Conhecimentos linguísticos dos quais dispomos nos aponta para a existência do predicativo do sujeito. Tal noção, possivelmente, nos conduzirá a caminhos mais eficazes para que possamos compreender acerca dos aspectos que norteiam o assunto sobre o qual iremos discorrer de agora em diante. Pois bem, nele (no predicativo do sujeito) constatamos a existência de um verbo de ligação associado a uma característica, a qual desempenha tão somente a função de ligar o sujeito a uma característica. Ao tornarmos práticos tais conceitos, obtemos:
A garota é educada.
Temos um verbo não nocional (de ligação) e uma característica destinada ao sujeito.
Agora, avancemos nossa discussão, fazendo outra análise:
A garota, educada, recebeu os convidados.
Temos agoraum verbo nocional, ou seja, que expressa uma ação – recebeu, associado a outro, ainda que implícito - o qual expressa estado de ser do sujeito - que no caso é representado por “a garota”. Quando afirmamos que o verbo se encontra implícito, torna-se fácil detectá-lo no momento em que desdobramos a oração, assim:
A garota recebeu os convidados (e ela estava) educada.
Somadas a tais elucidações, eis mais alguns aspectos que, sem nenhuma dúvida, devemos ter conhecimento, retratados por:
* O predicativo do objeto sempre acompanha o verbo de ligação, embora ele sempre esteja implícito.
* Tal termo pertence ao predicado verbo-nominal, ou seja, aquele que se constitui de um verbo nocional (no caso do exemplo diz respeito a “recebeu”) e de um nome (que no caso é o adjetivo = educada).
* A formação do predicativo do objeto se dá, também, por meio de um adjetivo ou por um substantivo manifestado no exemplo que segue:
Elegeram Marcos representante de classe.
Elegeram quem? Marcos
Dessa forma, temos que “representante”, ora representando um substantivo, atua como predicativo do objeto.
Em todos os exemplos estudados constatamos que o predicativo do objeto se manifestou com verbos transitivos diretos. Contudo, alguns gramáticos consideram que tal ocorrência também se manifesta com verbos transitivos indiretos, como é o caso de “crer”, “nomear”, “eleger”, “julgar” e “estimar”. Ainda assim, a recorrência maior se dá com o verbo “chamar”, no sentido de atribuir um nome a. Observemos, pois:
Chamou-lhe egoísta.
Façamos a pergunta ao verbo: Chamou a quem de egoísta? A ele.
Egoísta, por sua vez, representa uma característica que se atribui ao objeto indireto – a ele.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "Predicativo do objeto"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/predicativo-objeto.htm. Acesso em 26 de fevereiro de 2021.
Observe a oração ambígua: “O Padre Gerôncio julgou o sacerdote jovem”.
Por um lado, “jovem” pode ser o resultado do julgamento do Padre Gerôncio, sendo predicativo; por outro, pode ser uma característica do sacerdote que independe do julgamento do Padre Gerôncio, sendo adjunto adnominal.
Identifique a alternativa em que “jovem” não representa o julgamento do padre Gerôncio, sendo adjunto adnominal.
a) O Padre Gerôncio julgou o jovem sacerdote.
b) O Padre Gerôncio julgou-o jovem.
c) O sacerdote foi julgado jovem pelo Padre Gerôncio.
d) O Padre Gerôncio julgou jovem o sacerdote.
e) O Padre Gerôncio julgou que o sacerdote era jovem.
Analisando as orações que seguem, procure indicar a função sintática dos termos destacados, tendo como subsídio a noção relacionada a predicativo do sujeito e a predicativo do objeto:
a) Sempre a considerei uma excelente amiga.
b) Os convidados aparentavam eufóricos com a demora da apresentação.
c) Os convidados caminhavam maravilhados pelo rol de entrada do salão.
d) Ela certamente será uma boa esposa.
e) Todos o julgaram inocente.
f) Julgaram incorreta a atitude dela.