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As conjunções são vocábulos gramaticais cuja função é reunir ou relacionar orações em um mesmo enunciado. Quando houver duas ou mais palavras com a função de conjunção, dizemos que se trata de uma locução conjuntiva. As conjunções e locuções conjuntivas têm o objetivo de unir duas ou mais orações ou palavras.
Essa classe de palavras pode ser dividida em conjunções subordinativas e conjunções coordenativas, e cada uma dessas classificações possui suas subdivisões conforme a estrutura e o sentido determinados.
Tópicos deste artigo
- 1 - Uso das conjunções nas orações
- 2 - Conjunções coordenativas
- 3 - Conjunções subordinativas
- 4 - Exercícios resolvidos sobre conjunções
Uso das conjunções nas orações
Antes de iniciarmos a explicação sobre as conjunções propriamente, é importante recordarmos o conceito básico de orações. A oração é uma unidade linguística em que se encontra obrigatoriamente um verbo ou uma locução verbal. Observe os exemplos a seguir:
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Ela esperou pela amiga durante a tarde toda.
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O cachorro fugiu de casa. O cachorro voltou no dia seguinte.
No primeiro exemplo, temos apenas uma oração, já que temos apenas um verbo. No segundo exemplo, temos duas orações pela quantidade de verbos observados, e não necessariamente pelo ponto final. Entretanto podemos usar uma conjunção para transformar os dois enunciados do segundo exemplo em apenas um:
O cachorro fugiu de casa, mas voltou no dia seguinte.
Acompanhe mais um exemplo que segue a mesma linha de raciocínio, iniciando com duas orações e dois enunciados e depois transformando-os em um só:
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Você se machucou. Eu soube.
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Eu soube que você se machucou.
Nos dois casos, temos um enunciado com duas orações, já que em cada um temos dois verbos. As palavras marcadas em vermelho são as conjunções que ligaram uma oração a outra no mesmo enunciado.
Entretanto, a conjunção mas e a conjunção que possuem classificações diferentes: a primeira é uma conjunção coordenativa, e a segunda, subordinativa. Vamos aprender a diferença entre elas?
Leia também: Coesão – articulação textual que pode utilizar a conjunção como recurso
Conjunções coordenativas
Quando duas orações são independentes entre si e podem ser completamente entendidas uma sem a outra, dizemos que são orações coordenadas, ou seja, elas estão ordenadas em conjunto, embora não necessariamente precisem estar juntas. Logo, as conjunções coordenativas são responsáveis por juntar essas orações independentes no mesmo enunciado, como no exemplo anterior.
Por reunirem termos independentes, as conjunções coordenativas podem juntar termos menores do que uma oração, contanto que tenham a mesma função dentro do enunciado. Assim, podem juntar substantivos, adjetivos, advérbios, verbos, orações etc.
→ Classificação das conjunções coordenativas
Recebem sua classificação de acordo com a relação que estabelecem entre os termos que são ligados por elas. É importante ressaltar que a conjunção coordenativa não se altera com a mudança de construção em uma frase, pois ela liga elementos independentes.
As conjunções coordenativas podem ser aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
→ Conjunções coordenativas aditivas
Estabelecem relação de adição entre as orações ou os termos conectados. Como exemplos de conjunções aditivas, temos “e” (para sentido positivo), “nem” (para sentido negativo), entre outros.
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Era uma pessoa brincalhona e ativa.
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Corria e brincava e cantava.
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Não estava feliz nem triste.
→ Conjunções coordenativas adversativas
Estabelecem relação de oposição entre as orações ou os termos conectados. Como exemplos de conjunções adversativas, temos “mas”, “porém”, “todavia”, “contudo” e “senão” (quando possui significado de “mas”), entre outros.
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Não gostava dele, porém tinha um bom convívio.
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Não falava, mas gritava desesperadamente.
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Sabia de muitas coisas, contudo não foi capaz de resolver aquele enigma.
→ Conjunções coordenativas alternativas
Estabelecem relação de alternância entre as orações ou os termos conectados. Essa alternância pode dizer respeito à incompatibilidade ou à equivalência entre eles. Como exemplo de conjunções alternativas temos o “ou”. Dependendo do contexto, temos também as conjunções alternativas “já”, “bem”, “talvez”, “ora”, entre outras. Elas podem ou não aparecer repetidas entre os termos que ligam.
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Vamos resolver isso ou não nos encontramos mais.
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Ora ficava interessado, ora ficava disperso.
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Talvez a fruta esteja madura, talvez ainda esteja verde.
Embora não seja consenso entre os gramáticos, alguns consideram, ainda, mais dois tipos de conjunções coordenativas: as conclusivas e as explicativas.
→ Conjunções coordenativas conclusivas
Estabelecem relação de conclusão entre as orações ou os termos conectados. Como exemplos de conjunções aditivas, temos “pois”, “portanto”, “logo”, “assim”, “então”, entre outros.
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Eu saí de casa atrasado, logo, perdi o voo.
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Era muito gulosa, então, não sobrou comida.
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O céu estava muito escuro, portanto, ia chover.
→ Conjunções coordenativas explicativas
Estabelecem relação de explicação entre as orações ou os termos conectados. Como exemplos de conjunções aditivas, temos “pois”, “porque”, “porquanto”, “que”, entre outros.
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Bebeu toda a água, porque tinha muita sede.
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Amava o verão, pois sempre ia para a praia.
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Era uma criança muito tímida, porquanto a família toda era assim.
Para saber mais sobre como usar e quais as classificações dessas conjunções, acesse: Conjunções coordenativas.
Conjunções subordinativas
Quando temos uma oração sendo dependente da outra, ou seja, quando uma oração depende de outra para ser entendida, dizemos que ela é uma oração subordinada à outra (que passa a ser a principal). Assim, a conjunção que liga a oração subordinada à oração principal chama-se conjunção subordinativa.
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Classificação das conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas podem ser integrantes ou adverbiais.
As conjunções subordinativas integrantes iniciam as orações substantivas, que são aquelas que possuem, em relação à oração principal, função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, aposto, agente da passiva ou complemento nominal. Temos como exemplo “que” e “se”.
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Só era possível se você estivesse lá.
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Eles gostariam que tudo fosse perfeito.
Leia também: Diferenças entre a subordinada subjetiva e a objetiva direta
As conjunções subordinativas adverbiais, por sua vez, introduzem orações subordinadas adverbiais e são subdivididas em causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, modais, proporcionais, temporais e integrantes.
→ Conjunções subordinativas causais
Iniciam orações com relação de causa, motivo da oração principal. São conjunções subordinativas causais “que”, “porque”, “como”, entre outras.
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Como não havia estudado, foi mal na prova.
→ Conjunções subordinativas comparativas
Iniciam orações com relação de comparação com a oração principal. Podem estabelecer relação de igualdade, superioridade ou inferioridade. São conjunções subordinativas comparativas “como”, “qual”, “mais que”, “menos que”, entre outras.
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Exibia o seu conhecimento como um pavão exibindo sua cauda.
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Cozinhar é melhor que pedir comida.
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Desenhou algo menos impactante do que costumava fazer.
→ Conjunções subordinativas concessivas
Iniciam orações que se mostram obstáculo para as ideias da oração principal. São conjunções subordinativas concessivas “ainda que”, “embora”, “se bem que”, “apesar de que”, entre outras.
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Adorava dançar, ainda que não ouvisse música com muita frequência.
→ Conjunções subordinativas condicionais
Iniciam orações que exprimem condições necessárias para realizar o que se declara na oração principal ou fato (real ou suposto) que contradiz o que foi expresso na oração principal. Como exemplos, temos “se”, “caso”, “sem que”, “uma vez que”, “contanto que”, entre outros.
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Se fizer muito sol, vamos passear.
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Ficaremos em casa a não ser que faça sol.
→ Conjunções subordinativas conformativas
Iniciam orações que exprimem conformidade com as orações principais. São conjunções conformativas “como”, “conforme”, “segundo”, entre outras.
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Fomos correr pela manhã conforme havíamos combinado.
→ Conjunções subordinativas consecutivas
Iniciam orações que são consequência daquilo que foi expresso nas orações principais. Como exemplos, temos “tanto que”, “tal qual”, entre outros.
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Ela treinou tanto durante todos aqueles anos, que conquistou o campeonato.
→ Conjunções subordinativas finais
Iniciam orações que são finalidade do que foi descrito na oração principal. São exemplos “para”, “a fim de”, entre outros.
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Ela treinou muito durante todos aqueles anos para conquistar o campeonato.
→ Conjunções subordinativas modais
Iniciam orações que exprimem o modo pelo qual se executou o fato expresso na oração principal. São exemplos “sem que”, “de modo que”, entre outros.
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Não poderia apresentar-se sem que ensaiasse muito.
→ Conjunções subordinativas proporcionais
Iniciam orações que exprimem algo que ocorre, aumenta ou diminui na mesma proporção do que se exprime na oração principal. São exemplos “à medida que”, “tanto quanto”, “quanto mais”, “quanto menos”, entre outros.
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Quanto mais nervoso ficava, menos conseguia falar.
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Era tão boa líder quanto seu pai.
→ Conjunções subordinativas temporais
Iniciam orações que exprimem o tempo em relação ao que é dito na oração principal. Podem ter relação de tempo anterior, posterior, frequentativo (ou seja, repetido) e concomitante. Como exemplos temos “antes que”, “primeiro que”, “depois que”, “quando”, “assim que”, “desde que”, “sempre que”, “a cada vez que”, “enquanto”, entre outros.
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Não falou nada antes que terminasse o dever.
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Depois que se alimentou, foi fazer exercícios.
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A porta abre-se automaticamente sempre que alguém chega perto.
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Enquanto chovia, ele lia o texto com atenção.
Vale lembrar que algumas conjunções subordinativas, como “que”, “como”, “porque”, “se”, entre outras, podem pertencer a mais de uma classe gramatical. Nesse caso, é necessário atenção, pois seu valor depende do contexto em que se inserem, passível de ambiguidade.
Para aprofundar-se nos usos e significados dessas conjunções, acesse nosso texto: Conjunção subordinativa.
Exercícios resolvidos sobre conjunções
Questão 1
(Copeve-Ufal - 2010 - Casal - Advogado) Em qual período o se é uma conjunção integrante?
a) Paraquedista se prepara para romper a barreira do som com salto da estratosfera.
b) Um tecido comum pegaria fogo se fosse exposto diretamente a essa radiação.
c) Sabe-se também que a alimentação materna pode ter impacto na chance de a criança vir a desenvolver câncer.
d) Marilyn Monroe morreu aos 36 anos de forma trágica, vítima de uma overdose de medicamentos que até hoje não se sabe se foi intencional, acidental ou provocada por alguma misteriosa conspiração política.
e) Não fale rápido demais. Se sua dicção não for boa, ninguém irá entender o que você diz.
Resolução
Alternativa d, pois o se grifado inicia a oração subordinada substantiva da oração principal “não se sabe”. Nas alternativas b e e, se é uma conjunção condicional. Nas alternativas a e c, se não é conjunção.