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Os vegetais não são seres vivos imóveis, eles também respondem, através de movimentos, a estímulos externos. Essa resposta a um estímulo externo é chamada de tropismo, que deriva da palavra grega trope e significa volta, giro. Quando o vegetal cresce em direção à fonte de estímulo, chamamos de tropismo positivo, mas quando o vegetal cresce em sentido contrário à fonte de estímulo, chamamos de tropismo negativo.
Fototropismo, gravitropismo (ou geotropismo) e tigmotropismo são os principais tipos de tropismos, sendo que ainda existem o hidrotropismo e o quimiotropismo.
O fototropismo é a resposta do vegetal quando o estímulo é a luz. Os caules tendem a crescer em direção à luz, assim apresentando fototropismo positivo. Esse movimento se dá pela ação do hormônio auxina no alongamento celular. Quando a planta é iluminada apenas de um lado, a auxina vai para o lado menos iluminado. Dessa forma, as células desse lado ficam mais alongadas do que as células do lado que tem maior incidência de luz. É por isso que a planta se curva em direção à fonte de luz.
No gravitropismo, também chamado de geotropismo por muitos, o fator que estimula o crescimento do vegetal é a força da gravidade da Terra. As auxinas também estão envolvidas nesse crescimento. No caso das raízes, elas apresentam gravitropismo positivo, ou geotropismo positivo, pois elas crescem em direção ao solo. Já os caules apresentam gravitropismo negativo ou geotropismo negativo, por crescerem em sentido contrário ao sentido da força da gravidade.
Se colocarmos uma planta na horizontal, as auxinas produzidas na gema apical se deslocarão para a região voltada para o solo, fazendo com que as células desse lado se alonguem mais do que as células do lado contrário. Dessa forma, o caule se curvará para cima. Isso é um exemplo de geotropismo negativo, pois o caule cresce em direção contrária ao estímulo.
Nas raízes, o aumento na quantidade de auxina, no lado voltado para baixo, inibe o alongamento celular, sendo que as células do lado oposto se alongam mais, fazendo com que a raiz se curve para baixo. As raízes são um exemplo de geotropismo positivo, pois tendem a crescer sempre na direção do estímulo.
Figura ilustrando o geotropismo negativo do caule.
O tigmotropismo ocorre quando uma planta entra em contato com um objeto sólido e começa a crescer em volta dele. Podemos observar o tigmotropismo em plantas trepadeiras e plantas que possuem gavinhas, que crescem enroladas em um suporte.
Plantas trepadeiras e maracujás são exemplos de vegetais que realizam o tigmotropismo.
Hidrotropismo é o movimento orientado para a água, enquanto que o quimiotropismo é o movimento orientado para determinadas substâncias.
O nastismo também é um movimento realizado pelos vegetais em resposta a estímulos externos, mas difere do tropismo por ser um movimento em que a direção do estímulo não influencia em seu movimento. No nastismo, o estímulo provoca a abertura ou fechamento de um órgão independente da direção do estímulo, sendo a sua intensidade mais importante. Podemos citar como exemplos a planta dormideira, que fecha seus folíolos a partir de um estímulo mecânico; e a flor da planta onze-horas, que abre suas flores no período mais quente do dia, quando a luz é mais intensa.
No nastismo, a direção do estímulo não influencia no movimento do vegetal.
O movimento da planta dormideira está ligado a alterações na turgência das células de uma estrutura localizada na base dos folíolos, chamada de pulvino. Quando essas células são estimuladas, as células da parte superior dos pulvinos liberam íons potássio, provocando uma diminuição na pressão osmótica, com perda de água para outras células. A diminuição na turgência dessas células provoca o fechamento dos folíolos.
Há também outras plantas que abrem suas folhas durante o dia e as fecham à noite. Esses movimentos ocorrem em virtude das alterações na turgescência de células que se localizam em um dos lados da base dos pecíolos. De dia, essas células permanecem túrgidas, sendo que as células que se localizam no lado oposto do pecíolo estão praticamente murchas – dessa forma, as folhas permanecem abertas. No período da noite, as células que estavam murchas tornam-se túrgidas, e as que estavam túrgidas tornam-se murchas, provocando o fechamento das folhas.
Por Paula Louredo
Graduada em Biologia