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James Joyce

James Joyce é um escritor modernista irlandês. Suas obras são caracterizadas, principalmente, pela linguagem experimental, e seu livro mais famoso é o romance “Ulisses”.

Ilustração do escritor modernista James Joyce.
James Joyce é um famoso escritor irlandês.
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 James Joyce nasceu em 2 de fevereiro de 1882, em Dublin, capital da Irlanda. Morou na França, Itália e Suíça. Apesar de ter pais católicos e estudar em colégio jesuíta, o autor abandonou a fé cristã na idade adulta. De espírito livre, só em 1931 se casou legalmente com sua companheira Nora Barnacle, com quem teve um filho e uma filha.

O poeta e romancista, que faleceu em 13 de janeiro de 1941, em Zurique, faz parte do modernismo europeu. Suas principais obras são caracterizadas pela inovação da linguagem. Seu livro mais famoso é o romance Ulisses, que dialoga com a obra de Homero e se tornou um símbolo da modernidade.

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Tópicos deste artigo

Resumo sobre James Joyce

  • O autor irlandês James Joyce nasceu em 1882 e faleceu em 1941.

  • Além de escritor, também trabalhou como professor em uma escola na Itália.

  • A obra de Joyce é caracterizada pela linguagem experimental e pelo realismo social.

  • Apesar de ser um autor modernista, sua primeira obra apresenta traços simbolistas.

  • A obra-prima do escritor é o seu romance Ulisses, que dialoga com a obra de Homero.

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Biografia de James Joyce

James Joyce nasceu em 2 de fevereiro de 1882, em um subúrbio de Dublin, na Irlanda. Era filho de John Stanislaus Joyce (1849-1931) e Jane Mary Murray (1859-1903). Católicos e proprietários de terras, eles tiveram dez filhos, sendo James o primeiro. Porém, com o passar dos anos, a família ficaria pobre.

Em 1888, James Joyce iniciou seus estudos no colégio jesuíta Clongowes. Depois, em 1891, passou a estudar em um colégio protestante. Mas, entre 1893 e 1898, estudou no também jesuíta Belvedere College. Em seguida, o jovem escritor ingressou na University College de Dublin.

Assim, em 1902, se formou e recebeu o título de bachelor of Arts in Modern Languages e se mudou para a França, onde viveu na cidade de Paris. Seu intuito era fazer faculdade de Medicina. Porém, voltou à sua cidade natal no ano seguinte, pois a mãe estava à beira da morte.

No ano de 1904, já afastado do catolicismo, conheceu Nora Barnacle, camareira de um hotel, com quem viveu alguns meses na Croácia. Em seguida, passaram a morar em Trieste, cidade italiana, a partir de 1905. Nessa cidade, o romancista trabalhou como professor na Berlitz School.

Em 1907, James Joyce publicou seu primeiro livro, em Londres, a obra Música de câmara. Em 1915, em virtude da Primeira Guerra Mundial, o escritor e sua família se mudaram para Zurique. Mas, no ano de 1919, voltou a viver em Paris, onde, três anos depois, no ano de 1922 publicou sua obra-prima, o romance Ulisses.

O casamento entre James Joyce e Nora Barnacle só foi oficializado em 1931. Nessa época, o casal tinha dois filhos: Giorgio Joyce (1905-1976) e Lucia Joyce (1907-1982). Mais tarde, em 1940, a família regressou a Zurique, onde o escritor irlandês faleceu no dia 13 de janeiro de 1941.

→ Legado de James Joyce

Joyce deixou obras monumentais como Ulisses e Finnegans Wake. Com Ulisses, ele libertou o romance moderno das estruturas tradicionais da narrativa. Desde então, muito se escreveu sobre essa obra. Artigos, dissertações, teses e livros a analisaram, de forma a esmiuçar a narrativa joyceana.

O livro também teve diversas traduções, inclusive no Brasil. Essas traduções são uma “odisseia” à parte e despertam o interesse dos críticos, dada a complexidade de Ulisses, uma obra ambiciosa ao fazer uma ponte entre a Antiguidade e a Modernidade. De lá para cá, Joyce é mencionado em filmes, músicas (como na canção Rejoyce, de Jefferson Airplane) e em diversas mídias.

Estilo literário de James Joyce

Joyce é um escritor modernista. Suas obras, portanto, apresentam o caráter inovador, contestador e antiacadêmico do modernismo. E também estas características:

  • vírgulas escassas;

  • neologismos;

  • caráter experimental;

  • linguagem inovadora;

  • realismo social;

  • monólogo interior;

  • trocadilhos;

  • alusões.

Importante: Vale mencionar que a primeira obra do autor, o livro de poesias Música de câmara, apresenta ainda características simbolistas, como musicalidade, metrificação e uso da sinestesia.

Veja também: Oswald de Andrade — um dos principais representantes do modernismo brasileiro

Obras de James Joyce

  • Música de câmara (1907)

  • Dublinenses (1914)

  • Retrato do artista quando jovem (1916)

  • Exilados (1918)

  • Ulisses (1922)

  • Pomas, um tostão cada (1927)

  • Finnegans Wake (1939)

  • Stephen herói (1944)

  • Giacomo Joyce (1968)

  • Finn’s Hotel (2013)

Análise literária de Ulisses, de James Joyce

 Capa do livro “Ulisses”, de James Joyce, publicado pela editora Civilização Brasileira, integrada ao Grupo Editorial Record. [1]
 Capa do livro “Ulisses”, de James Joyce, publicado pela editora Civilização Brasileira, integrada ao Grupo Editorial Record. [1]

Nessa obra, Joyce dialoga com as aventuras do herói grego Ulisses, protagonista do poema épico Odisseia, de Homero. Dessa forma, ironicamente, ele mostra a banalidade e monotonia vivenciadas pelo herói moderno. Um judeu irlandês, o personagem Leopold Bloom é um homem comum que vive uma realidade mesquinha e cotidiana.

Assim, o narrador mostra um dia na vida do protagonista, o que ocupa centenas de páginas. Nesse sentido, faz uma crítica ao heroísmo presente na literatura tradicional, além do protagonismo da realidade cotidiana. Leopold é casado com Molly Bloom, uma cantora de ópera, que, assim como o marido, é antibelicista.

A obra, de caráter experimental, linguística e estruturalmente, afinal o narrador inventa palavras e não utiliza capítulos convencionais, foi incompreendida pela crítica, tão conservadora na época de sua publicação. No mais, o enredo é composto por vários fatos cotidianos, desde um enterro até o ato de ir ao banheiro.

Assim, acompanhamos o senhor Bloom em sua corriqueira jornada na cidade de Dublin, nessa obra densa, de fato homérica, que foi considerada imoral e proibida até 1933, nos Estados Unidos, e até 1936, na Inglaterra. A essa altura, o livro já tinha sido traduzido na Alemanha e em outros países.

A primeira parte do romance é centrada em Stephen Dedalus, um professor de história, carente de uma figura paterna, que representa Telêmaco. A segunda relata fatos da vida do senhor Bloom, que representa o Ulisses grego. Ao final, ele e Dedalus ficam bêbados e fazem reflexões existenciais. Por fim, o foco cai sobre Molly Bloom, a Penélope moderna, e em seu famoso e longo monólogo interior, escrito sem nenhuma pontuação.

Poemas de James Joyce

O primeiro livro de poesia de Joyce é Música de câmara, composto por trinta e seis pequenos poemas. Nele, é possível ler poesias com traços simbolistas, marcadas pela musicalidade, como é possível observar nos poemas I e V, na tradução de Alipio Correia de Franca Neto|1|.

Assim, o eu lírico do poema I fala de cordas que compõem “meiga música” na terra, no ar, junto ao rio. Então ele revela que a música é produzida pelo Amor “vagueando à toa”, com “pálidas flores no manto” e “folhas negras em coroa”:

Cordas na terra e no ar
          Meiga música compõem;
Cordas junto ao rio, lugar
            Onde se unem os chorões.

Há música pelo rio —
           É Amor, vagueando à toa;
Pálidas flores no manto,
          Folhas negras em coroa.

Suavíssimo tocando,
               A fronte à música pendente,
E os dedos deslizando
 Num instrumento.

Já o poema V tem como interlocutor alguém a quem o eu lírico chama de “Cabelo-de-ouro”, ou seja, uma pessoa loura, provavelmente. Ela estava cantando “ária encantadora” que levou o eu lírico a desistir da leitura. Ele pede para que ela se incline à janela:

Inclina-te à janela,
    Cabelo-de-ouro!
Te ouvi cantando
        Ária encantadora.

Não abro mais o livro;
      Olho a distância
A chama pelo chão
   Na sua dança.

Deixei meu aposento,
Minha leitura,
Te ouvi cantando pela
   Sombra escura,

Cantando sempre
        Ária encantadora
Inclina-te à janela,
      Cabelo-de-ouro!

Frases de James Joyce

A seguir, vamos ler algumas frases de James Joyce, extraídas de seu romance Ulisses, traduzido por Bernardina da Silveira Pinheiro:

  • “Deus fez a comida, o diabo as cozinheiras.”

  • “Tudo é caro quando você não está interessado.”

  • “Todos os dias completam o seu fim.”

  • “Monsieur de la Palice estava vivo 15 minutos antes de sua morte.”

  • “Um homem de gênio não comete erros.”

  • “Seja justo antes de ser generoso.”

Notas

|1| JOYCE, James. Música de câmara. Tradução de Alipio Correia de Franca Neto. São Paulo: Iluminuras, 1998.

Crédito de imagem

[1] Grupo Editorial Record (reprodução)

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura 

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "James Joyce"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/james-joyce.htm. Acesso em 17 de novembro de 2024.

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