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Objeto direto e indireto são termos integrantes da oração. Compreender a diferença entre objeto direto e indireto é essencial para o domínio da gramática e o uso correto da língua portuguesa em situações formais e informais. Esses termos ou elementos da oração funcionam para a complementação dos verbos, dando sentido completo às ações descritas nas frases. Neste texto, você vai aprender o que são esses objetos, como identificá-los e a diferença entre eles, além de conhecer pronomes que podem substituí-los.
Leia também: O que é o complemento verbal?
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre objeto direto e indireto
- 2 - O que é objeto direto e objeto indireto?
- 3 - Exemplos de objeto direto e indireto
- 4 - Como identificar o objeto direto e o objeto indireto?
- 5 - Pronomes oblíquos com a função de objeto direto e de objeto indireto
- 6 - Quando usar o LHE ou O e A como objeto direto e indireto?
- 7 - Objeto direto preposicionado
- 8 - Verbo transitivo direto, indireto e direto e indireto
- 9 - Exercícios resolvidos sobre objeto direto e objeto indireto
Resumo sobre objeto direto e indireto
- Objeto direto e objeto indireto são termos ligados ao verbo que completam seu sentido, estabelecendo relações entre a ação verbal e os elementos da frase.
- O objeto direto se liga de forma direta ao verbo – sem usar preposição –, respondendo a perguntas como “o quê?” ou “quem?”.
- O objeto indireto se conecta ao verbo de forma indireta usando uma preposição (como “de”, “a”, “em” ou “com”) e responde a perguntas como “a quem?”, “de quê?” ou “para quem?”.
- Exemplos de objeto direto incluem frases como “Ele comprou um livro” e “Maria comeu a maçã”, nas quais o complemento do verbo não utiliza preposição.
- Exemplos de objeto indireto incluem frases como “Ele gosta de música” e “Ela depende do amigo”, nas quais o complemento do verbo é precedido por uma preposição.
- Para identificar o objeto direto e indireto, é preciso observar a presença ou ausência de preposição que liga o complemento ao verbo.
- Os pronomes oblíquos (me, te, o, lhe etc.) atuam na frase como objetos do verbo (substituindo os substantivos usados como objeto direto e indireto), enquanto os pronomes retos (eu, tu, ele…) ocupam a função de sujeito do verbo.
- O objeto direto preposicionado aparece em casos especiais, quando há necessidade de ênfase ou clareza, como em “Amei a Maria”.
- Os verbos transitivos diretos exigem um complemento sem preposição; os verbos transitivos indiretos exigem um complemento com preposição; e os verbos transitivos diretos e indiretos precisam de um objeto direto e um indireto para completar seu sentido.
O que é objeto direto e objeto indireto?
O objeto direto e o objeto indireto são palavras ou expressões que completam o sentido dos verbos na frase. Gramaticalmente, eles fazem parte dos termos integrantes da oração.
A diferença entre eles está na forma como se ligam ao verbo:
- objeto direto: não utiliza preposição.
- objeto indireto: precisa de uma preposição para conectar-se ao verbo.
Exemplos de objeto direto e indireto
Vejamos alguns exemplos comentados de objetos direto e indireto.
→ Exemplos de objeto direto
- Vi um cachorro.
Quem vê, vê algo ou alguém. Nesse caso, “um cachorro” completa o sentido do verbo “vi”. Como esse complemento se liga ao verbo de forma direta, sem preposição, “um cachorro” é um objeto direto.
- Eles encontraram o amigo.
Quem encontra, encontra algo ou alguém. Aqui, “o amigo” completa o sentido do verbo “encontraram”. Como esse complemento se conecta diretamente ao verbo, sem preposição, “o amigo” é um objeto direto.
→ Exemplos de objeto indireto
- Ela precisa de você.
Quem precisa, precisa de algo ou de alguém. Aqui, “de você” completa o sentido do verbo “precisar”. Como a ligação entre o verbo e o complemento é feita por meio da preposição “de”, “de você” é um objeto indireto.
- Eu gosto do filme.
Quem gosta, gosta de algo ou de alguém. “Do filme” completa o sentido do verbo “gostar”. Como a ligação entre o verbo e o complemento é feita pela preposição “de”, “do filme” é um objeto indireto.
Sobre a questão dos objetos indiretos, é importante lembrar que alguns verbos na língua portuguesa pedem preposições específicas para se conectar a seus complementos. As preposições mais comuns exigidas pelos verbos são: “de”, “em”, “a”, “com” e “para”. Vejamos alguns exemplos:
- De: precisar de, gostar de, lembrar-se de, depender de, falar de etc.
- Em: confiar em, acreditar em, pensar em, insistir em, investir em etc.
- A: obedecer a, responder a, referir-se a, pertencer a, assistir a etc.
- Com: concordar com, sonhar com, falar com, lidar com, preocupar-se com etc.
- Para: enviar para, mudar-se para, preparar para, entregar para, servir para etc.
Como identificar o objeto direto e o objeto indireto?
Para identificar o objeto direto e o objeto indireto, é importante observar o verbo e seu complemento:
- Objeto direto: para identificar o objeto direto, pergunte ao verbo “o quê?” ou “quem?”. Se o complemento do verbo aparecer sem preposição, é um objeto direto.
- Objeto indireto: para identificar o objeto indireto, pergunte ao verbo “o quê?” ou “quem?”. Se o complemento aparecer com preposição (“de”, “em”, “a”, “com”, “para”), então você encontrou um objeto indireto.
Vejamos alguns exemplos práticos:
- A mãe preparou o jantar.
O que a mãe preparou?
O jantar é objeto direto, pois não há preposição.
- Ela conversou com o professor.
Com quem ela conversou?
Com o professor é objeto indireto, pois o verbo conversar exige a preposição com.
Pronomes oblíquos com a função de objeto direto e de objeto indireto
Os pronomes oblíquos são aqueles que exercem a função de objeto na frase. São eles: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. Eles ocupam a função de objeto na frase, como nos exemplos:
Eu me preparei. Eles nos observavam de longe.
Dessa maneira, os pronomes oblíquos são usados para substituir os objetos direto e indireto na frase. Vejamos como isso ocorre dentro da frase.
- Os pronomes “o”, “a”, “os”, “as” sempre funcionam como objeto direto.
Exemplo: Eu vi a menina. → Eu vi-a ou Eu a vi.
- Os pronomes “lhe” e “lhes” atuam como objeto indireto.
Exemplo: Entreguei o presente ao João. → Entreguei-lhe o presente.
- Os pronomes oblíquos “me”, “te”, “se”, “nos” e “vos” podem atuar como objetos diretos ou indiretos, conforme complemento exigido pelo verbo. Vejamos alguns exemplos:
- Como objeto direto: Ela viu meu irmão. → Ela o viu.
- Como objeto indireto: Ele falou comigo. → Ele me falou.
Quando usar o LHE ou O e A como objeto direto e indireto?
Na fala popular e coloquial, muitas vezes usamos pronomes retos em vez de pronomes oblíquos nas funções de objeto direto e indireto, algo que não está correto no padrão culto da língua. Observe os casos abaixo.
→ Uso de O e A como objeto direto
- Vi ele na escola. (português popular, incorreto)
Eu o vi na escola. (português padrão)
- Chamei ela para a festa. (português popular, incorreto)
Eu a chamei para a festa. (português padrão)
Importante: quando na fala popular o verbo é completado com os pronomes EU, ELE, VOCÊ etc., temos objeto direto e devemos usar O e A no padrão culto do português.
→ Uso de LHE como objeto indireto
- O médico explicou tudo para ele. (português popular)
O médico lhe explicou tudo. (português padrão)
- Eu contei o segredo para você. (português popular)
Eu lhe contei o segredo. (português padrão)
Importante: se o verbo é completado com a fórmula PARA MIM, PARA VOCÊ, PARA ELE etc. na fala popular, temos objeto indireto e devemos usar LHE no padrão culto do português.
Objeto direto preposicionado
Apesar de o objeto direto geralmente não usar preposição, em alguns casos ele vem precedido por uma preposição para dar ênfase, clareza ou formalidade à oração. Vejamos alguns exemplos:
- Respeito a meus pais.
O verbo respeitar pede objeto direto, mas a preposição a é usada aqui para dar ênfase ou formalidade.
- Amei a Maria.
Aqui, a é uma preposição que reforça o objeto direto Maria.
- Deus abençoe a todos.
O objeto direto todos é precedido por a, reforçando o sentido da frase.
Verbo transitivo direto, indireto e direto e indireto
Os verbos podem ser classificados conforme o tipo de objeto que exigem.
- Verbo transitivo direto: é aquele que precisa de um objeto direto para completar seu sentido.
Ela comprou um presente.
(Quem compra, compra algo. Objeto direto: um presente.)
- Verbo transitivo indireto: é aquele que precisa de um objeto indireto – portanto, com preposição – para completar seu sentido.
Ele gosta de música.
(Quem gosta, gosta DE algo ou DE alguém. Objeto direto: de música.)
- Verbo transitivo direto e indireto: é aquele que precisa de dois objetos (um direto e um indireto) para completar seu sentido.
O professor emprestou um livro ao aluno.
(Quem empresta, empresta algo A alguém. Objeto direto: um livro; objeto indireto: ao aluno.)
Veja também: O que são os verbos intransitivos?
Exercícios resolvidos sobre objeto direto e objeto indireto
Questão 1
Identifique o objeto direto na frase a seguir: A menina leu um livro interessante.
A) A menina
B) Leu
C) Um livro interessante
D) Interessante
Resolução:
Alternativa C.
O objeto direto é o termo que completa o sentido do verbo de forma direta, sem preposição. Na frase, “um livro interessante” é o complemento do verbo “leu”. Vejamos o caso das demais alternativas:
A) A menina: está incorreta, pois é o sujeito da frase, quem realiza a ação de ler.
B) Leu: incorreto, pois é o verbo da frase, não o complemento.
D) Interessante: é parte do objeto direto (um livro interessante), mas sozinho não é o complemento completo do verbo.
Questão 2
Qual é o objeto indireto da frase “Ela emprestou a caneta ao colega”?
A) Ela
B) A caneta
C) Ao colega
D) Emprestou
Resolução:
Alternativa C.
O objeto indireto é o termo que completa o verbo com o uso de preposição. “Ao colega” completa o sentido do verbo “emprestar”, indicando a quem a caneta foi emprestada. Vejamos o caso das demais alternativas:
A) Ela: está incorreta, pois é o sujeito da frase, quem realiza a ação de emprestar.
B) A caneta: é o objeto direto, pois completa o verbo sem preposição, indicando o que foi emprestado.
D) Emprestou: é o verbo da frase, não o complemento.
Questão 3
O uso correto de pronomes oblíquos é importante para a norma culta da língua. Se reescrevermos a frase “Carlos encontrou a amiga na praça” substituindo o objeto direto pelo pronome oblíquo adequado, qual será a alternativa correta?
A) Carlos lhe encontrou na praça.
B) Carlos a encontrou na praça.
C) Carlos o encontrou na praça.
D) Carlos aos encontrou na praça.
Resolução:
Alternativa B.
O pronome A substitui “a amiga”, que é objeto direto, de acordo com a norma culta da língua. Vejamos o caso das demais alternativas:
A) Carlos lhe encontrou na praça: LHE é um pronome de objeto indireto, inadequado para substituir um objeto direto.
C) Carlos o encontrou na praça: O é pronome de objeto direto, mas não concorda com “a amiga”, que é feminino.
D) Carlos aos encontrou na praça: AOS está incorreto, pois não existe uma combinação de preposição a + os que faça sentido nessa frase.
Questão 4
Alguns verbos na língua portuguesa exigem tanto um objeto direto quanto um objeto indireto para completarem seu sentido. Analise as frases abaixo e marque a que apresenta um verbo que é transitivo direto e indireto ao mesmo tempo.
A) Maria assistiu à peça de teatro.
B) João comprou flores.
C) Paulo entregou o presente ao amigo.
D) Luísa viajou para a praia.
Resolução:
Alternativa C.
O verbo “entregar” é transitivo direto e indireto, pois exige dois complementos: “o presente” (objeto direto) e “ao amigo” (objeto indireto). Vejamos o caso das demais alternativas:
A) Maria assistiu à peça de teatro: o verbo “assistir” é transitivo indireto, pois exige apenas o complemento com preposição “a”.
B) João comprou flores: o verbo “comprar é transitivo direto, pois não exige preposição para seu complemento.
D) Luísa viajou para a praia: o verbo “viajar é intransitivo; “para a praia” é apenas um adjunto adverbial de lugar.
Questão 5
A substituição de termos por pronomes oblíquos é comum na língua formal. Reescreva a frase a seguir de acordo com a norma culta: “A mãe contou a história para o filho”.
A) A mãe lhe contou a história.
B) A mãe o contou a história.
C) A mãe a contou para ele.
D) A mãe contou-o para ele.
Resolução:
Alternativa A.
O pronome “lhe” substitui corretamente para o filho, que é o objeto indireto.
B) A mãe o contou a história: O é pronome de objeto direto, mas “para o filho” é objeto indireto.
C) A mãe a contou para ele: A é pronome de objeto direto, enquanto “para o filho” exige pronome de objeto indireto.
D) A mãe contou-o para ele: “Contou-o” está incorreto, pois O é objeto direto (masculino) e “a história” é o objeto direto (feminino), enquanto “para ele” é objeto indireto.
Fontes
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
CEREJA, William; VIANNA, Carolina Dias. Gramática: texto, reflexão e uso. Volume único. São Paulo: Atual, 2020.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.
KURY, Adriano da Gama. Português Básico e Essencial. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013.
PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos: um guia completo e prático. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2019.