O Romantismo foi um movimento estético e cultural que revolucionou a sociedade nos séculos XVIII e XIX, deixando para trás valores clássicos e inaugurando a modernidade nas artes. As obras românticas baseavam-se, então, em valores da burguesia, classe social que substituía a elite absolutista em diversos países.
O Romantismo é um dos maiores movimentos de arte do século XVIII e XIX. Por isso, centenas de autores fizeram parte da arte romântica. É possível destacar, dentre eles, os escritores
Goethe, da Alemanha;
Lord Byron, da Inglaterra;
Camilo Castelo Branco e Almeida Garret, de Portugal;
Victor Hugo, da França;
Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Castro Alves e José de Alencar, do Brasil.
Johann Wolfgang von Goethe é um dos grandes nomes do Romantismo alemão e o autor de “Os sofrimentos do jovem Werther”.
O Romantismo, em cada país, tem suas particularidades. Entretanto, é possível perceber alguns valores comuns em várias nações que desenvolveram essa estética, a saber:
Egocentrismo (o indivíduo é encarado como o centro do mundo);
Sentimentalismo exacerbado;
Nacionalismo;
Idealização do amor e da mulher;
Tom depressivo (típico de diversos autores românticos, sendo facilmente encontrável, entre eles, um discurso que exalta a fuga da realidade, seja pela morte, seja pelo sonho ou ainda pela própria arte).
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É possível identificar, observando o conjunto de obras românticas produzidas em diversos países, ao menos três tendências ou fases dessa arte:
Romantismo ultrassentimental: Obras como Os Sofrimentos do Jovem Werther, do alemão Goethe, ou ainda alguns poemas de Lord Byron, da Inglaterra, apresentam um forte sentimentalismo, em geral depressivo, exaltando a morte ou a loucura como fugas de uma realidade desastrosa. No Brasil, Álvares de Azevedo pode ser lido como um autor que dialoga com essa tendência romântica.
Romantismo social: Tendo como principal expoente o escritor francês Victor Hugo, autor de clássicos como Os Miseráveis e Notre-Dame de Paris (também conhecido como O Corcunda de Notre-Dame), essa vertente romântica é caracterizada por representar a miséria do povo e denunciar as mazelas sociais que ocorriam com as parcelas marginalizadas da sociedade.
Romantismo nacionalista: Ainda sob influência de Victor Hugo, assim como dialogando com fatos históricos fundamentais para compreender os séculos XVIII e XIX (tais como a Revolução Francesa ou, no Brasil, a chegada da Família Real em 1808), diversos autores construíram obras com forte tom nacionalista. O movimento indianista brasileiro, produzido por autores como Gonçalves Dias e José de Alencar, dialoga com essa tendência.
Victor Hugo foi romancista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos francês.
Os principais fatos históricos que se relacionam com o Romantismo são:
Revolução Francesa (1789-1799);
Invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte (1807);
Chegada da Família Real ao Brasil (1808);
Independência do Brasil (1822).
O movimento romântico brasileiro teve como marco inicial a publicação do livro Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, em 1836.
Na poesia, é possível identificar ao menos três gerações do Romantismo brasileiro: os indianistas, os ultrarromânticos e os condoreiros.
Na prosa, José de Alencar foi o principal escritor, e suas obras retratam a sociedade brasileira em seus ambientes urbanos, rurais ou ainda mitológicos — como no caso dos romances Iracema e O Guarani, que buscam descrever o mito da criação do povo brasileiro enquanto mistura entre índios e europeus.
O Romantismo português pode ser compreendido em duas fases:
Primeiro momento: autores como Almeida Garrett e Alexandre Herculano tematizam, em suas obras, questões históricas e políticas que envolviam Portugal na época.
Segundo momento: autores como Camilo Castelo Branco aproximam o Romantismo em Portugal do tom mais sentimental e egocêntrico, ampliando os traços ultrarromânticos da estética.
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As principais obras do Romantismo, em cada país, são:
⇒ Alemanha
Goethe
Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774)
⇒ França
Victor Hugo
Os Miseráveis (1862)
Notre-Dame de Paris (1831)
⇒ Inglaterra
Lord Byron
Don Juan (1824)
⇒ Portugal
Almeida Garrett
Viagens na minha terra (1846)
Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (1861)
⇒ Brasil
Gonçalves Dias
Segundos Cantos (1848)
Últimos Cantos (1851)
Os Timbiras (1857)
Cantos (1857)
Álvares de Azevedo
Lira dos Vinte Anos (1853)
Noite na Taverna (1855)
Cassimiro de Abreu
Primaveras (1859)
Castro Alves
Espumas Flutuantes (1870)
Os Escravos (1883)
José de Alencar
O guarani (1857)
Iracema (1865)
Til (1871)
Senhora (1875)
O Romantismo foi o estilo de arte de meados dos séculos XVIII e XIX. Em geral, as obras românticas trazem marcas da ascensão dos valores da burguesia, que, na época, superava o absolutismo.
O movimento romântico tinha representações em diversos países, e, para compreender melhor o Romantismo no Brasil, é interessante conhecer, ao menos, a estética romântica da Alemanha, da França, da Inglaterra e de Portugal. Alguns dos principais autores desse movimento são: Goethe, Victor Hugo, Lord Byron, Almeida Garrett e Camilo Castelo Branco.
Por Me. Fernando Marinho
Com base em seus conhecimentos acerca das características que perfizeram o Romantismo, atenha-se a uma análise das produções literárias em evidência, no intuito de responder à questão que a ela se refere:
a – Tendo em vista a temática do amor, expressa em ambos os poemas, registre sua expressões acerca do assunto.
Ainda falando sobre Castro Alves, atente-se aos fragmentos ora evidentes, estabeleça uma comparação entre estes e o poema acima citado e, em seguida, comente.
V
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
[...]
Castro Alves