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Modos verbais e suas funções no enunciado

O modo verbal é uma flexão que expressa no verbo a intenção comunicativa do falante e, dessa forma, pode construir diferentes significados no enunciado.

As diferentes atitudes comunicativas são expressas nos modos verbais
As diferentes atitudes comunicativas são expressas nos modos verbais
Crédito da Imagem: shutterstock
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Observe as frases a seguir:

1 - Ela canta todos os dias.

2 - Esperamos que ela cante todos os dias.

3 - Cante todos os dias para mim.

As palavras destacadas em cada frase são verbos, porém estão flexionados em diferentes modos e, por isso, também apresentam diferentes intenções dos seus falantes.

Vamos analisar a frase 1:

Ela canta todos os dias.

Perceba que o verbo está conjugado no presente do indicativo. A escolha desse modo (indicativo) não foi feita aleatoriamente. Escolhemos o modo indicativo quando temos a intenção de expressar algo que temos certeza de sua realização. Assim, temos como função dessa flexão de modo a certeza do conteúdo expresso pelo falante por meio do enunciado.

Agora, vejamos o que há de diferente na frase 2:

Esperamos que ela cante todos os dias.

Veja que nessa frase a atitude do falante mudou, ou seja, não há mais certeza do fato expresso no enunciado e, por isso, há também a escolha de um modo verbal diferente, o subjuntivo. Assim, o verbo está conjugado no presente do subjuntivo porque o falante teve a intenção de expressar um conteúdo do qual não tem certeza.

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Finalmente, observemos a frase 3:

Cante todos os dias para mim.

Nesse enunciado, é clara a intenção do falante, não é mesmo? Ele pronuncia-se em um tom de pedido, súplica ou mando. Nessa frase, houve a opção pelo uso do modo imperativo, uma forma do verbo que caracteriza a intenção do comunicante de mandar, aconselhar ou pedir.

Diante desses exemplos, podemos dizer que existem três modos verbais na Língua Portuguesa: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo.

Resumidamente:

Modos verbais

O que expressam:

Indicativo

Certeza

Subjuntivo

Incerteza, suposição

Imperativo

Mando, pedido, conselho


Por Mariana Rigonatto
Graduada em Letras

Escritor do artigo
Escrito por: Mariana Rigonatto Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

RIGONATTO, Mariana. "Modos verbais e suas funções no enunciado"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/modos-verbais-suas-funcoes-no-enunciado.htm. Acesso em 17 de abril de 2025.

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Lista de exercícios


Exercício 1

Relacione as colunas :

MODOS VERBAIS

a) indica uma certeza em relação a um estado ou uma ação no presente, no passado ou no futuro.

b) indica uma incerteza em relação a existência ou não do fato, considerando-o como incerto, duvidoso, eventual ou, mesmo, irreal.

c) indica uma exortação ao interlocutor para que este cumpra a ação expressa pelo verbo, podendo ser um conselho ou um convite.

( ) modo subjuntivo

( ) modo imperativo

( ) modo indicativo

Exercício 2

Explique qual a diferença de sentido entre o uso dos tempos verbais do modo indicativo nas frases a seguir:

a) A beleza daquela mulher encantou a todos.

b) A beleza daquela mulher encantava a todos.

c) Antes da cirurgia plástica, a beleza daquela mulher já encantara a todos.

Exercício 3

(IDECAN) Leia o texto e responda:

Sobre o ouvir

O ato de ouvir exige humildade de quem ouve. E a humildade está nisso: saber, não com a cabeça mas com o coração, que é possível que o outro veja mundos que nós não vemos. Mas isso, admitir que o outro vê coisas que nós não vemos, implica reconhecer que somos meio cegos... Vemos pouco, vemos torto, vemos errado.

Bernardo Soares diz que aquilo que vemos é aquilo que somos. Assim, para sair do círculo fechado de nós mesmos, em que só vemos nosso próprio rosto refletido nas coisas, é preciso que nos coloquemos fora de nós mesmos. Não somos o umbigo do mundo. E isso é muito difícil: reconhecer que não somos o umbigo do mundo!

Para se ouvir de verdade, isso é, para nos colocarmos dentro do mundo do outro, é preciso colocar entre parênteses, ainda que provisoriamente, as nossas opiniões. Minhas opiniões! É claro que eu acredito que as minhas opiniões são a expressão da verdade. Se eu não acreditasse na verdade daquilo que penso, trocaria meus pensamentos por outros. E se falo é para fazer com que aquele que me ouve acredite em mim, troque os seus pensamentos pelos meus. É norma de boa educação ficar em silêncio enquanto o outro fala. Mas esse silêncio não é verdadeiro.

É apenas um tempo de espera: estou esperando que ele termine de falar para que eu, então, diga a verdade. A prova disto está no seguinte: se levo a sério o que o outro está dizendo, que é diferente do que penso, depois de terminada a sua fala eu ficaria em silêncio, para ruminar aquilo que ele disse, que me é estranho.

Mas isso jamais acontece. A resposta vem sempre rápida e imediata. A resposta rápida quer dizer: “Não preciso ouvi-lo. Basta que eu me ouça a mim mesmo. Não vou perder tempo ruminando o que você disse. Aquilo que você disse não é o que eu diria, portanto está errado...”.

(ALVES, Rubem. Sobre o ouvir. Ostra feliz não faz pérola. São Paulo: Planeta do Brasil, 2008.)
 

I. As formas verbais “acreditasse” e “trocaria” em “Se eu não acreditasse na verdade daquilo que penso, trocaria meus pensamentos por outros. E se falo é para fazer com que aquele que me ouve acredite em mim, troque os seus pensamentos pelos meus.” (3º§), mesmo pertencendo a tempos e modos verbais diferentes,

a) ( ) pertencem cronologicamente ao passado, tendo seu uso favorecido no discurso narrativo.

b) ( ) situam os fatos num intervalo de tempo do qual faz parte o próprio momento da enunciação.

c) ( ) representam fatos como não concluídos e os situam num intervalo de tempo relativo a um universo hipotético.

d) ( ) estão associados com o aspecto concluso do processo, visto como consumado no momento da enunciação verbal.

Exercício 4

(FADESP) Leia o texto e responda

As formas verbais “provará” e “será”, no enunciado “A humildade generosa provará que foi um deslize e jamais será um hábito. A humildade generosa tratará de contornar, prontamente, o revés” (l. 17 e 18), expressam um(a):

a) ( ) futuro certo.

b) ( ) probabilidade futura.

c) ( ) posterioridade a certo momento do futuro.

d) ( ) futuro certo, mas dependente de uma condição.