O vocativo é um termo da oração usado para fazer um chamamento ou um apelo. É um termo independente, isto é, que não mantém relação sintática com outros termos da oração.
O vocativo é um chamamento ou apelo, que pode ou não estar acompanhado das interjeições “ó” ou “oh”. É um termo independente, pois não mantém relação sintática com os termos de uma oração. Obrigatoriamente, o vocativo deve ser seguido de vírgula ou exclamação, de forma a não se confundir com o sujeito.
O vocativo é um chamamento ou uma invocação e vem sempre seguido de vírgula ou exclamação.
Ele é formado por um substantivo, que pode estar acompanhado por pronome ou adjetivo.
Pronomes como “você” e “tu” também podem exercer a função de vocativo.
O vocativo é um termo independente, diferentemente do sujeito e do aposto, os quais apresentam dependência sintática.
Videoaulasobre vocativo
Exemplos de vocativo em frases
Inteligência! Tome conta do mundo.
Eu só quero que você, Dionísio, faça o trabalho doméstico.
Luísa, pense bem no que vai fazer.
Eu te quero, Paris, em minhas mais doces memórias.
Preste atenção, menino!
Não havia, óesperança!, qualquer vestígio de ti.
Dê-me a patinha aqui, cãozinho, dê-me a patinha aqui.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Formação do vocativo
O vocativo é formado por um substantivo, mas não é apenas nome próprio que serve como vocativo, o substantivo comum também pode ser usado. Ele aparece no início, no meio ou no fim de uma frase:
Amiga, jamais te abandonarei.
Cheguei, Itália, às suas ruínas.
Não sabemos o que é a verdade, meu irmão.
Note que, nesse último exemplo, o vocativo é formado por um pronome possessivo mais um substantivo. Ele também pode aparecer acompanhado por um adjetivo:
Não sabemos o que é a verdade, meu irmão querido.
Pronomes também podem exercer a função de vocativo, como o pronome de tratamento “você” e o pronome pessoal “tu”:
Você! Conte-me o que aconteceu.
Tu! Presta atenção!
O substantivo ou pronome que forma o vocativo pode estar ou não acompanhado das interjeições “ó” ou “oh”:
Para identificar o vocativo, é preciso localizar um chamamento, apelo ou invocação na frase. Para exemplificar, vejamos os enunciados seguintes:
Luís, vem cá.
Vida! Por que és tão complicada?
Nesses exemplos, quem ou o que está sendo chamado ou invocado? A resposta é “Luís” e “vida”. Portanto, “Luís” e “vida” são vocativos.
Vocativo e os sinais de pontuação
Na maioria das vezes, o vocativo vem seguido de vírgula. Em outros casos, ele pode ser seguido de uma exclamação. Obrigatoriamente, ele deve estar acompanhado por um desses sinais de pontuação:
Maria, vem aqui.
Maria! Vem aqui.
Note que, sem a pontuação, “Maria” deixa de ser vocativo e se transforma em sujeito do verbo “vir”:
Maria vem aqui.
Diferenças entre vocativo e aposto
O vocativoé um chamamento ou apelo; vem seguido de vírgula ou exclamação e é um termo independente da oração, já que não há uma relação de dependência entre o vocativo e outros termos oracionais:
Meu amigo, não me decepcione.
Veja que a expressão “Meu amigo” é independente, já que não depende de outro termo para fazer sentido. Tanto isso é verdade que podemos trocar o vocativo:
Meu filho, não me decepcione.
Amor, não me decepcione.
Totó, não me decepcione.
Já o aposto depende de um ou mais termos da oração para fazer sentido. Dessa forma, estabelece diversas relações, tais como explicação, comparação, especificação, entre outras.
Um exemplo de aposto de explicação é:
Wagner Moura, ator brasileiro, faz sucesso no exterior.
De comparação:
Artistas, leões indomáveis, enfrentam o conservadorismo.
De especificação:
Meu amigo José.
→ Videoaula sobre diferenças entre vocativo e aposto
Diferença entre vocativo e sujeito
O vocativo é um chamamento. Portanto, um termo independente, pois não possui relação sintática com nenhum outro termo de um período. Já o sujeito tem relação direta com o verbo, com o qual mantém concordância:
Minha doce esposa sempre me dá flores.
Perceba que “Minha doce esposa” é sujeito do verbo “dá”. Tanto é assim que podemos substituir esse sujeito pelo pronome “ela” (“minha doce esposa”), sem comprometer o sentido da frase:
Ela sempre me dá flores.
Porém, se colocamos uma vírgula após a expressão “Minha doce esposa”, obtemos um vocativo:
Minha doce esposa, sempre me dá flores.
Nesse caso, o verbo “dá” é usado como imperativo, uma ordem dada à “doce esposa” com quem o enunciador da frase dialoga.
Em “— Licença, meu branco!”, o uso da vírgula está correto, pois:
A) separa aposto.
B) isola adjunto adverbial.
C) separa vocativo.
D) isola expressão explicativa.
E) indica supressão de verbo.
Resolução:
Alternativa C.
A vírgula é usada para separar o vocativo “meu branco”.
Questão 2 (Ufla)
AS MIL E UMA NOITES
“Traído por sua esposa, um sultão resolve punir todas as mulheres do seu reino pelo crime de uma só. E passa a ser lei que a cada noite desposará uma nova mulher, para matá-la na manhã seguinte. A filha do vizir, Sherazade, elabora um plano para botar um fim no massacre. Oferece-se para casar com o sultão, e na noite de núpcias começa a contar-lhe uma história, deixando-a inacabada ao amanhecer. Curioso para saber o desfecho, o sultão permite que a moça viva mais um dia para terminar a história. E assim Sherazade continua suas narrativas, parando sempre ao amanhecer num momento de suspense, para que o sempre curioso sultão lhe conceda mais um dia de vida. Ao final das 1001 noites de histórias, o sultão já tem três filhos com Sherazade e está apaixonado pela esposa. Decide acabar com a sua vingança e abolir a lei das esposas, e como em qualquer conto de fadas que se preze, vivem todos felizes para sempre.”
Copyright 2001-2005 Nemo Nox.
“A filha do vizir, Sherazade, elabora um plano para botar um fim no massacre.”
O emprego da vírgula nesse trecho justifica-se CORRETAMENTE na seguinte alternativa:
A) separar o vocativo.
B) separar o termo deslocado.
C) separar uma intercalação.
D) separar o aposto.
Resolução:
Alternativa D.
O termo “Sherazade”, no enunciado em questão, não é vocativo, mas sim um aposto explicativo, o qual esclarece quem é a filha do vizir.
Fonte
SANTOS, M. A. dos. Aprenda análise sintática. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
SOUZA, Warley.
"O que é vocativo?"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-vocativo.htm. Acesso em 21 de dezembro
de 2024.