PUBLICIDADE
Odisseia é um poema épico da Antiguidade clássica. Ele é atribuído ao poeta grego Homero. E relata a volta para casa do herói Odisseu (mais conhecido como Ulisses). Assim, após dez anos de guerra, Ulisses vive mais dez anos de aventuras até finalmente chegar à sua casa e matar os pretendentes que fazem a corte à sua esposa Penélope.
A obra de Homero possui elementos mitológicos e aspecto heroico. A epopeia Odisseia é uma narrativa escrita em versos de 15 e 16 sílabas, em sua versão original. Ela apresenta caráter ficcional, uma vez que não existem documentos históricos que comprovem a existência da Guerra de Troia ou de Ulisses.
Leia também: Ilíada — a narrativa que antecede Odisseia
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Odisseia
- 2 - Análise da obra Odisseia
- 3 - O que significa “Odisseia”?
- 4 - Narrador de Odisseia
- 5 - Características de Odisseia
- 6 - Contexto histórico de Odisseia
- 7 - Homero, autor de Odisseia
Resumo sobre Odisseia
- Odisseia é um poema grego que pertence à Antiguidade clássica, e seu provável autor é Homero.
- Possivelmente, Homero nasceu em Esmirna, no ano de 928 a.C., e morreu, em Ios, no ano de 898 a.C.
- O livro narra a volta para casa de Ulisses, herói grego que lutou na lendária Guerra de Troia.
- A obra de Homero é um poema épico, isto é, uma narrativa heroica escrita em versos.
- A epopeia de Homero apresenta elementos mitológicos e personagens heroicos, como Ulisses.
Análise da obra Odisseia
→ Personagens de Odisseia
- Agamêmnon: comandante grego.
- Alcínoo: rei dos feácios.
- Anticleia: mãe de Ulisses.
- Antínoo: um dos pretendentes de Penélope.
- Aquiles: grande guerreiro grego.
- Arete: esposa de Alcínoo.
- Autólico: avô de Ulisses.
- Calipso: ninfa.
- Cassandra: filha de Príamo e Hécuba.
- Circe: ninfa.
- Clitemnestra: esposa de Agamêmnon.
- Demódoco: bardo feácio.
- Eumeu: porqueiro.
- Euríalo: nobre feácio.
- Euricleia: serva da família de Ulisses.
- Euríloco: amigo de Ulisses.
- Eurímaco: um dos pretendentes de Penélope.
- Fêmio: bardo.
- Filécio: pastor.
- Filoctetes: guerreiro grego.
- Filoitio: pastor de bois.
- Heitor: herói troiano.
- Helena: esposa de Menelau raptada por Páris.
- Héracles: antigo herói.
- Iro: mendigo.
- Laerte: pai de Ulisses.
- Melantios: pastor.
- Menelau: guerreiro grego.
- Mentes: rei dos tófios.
- Mentor: amigo de Ulisses.
- Nausícaa: filha de Alcínoo.
- Neoptólemo: filho de Aquiles.
- Nestor: ancião grego.
- Noémone: filho de Frônio.
- Orestes: filho de Agamêmnon.
- Penélope: esposa de Ulisses.
- Pisístrato: filho de Nestor.
- Polifemo: ciclope.
- Posêidon: deus.
- Príamo: ancião troiano.
- Telêmaco: filho de Ulisses e Penélope.
- Ulisses: rei de Ítaca.
→ Tempo de Odisseia
A narrativa possui tempo cronológico e está situada, historicamente, nos dez anos após a Guerra de Troia, a qual teria ocorrido entre os anos 1194 e 1184 a.C.
→ Espaço de Odisseia
A ação transcorre em Ítaca, Pilo, Lacônia, ilha de Corcira, cidade de Ismaro (na terra dos Cíconos), além das ilhas de Circe, de Calipso e dos ciclopes.
→ Enredo de Odisseia
CANTO |
ACONTECIMENTOS |
I |
A deusa Atena se faz passar por Mentes, o rei dos tófios, e encontra Telêmaco, filho de Ulisses, em Ítaca. Ela diz para Telêmaco ir em busca de seu pai em Pilo e em Esparta. |
II |
Telêmaco solicita que os pretendentes (candidatos a marido de Penélope, esposa de Ulisses) saiam da casa de seu pai. Depois, consegue um navio por meio de Noémone e sai de casa, escondido de Penélope, para viajar a Pilo e a Esparta. |
III |
Telêmaco está em Pilo, em companhia de Atena (que assume a forma de Mentor). Encontra Nestor, que lhe conta acontecimentos da Guerra de Troia. Com Pisístrato, filho de Nestor, Telêmaco vai para Lacônia. |
IV |
Na Lacônia, Telêmaco encontra Menelau e se queixa das atitudes dos pretendentes de Penélope. Fica sabendo da morte de Agamêmnon e que seu pai, Ulisses, estava com a ninfa Calipso. Em Ítaca, os pretendentes acreditam que Telêmaco foi raptado. Atena consola Penélope, em um sonho. |
V |
Zeus ordena a Calipso que liberte Ulisses. Ela obedece. Dias depois, Posêidon se irrita ao ver Ulisses sobre um barco, provocando seu naufrágio. Mas Ulisses consegue sobreviver e chega à ilha de Corcira, onde vivem os feácios. |
VI |
Em sonho, Atena diz para Nausícaa lavar as roupas no rio. Depois de lavar a roupa, ela passa o tempo em companhia das servas. Ulisses acorda e recebe roupas e comida de Nausícaa. |
VII |
Na casa de Alcínoo, marido de Arete, Ulisses pede ajuda para voltar para casa. O herói conta o que aconteceu depois que saiu da ilha de Calipso e sofreu um naufrágio. |
VIII |
Os feácios decidem ajudar Ulisses a voltar para casa. Em um jantar na casa de Alcínoo, Ulisses chora ao ouvir Demódoco contar a história do cavalo de Troia. Alcínoo pergunta quem ele é, pois até agora sabem apenas que é um náufrago. |
IX |
Ulisses começa a relatar as suas aventuras em companhia de outros 12 homens, na terra dos Cíconos, na Lacônia e na terra dos Lotófagos. Por fim, encontraram o ciclope Polifemo, que devorou seis homens. Mas conseguiram furar o único olho do ciclope e escapar. |
X |
Ulisses conta que, depois, desembarcaram na ilha Eólia. Ali, Éolo, o guardião dos ventos, deu a Ulisses um saco de couro que continha os ventos, com exceção de Zéfiro. Mas, enquanto Ulisses estava adormecido, seus companheiros de viagem abriram o saco em busca de ouro, e os ventos voltaram à posse de Éolo. Outra grande aventura ocorreu junto à ninfa Circe, que transformou os homens de Ulisses em porcos. Com ajuda de Hermes, o herói não teve o mesmo destino, mas ficou na casa de Circe durante um ano. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) |
XI |
Mais relatos de Ulisses, que desceu ao Hades, onde viu heróis da Guerra de Troia, entre outras pessoas. |
XII |
Ulisses conta que voltou do Hades para a ilha de Circe. Depois navegou até perder o navio e os amigos. Em uma balsa, sozinho, chegou à ilha de Calipso. |
XIII |
Por fim, Ulisses chega a Ítaca. Atena instrui o herói a matar os pretendentes de Penélope. A deusa transforma Ulisses em um velho. |
XIV |
Ulisses, em forma de velho, encontra seu porqueiro Eumeu, o qual espera ansioso a volta de seu amo Ulisses. |
XV |
Em sonho, Atena manda Telêmaco voltar para Ítaca. Ao chegar, o rapaz vai para a casa de Eumeu. |
XVI |
Telêmaco manda Eumeu avisar Penélope de sua chegada. Por influência da deusa Atena, Telêmaco reconhece Ulisses. Os dois então planejam eliminar os pretendentes. |
XVII |
Telêmaco se encontra com Penélope e relata fatos da viagem. Eumeu e Ulisses se dirigem para a casa de Penélope. No caminho, o velho (Ulisses) é humilhado pelo pastor Melantios, mas não se defende. Ao ver o velho, o cão de Ulisses reconhece seu dono. |
XVIII |
O mendigo Iro tenta expulsar o “velho” do palácio de Ulisses. Os dois discutem e lutam. Os pretendentes trazem presentes para Penélope. |
XIX |
Ulisses, “o velho”, encontra Penélope, diz ser originário de Creta. A serva Euricleia, ao lavar os pés do hóspede, reconhece a cicatriz de seu amo. A cicatriz é originária de um ataque de javali, quando, no passado, Ulisses estava na caça. |
XX |
Os pretendentes se reúnem no palácio e tramam a morte de Telêmaco, enquanto Ulisses conversa com Eumeu e Filécio. |
XXI |
Penélope propõe um jogo aos pretendentes, com o arco de Ulisses. O vencedor vai poder se casar com ela. Nenhum dos pretendentes consegue envergar o arco. Assim, Ulisses, o suposto estrangeiro, vence o jogo ao envergar seu arco. |
XXII |
Com ajuda de Atena, Ulisses mata todos os pretendentes. |
XXIII |
Penélope fica sabendo da morte dos pretendentes e da volta de Ulisses. O marido conta para a esposa as aventuras vividas quando estava longe de casa. |
XXIV |
Os pretendentes são levados por Hermes ao Hades. Enquanto isso, o herói reencontra Laerte, seu pai. |
O que significa “Odisseia”?
Atualmente, “odisseia” significa uma viagem ou narrativa repleta de aventuras. Em sua origem, a palavra “Odisseia” é derivada de Odisseu, que é o heroico protagonista do livro. Na tradução latina, ele passou a ser chamado de Ulisses.
Narrador de Odisseia
O poema épico Odisseia possui um narrador onisciente.
Características de Odisseia
→ Estrutura de Odisseia
Assim como a Ilíada, a obra Odisseia apresenta hexâmetros (versos de seis pés — cada pé é composto por duas a quatro sílabas), além de versos de 15 e de 16 sílabas. Ela é dividida em 24 cantos.
→ Estilo literário de Odisseia
Odisseia é uma obra da Antiguidade clássica, época em que não existiam ainda estilos de época. Ela é um poema épico (narrativa escrita em versos), com elementos mitológicos e visão antropocêntrica, ou seja, que valoriza a racionalidade.
Veja também: O que é uma epopeia?
Contexto histórico de Odisseia
A história de Odisseia ocorre durante os dez anos após a Guerra de Troia, conflito entre gregos e troianos que teria acontecido entre 1194 e 1184 a.C. Portanto, está situada no contexto da Antiguidade, particularmente no Período Pré-Homérico (2000-1100 a.C.), o qual é marcado pela formação do povo grego.
Homero, autor de Odisseia
Não há documentação histórica que ateste a existência de Homero. Em função disso, esse autor se tornou uma espécie de lenda literária. Duas obras foram atribuídas a esse poeta grego, Ilíada e Odisseia. As especulações acerca da vida do poeta indicam que ele nasceu em 928 a.C., em Esmirna, e morreu em 898 a.C., em Ios. Talvez tenha sido um aedo cego.
Para saber mais sobre Homero, clique aqui.
Crédito de imagem
[1] Editora Companhia das Letras (reprodução)
Fontes
ALVAREZ, Beethoven Barreto. Breves considerações sobre a estruturação rítmica do hexâmetro homérico. ContraCorrente, Manaus, n. 7, 2015.
BARBOSA, Mariana de Oliveira Lopes. Guerra de Troia. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/guerra-de-troia.htm.
COSTA, Jefferson Silva. Homero: eis a questão. In: BRAGA, Daniel L. S. (org.). Pesquisas e inovações em ciências humanas e sociais: produções científicas multidisciplinares no século XXI. Florianópolis: Instituto Scientia, 2022. v. 1.
GOMES, Arilson dos Santos. Africanidades e diversidades no ensino de História: entre saberes e práticas. Educar em Revista, Curitiba, n. 64, p. 189-214, abr./ jun. 2017.
HOMERO. Odisseia. Tradução de Carlos Alberto Nunes. 25. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
LANCHA, Ana Beatriz Lopes. Levana: desmistificando o papel do educador. 2017. Dissertação (Mestrado em Educação, Artes e História da Cultura) – Centro de Educação, Filosofia e Teologia, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2017.
SILVA, Daniel Neves. Grécia Antiga. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/grecia-antiga.htm.
SOUZA, Marcelo Miguel de. Os aspectos poético-musicais nas obras de Homero: multitextualidade e performance (séc. VIII a. C.). 2017. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2017.