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A crônica é um gênero textual típico dos séculos XIX, XX e XXI, normalmente sendo encontrada em jornais ou revistas. Em muitos casos, célebres cronistas – tais quais Lima Barreto ou Luís Fernando Veríssimo – reúnem suas crônicas em livros.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Características da crônica
- 2 - Tipos de crônica
- 3 - Videoaula sobre Crônica
- 4 - Como fazer uma crônica
Características da crônica
Veja, a seguir, as principais características da crônica.
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O fator principal que define a crônica é sua temática: crônicas abordam assuntos vinculados ao cotidiano das cidades.
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Um bom cronista é aquele que narra situações banais sob uma ótica particular e criativa.
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É comum que esse tipo de texto tenha marcas claras de humor.
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A linguagem da crônica costuma ser coloquial e simples. A leveza na linguagem é típica do gênero.
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Normalmente, as crônicas são publicadas em jornais, revistas e blogs.
Tipos de crônica
A produção de crônicas está diretamente ligada à difusão da imprensa na sociedade. Foi por meio dos jornais que, a priori, as crônicas começaram a circular na vida dos cidadãos. Entretanto, se esse espaço de publicação ainda é o mais utilizado pelos cronistas, os tipos de crônicas que existem são diversos. De algum modo, é possível dizer que existem dois tipos de crônica: as narrativas e as jornalísticas.
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Crônica narrativa: são aquelas que não apresentam estruturas textuais argumentativas ou reflexivas predominantes. Nesse caso, a crônica pode ser definida como um gênero literário marcado pela narração de situações cotidianas sob uma ótica individual.
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Crônica jornalística: Diferentemente da anterior, as crônicas jornalísticas misturam as tipologias textuais narrativa e argumentativa. Isso porque, a partir da narração de fatos cotidianos, os cronistas de jornal promovem reflexões e desenvolvem teses e argumentos.
Videoaula sobre Crônica
Normalmente, as crônicas jornalísticas abordam assuntos de relativa importância social. Leia, a seguir, uma crônica jornalística escrita por Lima Barreto diante de um fato, infelizmente, cotidiano: a violência contra as mulheres.
Não as matem
Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida, é um sintoma da revivescência de um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio, quand même, sobre a mulher.
O caso não é único. Não há muito tempo, em dias de carnaval, um rapaz atirou sobre a ex-noiva, lá pelas bandas do Estácio, matando-se em seguida. A moça com a bala na espinha, veio morrer, dias após, entre sofrimentos atrozes.
Um outro, também, pelo carnaval, ali pelas bandas do ex-futuro Hotel Monumental, que substituiu com montões de pedras o vetusto Convento da Ajuda, alvejou a sua ex-noiva e matou-a.
Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros.
Eles se julgam com o direito de impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada; mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos querem tudo que é de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão.
O ladrão ainda nos deixa com vida, se lhe passamos o dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo.
Nós já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas.
[...]
O esquecimento de que elas são, como todos nós, sujeitas, a influências várias que fazem flutuar as suas inclinações, as suas amizades, os seus gostos, os seus amores, é coisa tão estúpida, que, só entre selvagens deve ter existido.
Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a inanidade de generalizar a eternidade do amor.
Pode existir, existe, mas, excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver, é um absurdo tão grande como querer impedir que o sol varie a hora do seu nascimento.
Deixem as mulheres amar à vontade.
Não as matem, pelo amor de Deus!
Lima Barreto, 1915.
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Crônica humorística: Tanto nas crônicas narrativas quanto nas jornalísticas, é muito comum que o humor seja uma das tônicas do texto. O uso da ironia, de comparações inusitadas ou ainda a tematização de assuntos cômicos por excelência são algumas das técnicas usadas pelos cronistas.
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Como fazer uma crônica
Para fazer uma boa crônica, é preciso, inicialmente, ser um observador da sociedade. A visão particular e inusitada do cronista é que confere originalidade ao gênero. Além disso, é necessário usar uma linguagem leve, muitas vezes coloquial, e procurar demonstrar como o cotidiano pode ser cheio de significados.