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Orações subordinadas adverbiais

As orações subordinadas adverbiais são dependentes de outras orações, no mesmo período, para que tenham sentido completo, exercendo a função de advérbio da oração principal.

Tipos de orações subordinadas adverbiais
As orações subordinadas adverbiais exercem a função de advérbios.
Crédito da Imagem: shuttershok
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Orações subordinadas adverbiais são orações dependentes de uma oração principal, exercendo função de advérbio na relação estabelecida entre essas duas orações. Há nove tipos de orações subordinadas adverbiais.

Leia também: Como identificar um período composto por coordenação

Tópicos deste artigo

Resumo sobre orações subordinadas adverbiais

  • Orações subordinadas adverbiais exercem função de advérbio na relação com a oração principal.

  • Há nove tipos de orações subordinadas adverbiais, dependendo de como se ligam à oração principal.

  • As orações subordinadas adverbiais podem ser classificadas como: causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais ou temporais.

  • Orações subordinadas são aquelas que dependem de uma oração principal para terem sentido.

Videoaula sobre orações subordinadas adverbiais

O que são orações subordinadas adverbiais?

As orações subordinadas adverbiais são orações dependentes de uma oração principal, sem a qual não fazem sentido. Além disso, elas estabelecem sentido de advérbio em relação a essa oração principal.

Veja no exemplo a seguir:

Oração principal + oração subordinada adverbial

Eu aviso você quando eu chegar em casa.

Nesse enunciado, há uma oração principal, que é independente e tem sentido completo: “Eu aviso você”. Há, também, outra oração: “quando eu chegar em casa”. Essa segunda oração não tem sentido completo se aparecer isoladamente, sem a oração principal. Por isso, é uma oração subordinada. Como estabelece uma relação de advérbio de tempo (“quando”), ela é uma oração subordinada adverbial.

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É muito comum, ainda, que as orações subordinadas adverbiais apareçam antes da oração principal da qual dependem. Veja:

Oração subordinada adverbial + oração principal

Quando eu chegar em casa, eu aviso você.

Veja também: Conjunções coordenativas — ligam termos e orações independentes entre si

Classificação das orações subordinadas adverbiais

Há nove tipos de orações subordinadas adverbiais de acordo com a relação estabelecida. Veja um resumo, na tabela a seguir, com algumas das conjunções subordinativas adverbiais mais comuns introduzindo cada tipo de oração subordinada adverbial.

Classificação

Estabelecem relação de

Conjunções adverbiais mais comuns

causais

causa

porque, por

comparativas

comparação

como, do que

concessivas

concessão

embora, apesar de

condicionais

condição

se, caso

conformativas

conformidade

conforme, como

consecutivas

consequência

tão... que, tanto... que

finais

finalidade

para, a fim de

proporcionais

proporção

à medida que, ao passo que

temporais

tempo

quando, assim que

  • Orações subordinadas adverbiais causais

Essas orações se ligam à oração principal pela relação de causa, ou seja, são a explicação de algum fato da oração principal da qual dependem. Veja nos exemplos:

Oração principal + oração subordinada adverbial causal

Ele não foi à escola porque estava doente.

Como estava chovendo, ficamos em casa.

  • Orações subordinadas adverbiais comparativas

Essas orações se ligam à oração principal pela relação de comparação, ou seja, elas se estabelecem por meio da comparação com a oração principal da qual dependem. Veja nos exemplos:

Oração principal + oração subordinada adverbial comparativa

Ela faz rapidamente contas de cabeça como eu crio rimas.

Ele fez mais coisas no projeto do que eu fiz.

  • Orações subordinadas adverbiais concessivas

Essas orações se ligam à oração principal pela relação de concessão, ou seja, o fato descrito na oração principal consegue ocorrer apesar do fato descrito na oração subordinada. Veja nos exemplos:

Oração principal + oração subordinada adverbial concessiva

Iremos à festa mesmo que chova.

Embora estivesse cansado, terminou o trabalho.

  • Orações subordinadas adverbiais condicionais

Essas orações se ligam à oração principal pela relação de condição, ou seja, são a premissa para ocorrer o fato descrito na oração principal. Veja nos exemplos:

Oração principal + oração subordinada adverbial condicional

Você encontrará o dinheiro caso procure nos bolsos da calça.

Se você me contar o problema, serei uma ótima ouvinte.

  • Orações subordinadas adverbiais conformativas

Essas orações se ligam à oração principal pela relação de conformidade, ou seja, o fato descrito na oração principal ocorre de acordo com o que é descrito na oração subordinada. Veja nos exemplos:

Oração principal + oração subordinada adverbial conformativa

Finalizei todo o procedimento conforme descrito no manual.

Como sugerimos, elas argumentaram novamente com o diretor.

  • Orações subordinadas adverbiais consecutivas

Essas orações se ligam à oração principal pela relação de consequência, ou seja, o fato descrito na oração subordinada ocorre como resultado do que é descrito na oração principal. Veja nos exemplos:

Oração principal + oração subordinada adverbial consecutiva

Eu estava tão obcecado pelo assunto, que comprei um livro sobre o tema.

Eles comeram tanto, a ponto de passarem mal!

  • Orações subordinadas adverbiais finais

Essas orações se ligam à oração principal pela relação de finalidade, ou seja, o fato descrito na oração subordinada é o objetivo que se buscou atingir pela ação descrita na oração principal. Veja nos exemplos:

Oração principal + oração subordinada adverbial final

Estudou muito para que passasse na prova.

A fim de se manterem saudáveis, elas correm todos os dias pela manhã.

  • Orações subordinadas adverbiais proporcionais

Essas orações se ligam à oração principal pela relação de proporção, ou seja, o fato descrito na oração principal ocorre na mesma proporção daquele descrito na oração subordinada. Veja nos exemplos:

Oração principal + oração subordinada adverbial proporcional

Ele se tornava mais sábio à proporção que o tempo passava.

À medida que se dedicava mais, seu conhecimento aumentava.

  • Orações subordinadas adverbiais temporais

Essas orações se ligam à oração principal pela relação de tempo, ou seja, o fato descrito na oração principal ocorre no tempo descrito na oração subordinada. Veja nos exemplos:

Oração principal + oração subordinada adverbial temporal

Avise-me quando você chegar.

Assim que você terminar a lição, poderá sair de casa.

Outros tipos de orações subordinadas

Há três tipos de orações subordinadas: as substantivas, as adjetivas e as adverbiais, cada uma exercendo uma função diferente em relação à oração principal à qual se liga.

Orações subordinadas substantivas

As orações subordinadas substantivas exercem funções que substantivos podem assumir, como sujeito, objeto direto ou indireto, complemento nominal, predicativo ou aposto.

  • Oração subordinada substantiva subjetiva: a oração exerce função de sujeito da oração principal. Ex.: É essencial que as crianças aprendam valores desde cedo.

  • Oração subordinada substantiva objetiva direta: a oração exerce função de objeto direto da oração principal. Ex.: Eu quero que você faça o dever de casa.

  • Oração subordinada substantiva objetiva indireta: a oração exerce função de objeto indireto da oração principal. Ex.: Eu não duvido de que ele seja a pessoa certa para o trabalho.

  • Oração subordinada substantiva completiva nominal: a oração exerce função de complemento nominal da oração principal. Ex.: Ela tinha receio de que o projeto não fosse bem-sucedido.

  • Oração subordinada substantiva predicativa: a oração exerce função de predicativo da oração principal. Ex.: Meu desejo é que todos estejam em harmonia.

  • Oração subordinada substantiva apositiva: a oração exerce função de aposto da oração principal. Ex.: Todos sabiam um fato: que ele seria promovido.

Orações subordinadas adjetivas

As orações subordinadas adjetivas especificam ou qualificam a oração principal à qual se ligam, tendo função de adjetivo.

  • Oração subordinada adjetiva restritiva: a oração está diretamente ligada à oração principal, restringindo o significado do termo antecedente. Ex.: O carro que eu comprei é vermelho.

  • Oração subordinada adjetiva explicativa: a oração é separada da oração principal por vírgulas, explicando o significado do termo antecedente. Ex.: Minha amiga, que é muito inteligente, ganhou uma bolsa de estudos. Saiba mais sobre as orações subordinadas adjetivas clicando aqui.

Saiba mais: Uso correto da vírgula — entre termos e entre orações

Exercícios resolvidos sobre orações subordinadas adverbiais

Questão 1

(FCC)

Texto em exercícios sobre orações subordinadas adverbiais.

O elemento que introduz uma oração subordinada adverbial consecutiva está sublinhado em:

A) para ter escola e morar em casa de um amigo dele... (linha 1)

B) porque padrinho Selorico Mendes acertava... (linha 2)

C) que estimava como um favor. (linha 5)

D) que um professor de mão-cheia você dava... (linha 10)

E) que não poupava ninguém. (linha 8)

Resposta

A oração da alternativa E é subordinada adverbial consecutiva, que se liga à oração principal: “era homem de tão justa regra e de tão visível correto parecer, que não poupava ninguém”.

Questão 2

(Vunesp)

Texto para a questão.

Assassinos culturais

Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma livraria fecha as portas. Mas convém não abusar do romantismo — e da hipocrisia. Fomos nós que matamos aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.

Falo por mim. Os livros físicos que entram lá em casa são cada vez mais ofertas — de amigos ou editoras.

Aos 20, quando viajava por territórios estranhos, entrava nas livrarias locais como um faminto na capoeira. Comprava tanto e carregava tanto que desconfio que o meu problema de ciática é, na sua essência, um problema livresco.

Hoje? Gosto da flânerie*. Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de regressar para o psicanalista — o famoso dr. Kindle. Culpado? Um pouco. E em minha defesa só posso afirmar que pago pelos meus vícios.

E quem fala em livrarias, fala em todo o resto. Eu também ajudei a matar a Tower Records e a Virgin Megastore. Havia lá dentro uma bizarria chamada CD — você se lembra?

Hoje, com alguns aplicativos, tenho uma espécie de discoteca de Alexandria onde, a meu bel-prazer, escuto meus clássicos e descubro novos.

Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você percebe por que eu também tenho o sangue dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.

Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura. Mas não é apenas a cultura que se desmaterializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias. É a nossa relação com ela. Não somos mais proprietários de “coisas”; somos apenas consumidores e, palavra importante, assinantes.

O livro “Subscribed”, de Tien Tzuo, analisa a situação. É uma reflexão sobre a “economia de assinaturas” que conquista a economia global. Conta o autor que mais de metade das empresas da famosa lista da “Fortune” já não existiam em 2017. O que tinham em comum? O objetivo meritório de vender “coisas” — muitas coisas, para muita gente, como sempre aconteceu desde os primórdios do capitalismo.

Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar à economia digital, vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).

Claro que na mudança algo se perde. O desaparecimento das livrarias não acredito que seja total no futuro (e ainda bem). Além disso, ler no papel não é o mesmo que ler na tela. Mas o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova geração para quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos.

Há quem veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço — ou, para sermos bem filosóficos, o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas, a vocação mais autêntica da cultura?

(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 28.08.2018. Adaptado)

*Flânerie: ato de passear, de caminhar sem compromisso.

Assinale a alternativa em que a pontuação foi empregada para separar a oração subordinada adverbial.

A) Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura.

B) Sou um assassino cultural, e você também é.

C) Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você percebe por que eu também tenho o sangue dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.

D) Havia lá dentro uma bizarria chamada CD — você se lembra?

E) E quem fala em livrarias, fala em todo o resto.

Resposta

Alternativa C. A oração “Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix” é subordinada adverbial condicional, aparecendo antes da oração principal da qual depende.

Fontes

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.

Escritor do artigo
Escrito por: Guilherme Viana Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

VIANA, Guilherme. "Orações subordinadas adverbiais"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/oracoes-subordinadas-adverbiais.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

 (Unimontes)

O DESCONSOLO DA PERDA
Betty Milan*

[...]

O nosso maior desconsolo é a perda do ser amado. Só superamos a tristeza quando entendemos que perder não é sinônimo de não ter. Que quem morreu já não está no mundo, mas pode existir em nós. Fazer o luto é entender que a morte não anula a existência e que, sem estar, o morto ainda está. Isso requer tempo. Tanto mais tempo quanto menos ritualizada é a despedida. Nas sociedades em que existe o culto ao ancestral, a morte não deixa quem perde inteiramente desprotegido como na nossa sociedade. Entre nós, evita-se falar da morte e não se tem tempo para a tristeza, o que nos expõe mais ainda aos efeitos negativos dela. Nada é pior do que a tristeza recalcada, de ação sorrateira e consequências imprevisíveis. Quem não chora o seu morto e não é consolado pelos vivos fica sozinho com a perda. Num certo sentido, é marginalizado. Por outro lado, quem não tem tempo para o sofrimento alheio não pode ter relações de amor ou de amizade. E, assim, isola-se também.

Os personagens de romance encontram soluções mágicas para os seus dramas. Já nós somos obrigados a aceitar a realidade. Mas nada nos impede de aprender com os personagens a usar a nossa imaginação para viver melhor. No caso do luto, isso significa rememorar: o encontro, a solidariedade, o tempo feliz vivido na companhia do outro. Rememorar em vez de lamentar a falta. Só chora continuamente a perda do amado ou do amigo quem não acredita na própria morte. Ou desacredita o tempo, porque se ilude pensando que a vida não passa.

Veja, 1 de setembro, 2010, p. 164.

* Psicanalista e escritora.

A circunstância expressa pelas orações adverbiais dos períodos abaixo foi corretamente determinada em cada alternativa, EXCETO em

A) “Mas nada nos impede de aprender com os personagens a usar a nossa imaginação para viver melhor.” ⇒ CAUSA.

B) “Tanto mais tempo [requer] quanto menos ritualizada é a despedida.” ⇒ PROPORCIONALIDADE.

C) “Só superamos a tristeza quando entendemos que perder não é sinônimo de não ter.” ⇒ TEMPO.

D) “Nas sociedades em que existe o culto ao ancestral, a morte não deixa quem perde inteiramente desprotegido como na nossa sociedade.” ⇒ COMPARAÇÃO. 

Exercício 2

Analise o seguinte período:

Naquela manhã, deixamos Onofre de castigo, porque ele quebrara a louça antiga da vovó.

Nesse enunciado, é possível apontar uma oração subordinada adverbial:

A) causal.

B) comparativa.

C) concessiva.

D) condicional.

E) conformativa.