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Classes de palavras ou classes gramaticais são classificações de palavras de acordo com a função que elas exercem no enunciado. Das dez classes de palavras existentes, o substantivo, o artigo, o adjetivo, o pronome, o verbo e o numeral sofrem variação de gênero, número e/ou grau. Já o advérbio, a conjunção, a interjeição e a preposição são termos invariáveis.
Leia também: O que são as orações gramaticais e quais são seus tipos?
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre as classes de palavras ou classes gramaticais
- 2 - Quais são as 10 classes de palavras?
- 3 - Quais são os tipos de classes gramaticais?
- 4 - Exercícios resolvidos sobre classes de palavras ou classes gramaticais
Resumo sobre as classes de palavras ou classes gramaticais
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As classes de palavras ou classes gramaticais são as classificações de palavras segundo a função que exercem no enunciado.
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As dez classes de palavras ou classes gramaticais são:
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substantivo;
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artigo;
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adjetivo;
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pronome;
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verbo;
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advérbio;
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conjunção;
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interjeição;
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numeral;
-
preposição.
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Substantivo, artigo, adjetivo, pronome, verbo e numeral são classes gramaticais variáveis.
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Advérbio, conjunção, interjeição e preposição são classes gramaticais invariáveis.
Quais são as 10 classes de palavras?
→ Substantivo
O substantivo é a classe de palavras que tem a função de nomear os seres e recebe as seguintes classificações:
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substantivo comum: carro, bondade, sereia etc.
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substantivo próprio: Nivaldo, Paris etc.
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substantivo concreto: fogão, pinça, lobisomem etc.
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substantivo abstrato: inveja, cumplicidade etc.
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substantivo simples: lençol, mansão etc.
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substantivo composto: quinta-feira, pé-d’água etc.
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substantivo primitivo: língua, jornal etc.
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substantivo derivado: linguarudo, jornalista etc.
→ Artigo
O artigo é a classe de palavras que tem a tarefa de acompanhar o substantivo, apontando seu número e gênero, e é assim classificado:
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artigo definido: o, os, a, as.
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artigo indefinido: um, uns, uma, umas.
→ Adjetivo
O adjetivo é uma classe de palavras cuja função é caracterizar ou qualificar o substantivo. Esse tipo de classe de palavras recebe as seguintes denominações:
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adjetivo simples: insuportável, generosa, italiano etc.
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adjetivo composto: mato-grossense, azul-marinho etc.
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adjetivo primitivo: bom, puro etc.
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adjetivo derivado: alemão, amante etc.
→ Pronome
O pronome é uma classe de palavras cuja tarefa é substituir ou acompanhar o substantivo. Ele é assim classificado:
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pronome pessoal do caso reto: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas.
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pronome pessoal do caso oblíquo: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes, mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco.
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pronome possessivo: meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, sua, seus, suas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas.
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pronome demonstrativo: este, esta, estes, estas, esse, essa, esses, essas, aquele, aqueles, aquela, aquelas, isto, isso, aquilo.
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pronome relativo: quem, que, onde, o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos, quanta, quantas etc.
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pronome indefinido: algum, nenhum, alguém, ninguém, tudo, todos etc.
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pronome interrogativo: que, quem, onde etc.
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pronome de tratamento: você, Senhor, Vossa Majestade etc.
→ Verbo
O verbo é a classe de palavras que tem a tarefa de indicar:
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ação: andar, sorrir, beber, pôr etc.
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estado: ser, estar, parecer etc.
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fenômeno da natureza: ventar, amanhecer etc.
E pode ser assim classificado:
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verbo regular: o radical e as desinências permanecem regulares na conjugação. Ex.: amar, beber, partir etc.
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verbo irregular: o radical e/ou as desinências apresentam irregularidades na conjugação. Ex.: perder, sair, dormir etc.
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verbo defectivo: apresenta conjugação incompleta, pois não possui todas as flexões. Ex.: demolir, adequar, precaver etc.
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verbo abundante: possui mais de uma forma em determinada flexão. Ex.: aceitar, eleger, imprimir etc.
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verbo anômalo: apresenta acentuada irregularidade. Ex.: ser, ir.
→ Advérbio
O advérbio é a classe de palavras cuja função é apontar uma circunstância. Portanto, recebe estas classificações:
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advérbio de lugar: ali, acima, perto etc.
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advérbio de tempo: hoje, ontem etc.
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advérbio de modo: suavemente, violentamente etc.
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advérbio de negação: não, nem etc.
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advérbio de dúvida: talvez, provavelmente etc.
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advérbio de intensidade: demais, muito etc.
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advérbio de afirmação: sim, decerto etc.
→ Conjunção
A conjunção é a classe de palavras que tem a tarefa de unir termos ou orações. Ela pode ser uma:
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conjunção conclusiva: portanto, então etc.
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conjunção aditiva: e, nem etc.
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conjunção adversativa: mas, entretanto etc.
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conjunção alternativa: ou, ora... ora, já... já etc.
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conjunção explicativa: porque, porquanto etc.
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conjunção causal: porque, que etc.
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conjunção comparativa: como, qual etc.
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conjunção concessiva: embora, apesar etc.
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conjunção condicional: se, caso etc.
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conjunção conformativa: conforme, consoante etc.
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conjunção consecutiva: que, de modo que etc.
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conjunção final: para que, a fim de que etc.
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conjunção proporcional: à medida que, à proporção que etc.
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conjunção temporal: desde que, assim que etc.
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conjunção integrante: que, se.
→ Interjeição
A interjeição é a classe de palavras cuja função é expressar emoções:
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Uau!
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Ufa!
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Ânimo!
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Nossa!
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Oba!
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Oxalá!
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Ai!
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Arre!
→ Numeral
O numeral é a classe de palavras cuja função é indicar uma quantidade:
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numeral cardinal: um... quatro... seis...
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numeral ordinal: primeiro... quinto... nono...
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numeral fracionário: terço... doze avos...
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numeral multiplicativo: dobro... quíntuplo...
→ Preposição
A preposição é a classe de palavras que tem a tarefa de formar uma relação entre os vocábulos de uma oração. Há dois tipos:
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preposição essencial: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
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preposição acidental: salvo, consoante, segundo, exceto, senão, como, mediante etc.
Quais são os tipos de classes gramaticais?
-
Classes gramaticais variáveis: apresentam flexão de gênero, número e/ou grau:
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substantivo;
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artigo;
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adjetivo;
-
pronome;
-
verbo;
-
numeral.
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Classes gramaticais invariáveis: não apresentam flexão de gênero, número e/ou grau:
-
advérbio;
-
conjunção;
-
interjeição;
-
preposição.
-
Acesse também: O que são as figuras de linguagem e quais são seus tipos?
Exercícios resolvidos sobre classes de palavras ou classes gramaticais
Questão 1
(Enem)
O mundo é grande
O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.
Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de
A) oposição.
B) comparação.
C) conclusão.
D) alternância.
E) finalidade.
Resolução:
Alternativa A.
A conjunção “e”, normalmente, é usada com caráter aditivo. Porém, no poema de Drummond, ela foi utilizada para expressar oposição. Portanto, como sinônimo de “mas”.
Questão 2
(Enem) O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos abaixo.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens [...].”
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.
Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:
A) condenam essa regra gramatical.
B) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.
C) criticam a presença de regras na gramática.
D) afirmam que não há regras para uso de pronomes.
E) relativizam essa regra gramatical.
Resolução:
Alternativa E.
O poeta Oswald de Andrade afirma que a expressão “dê-me” está relacionada à “gramática/ Do professor e do aluno/ E do mulato sabido”. Segundo ele, “o bom negro e o bom branco/ da Nação Brasileira” dizem “me dá”. Já o gramático Cegalla diz que, em início de frase, colocar o pronome átono antes do verbo só é permitido na “conversação familiar”. Conclui-se que, em um contexto formal, isso não poderia acontecer. Assim, ambos os autores relativizam a colocação do pronome átono.
Questão 3
(Enem)
As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares, às vezes com seus namorados. As alegres meninas que estão sempre rindo, comentando o besouro que entrou na classe e pousou no vestido da professora; essas meninas; essas coisas sem importância.
O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia. Riem alto, riem musical, riem desafinado, riem sem motivo; riem.
Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca mais voltassem a rir e falar coisas sem importância. Faltava uma delas. O jornal dera notícia do crime. O corpo da menina encontrado naquelas condições, em lugar ermo. A selvageria de um tempo que não deixa mais rir.
As alegres meninas, agora sérias, tornaram-se adultas de uma hora para outra; essas mulheres.
ANDRADE, C. D. Essas meninas. In: Contos plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.
No texto, há recorrência do emprego do artigo “as” e do pronome “essas”. No último parágrafo, esse recurso linguístico contribui para
A) intensificar a ideia do súbito amadurecimento.
B) indicar a falta de identidade típica da adolescência.
C) organizar a sequência temporal dos fatos narrados.
D) complementar a descrição do acontecimento trágico.
E) expressar a banalidade dos assuntos tratados na escola.
Resolução:
Alternativa A.
O objetivo de usar o artigo em “As alegres meninas” e o pronome em “essas mulheres” é intensificar a ideia de súbito amadurecimento. Afinal, o demonstrativo “essas” se refere a um termo já mencionado, ou seja, “as meninas”, que de repente são chamadas de “mulheres”.
Fontes
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 45. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002.
NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática contemporânea da língua portuguesa. 9. ed. São Paulo: Editora Scipione, 1992.
Por Warley Souza
Professor de Português