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O túlio, símbolo Tm e número atômico 69, é um dos lantanídeos (conhecidos como metais terras-raras). Dentre os lantanídeos, é um dos mais raros e, por isso, tem alto custo e aplicações limitadas. Na sua forma metálica, apresenta coloração acinzentada e um brilho prateado característico, resistindo bem à corrosão. Em solução, como os demais lantanídeos, o túlio adota o número de oxidação igual a +3.
O elemento tem esse nome em referência à região de Thule ou Tile, muito comum em mapas da Idade Média para descrever regiões como a Islândia ou a Escandinávia. Foi descoberto em 1879 por um químico sueco chamado Per Teodor Cleve, que fazia análises e estudos acerca do minério erbia, da cidade sueca de Ytterby. Aplica-se o túlio basicamente na medicina, embora tintas com Tm3+ em sua composição estejam presentes nas cédulas de euro para evitar falsificações.
Leia também: Cério — lantanídeo muito utilizado na indústria de vidro e de catalisadores
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o elemento químico túlio
- 2 - Propriedades do túlio
- 3 - Características do túlio
- 4 - Onde o túlio pode ser encontrado?
- 5 - Obtenção do túlio
- 6 - Aplicações do túlio
- 7 - História do túlio
- 8 - Exercícios resolvidos sobre túlio
Resumo sobre o elemento químico túlio
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O túlio é um metal pertencente à classe dos lantanídeos ou metais terras-raras.
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Na forma metálica, possui coloração acinzentada.
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Em solução, seu NOx é sempre +3.
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É um dos lantanídeos mais raros que existem e, por isso, tem alto custo.
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É obtido via redução com lantânio em fornos de indução.
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Poucos são os usos do túlio, sendo mais empregado no campo da medicina.
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Sua descoberta é creditada ao químico sueco Per Teodor Cleve.
Propriedades do túlio
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Símbolo: Tm.
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Número atômico: 69.
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Massa atômica: 168,93421 u.m.a.
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Eletronegatividade: 1,25.
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Ponto de fusão: 1545 °C.
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Ponto de ebulição: 1950 °C.
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Densidade: 9,321 g.cm-3 (a 25 °C).
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Configuração eletrônica: [Xe] 6s2 4f13.
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Série Química: metais terras-raras, lantanídeos.
Características do túlio
O túlio, símbolo Tm, apresenta um brilho cinza e lustroso no estado metálico. Embora seja relativamente estável, deve ser acondicionado em local sem umidade. É um metal macio, dúctil e maleável, podendo até mesmo ser cortado com uma faca.
Apesar de possuir 41 isótopos conhecidos, os quais variam de massa 146 a 176, o Tm apresenta um único isótopo natural, 169Tm, o qual é estável.
Como os demais lantanídeos, tem o número de oxidação +3 como o mais provável. Outra característica compartilhada é o fato de liberar gás hidrogênio (H2) quando misturado com ácido diluído ou vapor. É possível queimar o túlio ao ar, produzindo, assim, o Tm2O3.
4 Tm + 3 O2 → 2 Tm2O3
Onde o túlio pode ser encontrado?
O túlio ocorre em pequenas quantidades junto dos demais metais terras-raras nos minerais. Na bastnasita e na monazita, dois minerais ricos em lantanídeos mais leves e bem explorados comercialmente, o teor de Tm não passa de 0,1% em massa de Tm2O3. Os minerais que possuem maior concentração mássica de túlio (na forma de Tm2O3) são a xenotima (0,9%) e a eudialita (0,4%).
Outra fonte importante de túlio são as lamas de adsorção de cátions de terras-raras, formadas ao longo de milhões de anos em processos de lixiviação natural (lavagem por chuva tropical morna) de granitos de metais terras-raras. A China, em especial, explora essas fontes, as quais costumam conter cerca de 0,3% em massa de Tm2O3.
É bem verdade que o túlio não é muito abundante — de fato, é o menos abundante de todos os lantanídeos. Contudo, novas descobertas de fontes de Tm até o colocaram no mesmo nível de raridade do ouro, prata ou cádmio.
Confira no nosso podcast: Duro como diamante — o que significa?
Obtenção do túlio
O túlio pode ser obtido por meio da redução do seu óxido utilizando o lantânio como redutor, em um forno de indução.
Tm2O3 (s) + 2 La (l) → La2O3 (s) + 2 Tm (g)
Dadas as condições reacionais (≈ 1500 °C e 10-6 a 10-5 Pa de pressão), o túlio é obtido na forma de gás, o qual se deposita na parte fria do forno de indução.
Aplicações do túlio
Por ser um elemento caro (na faixa de US$ 70/grama) e raro, as aplicações do túlio são limitadas. Ele é empregado em pequenas quantidades no campo médico, por exemplo, como agente dopante na granada de ítrio e alumínio (Y3Al5O12), mineral utilizado em cirurgias a laser. Seu isótopo 170Tm serve como fonte de raios X para dispositivos portáteis.
Um fato interessante sobre o túlio é que os íons Tm3+ estão em tintas antifalsificação das cédulas de euro. Quando colocada em luz ultravioleta, a coloração azulada que surge é justamente dos íons Tm3+.
História do túlio
O elemento 69 foi descoberto por Per Teodor Cleve, um químico sueco, em 1879 (boa parte dos metais terras-raras, inclusive, foram descobertos por químicos suecos). O túlio foi descoberto enquanto Cleve estudava o mineral erbia, da cidade sueca de Ytterby.
O nome “túlio” deriva de Thule ou Tile, uma região ao norte da Europa, descrita durante a Idade Média, a qual já foi atribuída a diversos locais, tais como Islândia, ilhas ao norte da Escócia e Escandinávia.
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Exercícios resolvidos sobre túlio
Questão 1
Os lantanídeos costumam apresentar, em solução, o NOx igual a +3. O túlio, símbolo Tm, é um lantanídeo de número atômico 69. Em qual desses compostos o Tm apresenta o NOx característico dos lantanídeos?
A) TmCl
B) TmCl2
C) Tm2O3
D) TmS
E) Tm2I
Resposta:
Letra C
O flúor possui NOx igual a -1. Os demais halogênios, na ausência do átomo de oxigênio na fórmula, também ficam com carga igual a -1. O enxofre, na ausência de oxigênio, possui carga igual a -2. Já o oxigênio possui carga igual a -2. Assim, o cálculo do NOx do lutécio em cada substância é dado da seguinte forma:
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TmCl: x + (–1) = 0 → x = +1; logo, resposta errada.
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TmCl2: x + 2(–1) = 0 → x – 2 = 0 → x = +2; logo, resposta errada.
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Tm2O3: 2x + 3(–2) = 0 → 2x – 6 = 0 → x = +3; logo, resposta correta.
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TmS: x + (–2) = 0 → x – 2 = 0 → x = +2; logo, resposta errada.
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Tm2I: 2x + (–1) = 0 → 2x – 1 = 0 → x = +½; logo, resposta errada.
Questão 2
O 170Tm é um isótopo do elemento químico túlio (Z = 69) empregado como fonte de raios X em dispositivos portáteis. Qual o número de nêutrons desse isótopo?
A) 170
B) 69
C) 101
D) 239
E) 99
Resposta:
Letra C
O número atômico do Tm é igual a 69. Assim, o número de nêutrons pode ser calculado pela seguinte fórmula:
A = Z + n
A é o número de massa, Z é o número atômico e n é o número de nêutrons. Substituindo os valores, temos:
170 = 69 + n
n = 170 – 69
n = 101
Por Stéfano Araújo Novais
Professor de Química