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As recentes invasões ao Afeganistão e ao Iraque, bem como as caçadas e extermínio de Saddam Hussein e Osama Bin Laden, leva-nos a pensar a respeito da soberania internacional dos Estados Unidos da América e da sua consolidação como a maior hiperpotência mundial. Estados Unidos é a única nação a acumular a liderança no poderio industrial, militar, financeiro, nuclear, estratégico e cultural. Pode-se dizer, então, que o poder dos EUA é multidimensional e atinge praticamente todas as partes do globo terrestre.
Tal poderio se justifica principalmente pelo desempenho norte-americano nas duas grandes guerras mundiais e, em seguida, durante a Guerra Fria. Durante as grandes batalhas, os EUA não sofreram grandes consequências em seu território e tampouco ataques a civis. Mesmo na Guerra do Vietnã, em que os americanos foram considerados derrotados, não chegaram a sofrer um único ataque direto em seu território. Os atentados de 11 de Setembro foram a única vez na história da era moderna que os Estados Unidos sofreram um ataque direto dentro de suas fronteiras.
Por se encontrar em uma localização geográfica privilegiada, estando protegido por dois grandes oceanos, bem como por ter desenvolvido uma melhor tecnologia bélica e nuclear, os EUA terminaram a Segunda Grande Guerra na liderança do poderio político-militar, sendo rivalizado apenas pela União Soviética (URSS). O dólar passou a ser a principal moeda em todo mundo, de modo que todas as economias tinham suas referências pautadas a partir da americana. Com o declínio soviético ao final da Guerra Fria, os EUA tornaram-se uma potência sem rivais, tanto no poderio bélico quanto no econômico.
Quando estudiosos e analistas abordam a conjuntura da ordem mundial no pós Guerra Fria, referem-se a uma multipolaridade, que estaria refletida na divisão de poder entre EUA, União Europeia, Japão e, posteriormente, China. Entretanto, fala-se também de uma unipolaridade, uma vez que os poderios econômicos e bélicos dos Estados Unidos encontram-se muito acima dos demais.
Para se ter uma ideia, os EUA investiram, em 2008, cerca de 607 bilhões de dólares em gastos militares, o que corresponde a 41% dos investimentos em todo mundo. O segundo lugar pertence à China, com 84,9 bilhões de dólares. Uma diferença próxima dos 520 bilhões!
Nos plano Geopolítico, os EUA mantém intervenções na maioria dos grandes conflitos armados e crises internacionais. Na guerra entre Israel e Palestina, mantém uma posição de apoio aos judeus, mantendo uma gigantesca diplomacia local. A Organização das Nações Unidas, a ONU, é frequentemente acusada por outras nações por ser submeter às ordens e vontades estadunidenses.
Um exemplo foi a invasão ao Iraque, vetada pelo Conselho de Segurança da ONU, porém ignorada pelos Estados Unidos. Nenhuma atitude em represália foi tomada pelo órgão internacional, que nada pode fazer a não ser enviar tropas para cuidar dos feridos e sobreviventes do front de batalha.
Portanto, com um PIB que corresponde a cerca de um quinto da riqueza mundial, com um poder de consumo extremamente alto e com um poder de investimento muito acima dos demais, os Estados Unidos seguem soberanos na liderança política da Nova Ordem Mundial.
Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia