partir da década de 1960, sendo eles o Brasil, Argentina, Bolívia, Chile e Uruguai. Os anos 1970 foram marcados também pela acelerada urbanização e crescimento populacional, bem como profundas transformações estruturais internas que se estenderam até o final do século voltadas principalmente para a economia.

Curiosidades sobre a América do Sul

 

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/geografia/america-sul.htm