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A bacia Platina é formada por rios localizados nos seguintes países:
É uma importante bacia de integração entre esses territórios, além de abastecer milhões de pessoas com água e alimentos (peixes e irrigação agrícola).
Mais de 40% dessa bacia estão em solo brasileiro, o que torna nosso país figura importante no cuidado e preservação dos rios que a formam.
Leia mais: Bacias hidrográficas – parte do relevo abastecida por um rio e seus afluentes
Tópicos deste artigo
- 1 - Características da bacia Platina
- 2 - Rios e bacias que formam a bacia Platina
- 3 - Importância da bacia Platina
- 4 - Hidrelétricas da bacia Platina
Características da bacia Platina
Considerada como uma forma de integração entre os países que a compõem, a bacia Platina tem importância considerável para a América do Sul, tanto em nível ambiental quanto econômico, pois se trata de rios bastante utilizados para o escoamento de produção dos países que não têm saída para o oceano, como Bolívia e Paraguai.
Em termos de área de ocorrência, essa bacia ocupa, aproximadamente, 3.140.000 km², dos quais 45% estão em solo brasileiro, em alguns estados do Centro–Sul:
Ela também é conhecida como Bacia do Prata, devido ao Rio da Prata, a foz do rio Paraná, o segundo maior em extensão da América do Sul. Com isso, essa bacia é a segunda maior desta parte do continente e possui rios dos mais variados aspectos: desde rios navegáveis, em áreas de planície, até rios com alto potencial hidrelétrico, em áreas de relevos acentuados. Alguns rios, ao longo de seu curso, possuem as duas características, como o rio Paraná.
O nome Platina deve-se aos países que formam a América Platina — Argentina, Paraguai e Uruguai. Esses possuem, em comum, o regime fluvial do Rio da Prata, nomeado assim pelos espanhóis ainda na era colonial, quando o rio ofertava grandes quantidades desse minério. Apesar de não serem da América Platina, Bolívia e Brasil integram a bacia, pois fazem fronteiras com os outros três países e, também, usufruem dos benefícios naturais dos rios platinos.
Rios e bacias que formam a bacia Platina
Grande parte dos rios que formam essa bacia nasce no Brasil. A bacia Platina pode ser subdivida em três:
- Bacia do Paraná
- Bacia do Paraguai
- Bacia do Uruguai
Na Bacia do Paraná, o principal rio é o que dá nome a ela. O rio Paraná, segundo maior da América do Sul, nasce dos afluentes Grande e Paranaíba, próximo dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. É também a fronteira natural entre o Brasil e o Paraguai.
Outro rio importante nessa bacia é o Tietê, rio paulista que, com o rio Paraná, forma a hidrovia Tietê–Paraná, uma importante via de escoamento agrícola da produção de cana-de-açúcar, grãos e bens de consumo do centro–sul do Brasil. É considerada a hidrovia do Mercosul (Mercado Comum do Sul), o que a faz ter importância internacional.
O rio Paraguai, que se encontra com o rio Paraná, forma a bacia que leva seu nome. Esse rio nasce em solo brasileiro, na região pantaneira do Mato Grosso do Sul, além de contar com afluentes argentinos e bolivianos, como o rio Bermejo.
Já o rio Uruguai nasce da confluência entre os rios brasileiros Canoas e Pelotas, sendo este último a divisa natural entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Fato interessante é que todo o rio Uruguai marca a divisa entre o país de mesmo nome e a Argentina. Ao longo do curso desse rio, há produção energética na Usina Hidrelétrica Binacional de Salto Grande, que fornece energia para os dois países citados.
Veja mais: Bacias hidrográficas do Brasil – importantes reservatórios de água potável do mundo
Importância da bacia Platina
A bacia Platina possui grande importância na região. O abastecimento de água de alguns estados brasileiros passa por ela, como Paraná e São Paulo, o mais populoso do Brasil. Ademais, a Bacia do Paraná, integrante da bacia Platina, abarca a área mais industrializada do país, servindo de recurso natural para as indústrias regionais, além da irrigação agrícola.
Para os países vizinhos, em especial o Paraguai, essa bacia é essencial para a sobrevivência da população por conta de dois fatores: a produção energética (quase 90% do que é consumido no país) e o escoamento da produção pela hidrovia no rio Paraguai, uma vez que não há saída para o mar. Este fator é estratégico na geopolítica local e foi fruto de conflitos armados, como a Guerra do Paraguai, que envolveu Brasil, Argentina e Uruguai x Paraguai, na década de 1860.
Como recurso hídrico e por ser a segunda maior da América do Sul, a bacia em questão é fundamental para as populações envolvidas. Sua área de ocorrência abrange grandes aglomerações urbanas e industriais, sendo considerada a maior produtora de bens e serviços e, também, onde há a maior concentração populacional desta área continental.
Para o Brasil, essa bacia representa um enorme ganho, pois é nela que está a maior usina hidrelétrica do país, fato que merece atenção por parte das políticas ambientais de preservação e conservação dos recursos naturais ali envolvidos.
Hidrelétricas da bacia Platina
Há um grande potencial hidrelétrico na bacia Platina. Isso devido ao relevo acidentado na região de São Paulo, Paraná e fronteira com o Paraguai. Os rios dessa localidade apresentam desníveis interessantes para a geração de força hidráulica, um fator importante para a construção de uma usina hidrelétrica.
É na fronteira Brasil–Paraguai que está localizada a maior usina da América e a segunda maior do mundo: a Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu. Para ter-se uma ideia, essa usina produziu, em 2016, mais de 100 milhões de MWh (Megawatts-hora), um recorde na produção mundial.
Ela produz energia para Brasil e Paraguai, que não consome toda a sua parte. Segundo dados da própria usina, 11,3% da energia brasileira vêm de Itaipu. Os outros 88,7% são ofertados ao Paraguai, que, em alguns períodos, não consome toda essa produção, gerando um excedente.
Esse excedente é comprado pelo governo brasileiro para a população do país, algo que beneficia tanto o lado paraguaio, devido ao dinheiro da venda, quanto o lado brasileiro, fornecendo energia a uma grande parcela dos habitantes da região centro–sul, a mais rica do país.
Há, ao longo dessa bacia, outras usinas, como:
- Usina Hidrelétrica de Manso
- Usina Hidrelétrica de Itá
- Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó
- Usina Hidrelétrica de Furnas
Por Átila Matias
Professor de Geografia