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Governo Donald Trump

O primeiro governo Donald Trump se estendeu de 2017 a 2021, sendo esse empresário o 45º presidente dos Estados Unidos. Ele foi eleito para um novo mandato na eleição de 2024.

Retrato oficial de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Donald Trump foi presidente dos Estados Unidos entre 2017 e 2021, retornando à presidência para um novo mandato a partir de 2025.
Crédito da Imagem: Commons
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O primeiro governo Donald Trump se estendeu de janeiro de 2017 a janeiro de 2021, com Trump sendo o 45º presidente da história dos Estados Unidos. Foi eleito presidente ao derrotar Hillary Clinton na eleição presidencial de 2019. Seu governo ficou marcado por medidas polêmicas em diversos assuntos, como na política externa e na imigração. Foi derrotado por Joe Biden na eleição presidencial de 2020.

Acesse também: História dos partidos Republicano e Democrata dos Estados Unidos

O governo Donald Trump, em seu primeiro mandato, estendeu-se de janeiro de 2017 a janeiro de 2021, sendo que Trump foi o 45º presidente da história dos Estados Unidos. Ele foi eleito presidente ao derrotar Hillary Clinton na eleição presidencial de 2019. Seu governo ficou marcado por medidas polêmicas em diversos assuntos, como na política externa e na imigração.

Foi derrotado por Joe Biden na eleição presidencial de 2020, mas se manteve como figura relevante dentro do Partido Republicano, consolidando-se como o candidato desse partido para a eleição presidencial de 2024. Nessa disputa, Donald Trump deu a vota por cima e venceu a democrata Kamala Harris.

Acesse também: História dos partidos Republicano e Democrata dos Estados Unidos

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o governo Donald Trump

  • Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos ao vencer Hillary Clinton na eleição de 2016.

  • No primeiro mandato, foi o 45º presidente dos Estados Unidos.

  • Seu governo ficou marcado por ações e declarações polêmicas em diferentes áreas.

  • Ficou reconhecido pela grande quantidade de declarações falsas que realizou.

  • Foi derrotado na eleição de 2020 por Joe Biden.

  • Em 2024, deu a volta por cima e derrotou a candidata Kamala Harris, sendo eleito novamente como presidente dos Estados Unidos.

Donald Trump na eleição de 2016

O governo de Donald Trump se estendeu de janeiro de 2017 a janeiro de 2021 e é visto como um dos governos mais controversos da história recente dos Estados Unidos. Para se tornar presidente dos Estados Unidos, Donald Trump precisou superar prognósticos negativos a fim de sair vencedor da eleição presidencial de 2016.

Naquela eleição, Donald Trump foi escolhido como o candidato do Partido Republicano ao vencer as primárias realizadas no começo de 2016. Na disputa pela presidência, Donald Trump teve como adversário a democrata Hillary Clinton, ex-senadora e esposa do ex-presidente norte-americano Bill Clinton. Nessa disputa, Donald Trump era visto como “azarão”.

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No entanto, Donald Trump venceu. Ao final da contagem dos votos, Donald Trump obteve quase 63 milhões de votos, enquanto Hillary Clinton obteve quase 66 milhões. A eleição presidencial norte-americana não é decidida por quem obtém mais votos, mas por quem conquista o maior número de delegados do Colégio Eleitoral.

Nesse quesito, Donald Trump obteve 304 votos, enquanto Hillary Clinton obteve apenas 227. Isso fez de Donald Trump o quinto presidente na história dos Estados Unidos que foi eleito com menos votos que seu adversário.

  • Quais fatores levaram Donald Trump à vitória?

Analistas da política norte-americana procuraram analisar os fatores que explicam o inesperado sucesso de Donald Trump, e algumas razões podem ser levantadas.

Donald Trump explorou o próprio sucesso como empreendedor bem-sucedido para vender a ideia de que ele era bom com negócios e, portanto, seria um bom gestor para a economia do país e contribuiria para a criação de empregos. Lembrando que Donald Trump possuía fama nos Estados Unidos por ter sido apresentador de um reality show chamado The Apprentice.

Donald Trump utilizou um discurso abertamente nacionalista durante sua campanha eleitoral. O empresário prometeu à população norte-americana que defenderia os interesses do povo em primeiro lugar e, se necessário, refaria acordos comerciais e diplomáticos que não fossem benéficos ao país. Ele, inclusive, utilizava slogans como America First (“EUA em primeiro lugar”) e Make America Great Again (“Torne os EUA grandes novamente”).

Apoiador de Donald Trump segura placa com o slogan da campanha do governo Trump: Make America Great Again.[1]
Apoiador de Donald Trump segura placa com o slogan da campanha do governo Trump: Make America Great Again.[1]

Além disso, ele prometeu defender os interesses do país para evitar que os Estados Unidos perdessem empregos para países como a China e o México. Esse discurso em defesa da economia norte-americana teve um forte apelo entre os brancos de classe baixa dos Estados Unidos. Outro assunto que teve boa receptividade nessa parcela da população foi a questão da imigração.

O discurso de Donald Trump na questão da imigração tinha uma posição extremamente protecionista, pois ele alegava que mudaria drasticamente a política de imigração do país. Trump afirmava que construiria um muro na fronteira com o México para impedir que imigrantes ilegais entrassem no país. Trump foi acusado de xenofobia, pois sua posição era ser contra a entrada de muçulmanos no país.

Outros fatores que explicam a vitória de Trump são:

  • o espaço que ele obteve na mídia – espaço esse obtido com a própria fortuna que Turmp possuía;

  • o insucesso de Hillary Clinton de criar uma plataforma política que atraísse os trabalhadores brancos do país;

  • as promessas de Trump de reduzir impostos.

Além disso, um escândalo envolvendo e-mails de Hillary Clinton às vésperas da disputa prejudicou a imagem da democrata. Por fim, relatos contam que, possivelmente, houve interferência de hackers russos para beneficiar a campanha de Donald Trump e manipular a opinião pública.

Acesse também: Como são feitas as eleições presidenciais nos Estados Unidos?

Principais acontecimentos do primeiro governo de Donald Trump

Ao longo dos quatro anos de governo, Donald Trump acumulou decisões polêmicas. Algumas das medidas tomadas por Donald Trump levaram a verdadeiras brigas judiciais e a impasses entre os entes que formam os Estados Unidos. Vejamos um resumo dos assuntos de destaque do governo de Donald Trump.

  • Imigração no governo de Donald Trump

Uma das medidas do governo de Trump foi o endurecimento da política de imigração, determinando a extradição forçada de muitos imigrantes. O governo Trump também impôs uma política de imigração conhecida como “política de tolerância zero”. Por meio dela, qualquer adulto imigrante que entrasse ilegalmente no país seria preso e acusado judicialmente. A exceção seria para imigrantes que cumprissem os requisitos para pedir asilo.

Algumas cidades norte-americanas (conhecidas como “cidades-santuário”) se recusaram a seguir a rígida política de imigração do governo e passaram a proteger os imigrantes residentes dentro de seus limites. Outra medida tomada pelo governo Trump referente à imigração foi a proibição da entrada de pessoas de cinco países: Somália, Líbia, Irã, Sudão e Iêmen. A medida foi considerada xenofóbica.

Trump ainda deu início à construção de um muro na fronteira com o México, uma obra extremamente cara. Ele não cumpriu a promessa de fazer o México pagar pelo muro. A política de imigração do governo Trump ainda foi duramente criticada por separar crianças imigrantes de seus pais, muitas delas separadas por anos.

  • Governo Trump e o Acordo de Paris

Outra medida polêmica do governo Trump foi decidir por retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris. Esse acordo é parte de um tratado assinado por 195 países cujo objetivo é reduzir os efeitos do aquecimento global a longo prazo. Um dos principais pontos desse acordo é tentar reduzir o aumento da temperatura a 1,5º C.

Os Estados Unidos saíram do Acordo de Paris em 2017, e essa foi uma das demonstrações mais significativas de Donald Trump acerca da postura negacionista dele a respeito do aquecimento global. Além disso, o ex-presidente norte-americano realizava declarações rotineiras sobre não acreditar no que os cientistas dizem sobre o aquecimento global.

Os Estados Unidos retornaram ao Acordo de Paris poucas semanas após o presidente Joe Biden ter assumido a presidência norte-americana em 2021.

  • Governo Trump e fake news

O presidente Donald Trump também ficou reconhecido por realizar declarações falsas ou enganosas com frequência. Esse tipo de declaração é usualmente conhecida como fake news e basicamente consiste na difusão de informações flagrantemente falsas ou parcialmente falsas com o intuito de manipular a opinião pública.

Os cientistas políticos Steven Levitsky e Daniel Ziblatt apontaram para o fato que durante a campanha eleitoral em 2016, 69% das declarações públicas de Donald Trump poderiam ser enquadradas como falsas ou enganosas. Além disso, eles apontam para o fato de que Donald Trump fez uma declaração falsa ou enganosa por dia durante os 40 primeiros dias de seu governo.|1|

  • Política externa do governo Trump

A política do governo Trump foi extremamente conservadora e passou por transformações consideráveis. A primeira mudança considerável se deu na diplomacia com Cuba, país do Caribe que, desde a década de 1960, sofre com um embargo econômico imposto pelos Estados Unidos. As relações entre Cuba e os Estados Unidos haviam se estreitado durante o governo de Barack Obama, mas voltaram a ficar ruins com Trump.

O governo Trump ainda esboçou um estreitamento de laços com a Coreia do Norte, mas as negociações entre os dois países fracassaram. Trump também assumiu uma postura mais rígida com o Irã e seu programa nuclear, e interveio na Síria por causa dos desdobramentos da Guerra Civil Síria. As relações do governo Trump com a Venezuela também foram consideradas ruins.

A ação mais polêmica da política externa norte-americana se deu na relação do país com Israel, um dos maiores aliados norte-americanos na região. Em 2018, o governo Trump decidiu reconhecer Jerusalém como capital de Israel e anunciou a transferência da embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém.

Essa medida é considerada polêmica porque Jerusalém é uma cidade que gera conflitos entre israelenses e palestinos, e não é reconhecida internacionalmente como a capital de Israel. Internacionalmente, entende-se que Tel Aviv é a capital israelense. A postura da comunidade internacional é de que Jerusalém seja partilhada entre israelenses e palestinos.

  • Governo Trump e a pandemia de covid-19

Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde anunciou que a covid-19 havia alcançado um quadro alarmante, e isso fez com que a organização anunciasse que o mundo vivia uma pandemia. Até agosto de 2021, mais de 4 milhões de pessoas morreram por causa doença, uma parte significativa de norte-americanas.

O governo Trump foi bastante criticado por não combater da forma ideal o avanço da covid-19 nos Estados Unidos. Especialistas na área da saúde e da infectologia apontam que o governo Trump se recusou a tomar medidas públicas de combate à doença. O presidente ainda foi acusado de minimizar a gravidade da doença e de defender tratamentos ineficazes no combate da doença, como o uso de hidroxicloroquina.

Donald Trump e a eleição de 2020

Diversas pessoas invadem o Capitólio, no contexto da derrota de Trump em 2020.
Com a derrota de Trump na eleição presidencial de 2020, apoiadores do presidente invadiram o Capitólio.[2]

O governo de Donald Trump contribuiu para polarizar os Estados Unidos. Com o decorrer de seu governo, a popularidade do presidente caiu e até uma tentativa de depô-lo por impeachment foi realizada, mas fracassou. Um dos pontos que mais prejudicaram Trump foi seu fracasso no combate à covid-19.

Percebendo sua situação delicada, o presidente norte-americano optou por atacar o sistema eleitoral norte-americano como maneira de deslegitimar o processo em caso de uma eventual derrota. A principal acusação de Trump era de que o sistema eleitoral norte-americano estava fraudado, mas as acusações realizadas por ele não eram acompanhadas por provas.

A disputa da eleição presidencial de 2020 foi contra o democrata Joe Biden. Nessa eleição, Donald Trump foi derrotado, obtendo 74 milhões de votos e 232 votos no Colégio Eleitoral. Joe Biden, por sua vez, obteve 81 milhões de votos e 306 votos no Colégio Eleitoral. Após a derrota, apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio, um evento que foi condenado como um grande ataque à democracia norte-americana.

Donald Trump ainda tentou intervir na contagem dos votos quando se tornou claro que ele seria derrotado. Essa postura de Trump foi entendida por analistas políticos como uma tentativa de golpe, algo inédito no sistema político norte-americano. O presidente Trump fracassou no seu objetivo e, derrotado, teve de ceder a presidência para o vencedor, Joe Biden.

Donald Trump nas eleições de 2024 dos Estados Unidos

O ano de 2024 ficou marcado por uma nova eleição presidencial nos Estados Unidos. Durante o governo de Joe Biden, Donald Trump seguiu como uma figura influente no Partido Republicano, sendo o maior nome do partido para retomar a presidência do país. As primárias realizadas para a eleição presidencial só confirmaram a tendência.

A disputa seria novamente contra Joe Biden, presidente norte-americano e figura responsável por derrotar Trump na eleição de 2020. Biden estabeleceu sua candidatura em 2023, sendo oficializado pelo Partido Democrata como o candidato do partido. Biden buscava a reeleição, mas tudo mudou drasticamente no primeiro semestre de 2024.

Joe Biden teve um desempenho ruim em um debate presidencial, e isso reforçou as desconfianças sobre sua idade e sua capacidade física de exercer um segundo mandato (ele teria 86 anos ao final do segundo mandato, se fosse reeleito). A pressão sobre Joe Biden, inclusive de dentro do Partido Democrata, foi tão grande que ele desistiu da candidatura.

Em seu lugar, o Partido Democrata escolheu Kamala Harris, vice-presidente do país, para ser a candidata democrata. A candidatura de Kamala Harris começou com força, e as pesquisas de opinião trouxeram dados que demonstravam uma importante vantagem a ela. Kamala Harris chegou a contar com o apoio público de algumas personalidades norte-americanas.

Ainda durante a campanha eleitoral, Donald Trump foi considerado culpado em um processo em que foi acusado de suborno. Em 13 de julho, Donald Trump foi vítima de uma tentativa de assassinato enquanto discursava em uma cidade na Pensilvânia. O empresário foi ferido na orelha, e o terrorista foi morto pelos agentes do serviço secreto. Em setembro, ele foi vítima de uma nova tentativa de assassinato, dessa vez na Flórida.

Apesar do entusiasmo inicial, a campanha de Kamala Harris se enfraqueceu para a candidatura de Donald Trump. O empresário contou com o apoio de figuras como Elon Musk, bilionário que prometeu realizar sorteios de US$ 1 milhão para incentivar eleitores conservadores a se registrar para votar.

Por fim, com a eleição realizada, Donald Trump obteve uma vitória sem sustos. O empresário norte-americano venceu a disputa nos sete estados mais importantes, os chamados estados pêndulos. Esses estados foram Carolina do Norte, Geórgia, Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Nevada e Arizona.

A última atualização da contagem dos votos indicava quase 73 milhões de votos para Trump contra pouco mais de 68 milhões para Kamala Harris. Além disso, Donald Trump havia conquistado 295 delegados no Colégio Eleitoral, sendo necessários 270 delegados para vencer. A vitória fez dele o segundo ex-presidente a vencer uma eleição após ser derrotado em uma reeleição, e foi o primeiro presidente norte-americano condenado na justiça norte-americana.

A vitória republicana foi ainda maior do que parece, pois os republicanos conquistaram maioria no Senado e na Câmara dos Representantes. Além disso, a Suprema Corte norte-americana é conhecida por também ter uma maioria conservadora.

O que se espera do segundo governo de Donald Trump?

Para o novo governo de Donald Trump se esperam algumas ações como:

  • Estabelecer uma política imigratória mais rigorosa que inclua a deportação em massa de imigrantes ilegais.

  • Reduzir os impostos dos ricos e das empresas norte-americanas.

  • Tornar mais rígida a política protecionista dos Estados Unidos, aumentando os impostos, sobretudo sobre produtos chineses.

  • Muitos analistas de política internacional apontam que Trump pode reduzir o apoio norte-americano à Ucrânia, forçando um acordo desse país com a Rússia.

  • Existe a expectativa por uma tentativa de Trump de fazer algumas mudanças significativas na política e estrutura de governo dos Estados Unidos.

  • Alguns analistas esperam por uma ofensiva do governo Trump para fortalecer a extrema-direita em toda a América Latina.

Notas

|1| LEVITSKY, Steven e ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Zahar, 2018, p.188-189.

Créditos das imagens:

[1] Brandon Stivers / Shutterstock

[2] lev radin / Shutterstock

Fontes

LEVITSKY, Steven e ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Zahar, 2018.

MURSE, Tom. How Donald Trump won the presidential election. Disponível em: https://www.thoughtco.com/how-donald-trump-won-the-presidential-election-4113292

REDAÇÃO. Trump vence, como será o segundo mandato? Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c30p8045p13o

BAPTISTA, Sara. Trump torna-se o primeiro presidente dos EUA condenado criminalmente. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2024/11/06/trump-sera-o-primeiro-presidente-dos-estados-unidos-condenado-criminalmente.htm

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Governo Donald Trump"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/donald-trump-no-poder.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


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