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Deodoro da Fonseca

Deodoro da Fonseca foi uma das pessoas mais importantes da história brasileira por seu envolvimento na proclamação da república e por ter sido o primeiro presidente do Brasil.

Marechal Deodoro da Fonseca em pintura de Benedito Calixto (1920).
Marechal Deodoro da Fonseca em pintura de Benedito Calixto (1920).
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Deodoro da Fonseca foi um militar e político tido como uma das personalidades mais importantes do Brasil no final do século XIX. Enquanto militar, ficou marcado por uma rápida ascensão na hierarquia, em especial, durante a Guerra do Paraguai. Na década de 1880, foi promovido à patente de marechal de campo.

Na política, Deodoro da Fonseca foi um dos personagens que levaram à queda da monarquia no Brasil e à proclamação da república, em 15 de novembro de 1889. Apesar de ser um monarquista, o militar foi convencido a apoiar o golpe. Com a queda da monarquia, foi nomeado para a presidência do país em 1889.

Veja também: Luís Carlos Prestes — outro militar que participou de importantes momentos políticos da história do Brasil

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Deodoro da Fonseca

  • Deodoro da Fonseca nasceu no estado de Alagoas, em 5 de agosto de 1827.

  • Nasceu em uma família de grande tradição militar, sendo que seu pai e seus sete irmãos seguiram essa carreira.

  • Progrediu rapidamente na carreira militar, em especial, durante o período da Guerra do Paraguai.

  • Foi convencido a participar do golpe que derrubou a monarquia, em 1889.

  • Foi o primeiro presidente do Brasil, e seu governo teve duas fases: provisória (1889-1891) e constitucional (1891).

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Nascimento de Deodoro da Fonseca

Manuel Deodoro da Fonseca nasceu em 5 de agosto de 1827, em Alagoas da Lagoa do Sul, atual cidade de Marechal Deodoro, no estado de Alagoas. A influência do meio militar na sua família era muito grande, uma vez que seu pai, Manuel Mendes da Fonseca Galvão, era militar, chegando ao posto de tenente-coronel do Exército. Sua mãe se chamava Rosa Maria Paulina da Fonseca.

Além disso, os irmãos de Deodoro da Fonseca, assim como ele, seguiram todos a mesma carreira. Em 1843, ele foi matriculado na Escola Militar do Rio de Janeiro, dando início a sua formação, e, em 1847, concluiu o curso de Artilharia. Antes mesmo de finalizá-lo, já possuía o posto de cadete.

Carreira de Deodoro da Fonseca como militar

Deodoro da Fonseca teve uma longa carreira no Exército Brasileiro e participou de acontecimentos importantes enquanto militar. Em 1848, por exemplo, ele atuou nas tropas que foram enviadas para Pernambuco para reprimir a Revolução Praieira, promovida pelos liberais por uma disputa política naquela província.

Além disso, Deodoro da Fonseca participou da campanha de invasão do Uruguai conduzida pelo Exército Brasileiro em 1864. Essa invasão foi resultado da interferência brasileira na política uruguaia para derrubar os blancos do poder e instalar os colorados, grupo político uruguaio aliado do Brasil.

A intervenção teve um grave desdobramento, que foi a Guerra do Paraguai, o maior conflito da história da América do Sul. Nesse conflito, Brasil, Argentina e Uruguai se uniram para lutar contra o Paraguai, país que invadiu o Mato Grosso no final de 1864. A Guerra do Paraguai foi um divisor na carreira de Deodoro da Fonseca.

Isso porque suas as ações no conflito lhe geraram enorme reconhecimento e permitiram-lhe crescer rapidamente na hierarquia militar. Deodoro da Fonseca era capitão quando a Guerra do Paraguai começou, e foi promovido diversas vezes ao longo do conflito, passando pelas patentes de major, tenente-coronel e coronel.

Depois da guerra, ele foi promovido à posição de brigadeiro em 1874; e, em 1887, tornou-se marechal de campo. É importante mencionar também que o marechal recebeu homenagens pela sua atuação no campo de batalha. Ainda, ele ocupou uma série de importantes posições após retornar do Paraguai.

Assim, assumiu o comando de tropas no Rio de Janeiro; ocupou a função de inspetor na Bahia; foi nomeado para supervisionar instalações do Exército em diferentes províncias como Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Também foi comandante das armas, vice-presidente e assumiu o posto de presidente da província do Rio Grande do Sul em 1886. Além disso, foi o primeiro presidente do Clube Militar.

Deodoro da Fonseca e a proclamação da república

Um dos momentos mais importantes da vida de Deodoro da Fonseca se deu no final da década de 1880, quando a república foi proclamada no Brasil. Ele foi parte importante do golpe político e militar que determinou a derrocada da monarquia no país, apesar de que era um defensor da monarquia e um amigo do imperador d. Pedro II.

Havia um grande desencontro da monarquia com parte da sociedade brasileira, e um movimento golpista para implantação da república foi avançando no final da década de 1880. O Exército foi um dos grupos que mais se envolveram com esse projeto de estabelecimento da república, por possuir diversas demandas não atendidas pela monarquia.

Em 1889, a conspiração contra a monarquia precisava de um nome influente no meio militar para apoiá-la. Por isso Marechal Deodoro da Fonseca foi convencido a aderi-la devido a informações falsas, incluindo uma de que ele seria preso a mando do chefe do Gabinete Ministerial, o visconde de Ouro Preto.

O marechal fez o visconde ser demitido e preso em 15 de novembro de 1889, mas não proclamou a república. A ação de Deodoro da Fonseca se deu sob a companhia de suas tropas. Ao final do dia, as articulações políticas levaram à proclamação da república pelo vereador José do Patrocínio. O imperador d. Pedro II recusou-se a reagir militarmente, e o golpe republicano foi concluído com sucesso.

→ Videoaula sobre proclamação da república

Deodoro da Fonseca na presidência do Brasil

Depois do golpe republicano, foram estabelecidas as bases do novo governo, sendo instituído um Governo Provisório. O marechal Deodoro da Fonseca foi convidado para assumir a posição de presidente provisório do Brasil, função que ocuparia até que a república estivesse consolidada e uma nova Constituição fosse promulgada.

O governo Deodoro da Fonseca foi bastante agitado, além de marcado pelas atitudes autoritárias do marechal. Esse primeiro momento do seu governo, entendido como provisório, ficou marcado por ações com o objetivo de reforçar as instituições e os símbolos republicanos.

A bandeira e outros símbolos nacionais, além de topônimos, foram alterados na intenção de apagar qualquer vestígio que remetesse à monarquia. Outras mudanças foram colocadas em prática no país, muitas delas consolidadas com a promulgação da Constituição em 1891.

Deodoro da Fonseca e outras figuras de seu governo debatendo a elaboração da Constituição de 1891.[1]
Deodoro da Fonseca e outras figuras de seu governo debatendo a elaboração da Constituição de 1891.[1]

Entre as mudanças que aconteceram no país durante o governo de Deodoro da Fonseca, ocorreram as seguintes:

  • separação entre o Estado e a Igreja;

  • adoção do federalismo;

  • adoção do sufrágio universal masculino.

Além disso, seu governo ficou marcado por uma forte crise econômica, ao longo de toda a década de 1890, chamada de encilhamento, durante a qual Rui Barbosa, o ministro da fazenda, autorizou bancos privados a emitirem papel-moeda sem lastro, gerando uma grande crise de especulação financeira.

Com a promulgação da Constituição de 1891, foi realizada uma eleição indireta, na qual Deodoro da Fonseca reelegeu-se constitucionalmente para um mandato que se estenderia até 1894. O vice-presidente eleito foi o marechal Floriano Peixoto.

Essa segunda fase do governo Deodoro da Fonseca é chamada de constitucional, sendo o momento quando os atritos do presidente com o Legislativo aumentaram bastante. Isso porque o presidente não aceitava governar de acordo com o que estabelecia o princípio dos Três Poderes e não queria lidar com as interferências do Legislativo.

A crise do presidente com o Legislativo levou-o a tomar medidas cada vez mais autoritárias, até que decidiu fechar o Congresso Nacional em novembro de 1891. Uma crise política se instalou no país, havendo resistência civil e uma rebelião militar contra o presidente. Parte da Mainha se rebelou e ameaçou atacar o Rio de Janeiro, caso ele não renunciasse.

A pressão sobre Deodoro da Fonseca deu certo, e ele, temendo o início de uma guerra civil, renunciou à presidência do Brasil em 1891, no dia 23 de novembro. O seu vice, Floriano Peixoto, assumiu o cargo, governando o país até o ano de 1894.

Saiba mais: Getúlio Vargas — outro presidente do Brasil que governou tanto provisoriamente quanto constitucionalmente

Falecimento de Deodoro da Fonseca

Depois da presidência, a saúde de Deodoro da Fonseca piorou terrivelmente, falecendo no dia 23 de agosto de 1892, no Rio de Janeiro. Seu enterro contou com todas as honrarias militares, sendo sepultado na cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil na época.

Crédito de imagem

[1] Wikimedia Commons (reprodução)

 

Por Daniel Neves
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Deodoro da Fonseca"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/deodoro-da-fonseca.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

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