Os pontos de máximo e de mínimo são definidos e discutidos apenas para funções do segundo grau, uma vez que eles podem existir em qualquer curva.
Antes, vamos relembrar: uma função do segundo grau é aquela que pode ser escrita na forma f(x) = ax2 + bx + c. O gráfico desse tipo de função é a parábola, que pode ter sua concavidade voltada para baixo ou para cima. Além disso, nessa figura, existe um ponto chamado vértice, representado pela letra V, que é pode ser o ponto de máximo ou o ponto de mínimo da função.
Ponto de máximo
Toda função do segundo grau com a < 0 possui ponto de máximo. Em outras palavras, o ponto de máximo somente é possível em funções com a concavidade voltada para baixo. Como mostra a imagem a seguir, o ponto de máximo V é o ponto mais alto das funções do segundo grau com a < 0.
Observe que o gráfico dessa função é crescente até chegar ao ponto de máximo, depois disso, o gráfico torna-se decrescente. O ponto mais alto dessa função do exemplo é seu ponto de máximo. Note também que não existe nenhum ponto com coordenada y superior a V = (3, 6) e que o valor de x atribuído ao ponto de máximo fica no ponto médio do segmento, cujas extremidades são as raízes da função (quando elas forem números reais).
Além disso, lembre-se de que o ponto de máximo sempre coincide com o vértice da função com concavidade voltada para baixo.
Ponto de mínimo
Toda função do segundo grau com o coeficiente a > 0 possui ponto de mínimo. Em outras palavras, o ponto de mínimo somente é possível em funções com concavidade voltada para cima. Observe na figura a seguir que V é o ponto mais baixo da parábola:
O gráfico dessa função é decrescente até chegar ao ponto de mínimo, depois disso, segue crescente. Além disso, o ponto de mínimo V é o ponto mais baixo dessa função, ou seja, não existe outro ponto com coordenada y inferior a – 1. Note também que o valor de x relacionado a y no ponto mínimo também fica no ponto médio do segmento, cujas extremidades são as raízes da função (quando elas forem números reais).
Lembre-se também de que o ponto de mínimo sempre coincide com o vértice da função com concavidade voltada para cima.
Ponto de máximo ou de mínimo na lei de formação da função
Sabendo que a lei de formação da função do segundo grau tem a forma f(x) = ax2 + bx + c, é possível utilizar relações entre os coeficientes a, b e c para encontrar as coordenadas do vértice da função. As coordenadas do vértice serão justamente as coordenadas do seu ponto de máximo ou de mínimo.
Sabendo que a coordenada x do vértice de uma função é representada por xv, teremos:
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
xv = – b
2a
Sabendo que a coordenada y do vértice de uma função é representada por yv, teremos:
yv = – Δ
4a
Portanto, as coordenadas do vértice V serão: V = (xv, yv).
Se o vértice será ponto de máximo ou de mínimo, basta analisar a concavidade da parábola:
Se a < 0, a parábola possui ponto de máximo.
Se a > 0, a parábola possui ponto de mínimo.
Observe que, quando a função possui duas raízes reais, xv ficará no ponto médio do segmento, cujas extremidades são as raízes da função. Assim, outra técnica para encontrar xv e yv é descobrir as raízes da função, encontrar o ponto médio do segmento de reta que as liga e aplicar esse valor na função para descobrir yv relacionado.
Exemplo:
Determine o vértice da função f(x) = x2 + 2x – 3 e diga se ele é ponto de máximo ou de mínimo.
1ª Solução: Calcule as coordenadas do vértice pelas fórmulas dadas, sabendo que a = 1, b = 2 e c = – 3.
xv = – b
2a
xv = – 2
2·1
xv = – 1
yv = – Δ
4a
yv = – (22 – 4·1·[– 3])
4·1
yv = – (4 + 12)
4
yv = – 16
4
yv = – 4
Então, V = (– 1, – 4) e a função possuem ponto de mínimo, pois a = 1 > 0.
2ª Solução: Encontre as raízes da função do segundo grau, determine o ponto médio do segmento que as liga, o qual será xv, e aplique esse valor na função para descobrir yv.
As raízes da função, dadas pelo método de completar quadrados, são:
f(x) = x2 + 2x – 3
0 = x2 + 2x – 3
4 = x2 + 2x – 3 + 4
x2 + 2x + 1 = 4
(x + 1)2 = 4
Fazendo a raiz quadrada em ambos os membros, teremos:
√[(x + 1)2] = √4
x + 1 = ± 2
x = ± 2 – 1
x’ = 2 – 1 = 1
x” = – 2 – 1 = – 3
Um segmento que vai de – 3 até 1 tem como ponto médio xv = – 1. Para mais detalhes, confira a imagem após a solução. Aplicando xv na função, teremos:
f(x) = x2 + 2x – 3
yv = (– 1)2 + 2(– 1) – 3
yv = 1 – 2 – 3
yv = 1 – 5
yv = – 4
Esses resultados são os mesmos valores encontrados na primeira solução: V = (– 1, – 4). Além disso, a função possui ponto de mínimo, pois a = 1 > 0.
A imagem abaixo mostra o gráfico dessa função com suas raízes e com o seu ponto de mínimo V.
Vale comentar que a fórmula de Bháskara também pode ser usada para encontrar as raízes da função nesse conteúdo.
Por Luiz Paulo Moreira
Graduado em Matemática