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Pteridófitas

Pteridófitas são plantas que apresentam, como características mais marcantes, a presença de vasos condutores de seiva e a ausência de sementes.

A samambaia é uma das pteridófitas mais conhecidas.
A samambaia é uma das pteridófitas mais conhecidas.
Crédito da Imagem: shutterstock
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As pteridófitas, também chamadas plantas vasculares sem sementes, são um grupo de plantas em que se observam a presença de xilema e floema (vasos condutores) e a ausência de sementes, característica esta que surge apenas nas gimnospermas. Os fósseis mais antigos de plantas com vasos condutores são de cerca de 425 milhões de anos atrás. No Brasil são encontradas mais de 1000 espécies de pteridófitas, sendo possível citar como representantes desse grupo as samambaias e as cavalinhas.

Tópicos deste artigo

Características

As pteridófitas são plantas que possuem o xilema e o floema como tecidos especializados na condução. O surgimento desses tecidos foi possível graças ao surgimento da lignina, que garante resistência aos elementos do xilema e células do esclerênquima. A resistência adquirida por essas plantas foi um passo essencial para que elas se tornassem maiores em porte do que as briófitas.

Nessas plantas observamos uma alternância de gerações, na qual o esporófito (fase do ciclo de vida produtora de esporos) destaca-se por ser a geração dominante. O esporófito nesses grupos é maior e também mais complexo que o gametófito. Essa característica também diferenciam-nas das briófitas, uma vez que, nesse último grupo, a geração dominante é o gametófito (fase do ciclo de vida produtora de gametas).

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Nessas plantas observa-se a presença de raízes, caule e folhas verdadeiras. As raízes atuam na fixação da planta ao substrato e na retirada de nutrientes e água do solo. O caule atua como uma estrutura que garante a sustentação das folhas. Já as folhas estão relacionadas com a realização da fotossíntese.

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Nessas plantas observa-se a necessidade de água para que a fecundação ocorra. Isso deve-se ao fato de que os gametas masculinos são flagelados e precisam nadar até o gametófito feminino para fecundarem a oosfera (gameta feminino). Devido a essa característica, encontramos as plantas do grupo das pteridófitas, principalmente, em locais úmidos. Nessas plantas não se observa a presença de grão de pólen, sementes, flores ou frutos.

A Selaginella é um gênero de plantas do grupo das plantas vasculares sem sementes.
A Selaginella é um gênero de plantas do grupo das plantas vasculares sem sementes.

Habitat

As pteridófitas são observadas em uma grande variedade de habitat, sendo encontradas em ambientes florestais e até mesmo em áreas secas. Entretanto, a grande maioria das espécies é encontrada em regiões onde há uma maior umidade no solo.

Ciclo de vida

Existem diferentes tipos de pteridófitas, portanto, há diferentes ciclos de vida nesse grupo de plantas. Descreveremos, a seguir, o ciclo de vida de uma samambaia homosporada, uma planta bastante característica do grupo das plantas vasculares sem sementes.

Observe os soros na face inferior de uma folha de samambaia.
Observe os soros na face inferior de uma folha de samambaia.

A grande maioria das pteridófitas caracteriza-se por ser homosporada, ou seja, elas possuem apenas um tipo de esporângio, que é capaz de produzir apenas um tipo de esporo, o qual se desenvolve em um gametófito bissexual. Uma pequena parcela de plantas vasculares sem sementes é heterosporada.

Nesse tipo de planta, observa-se dois tipos de esporângios, os quais produzem dois tipos de esporos. Megasporângios são responsáveis por produzirem megásporos, que formam os gametófitos femininos, e microsporângios produzem micrósporos, que desenvolvem os gametófitos masculinos. Em Selaginella, por exemplo, é observada a heterosporia.

Nas samambaias adultas, há folhas que, em sua face anterior, possuem soros, que são conjuntos de esporângios. No interior dos soros, são produzidos os esporos meiose. Quando o soro libera os esporos da samambaia, esses caem no ambiente e germinam, quando em condições adequadas, dando origem a um gametófito.

Observe as etapas principais do ciclo de vida das pteridófitas.
Observe as etapas principais do ciclo de vida das pteridófitas.

O gametófitos são verdes e independentes nutricionalmente dos esporófitos. Eles têm a aparência que lembra um coração e possuem pequenos filamentos denominados rizoides, que se direcionam ao substrato. Os gametófitos bissexuados possuem arquegônios e anterídios. Os arquegônios são responsáveis por produzirem a oosfera, enquanto os anterídios produzem os anterozoides.

Normalmente o arquegônio e o anterídio do gametófito das samambaia amadurecem em épocas distintas, e, portanto, geralmente a fecundação envolve gametas produzidos em gametófitos diferentes. O anterozoide irá nadar até a oosfera e irá fecundá-la. Ocorrerá a formação do zigoto, que irá dividir-se e, com o tempo, diferenciar-se em um esporófito adulto. Assim que o esporófito fixa-se ao solo, por meio de suas raízes, o gametófito é desintegrado.

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Classificação

As pteridófitas são atualmente classificadas em dois filos:

  • Lycopodiophyta: Nesse grupo encontramos Lycopodium, Selaginella e Isoetes.

  • Monilophyta: Nesse grupo encontramos samambaias e Equisetum.

O Equisetum faz parte do filo Monilophyta.
O Equisetum faz parte do filo Monilophyta.

Importância

As pteridófitas são plantas que apresentam importância econômica e também ecológica. Como todas as plantas, as pteridófitas são organismos produtores, sendo, portanto, a base de algumas cadeias alimentares. Além disso, os ancestrais das pteridófitas atuais formaram as primeiras grandes florestas, que contribuíram para a redução dos níveis de gás carbônico na atmosfera, no período Carbonífero. As plantas vasculares sem sementes que formaram as primeiras florestas posteriormente viraram carvão, sendo esse produto de grande valor econômico.

Saiba mais: Eras geológicas

Além do carvão, não podemos deixar de citar que algumas espécies atuais também foram muito exploradas economicamente, sendo esse o caso da samambaiaçu, uma espécie de samambaia que atinge cerca de cinco metros de altura. Essa planta era usada na fabricação de xaxim, um tipo de vaso. Atualmente, o xaxim não pode mais ser fabricado, pois a planta está na lista de espécies ameaçadas.

Diferença entre as briófitas e pteridófitas

Briófitas e pteridófitas são plantas relativamente simples que apresentam algumas semelhanças e também algumas diferenças. Observe, a seguir, um quadro comparativo entre ambas:

CARACTERÍSTICAS

BRIÓFITAS

PTERIDÓFITAS

Vasos condutores

Ausentes

Presentes

Raiz

Ausente

Presente

Caule

Ausente

Presente

Folhas

Ausentes

Presentes

Sementes

Ausentes

Ausentes

Flores

Ausentes

Ausentes

Frutos

Ausentes

Ausentes

Dependência de água para a reprodução

Presente

Presente

Fase duradoura do ciclo de vida

Gametófito

Esporófito

Exemplos

Musgos e hepáticas

Samambaias e cavalinhas


 

Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Pteridófitas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/pteridofitas.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

(Fuvest-SP) O xaxim é um produto muito usado na fabricação de vasos e suportes para plantas. A sua utilização:

a)      aumenta o risco de extinção de certas samambaias, a partir das quais é produzido.

b)      não acarreta nenhum impacto ambiental, pois é produzido a partir da compactação de folhas de certas palmeiras.

c)       aumenta o risco de extinção de certas gramíneas, a partir das quais é produzido.

d)      não acarreta nenhum impacto ambiental, pois é produzido a partir de raízes de plantas aquáticas secas.

e)      provoca a extinção de certas palmeiras, a partir das quais é produzido.

Exercício 2

(Ufscar-SP) Considere as seguintes características:

I.                  Presença de tecidos de condução;

II.                 Presença de raízes verdadeiras;

III.                Dependência de água para fecundação;

IV.                Fase esporofítica predominante.

Uma briófita e uma pteridófita apresentam em comum apenas:

a)      IV

b)      III

c)       I e II

d)      II e III

e)      I, II e IV