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Orgulho e preconceito

Orgulho e preconceito é um famoso romance inglês escrito por Jane Austen. Ele conta a tumultuada história de amor entre o senhor Darcy e Elizabeth Bennet.

Capa do livro “Orgulho e preconceito”, de Jane Austen, publicado pela editora Antofágica.
Capa do livro Orgulho e preconceito, de Jane Austen, publicado pela editora Antofágica.[1]
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Orgulho e preconceito é um famoso romance da autora inglesa Jane Austen. Publicado, pela primeira vez, em 1813, ele conta a história de amor entre o senhor Darcy e Elizabeth Bennet, uma protagonista corajosa e inteligente; porém, até ocorrer o final feliz entre o casal, há desentendimentos provocados pelo orgulho e pelo preconceito.

Apesar de fazer parte do romantismo inglês, a obra de Jane Austen possui traços realistas, tais como crítica social e frustração amorosa. Além disso, apresenta uma protagonista com independência de pensamento e espírito crítico. Desse modo, faz uma reflexão acerca do casamento e da posição da mulher na Era Georgiana.

Leia também: Romeu e Julieta — famosa peça teatral inglesa que mostra a história de amor entre dois jovens de famílias rivais

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Orgulho e preconceito

  • Orgulho e preconceito é um romance da escritora inglesa Jane Austen.

  • A obra conta a tumultuada história de amor entre o senhor Darcy e Elizabeth Bennet.

  • O jovem senhor Bingley aluga a propriedade de Netherfield Park, em Hertfordshire.

  • Ele se apaixona pela jovem Jane Bennet, irmã da protagonista Elizabeth Bennet.

  • Darcy é o melhor amigo de Bingley, mas logo conquista a antipatia de Elizabeth.

  • Por influência do senhor Darcy, Bingley acaba se afastando de sua amada, Jane.

  • Darcy se apaixona por Elizabeth, mas, a princípio, é rejeitado pela moça.

  • Depois de reviravoltas na história, os dois casais acabam tendo um final feliz.

  • Enfim, o amor vence o orgulho e o preconceito que separavam os apaixonados.

Análise da obra Orgulho e preconceito

Personagens da obra Orgulho e preconceito

  • Catherine Bennet

  • Charlotte Lucas

  • Coronel Fitzwilliam

  • Coronel Forster

  • Elizabeth Bennet

  • Georgiana Darcy

  • Jane Bennet

  • Lady Catherine de Bourgh

  • Lady Lucas

  • Lydia Bennet

  • Maria Lucas

  • Mary Bennet

  • Senhora Bennet

  • Senhora Gardiner

  • Senhora Hurst

  • Senhora Phillips

  • Senhora Reynolds

  • Senhora Younge

  • Senhor Bennet

  • Senhor Bingley

  • Senhor Collins

  • Senhor Darcy

  • Senhor Denny

  • Senhor Hurst

  • Senhorita Bingley

  • Senhorita King

  • Senhor Phillips

  • Senhor Wickham

  • Sir William Lucas

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Tempo da obra Orgulho e preconceito

O romance apresenta tempo cronológico. Apesar de o narrador não indicar o ano em que transcorre a trama, tudo indica, pelos costumes de época, que é final do século XVIII ou início do século XIX.

Espaço da obra Orgulho e preconceito

A ação principal se passa no condado de Hertfordshire, na Inglaterra.

Enredo da obra Orgulho e preconceito

O romance, publicado em 1813, começa com uma conversa entre o senhor e a senhora Bennet. Assim, a esposa informa o marido de que a propriedade Netherfield Park foi alugada. O lugar foi alugado por um jovem rico de sobrenome Bingley. A senhora Bennet tem a intenção de casar uma de suas cinco filhas com esse interessante rapaz.

Como dita a educação da época, o senhor Bennet faz uma visita de boas-vindas ao novo membro daquela comunidade. Dias depois, o senhor Bingley retribui a visita. Em outra ocasião, dá seu primeiro baile. O senhor Bingley tem duas irmãs e um grande amigo, o jovem senhor Darcy.

No entanto, ao contrário de Bingley, Darcy se mostra “o mais orgulhoso e desagradável homem do mundo, e todos esperavam que nunca mais aparecesse por ali”.|1| Além disso, Darcy conquista a antipatia da jovem Elizabeth Bennet, depois que ela ouve uma conversa entre os amigos, em que Darcy diz sobre ela:

— A quem você se refere? — e, voltando-se, olhou por um momento para Elizabeth, até que, cruzando seu olhar com o dela, o desviou e disse friamente: — É suportável, mas não bonita o bastante para me animar; não estou com paciência no momento para dar atenção a mocinhas que foram desdenhadas por outros homens. […].|2|

Por outro lado, Jane (irmã de Elizabeth) se dá muito bem com o senhor Bingley. Entretanto, Elizabeth percebe certa “altivez no tratamento que [as irmãs de Bingley] davam a todos” e “não conseguiu gostar delas”.|3| No mais, o possível casamento entre Jane e Bingley começa a ser articulado pela senhora Bennet.

Com o tempo, o senhor Darcy passa a observar Elizabeth com interesse, mas a moça continua a sentir antipatia pelo orgulhoso rapaz. Assim, em outro encontro social, Elizabeth diz “não” ao convite do senhor Darcy para uma dança. Além do discreto afeto do senhor Darcy, Elizabeth consegue a antipatia das irmãs de Bingley.

Ilustração de Darcy e de Elizabeth Bennet, protagonistas da obra “Orgulho e preconceito”, de Jane Austen.
Darcy e Elizabeth precisam lutar contra o orgulho e o preconceito para serem felizes.

Apesar disso, os laços entre os Bennet e os Bingley se estreitam mais após Jane passar mal na propriedade dos Bingley. Isso obriga Elizabeth e a irmã a ficarem alguns dias ali na companhia de Bingley, suas irmãs e o senhor Darcy. Nesse período, vários diálogos ocorrem e revelam o tom mordaz de Elizabeth para com o senhor Darcy, como vemos neste trecho:

Isso é com certeza um defeito! — exclamou Elizabeth. — O ressentimento implacável é uma falha de caráter. Mas o senhor escolheu bem o seu defeito. Eu realmente não posso rir dele. Não tem nada a temer de mim.

— Creio que há em cada personalidade uma tendência a algum mal particular… Um defeito natural, que nem a melhor educação pode superar.

— E o seu defeito é odiar a todos.

— E o seu — replicou ele, com um sorriso — é adorar interpretar mal a todos.|4|

O senhor Collins, herdeiro da casa dos Bennet, resolve visitar a família. Ele tem interesse na casa como também tem a intenção de desposar uma de suas primas, e logo se interessa por Elizabeth. Ele segue carreira eclesiástica e tem a proteção de lady Catherine de Bourgh.

Mais tarde, na casa dos Phillips, em Meryton, Elizabeth conhece o senhor Wickham, que também não vê Darcy com bons olhos. Wickham, aliás, fala mal do rapaz para Elizabeth, o que só a faz desprezar ainda mais o senhor Darcy. Em outra ocasião, de volta a Longbourn (casa dos Bennets), o senhor Collins declara suas intenções a Elizabeth.

Contudo, Elizabeth recusa a proposta de casamento do senhor Collins, que não aceita a recusa e decide insistir. Par isso, o pretendente tem a ajuda da senhora Bennet, a qual deseja que a filha se case com ele. Enquanto isso, Bingley vai embora para Londres, o que preocupa Jane, que fica em dúvida se o rapaz tem mesmo interesse por ela.

Collins, por fim, aceita o “não” de Elizabeth e logo pede a mão da senhorita Charlotte Lucas, que aceita o compromisso. Já Jane fica desolada ao receber carta da senhorita Bingley, a qual sugere que não há interesse de seu irmão por ela. Bingley parece ter sido influenciado pelas irmãs, que detinham certo preconceito contra os Bennet, já que não pareciam estar à altura dos Bingley.

Assim, o senhor Wickham fica ainda mais próximo da família Bennet. Já Charlotte logo se casa com Collins e vai viver em Kent. Elizabeth e ela passam a trocar cartas. Já Jane vai para Londres, passar um tempo na casa da tia, a senhora Gardiner. Mais tarde, Elizabeth decide visitar Charlotte e, no caminho, para em Londres para ver Jane.

A tia, que estava preocupada com o interesse de Elizabeth por Wickham, descobre que Wickham está comprometido com a rica senhorita King. Elizabeth chega à casa do casal Collins. Semanas depois, chega ali o senhor Darcy e o coronel Fitzwilliam. Este último e Elizabeth acabam se dando muito bem.

Ela também fica mais íntima do senhor Darcy. No entanto, em conversa com Fitzwilliam, Elizabeth fica sabendo que Darcy impediu o relacionamento entre Bingley e certa jovem. Elizabeth conclui que tal moça é Jane. Então o senhor Darcy declara seu amor a Elizabeth e é rejeitado por ela devido à sua contribuição para a infelicidade de Jane.

Ele então pede uma explicação, e ela, como resposta, lhe pergunta: “Acha que alguma coisa neste mundo poderia levar-me a aceitar o homem que arruinou, talvez para sempre, a felicidade de minha queridíssima irmã?”.|5| E revela também as coisas ruins que o senhor Wickham disse sobre ele.

O senhor Darcy confessa o preconceito contra a família Bennet: “Pode a senhorita querer que eu me alegre com a inferioridade dos seus familiares?... Que eu me felicite na esperança de adquirir parentes cuja condição social está tão abaixo da minha?”.|6| Apaixonado, ferido em seu orgulho, o senhor Darcy aceita o “não” de Elizabeth.

No dia seguinte, porém, o senhor Darcy deixa uma carta para Elizabeth, na qual se explica para a jovem. Sobre ter separado Bingley de Jane, Darcy se justifica, na carta, ao afirmar que, além da questão da diferença social, entendeu que Jane não estava apaixonada por Bingley: “[...] era tal a serenidade de expressão e de maneiras de sua irmã, que ela teria passado ao mais arguto observador a convicção de que, por mais carinhoso que fosse o seu temperamento, não era provável que o seu coração se deixasse tocar com facilidade”.|7|

Darcy não queria que o amigo sofresse, por isso fez de tudo para que ele não se ligasse a Jane. Revela, na carta, que Wickham seduziu Georgiana, irmã de Darcy, a qual estava disposta a fugir com o desonesto rapaz, que estava interessado na herança dela. Tempos depois, Lydia, a irmã mais nova de Elizabeth, foge com Wickham.

Depois de muita angústia, chega à casa dos Bennet a notícia de que Wickham vai se casar com Lydia, o que de fato acontece, logo depois. Mais tarde, Elizabeth descobre que foi Darcy quem encontrou os fugitivos e negociou com Wickham, obrigando-o a se casar em troca de sanar suas enormes dívidas.

Assim, Elizabeth se arrepende de todas as palavras e pensamentos negativos em relação ao senhor Darcy. O romance apresenta um final feliz, já que Bingley e Jane se casam, e a crítica, inteligente, corajosa heroína Elizabeth se casa com o senhor Darcy. A senhora Bennet então comemora os casamentos de suas filhas.

Narrador da obra Orgulho e preconceito

Orgulho e preconceito conta com um narrador onisciente, capaz de conhecer todos os pormenores da história e dos personagens.

Características da obra Orgulho e preconceito

Estrutura da obra Orgulho e preconceito

O livro é dividido em 61 capítulos.

Estilo literário da obra Orgulho e preconceito

A obra de Austen apresenta elementos de transição entre o romantismo e o realismo, tais como:

  • ironia;

  • crítica social;

  • protagonismo feminino;

  • costumes burgueses;

  • frustração amorosa;

  • elementos do cotidiano.

Moral da história de Orgulho e preconceito

Quando deixamos de lado o orgulho e o preconceito, podemos encontrar o amor e a felicidade.

Contexto histórico da obra Orgulho e preconceito

George III (1738-1820) subiu ao trono em 1760 e buscou conciliar as forças políticas contrárias que desestabilizavam o Reino Unido: os partidos Whig (liberal) e Tory (conservador). O rei pretendia centralizar o poder, com o objetivo de fortalecer a Coroa e a Igreja Anglicana. Assim, era considerado um rei autoritário. Durante seu reinado, ocorreu a Guerra de Independência dos Estados Unidos (1775-1781).

Nesse contexto, as famílias inglesas valorizavam o sobrenome, os títulos e a linhagem. No que concerne à herança, predominava o regime do morgadio, em que as propriedades da família eram herdadas pelo primogênito na linha de descendência. Isso explica porque, na obra de Austen, o senhor Collins herdaria a propriedade dos Bennet, já que o senhor Bennet tinha apenas filhas.

Quem foi Jane Austen, autora de Orgulho e preconceito?

Retrato da escritora inglesa Jane Austen, autora da obra “Orgulho e preconceito”.
Jane Austen dedicou sua vida à literatura.

Jane Austen é uma escritora inglesa que nasceu no dia 16 de dezembro de 1775, em Steventon. Quando Austen tinha sete anos de idade, foi morar em Oxford para estudar. Dois anos depois, estudou na The Abbey School, em Reading. Entretanto, por questões financeiras, precisou deixar a escola e estudar em casa.

Após a morte do pai, em 1805, passou a depender dos irmãos, já que não era casada. Escrevia textos literários desde os 12 anos de idade e publicou seu primeiro romance — Razão e sensibilidade — em 1811. Outros vieram, todos assinados com pseudônimo, até a morte da autora, em 18 de julho de 1817, em Winchester. Saiba mais detalhes sobre a vida e as obras de Jane Austen clicando aqui.

Notas

|1|, |2|, |3|, |4|, |5|, |6| e |7| AUSTEN, Jane. Orgulho e preconceito. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martin Claret, 2015.

Crédito de imagem

[1] Editora Antofágica (reprodução)

Fontes

AUSTEN, Jane. Orgulho e preconceito. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martin Claret, 2015.

BARBOSA, Mariana de Oliveira Lopes. Guerra de Independência dos Estados Unidos. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/guerra-independencia-dos-estados-unidos.htm.

CHICAGO PUBLIC LIBRARY. Jane Austen biography. Disponível em: https://www.chipublib.org/jane-austen-biography/.

JANE AUSTEN’S HOUSE. A timeline of Jane Austen’s life and works. Disponível em: https://janeaustens.house/timeline/.

LYNCH, Christian Edward Cyril; CASSIMIRO, Paulo Henrique Paschoeto. As metamorfoses ideológicas do pensamento britânico setecentista: do republicanismo de Bolingbroke ao liberalismo de Burke (1720-1770). Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 35, n. 102, 2020.

MORGADIO. In: INFOPÉDIA. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/morgadio.

POETRY FOUNDATION. An introduction to British Romanticism. Disponível em: https://www.poetryfoundation.org/collections/152982/an-introduction-to-british-romanticism.  

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Orgulho e preconceito"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/orgulho-e-preconceito.htm. Acesso em 27 de abril de 2024.

De estudante para estudante


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