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Protestos e manifestações marcam a primeira fase da Copa do Mundo do Catar

Ao longo da primeira fase da Copa do Mundo realizada no Catar, vários protestos sobre causas sociais foram feitos em partidas do campeonato.

Em 05/12/2022 08h00 , atualizado em 12/12/2022 14h39
Estádio 974 feito containers e réplica taça da Copa do Mundo à frente
Feito com 974 containers, o Estádio 974 fica localizado na capital do Catar, Doha. [1]
Ouça o texto abaixo!

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Na última sexta-feira (2) ocorreram as partidas finais da primeira fase da Copa do Mundo do Catar. Em 13 dias de campeonato uma série de protestos e manifestações sobre causas diversas marcaram o evento esportivo. 

Desde o anúncio em 2010 de que o Catar sediaria a Copa do Mundo de 2022, várias críticas surgiram a respeito do país. A questão dos direitos humanos ocupou os debates sociais com a realização do evento esportivo no Catar.

Saiba mais: o que são e como surgiram os direitos humanos 

Protestos na Copa do Catar

Confira abaixo os protestos e manifestações que ocorreram ao longo da primeira fase do campeonato:

Braçadeiras 'One Love'

Seleções de futebol participantes da Copa se mobilizaram para utilizar braçadeiras pelos seus capitães com a escrita 'One Love'. O item é uma forma de protesto contra a discriminação à comunidade LGBTQIA+ e em apoio à diversidade de gênero e formas de amor. 

Após o fato, a Fifa ameaçou de penalizar com sanções esportivas as sete seleções que iriam utilizar a braçadeira. Com o anúncio da entidade, os times desistiram de entrar em campo com o acessório.

Entre as seleções que iriam utilizar a braçadeira estão: Bélgica, Inglaterra, Dinamarca, Holanda, País de Gales e Suíça. A França desistiu da manifestação antes da ameaça da Fifa. 

Na partida entre Estados Unidos e Irã, realizada na terça-feira (29), um torcedor estadunidense foi retirado do estádio pela polícia por usar braçadeira com as cores da bandeira LGBTQIA+. 

Saiba mais: partida entre EUA e Irã relembra conflitos políticos entre os dois países

Prostestos contra a morte da iraniana Mahsa Amini

Na segunda rodada da fase de grupos, durante o jogo entre Irã e País de Gales, uma torcedora iraniana foi censurada por seguranças após exibir uma camisa com o nome de Mahsa Amini.

Mahsa (22) morreu em setembro deste ano enquanto estava presa pela custódia policial do Irã. Ela foi detida por agentes da moralidade, diante de um uso incorreto do hijab.

Mulher segura foto de Mahsa Amini
Manifestante segura cartaz com foto de Mahsa Amini em frente à embaixada iraniana de Bruxelas, na Bélgica. [2]

O homem que estava acompanhando a torcedora também foi censurado por ter uma bandeira do Irã nas mãos, escrito "Liberdade para as vidas femininas". 

O fato aconteceu no Estádio Ahmad Bin Ali. 

Confira também: por que as mulheres mulçumanas usam o hijab?

Alemães protestam

A seleção da Alemanha, em sua estreia na Copa do Catar contra o Japão, se posicionou contra a atitude da Fifa de ameaçar punir caso algúem usasse a braçadeira 'One Love'.

O protesto ficou marcado com os jogadores alemães tampando a boca com as mãos, representando um silenciamento. 

Torcedor em campo

O italiano Mário Ferri, conhecido como Falcão, invadiu a partida entre Portugal e Uruguai realizada na segunda-feira (28/11).

O torcedor realizou uma manifestação em protesto sobre três causas: ele correu segurando a bandeira LGBTQIA+ e em sua camiseta estava escrito mensagens em apoio às mulheres iranianas e à Ucrânia. 

Essa não é a primeira vez que Falcão manifesta em uma Copa do Mundo. Na Copa do Mundo sediada pelo Brasil em 2014, durante a partida entre Bélgica e Estados Unidos, no Arena Fonte Nova, ele entreou em campo com uma camiseta escrito "salvem as crianças da favela". 

Contra o racismo

Mesmo não utilizando a braçadeira 'One Love', os ingleses protestaram em sua estreia na Copa do Mundo 2022. 

Jogador negro Romelu Lakaku
Ajoelhar-se é um ato de protesto contra o racismo comum no futebol. Na foto, o jogador da Bélgica Romelu Lukaku durante a UEFA Euro 2020. [3]

Os jogadores ajoelharam no campo como forma de manifestar repúdio ao racismo. 

Leia: o que é o racismo, o racismo estrutural, causas, exemplos e lei

Silêncio no momento do hino

A seleção do Irã não cantou o hino do país em sua estreia na Copa, no jogo contra a Inglaterra. 

A atitude é uma forma de apoio às manifestações que ocorrem no Irã devido à morte da iraniana Mahsa Amini. 

Entre os torcedores iranianos que acompanhavam esta partida, haviam alguns vestidos com camisas em apoio aos direitos das mulheres. 

Dinamarca protesta contra violações no Catar

Na estreia da seleção da Dinamarca na Copa, os atletas entraram em campo com uniforme em que o escudo da federação aparece camuflado

A atitude é um protesto contra as violações dos direitos humanos no país-sede do campeonato.

A fabricante do uniforme publicou na internet sobre a mensagem transmitida.

“Esta camisa leva consigo uma mensagem. Não queremos ser visíveis durante um torneio que custou a vida de milhares de pessoas. Apoiamos a seleção dinamarquesa o tempo todo, mas isso não é o mesmo que apoiar o Catar como nação anfitriã"

Publicação no Twitter da Hummel com a foto do uniforme vermelho da Dinamarca sem o escudo
Publicação da fabricante do uniforme da seleção alemã, a Hummel.
Crédito: Reprodução / Twitter

Bandeira do Pernambuco confiscada

Na terça-feira (22), torcedores brasileiros relataram que autoridades do Catar tomaram a bandeira do estado do Pernambuco, ao confundi-la com a bandeira da comunidade LGBTQIA+. 

O fato aconteceu após o confronto entre Arábia Saudita e Argentina, no Estádio Lusail. 

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Comunidade LGBTQIA+

De acordo com a Anistia Internacional, o Catar é um dos 70 países onde a homossexualidade é criminalizada. Com a realização do torneio, o tratamento à comunidade LGBTQIA+ durante o evento se tornou pauta. 

O governo catari havia anunciado antes do início da Copa que turistas com as diferentes identidades de gênero e orientações sexuais seriam aceitos e que não restringiria suas expressões.

No início deste mês, o embaixador do Catar Khalid Salman disse que a homossexualidade é "dano na mente". A afirmação ocorreu durante entrevista à ZDF, emissora de TV alemã. 

Mulheres no Catar

Por conta da religião predominante no país, o islamismo, outro tema que passou a ser comentado é sobre a liberdade das mulheres.

Por lá é adotado o sistema de tutela masculina, em que as mulheres precisam pedir autorização a seus tutores (marido, irmão, pai, entre outros) em casos de decisões importantes, tais como: casar, estudar em outro país, viajar, trabalhar em cargos públicos. As informações são confirmadas pela Anistia Internacional. 

 

Créditos das imagens:

[1] SLSK Photography | Shutterstock

[2] Alexandros Michailidis | Shutterstock

[3] ph.FABShutterstock

 

Por Lucas Afonso
Jornalista

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