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20 clássicos da literatura mundial

Selecionamos 20 clássicos da literatura mundial. Eles fazem parte da tradição literária do Ocidente. Entre eles estão as obras Hamlet (inglesa) e Fausto (alemã).

Estantes com volumes antigos de livros em referência aos clássicos da literatura mundial.
Os clássicos da literatura mundial fazem parte da tradição literária ocidental.[1]
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Os 20 clássicos da literatura mundial aqui apresentados fazem parte da tradição literária ocidental, portanto, são obras que sobreviveram ao tempo e possuem temáticas universais. Elas pertencem a variados estilos de época, além de apresentar elementos autorais. São elas:

  • Ilíada;

  • A divina comédia;

  • Hamlet;

  • Dom Quixote;

  • Fausto;

  • Orgulho e preconceito;

  • Frankenstein;

  • Os três mosqueteiros;

  • O corvo;

  • Moby Dick;

  • Madame Bovary;

  • As flores do mal;

  • Os miseráveis;

  • O médico e o monstro;

  • O retrato de Dorian Gray;

  • Em busca do tempo perdido;

  • Ulisses;

  • Mrs. Dalloway;

  • Admirável mundo novo;

  • 1984.

Leia também: 20 obras clássicas da literatura brasileira

Tópicos deste artigo

Ilíada, de Homero

A Ilíada é uma das primeiras obras da literatura ocidental. Atribuída a Homero, data, aproximadamente, do século VIII a. C. Inicialmente ela era cantada por rapsodos. Somente mais tarde assumiu a forma de texto escrito. Esse poema épico da Grécia Antiga relata eventos do final da Guerra de Troia.

O protagonista é Aquiles, que disputa o poder com Agamêmnon, o qual provoca a cólera do grande herói. Assim, quando Aquiles abandona o combate, o exército grego começa a sofrer inúmeras baixas; porém, quando Pátroclo é morto em batalha, Aquiles volta à luta para vingar a morte do amado, matando o herói troiano Heitor.

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A divina comédia, de Dante Alighieri

Narrativa em versos do poeta italiano Dante Alighieri, A divina comédia foi escrita no século XIV. A história se passa em três espaços, ou seja, no inferno, no purgatório e no paraíso. Dante é o protagonista da narrativa. Ele é guiado pela alma do poeta Virgílio, que, por ser pagão, só não pode entrar no paraíso.

A obra, assim, mistura a visão teocêntrica medieval com a perspectiva antropocêntrica da Antiguidade. Na travessia, o narrador apresenta os sofrimentos das almas no inferno e no purgatório, até chegar ao paraíso, onde encontra a alma de Beatriz. A generosidade de sua amada é responsável pela salvação de Dante. Para saber mais sobre a obra, clique aqui.

Hamlet, de William Shakespeare

Uma das principais obras do autor inglês William Shakespeare, Hamlet é uma peça teatral escrita por volta do ano 1600. Essa tragédia está centrada na vingança do príncipe da Dinamarca, cujo pai foi assassinado pelo próprio irmão. Após receber a visita do fantasma do pai, Hamlet decide se vingar da mãe e do tio, que usurparam, criminosamente, o trono do rei. Então, o herói se finge de louco para conseguir desmascarar os vilões.

Dom Quixote, de Miguel de Cervantes

Ilustração de Dom Quixote e Sancho Pança, personagens do clássico de Miguel de Cervantes.
Dom Quixote é um dos mais famosos personagens da literatura mundial.

O romance espanhol Dom Quixote (ou O engenhoso fidalgo Dom Quixote de la Mancha) foi publicado, pela primeira vez, em 1605. Assim, depois de ler vários romances de cavalaria, Alonso Quijano, o protagonista da narrativa, enlouquece e passa a acreditar que ele próprio é um cavaleiro medieval.

Desse modo, em companhia de seu fiel escudeiro Sancho Pança (um realista, em oposição à fantasia quixotesca), o protagonista busca aventuras pelas terras de Espanha. Como não podia ser diferente, o louco precisa de uma dama a quem dedicar seu puro amor. Então ele se apaixona pela idealizada Dulcineia.

Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe

A peça teatral Fausto, de 1806, é uma das mais conhecidas obras de Goethe, escritor alemão. Ela leva o nome de seu protagonista, um homem honesto e, aparentemente, bom. Até que o demônio Mefistófeles, para provar a Deus que todo ser humano é corrupto, promete dar a Fausto tudo o que ele pedir, em troca de sua alma.

Assim, o protagonista mostra ser ambicioso e ter sede de poder ao fazer o pacto com o demônio. A partir daí, Fausto recupera a juventude e seduz a bela Margarida. No entanto, a satisfação de seus desejos é acompanhada pela tragédia. Desse modo, o final feliz do protagonista só pode ocorrer com o seu arrependimento.

Orgulho e preconceito, de Jane Austen

Orgulho e preconceito, da autora inglesa Jane Austen, foi publicado, pela primeira vez, em 1813. Nesse romance inglês, os protagonistas são Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy. Inicialmente, a heroína antipatiza com o herói ao ser ignorada por ele, porém, com o desenrolar da trama, ela percebe o quanto o rapaz é digno de seu amor.

Paralelamente, temos a história de amor entre Bingley e Jane, irmã de Elizabeth. No entanto, o relacionamento dos dois é abalado pela diferença de classe, já que a moça é mais pobre que o rapaz. Assim, a obra fala do orgulho da jovem protagonista Elizabeth e do preconceito sofrido por sua família. Para que ambas as histórias de amor tenham um final feliz, tanto o orgulho quanto o preconceito devem ser vencidos.

No mais, a protagonista desse romance é uma forte personagem feminina. Elizabeth é inteligente, realista e possui independência de ação e pensamento. Vale ressaltar também o tom irônico presente nessa obra que coloca em xeque os costumes da sociedade inglesa do início do século XIX.

Frankenstein, de Mary Shelley

Publicado, pela primeira vez, em 1818, Frankenstein é um clássico do romantismo inglês. Nesse romance, Victor Frankenstein decide construir um homem. Nessa tentativa, o protagonista acaba criando um monstro. Abandonado por seu criador, a criatura precisa aprender a sobreviver sozinha.

A vida solitária e o sentimento de rejeição fazem a criatura desenvolver um rancor para com o seu criador. O monstro mata o irmão mais novo de Frankenstein. Ainda, pede ao seu criador para lhe fazer uma companheira, caso contrário, não o deixará em paz. No meio desse processo, entretanto, o cientista desiste de criar outro monstro.

Como vingança, a criatura mata Elizabeth, a esposa de Frankenstein. Tendo a vida destruída pelo monstro, o cientista decide caçar e matar a criatura. Assim se desenvolve a trama desse livro que reflete sobre os limites e os perigos da ciência, além de expor as limitações humanas.

Os três mosqueteiros, de Alexandre Dumas

Os três mosqueteiros é um romance francês, de 1844, do escritor francês Alexandre Dumas, que conta as aventuras do herói D’Artagnan, jovem que sonha em ser um dos mosqueteiros do rei da França, no século XVII. Ele tem o apoio dos mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis. Os vilões da história são o Cardeal Richelieu, que usa seu poder político para o mal, e Milady de Winter, uma criminosa foragida. Já a história de amor fica por conta do herói e da idealizada Constance.

O corvo, de Edgar Allan Poe

 Ilustração em referência à obra “O corvo”, de Edgar Allan Poe.
A expressão “nunca mais” traz um sentido enigmático ao ser pronunciada pelo corvo de Edgar Allan Poe.

Curto poema narrativo de 1845, do estado-unidense Edgar Allan Poe, O corvo apresenta caráter sombrio. Após perder a sua amada Lenora, um homem recebe a visita de um corvo falante durante a noite. Misteriosa e inquietantemente, o corvo repete a expressão “nunca mais” (em inglês, never more).

Moby Dick, de Hermann Melville

O romance estado-unidense Moby Dick foi publicado, pela primeira vez, em 1851. Nessa obra, o capitão Ahab cruza o mar em uma busca incessante pela baleia Moby Dick. Ahab quer se vingar do incidente em que ela foi responsável pela mutilação de parte de uma de suas pernas. Assim, a obra chega a seu auge ao mostrar a trágica luta final entre o obstinado capitão e o gigante do mar.

Madame Bovary, de Gustave Flaubert

Publicado, pela primeira vez, em 1857, o romance francês e realista Madame Bovary, do autor francês Gustave Flaubert, tem como protagonista Emma Bovary, casada com o modesto médico Charles Bovary. Decepcionada com a realidade do casamento burguês, a heroína acaba tendo casos extraconjugais, pois busca a felicidade prometida nos livros românticos.

Como a realidade está distante da idealização dos livros lidos por ela, seus amantes Léon Dupuis e Rodolphe Boulanger também a decepcionam. A personagem, tomada pelo tédio e pela insatisfação, acaba encontrando a depressão. E, para fugir da realidade insuportável, não vê outro caminho que não seja a morte.

As flores do mal, de Charles Baudelaire

As flores do mal, livro de poesias do francês Charles Baudelaire, foi publicado, pela primeira vez, em 1857. A obra, precursora do simbolismo, apresenta sinestesia, rigor formal e musicalidade. O tom sombrio, melancólico e pessimista é usado para falar de temas como amor, tédio e morte. Na época, alguns poemas foram censurados por atentar “contra a moral e os bons costumes”.

Os miseráveis, de Victor Hugo

No romance francês Os miseráveis, de 1862, Jean Valjean recebe uma desumana pena de trabalhos forçados após roubar um pão para matar a fome. Dezenove anos depois, é posto em liberdade. Contudo, o fato de ele ser um ex-presidiário o impede de conseguir um emprego. Assim, o herói assume uma nova identidade e passa a ser conhecido com o nome de Madeleine.

Após muito trabalho, ele se torna dono de uma fábrica, fica rico e recebe o respeito de toda a sociedade. Também adota a pequena e sofrida Cosette e, assim, forma uma família. Mais tarde, Cosette se casa com o jovem Marius. Tudo seria perfeito não fosse o inspetor Javert, o qual está ciente da verdadeira identidade do respeitável Madeleine e vai fazer de tudo para destruir a sua honra.

O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson

De 1886, O médico e o monstro é uma obra da literatura escocesa. A narrativa apresenta dois personagens centrais: Henry Jekyll e Edward Hyde. No entanto, essas duas personalidades ocupam um mesmo corpo, e são opostas, já que Jekyll representa o bem, enquanto Hyde, o mal. A história se passa na cidade de Londres, na Inglaterra.

As personalidades são tão díspares que isso altera inclusive o corpo que elas ocupam, de forma que, ao ver Hyde, uma pessoa não o associa a Jekyll. Isso porque Hyde surge quando o doutor Jekyll toma uma poção que deixa o inescrupuloso assassino possuir o corpo do cientista, corpo que deve pertencer a apenas um deles.

O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde

Único romance do escritor irlandês Oscar Wilde, O retrato de Dorian Gray, de 1890, é uma obra que enaltece a beleza mas também aponta o aspecto sombrio da mente humana. Encantado com a beleza de Dorian Gray, o pintor Basil Hallward decide fazer uma pintura do rapaz. Também fascinado pelo jovem, Lorde Henry convence Gray a experimentar os prazeres da vida.

A beleza de Dorian Gray, que deveria ser conservada na pintura, acaba se mantendo no rapaz, que não envelhece. Já o jovem do retrato é marcado pelo tempo e possui os traços da maldade. Dessa forma, o retrato, trancado em um quarto, mostra quem é o verdadeiro Dorian Gray, enquanto a aparência bela do rapaz esconde a corrupção inerente ao ser humano.

Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust

Publicada entre 1913 e 1927, a obra Em busca do tempo perdido, do francês Marcel Proust, possui sete volumes, assim intitulados: “No caminho de Swann”, “À sombra das moças em flor”, “O caminho de Guermantes”, “Sodoma e Gomorra”, “A prisioneira”, “A fugitiva” e “O tempo redescoberto”. Por meio deles, o narrador relata eventos de sua vida desde a infância até a maturidade.

A obra possui caráter autobiográfico, ou seja, há nela elementos da vida do autor. O protagonista e narrador recorre ao fluxo de consciência para analisar suas experiências de vida, relacionadas ao cotidiano da decadente aristocracia, que perdia espaço para a burguesia francesa. A obra apresenta mais reflexões do que acontecimentos e analisa, principalmente, a passagem do tempo e as mudanças que ela provoca.

Ulisses, de James Joyce

Em evidente diálogo com a Odisseia, de Homero, o romance irlandês Ulisses, de 1922, traz como protagonista um homem comum chamado Leopold Bloom. Assim como o herói épico, ele também volta para casa, porém as suas aventuras transcorrem em apenas um dia, especificamente o dia 16 de junho de 1904, em Dublin.

O livro é marcado por monólogo interior, estrutura não convencional e emprego de inúmeros neologismos. Desse modo, Joyce une a Antiguidade com a Modernidade, o herói épico com o homem moderno comum, a tradição com a inovação. Ulisses impressiona pela linguagem elaborada, artística.

Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf

O romance inglês Mrs. Dalloway, de 1925, segue a tendência dos romances modernistas europeus de início do século XX, já que apresenta uma narrativa em que predomina o fluxo de consciência. Nessa obra da escritora inglesa Virginia Woolf, o narrador mostra um dia na vida de uma rica dona de casa chamada Clarissa Dalloway, que está ocupada nos preparativos de uma festa em Londres.

Outro personagem central é o ex-soldado Septimus Warren Smith. Ele precisa conviver com os traumas obtidos na Primeira Guerra Mundial e com a lembrança da possível paixão que sentia por um amigo morto na guerra, de nome Evans. Esse tipo de amor também foi vivenciado por Mrs. Dalloway na juventude, quando era apaixonada pela amiga Sally.

Admirável mundo novo, de Aldous Huxley

O romance inglês Admirável mundo novo, de 1932, é uma narrativa distópica do escritor inglês Aldous Huxley que mostra um futuro com pessoas alienadas pela tecnologia e pelo uso da droga “soma”. A história se passa no ano 632 d. F. (depois de Ford). A ciência predomina, e as pessoas são criadas no Centro de Incubação e Condicionamento, onde é determinada a classe social de cada indivíduo.

Os personagens centrais são Bernard Marx e Lenina Crowne, de classe superior. Em um passeio em uma reserva de selvagens (indivíduos que nascem pelo processo natural), eles conhecem Linda e seu filho John, e levam os dois para fora da reserva. No “admirável mundo novo”, John, o Selvagem passa a criticar aquela sociedade, de forma a mostrar que ela não tem nada de perfeita.

1984, de George Orwell

 Ilustração traz um olho direcionado ao escritor George Orwell, em referência à obra 1984.
Em 1984, Orwell nos mostra o Grande Irmão (Big Brother), aquele que tudo vê.[1]

O romance inglês 1984 é outra narrativa distópica que mostra um futuro sombrio, no caso, o ano de 1984, quando o Grande Irmão controla a vida dos cidadãos. Publicado, pela primeira vez, em 1949, a obra mostra uma sociedade constantemente vigiada, onde a História é todo o tempo manipulada e reescrita pelo Ministério da Verdade.

Contudo, o protagonista Winston Smith começa a questionar todo aquele sistema. Assim, corre grande risco, pois todos vivem sob constante controle, de forma que até seus pensamentos são vigiados. Dessa forma, Orwell critica o totalitarismo de seu tempo e alerta para a existência de totalitarismos futuros.

Créditos da imagem

[1] Radiokafka / Shutterstock

[2] Mario Breda / Shutterstock

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "20 clássicos da literatura mundial"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/20-classicos-da-literatura-mundial.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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