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Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo foi um navegante genovês que organizou uma expedição formada por três caravelas via financiamento espanhol. Chegou à América em outubro de 1492.

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Cristóvão Colombo foi o famoso navegante genovês conhecido por liderar a expedição enviada pela coroa espanhola que resultou na chegada dos europeus ao continente americano, em outubro de 1492. A expedição de Colombo desembarcou em uma das ilhas atualmente chamadas de Bahamas (os historiadores não sabem qual ilha precisamente).

A primeira expedição de Colombo foi resultado de anos de atuação dele para convencer os reis espanhóis a financiarem sua viagem. Ao longo de sua vida, realizou o total de quatro viagens ao continente americano e morreu acreditando que havia chegado à Ásia. Foi acusado por alguns estudos de iniciar o genocídio dos indígenas no continente americano.

Acesse também: Descobrimento do Brasil – contexto, curiosidades e resumo

Tópicos deste artigo

Juventude

Cristóvão Colombo, nascido em Gênova, foi o líder da expedição que levou os europeus ao continente americano, em 1492. [1]
Cristóvão Colombo, nascido em Gênova, foi o líder da expedição que levou os europeus ao continente americano, em 1492. [1]

Cristóvão Colombo nasceu em 1451 (os pesquisadores não sabem precisamente em qual mês ele nasceu, mas sabe-se que foi entre agosto e outubro). O local de nascimento dele também é controverso, mas grande parte dos historiadores afirma que é Gênova. Com base em um estudo lançado em 1931, concluiu-se que ele, de fato, era genovês, embora ainda existam pesquisadores que coloquem essa informação sob dúvidas.

O pai de Colombo chamava-se Domenico Colombo e exercia o ofício de tecelão, e sua mãe chamava-se Susanna Fontanarossa. Ao todo, Colombo teve quatro irmãos: Bartolomeu, Giacomo, Giovanni e Bianchinetta. Desde a infância, ele e seu irmão Bartolomeu demonstraram grande interesse pelo mar.

Acredita-se que Colombo, por ser genovês, falava o idioma local, o lígure, mas não há nenhum escrito dele em tal idioma. Por conta dessa suposta origem, seu nome na língua nativa de Gênova era Cristoffa Corombo. Não se sabe muito mais sobre a infância desse personagem histórico, mas sabe-se que, com 14 anos, ele ingressou em uma escola que formava pilotos de embarcações e cartógrafos.

Colombo como marinheiro

A partir da década de 1470, Cristóvão Colombo iniciou sua carreira profissional participando de viagens comerciais realizadas por duas famílias genovesas, os Di Negro e os Spinola. Essas viagens foram realizadas entre 1474 e 1475, e nelas Colombo navegou pelas águas do Mar Egeu (próximo à Grécia). Em 1476 esteve em Lisboa, em Portugal, e em Bristol, na Inglaterra.

Fala-se também que, em 1477, Colombo pode ter estado na Islândia, mas os historiadores costumam encarar essa última informação com certa desconfiança porque os relatos sobre essa suposta estadia são confusos. Ainda em 1477, Colombo instalou-se em Portugal, onde ele se casou com Felipa Moniz Perestrello. Desse casamento, ele teve um filho, Diego Colombo.

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Teoria da esfericidade

Em Portugal, Colombo procurou convencer o rei português, d. João II, a financiar uma expedição sua ao oeste. Seu objetivo era chegar às Índias, e para isso, procurava financiamento. A essa altura, Colombo já tinha uma grande experiência em navegação porque tinha participado de uma série de expedições pelo Atlântico.

Colombo acreditava que a Terra era uma esfera e, provavelmente, embasava sua teoria em conhecimentos obtidos por meio da cultura clássica. Existia certa literatura de gregos e romanos que discutia questões relativas à esfericidade da Terra. Fora dos textos clássicos, uma das grandes influências que Colombo sofreu veio de Paolo Toscanelli, um florentino que acreditava firmemente nessa ideia.

Os historiadores relatam que Colombo possuía algum otimismo em relação a sua teoria, e isso se atribuía ao fato de que os cálculos dele a respeito da distância entre a Europa e a Índia, pelo oeste, estavam incorretos. Assim, Colombo acreditava que a Terra era bem menor do que de fato ela é e que uma expedição até a Índia não demoraria tanto.

Procura por financiamento

Em 3 de agosto de 1492, Cristóvão Colombo zarpou de Palos de la Frontera em direção ao oeste.
Em 3 de agosto de 1492, Cristóvão Colombo zarpou de Palos de la Frontera em direção ao oeste.

Como mencionado, na década de 1480, Colombo procurava o apoio do rei português d. João II para que ele financiasse sua expedição para o oeste. Colombo argumentava que, navegando para o oeste, conseguiria chegar a Cipango (atual Japão), e de lá iria para a Índia, mas a sua teoria foi desacreditada por outros navegantes de confiança do rei, e por isso ele não teve o apoio de que precisava.

Entretanto, o rei de Portugal, provavelmente, queria contar com os serviços de Colombo para explorar a costa africana, mas Colombo estava determinado a seguir seu plano. Assim, depois que sua esposa faleceu (o ano do falecimento é incerto), ele partiu com seu filho para a Espanha. Instalou-se em Palos de la Frontera e, tempos depois, teve autorização para apresentar seus planos aos reis espanhóis.

Relata-se que Isabel de Castela e Fernando de Aragão, os reis católicos, interessaram-se pelo projeto de Colombo, principalmente porque ele explorou as possibilidades religiosas de sua expedição, mas não quiseram financiá-lo. Isso porque, em 1486, os reis católicos estavam engajados na luta contra os mouros instalados em Granada.

Com a negativa espanhola, Colombo foi novamente atrás do apoio do rei português, mas, após nova rejeição, tentou obter o apoio de Henrique VII, rei da Inglaterra, e manteve contato por carta com a coroa francesa, mas ambas tentativas também fracassaram. Somente em 1492, depois que a Espanha conquistou Granada, é que ele obteve o apoio dos reis católicos.

O contrato de Colombo (chamado de Capitulações) com a coroa espanhola foi assinado em 17 de abril de 1492. Suas exigências foram várias, e, apesar de uma recusa inicial, os reis católicos aceitaram todas, que foram:

  • Título de almirante;
  • Nomeação como vice-rei e governador das terras que ele descobrisse;
  • Recebimento do título de don;
  • Recebimento de dois milhões de maravedis para preparar três caravelas;
  • Recebimento de uma porcentagem sobre todas as mercadorias e lucros obtidos por meio de sua expedição.

Veja mais: Conquista da América Espanhola e suas causas – doenças, superioridade de armas e alianças

Primeira viagem

Em 12 de outubro de 1492, Colombo desembarcou na ilha de San Salvador (chamada de Guanahani pelos nativos).
Em 12 de outubro de 1492, Colombo desembarcou na ilha de San Salvador (chamada de Guanahani pelos nativos).

Com o apoio da coroa espanhola, Colombo organizou três embarcações (duas caravelas e uma nau) para a sua expedição: Niña e Pinta (caravelas) e Santa María (nau). Essa expedição zarpou de Palos de la Fronteira, em 3 de agosto de 1492, em direção ao oeste. Colombo acreditava que por volta de 6 de outubro as três embarcações chegariam a Cipango.

Como já vimos, suas projeções estavam incorretas, e, por isso, a expedição durou muito mais do que ele imaginava. Para evitar que seus marinheiros entrassem em pânico, Colombo começou a omitir as reais distâncias feitas pela embarcação todos os dias. Essa primeira expedição chegou à América no dia 12 de outubro de 1492. Entretanto, não foi a primeira vez que os europeus chegaram ao continente, pois, no ano 1000, os vikings já o haviam feito.

A expedição de Colombo chegou à região das Antilhas, aportando em uma das ilhas que formam as Bahamas. Não existe comprovação a respeito de qual ilha a expedição alcançou primeiramente, mas acredita-se que pode ter sido a Watling’s Island. Os nativos chamavam-na Guanahani, mas Colombo renomeou-a de San Salvador.

Ele passou por outras ilhas do Caribe, como Cuba, que chamou de Juana, e a ilha onde fica o Haiti, chamando-a de Hispaniola. O contato com os indígenas foi tranquilo, mas Colombo relata que ele levou consigo alguns nativos à força para que eles pudessem dar detalhes da terra onde sua expedição tinha chegado. Colombo acreditou estar na Índia e chamou os nativos de “índios”.

Nessa expedição, Colombo formou um pequeno assentamento (chamado Navidad) em Hispaniola, deixando nele algumas dezenas de homens de sua expedição. Em seguida, retornou à Europa para dar as notícias da sua viagem aos reis espanhóis.

Acesse também: Alexandre VI, o papa que participou das negociações pela divisão da América

Outras viagens

Ao todo, Colombo realizou quatro viagens para a América, e em nenhuma delas se convenceu de que havia chegado a um continente desconhecido pelos europeus. Ele manteve-se acreditando que havia chegado à Ásia e que algumas das ilhas do Caribe eram parte do Japão. Os achamentos realizados por Colombo deram início a uma série de discussões entre Espanha e Portugal pela divisão das terras. Dessas negociações, nasceu o Tratado de Tordesilhas.

A segunda viagem de Colombo partiu da Espanha em 23 de setembro de 1493. Formada por cerca de 1200 homens, essa expedição tinha como objetivo iniciar a colonização das novas terras. Quando chegou a Hispaniola, percebeu que o assentamento de Navidad havia sido destruído. Assim, Colombo decidiu formar outro assentamento em um local diferente da ilha. Isso levou à fundação de Isabela, em homenagem à rainha Isabel de Castela. Colombo também explorou novas ilhas do Caribe e lutou contra os nativos pelo controle de Hispaniola.

A terceira viagem de Colombo iniciou-se em 30 de maio de 1498 e tinha como objetivo levar novos trabalhadores e suprimentos para Hispaniola. Colombo também estava dedicado a seguir explorando a região para encontrar a China. Essa expedição levou-o à América do Sul, pois encontrou a ilha de Trinidad (que forma Trinidad e Tobago atualmente) e navegou pelo delta do Orinoco, rio que passa pela Venezuela.

Quanto retornou para Isabela, Colombo encontrou a cidade em estado lamentável. Os colonos viviam em estado de grande pobreza, muitos haviam desistido do assentamento e tinham retornado à Europa, e os nativos tinham sido escravizados. Colombo foi acusado de tratar colonos e nativos de maneira negligente e, por isso, foi preso pelo inquisidor real Francisco de Bobadilla.

Basicamente, ele foi acusado de tirania, pois não distribuía as provisões aos colonos e autorizava a escravização dos nativos. O retorno dele à Espanha (ele viajou algemado) marca o fim do prestígio que ele havia adquirido com o feito da primeira viagem. Na Espanha ele foi liberto, porém perdeu o título de governador das colônias espanholas.

Em 9 de maio de 1502, Colombo partiu para a sua quarta e última viagem para a América. Proibido de ir para a ilha de Hispaniola, ele explorou a costa da América Central, e, em contatos com nativos no Panamá, recebeu a informação de que existia outro mar a oeste (Oceano Pacífico). Retornou para a Espanha em 1504.

Últimos anos

Ao retornar para a Espanha, Colombo estabeleceu-se em Sevilha. Em descrédito, ele não recebeu a quantia em riquezas que lhe havia sido prometida no contrato com a coroa espanhola. Pouco tempo depois, em 20 de maio de 1506, Cristóvão Colombo faleceu aos 54 anos. Seus filhos, Diego e Fernando, entraram na justiça contra a coroa da Espanha para que recebessem o que tinha sido prometido ao seu pai.

Créditos da imagem

[1] Everett Historical e Shutterstock

 

Por Daniel Neves Silva
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Cristóvão Colombo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/cristovao-colombo.htm. Acesso em 23 de abril de 2024.

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