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Napoleão Bonaparte

Napoleão Bonaparte foi uma das principais figuras da história humana e atuou entre o fim do séc. XVIII e início do XIX. Sua trajetória mudou os rumos do mundo ocidental.

Napoleão Bonaparte
Napoleão Bonaparte foi um dos principais generais partícipes da Revolução Francesa e também imperador da França.
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Soldados da França! Do alto dessas pirâmides, quarenta séculos vos contemplam!”. Essa frase, dita por Napoleão Bonaparte aos seus soldados durante a Batalha das Pirâmides, no Egito, em junho de 1798, é uma das muitas frases de efeito que o líder francês proferiu ao longo de sua vida. Napoleão foi uma das figuras mais emblemáticas da história humana.

Aqueles que foram seus contemporâneos, tanto os entusiastas quanto os detratores, comparavam-no a grandes conquistadores, como Alexandre Magno, da Macedônia, e Otávio Augusto, de Roma. Sua genialidade como estrategista de guerra e suas grandes habilidades como político são, hoje, algo consensual entre os especialistas em sua biografia.

Leia também: Otto von Bismarck – principal estadista europeu do século XIX

Tópicos deste artigo

Vida militar e ascensão política de Napoleão Bonaparte

Napoleão nasceu em 1769, em Ajaccio, uma cidade da Córsega Francesa. Era filho de um casal de aristocratas italianos, súditos da monarquia absolutista francesa. Como a maior parte dos jovens aristocratas europeus do século XVIII, Napoleão, após completar os estudos básicos, optou pela carreira militar e inscreveu-se na Escola Militar de Paris, onde estudou estratégias de guerra e especializou-se em artilharia.

Quando estourou a Revolução Francesa, em 1789, Napoleão estava em Córsega, envolvido nos conflitos entre republicanos revolucionários e monarquistas até 1792, quando se posicionou explicitamente a favor da Convenção instalada pelos jacobinos (a ala mais radical dos revolucionários franceses), que ficou caracterizada pelo chamado “Terror Revolucionário”.

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Em sua campanha militar na Itália, Napoleão, apesar de muito jovem, conseguiu tornar-se um dos mais destacados oficiais do exército francês. Entretanto, quando a fase do terror jacobino chegou ao fim em 1794, Napoleão, por estar associado a essa facção, foi preso. Sua prisão, no entanto, não demorou muito tempo, já que os responsáveis pelo fim da Convenção necessitavam do conhecimento militar de Napoleão para as campanhas militares a serem travadas no norte da África, em especial, no Egito.

Em 1798, Napoleão dirigiu-se com suas tropas para o Egito, onde a França combatia a aliança entre o Império Turco-Otomano, a Grã-Bretanha e os Mamelucos. A famosa Batalha das Pirâmides, citada no primeiro parágrafo deste texto, ocorreu durante essa fase. Na campanha do Egito, Napoleão notabilizou-se por capturar a cidade de Alexandria e por ter estimulado diversos estudos sobre a Antiguidade Egípcia, levando muitos antiquários da França para documentar o que era encontrado. É notória, entre esses achados, a Pedra de Rosetta, um bloco de pedra com inscrições em grego, hieróglifo e demótico que serviria para a decifração da escrita egípcia anos depois.

A Fase do Consulado

Em 1799, começou uma nova fase da Revolução na França, o Consulado. Essa fase resultou de um golpe político arquitetado por membros da alta burguesia, alguns nobres e membros do exército que, junto a Napoleão, buscavam um governo forte e centralizador. O dia do golpe foi nomeado pelos estudiosos do tema como O 18 brumário’ (Brumário era um dos meses do ano, após a alteração do calendário durante a Revolução Francesa, e correspondia ao período de 22 de setembro a 31 de dezembro).

Esse Golpe é considerado como o início da Era Napoleônica. No Consulado, o poder político estava dividido entre três: além de Napoleão, ainda havia Roger Ducos e Emmanuel Sieyès. Essa estrutura durou até o ano de 1804, quando, por meio de um plebiscito, Napoleão conseguiu tornar-se imperador.

Leia também: Como foi a coroação de Napoleão Bonaparte?

O Império Napoleônico

A fase do Império caracterizou-se pelas intensas guerras travadas em todo o continente europeu. Essas guerras eram encaradas por Napoleão e pelos seus seguidores como “libertadoras”, haja vista que seu alvo principal não eram os Estados, especificamente, mas um modelo de sustentação política que permeava a maioria deles à época: o absolutismo monárquico.

Outra característica do Império Napoleônico foram as profundas reformas sociais e políticas implementadas na França, como aquelas associadas ao Código Civil Napoleônico, que tratavam dos direitos fundamentais, como a liberdade de expressão e de pensamento, o direito de ir e vir, o direito de propriedade e vários outros que constituiriam as constituições democráticas das nações ocidentais a partir do século XIX.

Como imperador, Napoleão “colecionou” inimigos. Os reinos da Áustria, Prússia e Rússia estavam entre os principais, haja vista que eram aqueles que ainda simbolizavam a estrutura absolutista na Europa. Além desses reinos, a Inglaterra – que já era uma inimiga histórica da França – também se tornou um dos principais entraves para o projeto de dominação imperialista de Napoleão. Foi contra os ingleses que Napoleão decretou o Bloqueio Continental, isto é, uma série de sanções econômicas que os países subordinados ao Império Francês deveria aplicar à Inglaterra. Essas sanções constituíam uma estratégia para enfraquecer o poder britânico por outra via que não fosse a militar, já que, sendo uma ilha e possuindo uma marinha mais poderosa que a francesa, a Inglaterra tornava-se um inimigo imbatível.

Fim do Império Napoleônico

O Império Napoleônico começou a enfrentar vários problemas a partir do ano de 1812. Napoleão, a essa altura, tinha duas grandes frentes de batalha no continente europeu: uma a Oeste, na Península Ibérica, contra os espanhóis, e outra a Leste, contra austríacos, prussianos e os principados alemães.

A Rússia, que até então estava seguindo as sanções do Bloqueio Continental, rompeu com a França e entrou na guerra contra Napoleão. A guerra das tropas napoleônicas contra a Rússia foi uma das mais fatídicas para o Império Francês. O inverno rigoroso aplacou os soldados de Napoleão.

A partir de então, Napoleão começou a perder sua força como imperador. Rússia, Prússia e Áustria conseguiram invadir a França em 1815. Napoleão rendeu-se e foi exilado na ilha de Elba. Entretanto, pouco tempo depois, conseguiu articular a sua fuga, reunir novamente seu exército e tomar de volta o poder por um período de cem dias.

Esse curto período teve seu fim com a famosa Batalha de Waterloo, na qual seu exército foi derrotado pela aliança entre ingleses, austríacos, russos e prussianos. Após essa derrota, Napoleão foi novamente exilado, mas dessa vez na ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, bem longe do continente europeu, permanecendo lá sob custódia inglesa até o ano de 1821, quando faleceu.

Vale ressaltar que muitos romances do século XIX tiveram como pano de fundo a figura de Napoleão. Alguns exemplos são os de Stendhal (O Vermelho e o Negro e A Cartuxa de Parma), Dostoiévski (Crime e Castigo) e Tolstói (Guerra e Paz).

Escritor do artigo
Escrito por: Cláudio Fernandes Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FERNANDES, Cláudio. "Napoleão Bonaparte"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/napoleao-bonaparte.htm. Acesso em 15 de novembro de 2024.

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