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Aposto

O aposto é um termo acessório da oração. Ele pode ser explicativo, enumerativo, recapitulativo, comparativo, distributivo, circunstancial, de especificação ou da oração.

Mulher aponta para quadro branco à sua direita, onde se lê: “Aposto”.
O aposto deve ser identificado em uma oração.
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Aposto é um dos termos acessórios da oração. Ele acompanha substantivos, pronomes ou verbos e se diferencia do vocativo, que, ao contrário do aposto, é um termo independente. O aposto pode ser classificado como:

  • explicativo;

  • enumerativo;

  • recapitulativo;

  • comparativo;

  • distributivo;

  • circunstancial;

  • de especificação;

  • da oração.

Leia também: Adjunto adverbial — termo acessório da oração que indica circunstâncias

Tópicos deste artigo

O que é aposto?

O aposto é um termo acessório da oração. Portanto, ele acompanha substantivos, pronomes ou verbos. Ele tem o papel de especificar, explicar, indicar, comentar ou resumir:

Marie van Brittan Brown, inventora americana, nasceu em 1922.

Candeia, Cartola e Chico Buarque, todos são compositores brasileiros.

No primeiro enunciado, o aposto “inventora americana” explica quem é Marie van Brittan Brown. Já no segundo enunciado, “todos” é um aposto que resume, condensa, em uma só palavra, os elementos “Candeia”, “Cartola” e “Chico Buarque”.

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Tipos de aposto

  • Aposto explicativo

Identifica ou explica um elemento da oração:

Paris, capital da França, é uma das cidades mais conhecidas da Europa.

  • Aposto enumerativo

Enumera, indica, os elementos contidos em um termo da oração:

Tenho duas coisinhas no peito: amor e compaixão.

  • Aposto recapitulativo ou resumidor

Resume, recapitula, uma série de elementos da oração:

Protetor solar, boné, lanterna, biscoitos, tudo dentro da mochila que vou levar para o acampamento amanhã.

  • Aposto comparativo

Apresenta comparação implícita com outro elemento da oração:

A ambição, corcel galopante, não pode ser freada.

  • Aposto distributivo

Distribui elementos relacionados a um termo da oração:

Comprei três canetas: uma para mim e duas para você.

  • Aposto circunstancial

Aponta uma circunstância (tempo, lugar etc.):

Eleito, não cumpriu suas promessas.*

  • Aposto de especificação

Especifica, individualiza, um termo genérico:

Meu amigo desapareceu no mês de abril.

Nesse caso, “de abril” especifica a que mês o enunciador se refere. Observe que a expressão “de abril” não qualifica o substantivo “mês”. Portanto, não se confunde com um adjunto adnominal.

  • Aposto da oração

Observação sobre o fato expresso na oração ou termo que condensa uma oração:

Todos os dias, resiste em sair da cama, sinal de possível depressão.

Sabia que estava equivocada, o que a fez reavaliar suas escolhas.

Diferenças entre aposto e vocativo

Mulher em posição de chamamento, invocação
O vocativo é um chamamento, uma invocação.

O vocativo é um chamamento ou apelo e se configura em um elemento independente, já que não se relaciona com nenhum termo da oração:

Beatriz, não deixe seu tênis jogado na sala!

Já o aposto é dependente de um ou mais termos da oração:

Minha esposa, cientista renomada, foi indicada para receber o Nobel.

Nos exemplos acima, o vocativo “Beatriz” é um chamamento, portanto não depende de nenhum termo da oração. Já a expressão “cientista renomada” está diretamente relacionada ao sujeito “minha esposa”.

Leia também: Diferença entre aposto explicativo e predicativo

Exercícios resolvidos sobre aposto

Questão 01

(UEL)

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

PESSOA, F. Mensagem. In: Mensagem e outros poemas afins seguidos de Fernando Pessoa e ideia de Portugal. Mem Martins: Europa-América [19-].

Em “Ó mar salgado, quanto do teu sal/ São lágrimas de Portugal”, a expressão Ó mar salgado classifica-se, sintaticamente, como:

a) sujeito, pois expressa o ser de quem se diz algo.

b) objeto, pois completa o sentido do verbo transitivo direto.

c) vocativo, pois expressa o ser a quem se dirige a mensagem do narrador.

d) complemento nominal, pois completa a ideia expressa por um nome.

e) aposto, pois explica e identifica o termo a que se refere o narrador.

Resolução:

Alternativa C

A expressão “Ó mar salgado” é uma invocação, um chamamento. Portanto, é um vocativo.

Questão 02

(Ufam) Assinale a opção em que consta frase com dois apostos, sendo o primeiro explicativo e o segundo enumerativo:

a) Sagarana, livro escrito por Guimarães Rosa, contém histórias de um imaginário sertão mineiro.

b) Fernando Pessoa, o maior poeta português, lançou em vida um único livro: Mensagem.

c) Código universal, os idiomas, embora se diferenciem bastante, servem para que os seus usuários se comuniquem.

d) Conan Doyle, genial escritor inglês, criou Sherlock Holmes, o mais famoso dos detetives na ficção.

e) Máquinas, vocês substituirão os homens no futuro, esse tempo que será totalmente automático?

Resolução:

Alternativa B

A expressão “o maior poeta português” é um aposto que explica quem é Fernando Pessoa. Já a palavra Mensagem, além de ser o título de um livro do poeta português, é também um aposto enumerativo, ou seja, indica o “único livro” lançado em vida por Pessoa.

Nota

*A existência do aposto circunstancial é problemática e causa divergências, como nos mostra Márcia Teixeira Nogueira (doutora em Linguística), em seu texto Indeterminações de fronteira da aposição: o chamado aposto circunstancial: “Segundo Epifânio da Silva Dias, tal aposto é empregado quando se pretende exprimir ‘tempo, hipótese, concessão, causa, comparação, ou debaixo de que respeito é considerada a pessoa ou cousa’. Gramáticos como Brandão e Bechara também identificam tais construções como apositivas, inclusive quando elas são antecedidas de preposição, conjunção ou advérbio. Por outro lado, outros estudiosos da língua portuguesa, como Kehdi, preferem analisar tal expressão como orações adverbiais com verbo elíptico, ou mesmo como adjuntos adverbiais. Alguns gramáticos, como Gama Kury, optam por analisar tais estruturas como predicativos circunstanciais de orações adverbiais com predicado nominal.”

 

Por Warley Souza
Professor de Gramática 

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Aposto"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/aposto.htm. Acesso em 26 de abril de 2024.

De estudante para estudante


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