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Dissertação e texto dissertativo-argumentativo

A dissertação objetiva informa o leitor a respeito de um assunto. O texto dissertativo-argumentativo, por sua vez, objetiva convencer o leitor a acatar o posicionamento do autor.

Existem diferenças entre a dissertação e o texto dissertativo-argumentativo
Existem diferenças entre a dissertação e o texto dissertativo-argumentativo
Crédito da Imagem: Shutterstock
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Para algumas pessoas, não existem diferenças entre dissertação e texto dissertativo-argumentativo. Entretanto, é necessário ressaltar que existem algumas diferenças entre esses tipos de texto, sobretudo no que se refere aos objetivos pretendidos pelo autor com a escrita de seu texto, como informar, convencer, instruir, entreter, vender, parabenizar, advertir, entre muitos outros.

Sabemos que existem alguns tipos de textos, como Narrativo, Injuntivo, Expositivo, Argumentativo e Descritivo, os quais representam a base estrutural dos gêneros discursivos, como Crônicas, Contos, Cartas, Artigos de Opinião, Fábulas, Charges, Relatórios, Memorando, Anúncio Publicitário etc.

Embora a dissertação e o texto dissertativo-argumentativo sejam parecidos e sejam veiculados nos suportes de comunicação de massa, como jornais, revistas e livros, é preciso que fiquemos atentos àquilo que os diferencia, sobretudo no que se refere aos objetivos pretendidos (intencionalidade discursiva) pelo autor do texto e os efeitos de sentido provocados no leitor.

DISSERTAÇÃO

Conforme já mencionamos, a dissertação é um tipo de texto que representa a base estrutural de vários gêneros discursivos que buscam, entre outros objetivos, informar o leitor sobre determinado assunto. Na dissertação, mais do que simplesmente informar o leitor a respeito de um assunto, o autor deve apresentar pontos positivos e negativos sobre o tema para que o leitor tenha condições de conhecer os dois lados do assunto e tirar suas próprias conclusões. Sendo assim, na dissertação, não há opinião pessoal do autor sobre o tema, apenas informações e elementos que possam contribuir para que o leitor reflita critica e individualmente e formule seus próprios pontos de vista.

Redigida em prosa (estruturada por períodos e parágrafos), a dissertação deve ser escrita em, no mínimo, três parágrafos:

  • 1º Parágrafo - Introdução: Apresentação do tema a respeito do qual o leitor será informado; reflexão sobre o tema relacionando a um contexto e/ou período histórico;

  • Parágrafo - Desenvolvimento: Seleção de informações a respeito do tema;

  • 3º Parágrafo - Conclusão: Panorama geral sobre o tema, como relações de causa e consequências; conclusão das informações apresentadas no desenvolvimento.

Em seguida, leia um exemplo de dissertação:

Folclore
(Lilian Aguiar)

Folclore significa sabedoria popular. A palavra folclore vem da expressão inglesa folk-lore, que significa "saber do povo". O escritor e colecionador de antiguidades, William John Thoms, criou essa denominação, no século XIX, para identificar e interpretar os costumes e saberes do povo.

As manifestações folclóricas são, na verdade, a forma de pensar, de agir e de sentir de um determinado povo. Essas formas de manifestação cultural são geralmente transmitidas oralmente e através do ato de representar. Com toda sua simplicidade, o folclore apresenta características de todas as regiões de uma Nação. O folclore, como cultura popular, torna-se de fundamental importância, pois somos formados por meio de expressões culturais, costumes e tradições.

Através das diversas manifestações culturais do folclore, pode-se conhecer a cultura e a tradição de povos antigos e compreender a ressignificação dessa cultura antiga, presente nos dias de hoje. As crenças, mitos, lendas, festas, superstições e artes são a essência de um povo. Na história da humanidade, as pessoas, em todas as culturas, buscaram e buscam explicações sobrenaturais para as coisas que não entendem.

Assim, os mitos, as crenças e as lendas se fazem presentes no nosso cotidiano, mesmo que inconscientemente, na medicina popular, na religião, nos ditados populares, nas simpatias e nas estórias que sempre apresentam um cunho moral no final. Essas manifestações são de autoria desconhecida e passadas através dos tempos, ou seja, de geração em geração. O saber de um povo não é encontrado nos ambientes escolares, pois esse conhecimento pode ser produzido por qualquer pessoa.

Como você pôde observar, o objetivo do texto é informar os leitores a respeito do Folclore, sua origem e representatividade para a cultura de um povo. Note que o autor não aparece no texto,o manifesta seu ponto de vista sobre o tema (se o Folclore é positivo ou negativo). O texto é estruturado em quatro parágrafos, sendo um de introdução, dois de desenvolvimento e um de conclusão.

Agora que você já compreendeu as características da dissertação, vejamos as características do texto dissertativo-argumentativo:

TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

O texto dissertativo-argumentativo possui muitas características da dissertação, sobretudo com relação à estrutura e alguns objetivos. Entretanto, o que mais diferencia um texto dissertativo-argumentativo de uma dissertação é que o autor do texto argumentativo seleciona informações, fatos e opiniões em defesa de uma tese central e de seus pontos de vista a respeito do tema.

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Uma das características essenciais do texto dissertativo-argumentativo é a exposição de uma tese central logo na introdução do texto. Isso porque, mais do que informar os leitores a respeito de determinado assunto, o autor do texto deve expor as suas opiniões sobre o tema. A tese pode ser construída a partir de relações de causas e consequências que envolvem o tema.

O autor também deve posicionar-se a respeito de todas as informações, fatos, dados e pesquisas fornecidos no texto. Isso significa que o autor deve fazer uma análise crítica a respeito dos argumentos e expor seus pontos de vista (negativos ou positivos) com o objetivo de sustentar a sua tese inicial e persuadir o leitor a acatar o seu posicionamento com relação ao tema.

Toda argumentação inserida no texto deve ser comprovada a partir de informações verídicas: pesquisas, reportagens e mobilização de outras vozes de autoridade no texto para concordar ou refutar suas ideias, como pesquisadores, filósofos, estudiosos, sociólogos, profissionais da área etc.

Leia um texto dissertativo-argumentativo:

O inferno astral de Toffoli: entre o impeachment e a delação
(Rachel Sheherazade)

Para impedir a delação bombástica de Léo Pinheiro, da OAS, envolvido até o pescoço com o lamaçal do Petrolão, Rodrigo Janot teve a desculpa perfeita. O Procurador Geral da República, que deveria estar mais interessado em buscar a verdade dos fatos e colocar bandidos na cadeia, alegou uma tal de “quebra de acordo de confidencialidade”. Isso porque os termos iniciais da delação de Pinheiro, que envolve diretamente o ministro Antonio Dias Toffoli foi vazado à imprensa, aliás, como tantas outras informações e delações envolvendo a operação Lava Jato. Nenhuma novidade nisso.

O jornalista faz seu papel: tem o dever de tornar os fatos claros, de divulgar as informações, sigilosas ou não. Mas, será que o vazamento de dados à revista Veja é motivo suficiente para invalidar uma delação bombástica que poderia revelar mais detalhes de uma trama criminosa envolvendo talvez empresas, o Executivo e o próprio Poder Judiciário? Fato é que Janot suspendeu a delação de Léo Pinheiro.

A República dos corruptos comemora. Agora dá para respirar um pouco mais aliviada. Nem que seja por enquanto...

Além do ministro Toffoli, outros magistrados de alto escalão devem constar da delação de Léo Pinheiro, o atual homem-bomba do Judiciário. Mas, a quem interessa mexer nesse poderoso vespeiro? Os juízes que julgam todos os demais mortais, de vereadores a senadores? A Corte de cujas decisões não se pode mais recorrer? O juízo final de justos e injustos?

Aliás, o ministro Dias Toffoli, ex-advogado do PT, tem muito mais a explicar que uma “simples” reforma numa casa que virou mansão, supostamente pelas mãos da OAS.

Apesar de solenemente ignorado pela grande imprensa, há um pedido de impeachment contra o ministro Dias Toffoli protocolado pelo ex-procurador Matheus Faria Carneiro em abril do ano passado, que, entre outras graves alegações, o acusa de ter participado de julgamentos nos quais deveria ter se declarado suspeito.

De acordo com o pedido de impeachment, o ministro Dias Toffoli teria tomado empréstimos milionários a juros módicos junto ao Banco Mercantil. E apesar de devedor do Banco, o ministro Toffoli, indicado pelo PT, não se declarou suspeito, e julgou, ele mesmo, processos em que o Mercantil era parte. E adivinhem só? Enquanto relator de duas ações, decidiu em favor do banco Mercantil. Nítido choque de interesses. Insuspeita suspeição.

Há muitas outras dúvidas pairando sobre a idoneidade do ministro, que parece blindado pelas mais altas instâncias do poder. No Senado, o presidente Renan Calheiros sequer apresentou o pedido de impeachement de Toffoli ao Plenário da Casa, como manda o regimento interno e o artigo 44 da lei 1.079/50. Monocraticamente, Renan Calheiros mandou arquivar o pedido de Impeachement. Tudo sob o conivente silêncio da imprensa e o total desconhecimento dos brasileiros.

Que faça-se a luz. E faça-se a Justiça. Pois, não há um cidadão sequer acima da lei: nem político nem ministro.

Agora que você já conhece as diferenças entre a dissertação e o texto dissertativo-argumentativo, que tal ler mais exemplos para, em seguida, iniciar sua produção escrita? Bons estudos!


Por Ma. Luciana Kuchenbecker Araújo

Escritor do artigo
Escrito por: Luciana Kuchenbecker Araújo Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

ARAúJO, Luciana Kuchenbecker. "Dissertação e texto dissertativo-argumentativo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/dissertacao-texto-dissertativo-argumentativo.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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