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Oscar Wilde

Oscar Wilde foi um escritor irlandês do século XIX. Suas obras estão associadas ao esteticismo. Seu livro mundialmente conhecido é o romance “O retrato de Dorian Gray”.

O escritor Oscar Wilde, em 1882.
O escritor Oscar Wilde, em 1882.
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Oscar Wilde nasceu em 16 de outubro de 1854, em Dublin, na Irlanda. Mais tarde, mudou-se para Londres e se tornou um dos mais famosos escritores de língua inglesa, principalmente devido às suas peças de teatro. No entanto, sua obra mais conhecida mundialmente é o romance O retrato de Dorian Gray.

Associadas ao esteticismo, movimento artístico que valoriza o belo, em oposição às estéticas realista e naturalista, suas obras defendem o hedonismo. Entretanto, em 1895, o autor foi condenado a dois anos de prisão por ser homossexual, antes de morrer, na pobreza, em 30 de novembro de 1900, na França.

Leia mais: Lord Byron — poeta inglês que marcou o século XIX com sua escrita extremamente pessimista

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Oscar Wilde

  • O escritor irlandês Oscar Wilde nasceu em 1854 e faleceu em 1900.

  • O autor escreveu poemas, contos, peças de teatro e um romance.

  • Ele fez parte do esteticismo, movimento de oposição ao realismo e naturalismo.

  • A ironia e o hedonismo são as principais características de suas obras.

  • Seu livro mais famoso é o romance O retrato de Dorian Gray.

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Biografia de Oscar Wilde

Oscar Wilde nasceu em 16 de outubro de 1854, em Dublin, na Irlanda. Era filho de uma poetisa e de um cirurgião. Mais tarde, o jovem escritor se tornou um dos melhores alunos no Trinity College, em Dublin, e no Magdalen College, em Oxford. Em 1878, ganhou o Prêmio Newdigate pelo seu poema “Ravenna”.

No ano seguinte, o escritor se mudou para Londres. Publicou seu primeiro livro — Poemas — em 1881. Já em 1882, fez uma excursão aos Estados Unidos, onde deu palestras. Mais tarde, em 1884, casou-se com a escritora Constance Lloyd (1858-1898), com quem teve dois filhos.

Entre 1887 e 1889, foi o editor da revista de moda feminina The Woman’s World. Ele deixou a revista para se dedicar à escrita de seu único e famoso romance: O retrato de Dorian Gray. Por essa época, iniciou a amizade e o relacionamento amoroso com o jornalista Robert Ross (1869-1918). Contudo, o que deu status de artista ao escritor foram suas peças de teatro. Por causa delas, ele experimentou a fama e o sucesso.

Em 1891, o dramaturgo conheceu o jovem lorde Alfred Douglas (1870-1945), conhecido pelo apelido de Bosie, com quem iniciou um relacionamento amoroso. Dois anos depois, os dois passaram um verão juntos na vila de Goring-on-Thames. Mas o marquês de Queensberry (1844-1900), pai de Bosie, não viu com bons olhos a relação entre o filho e o escritor, e tentou, em vão, fazer com que o rapaz terminasse o relacionamento.

Tudo se complicou quando Wilde decidiu processar o marquês por difamação, em 1895. No julgamento, a sua vida sexual foi exposta, e o escritor foi preso e julgado por causa de sua homossexualidade, considerada crime na época. Condenado a dois anos de trabalhos forçados, em 1895, foi enviado para a prisão de Reading.

Em 1897, quando saiu da prisão, escreveu o poema “A balada do cárcere de Reading”, que ele assinou com a indicação do local onde ficava sua cela: C.3.3. Dessa forma, os leitores desconheciam que o poema era de Wilde. Nos últimos anos de vida, pobre e usando o nome falso de Sebastian Melmoth, morreu na presença de seu amigo Robert Ross.

Obras de Oscar Wilde

  • “Ravenna” (1878) — poesia

  • Poemas (1881) — poesia

  • O príncipe feliz e outras histórias (1888) — contos

  • O crime de lorde Arthur Savile e outras histórias (1891) — contos

  • A casa das romãs (1891) — contos

  • Intenções (1891) — ensaios

  • O retrato de Dorian Gray (1891) — romance

  • A alma do homem sob o socialismo (1891) — ensaio

  • Salomé (1891) — teatro

  • O leque de lady Windermere (1892) — teatro

  • Uma mulher sem importância (1893) — teatro

  • De profundis (1897) — epístola

  • Um marido ideal (1898) — teatro

  • A importância de ser prudente (1898) — teatro

  • A balada do cárcere de Reading (1898) — poesia

Leia também: William Shakespeare — o mais conhecido dramaturgo e poeta inglês

O retrato de Dorian Gray

Capa do livro “O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, publicado pela editora Companhia das Letras.[1]
Capa do livro “O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, publicado pela editora Companhia das Letras.[1]

Oscar Wilde inicia o prefácio da obra com a frase: “O artista é o criador das coisas belas”.|1| Na sequência, tece breves comentários sobre a arte e o artista. Isso porque o romance está centrado em uma obra de arte, isto é, o retrato de Dorian Gray. Então, o narrador começa a narrar a história e mostra o ateliê de Basil Hallward.

Ele está diante do “retrato de corpo inteiro de um jovem de extraordinária beleza”, isto é, Dorian Gray. Então, Basil apresenta o rapaz a lorde Henry, que faz reflexões sobre a fugacidade da beleza e aconselha Dorian a estar sempre “à cata de novas sensações”. Depois disso, Basil termina e assina o quadro.

Diante da bela imagem, Dorian se angustia com a consciência de que, um dia, vai ficar “velho, horrível, medonho”. Contudo, diz ele, “este retrato continuará sempre jovem”, expressando o desejo de permanecer jovem enquanto o retrato envelhece. A partir de então, cresce a amizade entre Dorian e o jovem lorde.

Dorian Gray se apaixona pela atriz Sibyl Vane, que também se apaixona pelo rapaz. No entanto, o amor de Dorian acaba quando ele conclui que a moça é apenas uma “artista de terceira classe, com um rostinho bonito”. Ainda assim, diante do suicídio dela, ele se mostra horrorizado.

A partir daí, Dorian se entrega a todas as paixões. Passam-se os anos, e ele não envelhece, mas percebe o envelhecimento do homem do retrato, obra que mantém em um “quarto fechado do andar de cima”. Na “véspera de seu trigésimo oitavo aniversário”, ele decide mostrar a Basil o retrato, que reflete a alma corrupta do dono, de forma que o “apodrecer de um cadáver em úmida sepultura não era tão terrível”.

Então, “um insopitável sentimento de ódio por Basil Hallward dele se apossou, como se tivesse sido sugerido pela imagem da tela, sussurrado nos seus ouvidos por aqueles lábios sardônicos”. Em seguida, Dorian Gray assassina o pintor. Assim, no final da história, atormentado pela verdade impressa no retrato, Dorian só vê uma saída, a destruição da obra.

Nesse romance filosófico de Oscar Wilde, a ficção é utilizada para refletir sobre arte, hedonismo, moral, fragilidade da vida e da beleza. Desse modo, ele é construído com base na ideia de pecado e castigo, mas também traz a defesa do poder da arte, a qual é bela, suprema e, talvez, eterna.

Características da obra de Oscar Wilde

Oscar Wilde era um escritor da era vitoriana associado ao esteticismo, que valorizava a beleza, portanto, opunha-se ao realismo e ao naturalismo. Assim, segundo o autor, a arte deve ser inovadora e conduzir ao prazer. Além disso, suas obras, de forma geral, apresentam as seguintes características:

  • aspecto cômico ou irônico;

  • elementos sensoriais;

  • hedonismo;

  • reflexão sobre a fugacidade;

  • consciência social e moral;

  • uso de paradoxos;

  • descritivismo;

  • decadentismo;

  • defesa do individualismo;

  • e as seguintes temáticas:

    • pecado e castigo;

    • remorso;

    • amor e sacrifício;

    • matéria versus espírito;

    • luxúria;

    • violência;

    • esnobismo social;

    • perda da inocência.

Leia também: Victor Hugo – autor expoente do romantismo francês

Frases de Oscar Wilde

A seguir, vamos ler algumas frases de Oscar Wilde, retiradas de suas obras O retrato de Dorian Gray, O leque de lady Windermere e Um marido ideal:

“O verdadeiro mistério do mundo é o visível, não o invisível.”

“As loucuras são as únicas coisas de que você nunca se arrepende.”

“Amar é superar a si mesmo.”

“Um homem não pode ser muito cuidadoso na escolha de seus inimigos.”

“Há duas tragédias nesta vida: uma é não conseguir o que se quer, outra é conseguir.”

“Quando os deuses querem nos punir, respondem às nossas preces.”

Nota

|1| Tradução de Lígia Junqueira

Créditos da imagem

[1] Editora Companhia das Letras (reprodução)

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Oscar Wilde"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/oscar-wilde.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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