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Barack Obama, o 44º presidente dos Estados Unidos, cumpriu dois mandatos, que se estenderam de 2009 a 2017. O seu governo ficou marcado por uma série de reformas, como o Obamacare, o programa de reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos. Ele também promoveu um pacote de estímulo para recuperar a economia do país. Foi sucedido por Donald Trump.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o governo de Barack Obama
- 2 - Eleição de 2008
- 3 - Governo Barack Obama
- 4 - Críticas ao governo Obama
- 5 - Fim do governo Obama
Resumo sobre o governo de Barack Obama
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Barack Obama tornou-se presidente ao vencer a eleição presidencial de 2008, derrotando John McCain.
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Em 2012 foi reeleito presidente ao derrotar Mitt Romney.
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Seu governo aprovou um plano de incentivo econômico para recuperar a economia dos Estados Unidos dos efeitos da crise de 2008.
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Realizou uma reforma no sistema de saúde do país ao propor o Obamacare.
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Tentou promover a legalização dos imigrantes, mas o projeto foi bloqueado na Suprema Corte.
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Sofreu críticas por sua política no Oriente Médio e pelo escândalo de espionagem.
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Transmitiu a presidência, em 2017, para o republicano Donald Trump.
Eleição de 2008
A eleição de 2008 marcou a escolha de Barack Obama para ser o 44º presidente dos Estados Unidos a partir de 2009. Essa escolha foi resultado de uma longa campanha política que se iniciou ainda em 2007, quando Obama decidiu se candidatar à presidência. Na época, ele era senador pelo estado de Illinois.
Após decidir concorrer à presidência, Obama teve que disputar as primárias do Partido Democrata, sendo Hillary Clinton sua principal concorrente. O resultado foi uma vitória apertada do senador por Chicago e, uma vez vitorioso, ele teve de enfrentar John McCain, o candidato do Partido Republicano.
A vitória de Obama nessa eleição foi relativamente fácil, uma vez que ele teve quase 10 milhões de votos a mais que seu concorrente e obteve 365 votos no Colégio Eleitoral. Vale lembrar que, na eleição norte-americana, um candidato, para ser vitorioso, precisa obter pelo menos 270 votos no Colégio Eleitoral.
A campanha eleitoral para Barack Obama não foi fácil e ele teve de enfrentar muitas teorias conspiratórias, sendo as duas principais uma acusação de que ele não era norte-americano (falsa, pois Obama nasceu em Honolulu, no Havaí) e outra que o acusava de ser muçulmano. O fato de ser muçulmano não impediria Obama de se candidatar à presidência, mas era uma acusação que visava afetar sua imagem, pois os EUA são um país majoritariamente cristão protestante.
Obama não era muçulmano, mas foi o primeiro presidente norte-americano a ser criado em uma família não cristã. Isso porque a mãe de Obama era agnóstica; seu pai, ateu; além disso, ele possuía parentes muçulmanos na família. Obama converteu-se ao cristianismo na década de 1980, quando passou a frequentar a Trinity United Church.
No entanto, essas polêmicas não puderam evitar a vitória de Obama e alguns dos fatores que o ajudaram nesse processo foram:
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o discurso voltado para as preocupações da classe média norte-americana;
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demonstrações de sua capacidade de liderança;
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bom temperamento sob ataques durante a campanha eleitoral;
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proposta de reforma do sistema de saúde do país;
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proposta para retirar as tropas do país do Iraque;
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escolha do vice.
Leia também: História dos partidos Republicano e Democrata dos EUA
Governo Barack Obama
O governo Barack Obama se estendeu de 2009 a 2017, portanto ele foi presidente dos Estados Unidos em dois mandatos (em 2012, ele derrotou o republicano Mitt Romney). Seu governo foi considerado histórico, pois ele foi o primeiro afro-americano a tornar-se presidente do país. Obama sucedeu George W. Bush e assumiu o governo em um momento delicado.
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Economia
Quando Obama assumiu, os Estados Unidos viviam o auge da crise econômica de 2008, a maior crise que atingiu a economia norte-americana desde 1929. Essa crise foi causada por uma bolha imobiliária resultante da concessão de créditos excessivos pelos bancos para a compra de imóveis, o que gerou uma falsa valorização no mercado imobiliário. Em razão do aumento dos juros dos empréstimos e da estagnação na renda dos trabalhadores, milhões de norte-americanos não conseguiram pagar seus empréstimos, o que levou esses bancos à falência.
Foi esse cenário que Obama encontrou na presidência e seu governo logo tomou uma ação para promover a recuperação da economia norte-americana. A principal ação foi o Reinvestment Act of 2009, quando foi aprovado um pacote de estímulo no qual o governo injetou 800 bilhões de dólares na economia do país.
Entre as ações do governo de Obama estão os cortes fiscais para cidadãos e empresas, auxílio econômico para cidadãos de baixa renda, investimento em infraestrutura e pesquisa científica, entre outras. As ações de Obama tiveram bom resultado, sobretudo na questão do desemprego, que caiu de 10% para 4,6%. Foi registrado também aumento do PIB dos Estados Unidos.
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Obamacare
Outra medida de grande repercussão do governo Barack Obama foi o programa de reestruturação do sistema de saúde do país, o Patient Protection and Affordable Care Act, mais conhecido como Obamacare. Esse programa foi aprovado em março de 2010 e tinha como objetivo garantir que todos os cidadãos norte-americanos tivessem acesso a atendimento de saúde, quando fosse necessário.
O programa de saúde foi pensado para atender a uma grande parcela da população norte-americana que ainda não tinha acesso a plano de saúde. Essa reforma era considerada vital, uma vez que a saúde nos Estados Unidos é privada e procedimentos básicos são extremamente caros, assim como também são caros os preços dos planos de saúde.
Por meio desse plano, o governo reestruturou o serviço dos planos de saúde, fornecendo meios para que milhões de pessoas pudessem contratar um plano. Com o Obamacare, norte-americanos de baixa renda teriam seu plano de saúde subsidiado pelo governo. Além disso, esse projeto proibiu que os planos de saúde rejeitassem cidadãos com doenças crônicas, como diabetes.
Outras medidas propostas pelo Obamacare foram a obrigatoriedade para que grandes empresas oferecessem cobertura de saúde para seus funcionários. Por fim, cidadãos com boa renda anual ficaram obrigados a contratar um plano de saúde para obter pelo menos uma cobertura mínima.
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Outros feitos de Barack Obama
Dentre outras ações do governo Barack Obama, destaca-se a aprovação de um projeto que promoveu a legalização dos imigrantes nos Estados Unidos. Os critérios para essa legalização eram que o imigrante ilegal estivesse morando nos Estados Unidos há mais de cinco anos e que tivesse tido filhos no país até novembro de 2014.
Falava-se que o programa poderia beneficiar até 4 milhões de imigrantes ilegais de maneira imediata e 11 milhões no longo prazo. No entanto, a Suprema Corte dos Estados Unidos bloqueou o projeto e impediu sua aplicação.
O governo Barack Obama também procurou aproximar-se diplomaticamente do governo cubano, visando acabar com um afastamento que se estendia desde a década de 1960.
Obama deu início à reaproximação com Cuba no final de 2014 e, a partir daí, diversas ações começaram a ser realizadas em benefício do governo cubano. O governo norte-americano retirou Cuba da lista dos países que financiam terrorismo, uma embaixada de Cuba foi aberta em Washington e os dois países trocaram prisioneiros. No entanto, essa reaproximação foi revertida quando Donald Trump assumiu a presidência.
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Críticas ao governo Obama
Quando Obama encerrou seu governo, em 2017, pesquisas apontavam uma alta popularidade do presidente dos Estados Unidos. Ainda assim, ele sofreu fortes críticas por determinadas ações.
Em 2013, informações vazadas apontaram que o serviço de inteligência dos Estados Unidos, a NSA, espionava uma série de países, incluindo o Brasil.
A política do governo Barack Obama no Oriente Médio também foi alvo de críticas. O seu governo anunciou a retirada das tropas norte-americanas do Iraque e do Afeganistão e adotou uma postura menos invasiva. Os Estados Unidos passaram a realizar apenas ações de inteligência e promover ataques com drones em supostos locais de atividade terrorista.
Os ataques realizados por drones aconteceram no Iraque e Afeganistão, mas também em outros países, como Somália e Paquistão. Essas ações foram responsáveis pela morte de centenas de civis em diferentes partes do planeta.
Obama também recebeu críticas pela sua falta de ações mais enérgicas contra o surgimento do Estado Islâmico. As principais ações tomadas contra esse grupo ocorreram no cenário da Síria, país que passava pela Guerra Civil Síria. Os Estados Unidos deram início a uma série de bombardeios contra instalações do Estado Islâmico e apoiaram alguns grupos, como os curdos, para lutar contra o califado.
Fim do governo Obama
Após oito anos de governo, Barack Obama realizou a transição de poder — nos Estados Unidos, é permitida apenas uma reeleição ao presidente. Barack Obama transmitiu a presidência para o republicano Donald Trump, candidato ultraconservador que venceu a eleição presidencial de 2016, derrotando a candidata democrata Hillary Clinton.
Créditos das imagens
[1] Everett Collection e Shutterstock
[2] Heidi Besen e Shutterstock
Por Daniel Neves
Professor de História