Classes de palavras ou classes gramaticais

Existem dez classes de palavras ou classes gramaticais: substantivo, artigo, adjetivo, pronome, verbo, numeral, advérbio, conjunção, interjeição e preposição.

 Classes de palavras ou classes gramaticais são classificações de palavras de acordo com a função que elas exercem no enunciado. Das dez classes de palavras existentes, o substantivo, o artigo, o adjetivo, o pronome, o verbo e o numeral sofrem variação de gênero, número e/ou grau. Já o advérbio, a conjunção, a interjeição e a preposição são termos invariáveis.

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Resumo sobre as classes de palavras ou classes gramaticais

Quais são as 10 classes de palavras?

Substantivo

O substantivo é a classe de palavras que tem a função de nomear os seres e recebe as seguintes classificações:

Artigo

O artigo é a classe de palavras que tem a tarefa de acompanhar o substantivo, apontando seu número e gênero, e é assim classificado:

Adjetivo

O adjetivo é uma classe de palavras cuja função é caracterizar ou qualificar o substantivo. Esse tipo de classe de palavras recebe as seguintes denominações:

Pronome

O pronome é uma classe de palavras cuja tarefa é substituir ou acompanhar o substantivo. Ele é assim classificado:

Verbo

O verbo é a classe de palavras que tem a tarefa de indicar:

E pode ser assim classificado:

Advérbio

O advérbio é a classe de palavras cuja função é apontar uma circunstância. Portanto, recebe estas classificações:

Conjunção

A conjunção é a classe de palavras que tem a tarefa de unir termos ou orações. Ela pode ser uma:

Interjeição

A interjeição é a classe de palavras cuja função é expressar emoções:

Numeral

O numeral é a classe de palavras cuja função é indicar uma quantidade:

Preposição

A preposição é a classe de palavras que tem a tarefa de formar uma relação entre os vocábulos de uma oração. Há dois tipos:

Quais são os tipos de classes gramaticais?

Acesse também: O que são as figuras de linguagem e quais são seus tipos?

Exercícios resolvidos sobre classes de palavras ou classes gramaticais

Questão 1

(Enem)

O mundo é grande

O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.

Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de

A) oposição.

B) comparação.

C) conclusão.

D) alternância.

E) finalidade.

Resolução:

Alternativa A.

A conjunção “e”, normalmente, é usada com caráter aditivo. Porém, no poema de Drummond, ela foi utilizada para expressar oposição. Portanto, como sinônimo de “mas”.

Questão 2

(Enem) O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos abaixo.

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.

“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens [...].”

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.

Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:

A) condenam essa regra gramatical.

B) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.

C) criticam a presença de regras na gramática.

D) afirmam que não há regras para uso de pronomes.

E) relativizam essa regra gramatical.

Resolução:

Alternativa E.

O poeta Oswald de Andrade afirma que a expressão “dê-me” está relacionada à “gramática/ Do professor e do aluno/ E do mulato sabido”. Segundo ele, “o bom negro e o bom branco/ da Nação Brasileira” dizem “me dá”. Já o gramático Cegalla diz que, em início de frase, colocar o pronome átono antes do verbo só é permitido na “conversação familiar”. Conclui-se que, em um contexto formal, isso não poderia acontecer. Assim, ambos os autores relativizam a colocação do pronome átono.

Questão 3

(Enem)

As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares, às vezes com seus namorados. As alegres meninas que estão sempre rindo, comentando o besouro que entrou na classe e pousou no vestido da professora; essas meninas; essas coisas sem importância.

O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia. Riem alto, riem musical, riem desafinado, riem sem motivo; riem.

Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca mais voltassem a rir e falar coisas sem importância. Faltava uma delas. O jornal dera notícia do crime. O corpo da menina encontrado naquelas condições, em lugar ermo. A selvageria de um tempo que não deixa mais rir.

As alegres meninas, agora sérias, tornaram-se adultas de uma hora para outra; essas mulheres.

ANDRADE, C. D. Essas meninas. In: Contos plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.

No texto, há recorrência do emprego do artigo “as” e do pronome “essas”. No último parágrafo, esse recurso linguístico contribui para

A) intensificar a ideia do súbito amadurecimento.

B) indicar a falta de identidade típica da adolescência.

C) organizar a sequência temporal dos fatos narrados.

D) complementar a descrição do acontecimento trágico.

E) expressar a banalidade dos assuntos tratados na escola.

Resolução:

Alternativa A.

O objetivo de usar o artigo em “As alegres meninas” e o pronome em “essas mulheres” é intensificar a ideia de súbito amadurecimento. Afinal, o demonstrativo “essas” se refere a um termo já mencionado, ou seja, “as meninas”, que de repente são chamadas de “mulheres”.

Fontes

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 45. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002.

NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática contemporânea da língua portuguesa. 9. ed. São Paulo: Editora Scipione, 1992.

 

Por Warley Souza
Professor de Português 


Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classes-palavras.htm