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Marcel Proust

Marcel Proust é um escritor do modernismo francês. Suas obras apresentam análise psicológica e social. Seu livro mais famoso é o romance “Em busca do tempo perdido”.

Marcel Proust, fotografado por Otto Wegener (1849-1924).
Marcel Proust, fotografado por Otto Wegener (1849-1924).
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  Marcel Proust nasceu em 10 de julho de 1871, em Paris, cidade francesa. Conquistou a licenciatura em Letras na Sorbonne. De família rica, não exerceu outra profissão além da de escritor. Tinha uma saúde frágil e, desde a infância, enfrentou graves crises de asma.

O autor, que faleceu em 18 de novembro de 1922, em Paris, faz parte do modernismo francês. Suas obras apresentam análise psicológica e social, além de criticarem a aristocracia e a elite burguesa. Seu livro mais famoso é o romance Em busca do tempo perdido, uma obra extensa, dividida em sete volumes.

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Tópicos deste artigo

Resumo sobre Marcel Proust

  • O autor francês Marcel Proust nasceu em 1871 e faleceu em 1922.

  • Além de ter sido escritor, estudou Letras na Universidade de Sorbonne.

  • A obra de Proust é caracterizada pelo realismo psicológico.

  • O escritor é um dos principais nomes do modernismo francês.

  • A obra-prima do autor é o romance Em busca do tempo perdido.

Biografia de Marcel Proust

Marcel Proust nasceu em 10 de julho de 1871, em Paris, na França. Era filho do renomado médico Adrien Proust (1834-1903). Desde a infância, apresentou uma saúde frágil e, por toda a vida, lutou contra a asma. Sua educação ficou a cargo da avó, Adèle Berncastel, e da mãe, Jeanne Clemence Proust (1849-1905), ambas com uma sólida formação intelectual.

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Com 15 anos de idade, alimentou um amor platônico pela jovem Marie de Bénardaky (1874-1949). Ele era um ótimo estudante no liceu Condorcet, onde se interessou pela Filosofia e tinha como professor Alphonse Darlu (1849-1921), com quem teve frutíferas discussões filosóficas. Assim, adquiriu o bacharelado em Letras em 1889.

No mesmo ano, prestou serviço militar em Orleans e obteve baixa no ano seguinte. Em 1892, ingressou na Escola de Ciências Políticas. Porém, decidiu estudar Letras na Sorbonne, onde adquiriu a licenciatura em 1895. A essa altura, frequentava os salões da aristocracia francesa.

As crises de asma foram ficando cada vez mais graves. Apesar disso, em 1896, publicou seu primeiro livro: Os prazeres e os dias. A partir de 1891, passou a fazer todo tipo de tratamento contra sua enfermidade. Apresentava também palpitações advindas da ansiedade.

Mesmo assim, viajou a Veneza, em 1900, e percorreu a França, em 1902, visando a conhecer as catedrais francesas. Nesse mesmo ano, conheceu a Holanda. De volta a Paris, buscou muitos especialistas buscando aliviar os sintomas da doença. Em 1905, com a morte da mãe, o escritor entrou em depressão e ficou de cama durante um mês.

Recuperado, continuou a viver uma vida irregular, sem uma profissão que lhe desse lucro. Mas tinha a sorte de pertencer a uma rica família. Era homossexual e apresentava o estilo de vida de um dândi elegante e discreto, frequentador das altas-rodas. Dedicado ao ofício da escrita, publicou, em 1913, o primeiro volume de Em busca do tempo perdido.

No ano seguinte, a morte de seu secretário Alfred Agostinelli (1888-1914), por quem Proust era apaixonado, abalou profundamente o estado de ânimo do escritor. Além disso, teve início a Primeira Guerra Mundial. Por isso, o segundo volume de seu grande romance só foi publicado em 1918.

Em 1919, o romancista deixou o apartamento da família onde morava e se mudou para a rua Laurent-Pichat. Ali, vivia protegido por grossas cortinas e cada vez mais doente. No meio de tanto sofrimento, uma alegria: ganhou o Prêmio Goncourt, em 1919, pelo segundo volume de Em busca do tempo perdido. Também recebeu condecoração da Legião de Honra.

Acometido de fortes crises no final de 1922, surgiram outras complicações, também advindas do uso excessivo de drogas usadas pelo escritor na esperança de aliviar os sintomas de sua doença. Em novembro, recebeu diagnóstico de pneumonia. Ele morreu em 18 de novembro de 1922, em Paris.

Obras de Marcel Proust

  • Os prazeres e os dias (1896)

  • A morte das catedrais (1904)

  • Em busca do tempo perdido (1913-1927)

  • No caminho de Swann (1913)

  • À sombra das moças em flor (1918)

  • O caminho de Guermantes (1922)

  • Sodoma e Gomorra (1923)

  • A prisioneira (1923)

  • A fugitiva (1925)

  • O tempo redescoberto (1927)

  • Crônicas (1927)

  • Jean Santeuil (1952)

  • Contra Sainte-Beuve (1954)

Em busca do tempo perdido

Capa do primeiro volume da obra “Em busca do tempo perdido”, de Marcel Proust, publicado pela Globo Livros.
Capa do primeiro volume da obra “Em busca do tempo perdido”, de Marcel Proust, publicado pela Globo Livros.

A obra Em busca do tempo perdido, de cunho autobiográfico, está dividida em sete volumes:

  • No caminho de Swann

Narra a infância do narrador e mostra a forte relação afetiva que ele mantém com sua mãe. A casa da família possui duas saídas, uma para o caminho de Swann, outra para o caminho de Guermantes. O narrador fala do amor possessivo de seu vizinho burguês Charles Swann por Odette de Crécy. E também revela a fascinação que sente pela filha desse casal, a jovem Gilberte, com quem brinca nos Champs-Elysées.

  • À sombra das moças em flor

O narrador continua a mostrar sua relação com a família Swann e acaba se decepcionando ao descobrir que Gilberte não sente amor por ele. Assim, ele experimenta o sofrimento amoroso causado pelo primeiro amor. Quando consegue esquecer Gilberte, conhece Albertine no balneário de Balbec.

  • O caminho de Guermantes

Em sua juventude, o narrador passa a participar das festas da aristocracia francesa. Apaixonado pela duquesa de Guermantes, é deprezado por ela. Mas a vida continua, e o narrador valoriza os seus prazeres. No entanto, a fascinação pelo luxo se transforma em decepção ao perceber o quanto o meio que ele frequenta é vazio, superficial e desumano.

  • Sodoma e Gomorra

Aqui, a questão homoerótica fica em evidência, e o narrador conhece o universo homossexual, do qual quer proteger sua amante Albertine. Ele suspeita que ela seja lésbica. Por isso, decide morar com a moça.

  • A prisioneira

O amor possessivo e doentio do narrador por Albertine o leva a fazer reflexões sobre esse sentimento, que está fadado a diminuir com o tempo. Como não quer que seu amor por ela acabe, decide abandonar a jovem para que isso não aconteça. Antes, porém, ela foge de sua casa.

  • A fugitiva

A fuga da amada provoca sofrimento no narrador, que experimenta a sensação de ser abandonado. A tristeza aumenta quando ele é informado que Albertine morreu. Porém, o tempo transforma a dor em simples lembrança. O narrador encontra Gilberte, então casada com Robert de Saint-Loup, amigo do narrador e descendente dos Guermantes.

  • O tempo redescoberto

Mostra o poder transformador e destruidor do tempo. Os amores e sonhos do narrador não têm mais importância. Ele está na meia-idade e conhece a filha de Gilberte e Robert, a senhorita de Saint-Loup, que representa a união entre a alta burguesia e a aristocracia francesas. Além disso, descobre que só a arte pode parar o tempo, pois é capaz de retratar e eternizar um momento.

Por fim, é preciso ressaltar que essa obra de Proust, apesar de sua grande extensão, contém mais análises e reflexões do que fatos. Desse modo, o breve enredo serve como pano de fundo para a análise psicológica e social.

Veja também: Gustave Flaubert — escritor emblemático do realismo francês

Estilo literário de Marcel Proust

Marcel Proust faz parte do modernismo francês, e suas obras apresentam as seguintes características:

  • caráter autobiográfico;

  • ironia;

  • sátira social;

  • crítica à aristocracia francesa;

  • temática homoerótica;

  • fluxo de consciência;

  • análise psicológica;

  • reflexão sobre a passagem do tempo;

  • realismo psicológico;

  • parágrafos com longos períodos;

  • uso intenso de metáforas e comparações.

Frases de Marcel Proust

A seguir, vamos ler algumas frases de Marcel Proust, retiradas de sua obra Em busca do tempo perdido:

“Desprezamos de bom grado um objetivo que não conseguimos alcançar, ou que definitivamente alcançamos.”

“Só amamos o que não possuímos plenamente.”

“A verdadeira arte não precisa de proclamações e se realiza em silêncio.”

“Os verdadeiros livros devem ser os filhos não da luz do dia e da conversa, mas da obscuridade e do silêncio.”

“Deixe mulheres bonitas para homens sem imaginação!”

“Os paradoxos de hoje são os preconceitos de amanhã.”

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura  

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Marcel Proust"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/marcel-proust.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

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