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Dante Alighieri

Dante Alighieri é um famoso poeta italiano. Suas obras possuem características humanistas. O livro mais conhecido do autor é o poema narrativo A divina comédia.

Dante Alighieri, em escultura de Enrico Pazzi (1818-1899).
Dante Alighieri, em escultura de Enrico Pazzi (1818-1899).
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Dante Alighieri foi um famoso poeta italiano. Nasceu em Florença, em 1265, e era ainda muito novo quando se apaixonou pela jovem Beatriz, sua musa inspiradora. Casou-se, porém, com outra mulher, com quem teve três filhos. Envolvido na política, foi acusado de corrupção e condenado ao exílio.

O poeta é um dos principais nomes do Humanismo na Itália. Suas obras trazem o equilíbrio entre o teocentrismo e o antropocentrismo, o que se pode ver em seu livro mais conhecido, o poema narrativo A divina comédia. Dante faleceu em 14 de setembro de 1321, em Ravena.

Leia também: Francesco Petrarca — poeta italiano também ligado ao humanismo

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Dante Alighieri

  • O escritor italiano Dante Alighieri nasceu em 1265 e faleceu em 1321.

  • Além de poeta, também atuou politicamente na cidade de Florença.

  • Suas obras possuem características típicas do Humanismo italiano.

  • As poesias do autor utilizam a medida nova e equilibram razão e emoção.

  • O livro A divina comédia é a obra mais famosa de Dante.

Biografia de Dante Alighieri

Dante Alighieri nasceu em 1265, em Florença, na Itália. Em 26 de março de 1266, foi batizado com o nome de Durante (abreviadamente, Dante). Com nove anos de idade, conheceu sua musa inspiradora, a menina Beatriz Portinari (1266-1290). Em 1283, ele a reencontrou de forma casual — um encontro breve, mas inesquecível para o autor.

De família influente, Dante foi prometido em casamento a Gemma Donati, aos 12 anos de idade. Eles se casaram quando ele completou 20 anos e tiveram três filhos: Pietro, Jacopo e Antonia.

Em 1289, participou da batalha de Campaldino. No ano seguinte, ficou sabendo da morte de Beatriz, e isso o deixou profundamente abalado. Desde então, escreveu poemas em sua homenagem, além da obra A divina comédia.

Em 1300, ele atuou como embaixador em San Gimignano, foi eleito prior do Conselho de Florença e se opôs ao papa Bonifácio VIII (1230-1303). Dois anos depois, acabou sendo acusado de corrupção e foi exilado. Dante se mudou para Verona, depois para Bolonha, Pádua e Ravena. Nessas cidades, atuou como conselheiro político, mas nunca mais pôde voltar a Florença.

O poeta, entretanto, fez grande sucesso com sua obra intitulada Comédia ou, como a conhecemos, A divina comédia. Em função dela, que foi escrita em toscano, Dante é considerado o pai da língua italiana. Ele faleceu em Ravena, no dia 14 de setembro de 1321, vitimado pela malária.

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Obras de Dante Alighieri

  • Vida nova (1294)

  • As rimas (1296, aproximadamente)

  • Sobre a língua vulgar (1302-1305)

  • O convívio (1304-1307)

  • A divina comédia (1304-1321)

  • Monarquia (1313)

A divina comédia

Capa do livro A divina comédia, de Dante Alighieri, publicado pela editora L&PM.[1]
Capa do livro A divina comédia, de Dante Alighieri, publicado pela editora L&PM.[1]

A divina comédia é a obra-prima de Dante Alighieri e consiste em um poema narrativo dividido em três partes:

  • Inferno;

  • Purgatório;

  • Paraíso.

Dante é o personagem principal de sua obra. Ele encontra o já falecido Virgílio em uma tal Selva Escura; o poeta latino tem a função de guiar o protagonista pelo inferno e pelo purgatório. O objetivo é fazer com que a alma de Dante seja salva, um ato de amor de sua amada Beatriz, cuja alma solicitou a Virgílio esse favor.

No inferno, Dante pode refletir sobre os seguintes pecados: incontinência, violência, bestialidade, fraude e traição. Ele encontra ali pessoas sem batismo (no limbo), heréticos, tiranos, suicidas, hipócritas, entre outros, e também alguns personagens conhecidos da cultura greco-romana, além de outros contemporâneos do autor.

No purgatório, estão as almas que só mostraram arrependimento na hora da morte. O local possui sete círculos e cada um deles aloja os orgulhosos (primeiro), invejosos (segundo), iracundos (terceiro), preguiçosos (quarto), avaros e pródigos (quinto), gulosos (sexto) e luxuriosos (sétimo).

Nos vários céus do paraíso, Dante encontra personagens históricos como o imperador romano Justiniano e São Tomás de Aquino. Antes de voltar para a Terra, o poeta finalmente pode ver a querida Beatriz e agradecer à amada por ajudá-lo a salvar a própria alma.

O título da obra faz referência a um conceito antigo de “comédia”, entendida por Dante como um poema que se inicia com o sofrimento e finaliza com a felicidade. Todas as estrofes possuem três versos. O poeta utiliza a terza rima (o primeiro verso rima com o terceiro; já o segundo, rima com o primeiro e terceiro da estrofe seguinte).

Leia também: Classicismo — o retorno às formas e temas da Antiguidade Clássica

Poemas de Dante Alighieri

Os dois sonetos a seguir fazem parte do livro Vida nova, de Dante Alighieri, e foram traduzidos pela poetisa mineira Henriqueta Lisboa (1901-1985)|1|. Ambos possuem versos decassílabos, o que mostra uma perspectiva mais racional na produção literária. No primeiro soneto, o eu lírico fala de sua paixão por uma figura feminina idealizada:

Tão discreta e gentil que me afigura
ao saudar, quando passa, a minha amada,
que a língua não consegue dizer nada
e a fitá-la, o olhar não se aventura.

Ela se vai sentindo-se louvada
envolta de modéstia nobre e pura.
Parece que do céu essa criatura
para atestar milagre foi baixada.

Ao que a contempla infunde tal prazer,
pelos olhos transmite tal dulçor,
que só quem prova pode compreender.

E assim, parece, o seu semblante inspira
um delicado espírito de amor
que vai dizendo ao coração: suspira.

No segundo poema, o eu lírico, novamente, rende homenagens à idealizada mulher amada. Ela é descrita como sendo um ser divino e perfeito:

Vê-se dentro do céu prodigamente
quem minha amada entre outras damas veja.
E toda aquela que a seu lado esteja
rende graças a Deus por ser clemente.

Tanta virtude tem sua beleza
que inveja acaso às outras não consente,
por isso as tem vestida simplesmente
de confiança, de amor, de gentileza.

Tudo se faz humilde em torno dela;
por ser sua visão assim tão bela
às que a cercam também chega o louvor.

Pela atitude mostra-se tão mansa
que ninguém pode tê-la na lembrança
que não suspire, no íntimo, de amor.

Características da obra de Dante Alighieri

Dante é um autor cujas obras apresentam características humanistas, tais como:

  • valorização de temas greco-latinos;

  • harmonia entre antropocentrismo e teocentrismo;

  • perspectiva racional;

  • permanência de valores medievais;

  • amor idealizado;

  • mulher idealizada;

  • reflexão sobre o pecado e a salvação;

  • equilíbrio entre razão e emoção;

  • culto ao soneto;

  • terza rima (terceira rima);

  • medida nova (versos decassílabos).

Frases de Dante Alighieri

Estas são algumas frases de Dante Alighieri, retiradas da obra A divina comédia:

“Não se pode absolver o impenitente.”

“Deixe coçar quem tem sarna.”

“Não há pior dor do que a lembrança da felicidade em tempos de infortúnio.”

“A maior dádiva que Deus deu ao criar foi o livre arbítrio.”

“A vontade absoluta não consente com o mal.”

Nota

|1| LISBOA, Henriqueta. Poesia traduzida. Organização de Reinaldo Marques e Maria Eneida Victor Farias. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001.

Créditos da imagem

[1] Editora L&PM. (reprodução)

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Dante Alighieri"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/dante-alighieri.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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