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Objeto direto é um termo integrante da oração e atua como complemento de um verbo transitivo. Assim, é unido a ele de maneira direta (sem preposição). Podem exercer esse papel o substantivo ou um vocábulo substantivado, os pronomes oblíquos e o pronome substantivo. Além disso, existem outros tipos de objeto direto: preposicionado, pleonástico e interno.
Leia também: Predicativo do objeto — expressa uma qualidade, um estado ou uma condição do complemento verbal
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre objeto direto
- 2 - O que é objeto direto?
- 3 - Representações do objeto direto
- 4 - Tipos de objeto direto
- 5 - Frases com objeto direto
- 6 - Objeto direto e objeto indireto
- 7 - Exercícios resolvidos sobre objeto direto
Resumo sobre objeto direto
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O objeto direto exerce a função de complemento de um verbo transitivo direto ou de um verbo transitivo direto e indireto.
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Ele está conectado ao verbo de forma direta, isto é, sem qualquer preposição.
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Exercem o papel de objeto direto: substantivo ou palavra substantivada, pronomes oblíquos e pronome substantivo.
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Outros tipos de objeto direto: preposicionado, pleonástico e interno.
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O objeto indireto também atua como complemento de um verbo transitivo, no entanto, está ligado a ele de forma indireta, ou seja, com uma preposição.
O que é objeto direto?
O objeto direto é o complemento de um verbo transitivo. Ele é ligado a esse verbo de forma direta, ou seja, sem preposição. Assim, completa o sentido de verbos transitivos diretos e indiretos.
Veja este exemplo:
Peguei o pacote de biscoitos.
O verbo da oração é “peguei”. Então, vamos fazer a seguinte pergunta: Peguei O QUÊ? A resposta é o objeto direto: “o pacote de biscoitos”. Note que entre o verbo transitivo e seu complemento não há uma preposição.
Agora, vamos analisar este enunciado:
Deu presente aos filhos.
O verbo transitivo direto e indireto é “deu”. Isso porque quem dá, dá alguma coisa a alguém. Dá O QUÊ? Presente. A QUEM? Aos filhos. Assim, temos um objeto direto (“presente”) e um objeto indireto (“aos filhos”).
Representações do objeto direto
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Substantivo ou palavra substantivada
A menina chuta a bola.
Encontramos o belo nas coisas simples.
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Pronomes oblíquos “me”, “te”, “se”, “a”, “o”, “nos”, “vos”, “as”, “os”
Ele me ama muito!
Luísa chamou-te muitas vezes.
Clóvis mirou-se no espelho.
Vejo-a mais tarde.
Conheceu-o no ano passado.
Ele nos ama muito!
Luísa chamou-vos muitas vezes.
Vejo-as mais tarde.
Conheceu-os no ano passado.
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Pronome substantivo
Não tinha ninguém ao seu lado?
O livro que eu li é genial!
Achei isso muito bom!
Confira no nosso podcast: Regência dos verbos assistir, trazer, agradar e prever
Tipos de objeto direto
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Objeto direto preposicionado
Em alguns casos especiais, o objeto direto vem antecedido de preposição:
Os fiéis amam a Cristo.
Observou a ambos durante algum tempo.
Ele é o amigo a quem você busca?
Ouviu a mim, não a esposa.
Convidei a todos para a festa de sábado.
Usar de violência.
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Objeto direto pleonástico
É a repetição enfática do objeto direto em uma mesma oração:
O medo já não o tenho.
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Objeto direto interno
Possui o mesmo radical do verbo transitivo direto ou apresenta sentido paralelo:
Riu um riso encantador.
Dormiu um sono profundo.
Chorou lágrimas de crocodilo.
Leia também: Complemento nominal — outro termo integrante da oração
Frases com objeto direto
Maria sufocou a raiva em seu coração.
Ele vendeu a casa de seus pais.
Olha-o e não o vê.
Admiramos pessoas de caráter.
Não posso deixá-lo, pois o amo muito.
Bebo água de coco todos os dias.
Luciano esperou-me durante 15 anos.
Hélio ajudou o irmão mais uma vez.
Dina entendeu a atitude da amiga.
Objeto direto e objeto indireto
O objeto indireto, assim como o direto, exerce a função de complemento do verbo transitivo. No entanto, ele é ligado a esse verbo de forma indireta, isto é, com o uso de uma preposição:
A criança perdoou ao seu pai.
Não se trata de obrigação, mas de responsabilidade.
Não se esqueça dos dias felizes.
Eu só obedeço à minha consciência.
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Videoaula sobre objeto direto e indireto
Exercícios resolvidos sobre objeto direto
Questão 1
(Enem)
VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997.
O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma-padrão da língua, esse uso é inadequado, pois
a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.
c) gera inadequação na concordância com o verbo.
d) gera ambiguidade na leitura do texto.
e) apresenta dupla marcação de sujeito.
Resolução:
Alternativa B
No segundo quadro, a frase “Vamos arrasar eles” não está de acordo com a norma-padrão da língua, pois “eles” está sendo usado como objeto direto. O pronome pessoal reto não pode atuar como objeto, mas apenas como sujeito. Portanto, o correto, segundo a norma culta, seria utilizar o pronome oblíquo: “Vamos arrasá-los”.
Questão 2
(Unimontes)
Triângulo da alegria
Ruy Castro
Na condição de passageiro profissional — nunca dirigi um carro —, sempre vi com simpatia a categoria dos taxistas. O fato de não saber onde fica a rebimboca da parafuseta não me impede de apreciar o drama desses homens que passam 12 horas por dia amarrados a uma poltrona, enfrentando engarrafamento, calor, barulho, fumaça, ônibus, caminhões, grosserias, o irritante bibi das motos e, mesmo assim, principalmente em São Paulo, não gostam de ligar o ar-condicionado.
Pela vida, sentado no banco de trás ou do carona, a quantidade de motoristas que conheci deve ter superado em número os elencos de Balzac e Zola em seus romances e, em figuras da psicologia, todos os desvios e transtornos do catálogo.
Já viajei com motoristas neuróticos, estressados, depressivos, hipocondríacos, bipolares, dementes, delirantes, amnésicos, fóbicos, obsessivos, compulsivos, sonados, insones, bulímicos, anoréxicos, hiperativos e sujeitos a tiques.
Você dirá que, em 30 minutos de corrida, é impossível diagnosticar o problema do taxista. Também acho. Na verdade, o que me interessa neles não é a doença, mas o que fazem com ela. Cada qual tem seu estilo de vencer a exasperação.
Meu favorito é um motorista do ponto de táxis do hotel em que me hospedo há mais de dez anos em São Paulo. Chama-se Fernando, tem uns 60 anos, cabelos brancos e parece mal-humorado. Mas não é.
Quando o trânsito para naqueles infernais nós, ele tira do porta-luvas um triângulo. Um triângulo metálico, prateado, e um bastão idem — instrumento vital na cozinha rítmica dos baiões, xaxados, cocos e outros ritmos do Nordeste de onde, um dia, ele saiu.
Fernando põe para tocar um CD de Luiz Gonzaga. Segura o triângulo com a mão esquerda, o bastão com a direita e, por alguns minutos, com a maior competência e alegria, torna melhor a vida dele e a minha.
Folha de São Paulo, 2 de abril de 2011, Caderno Opinião.
O substantivo “Fernando”, em “Chama-se Fernando” exerce, nessa oração, a função sintática de
a) sujeito.
b) objeto direto.
c) predicativo.
d) agente da passiva.
Resolução:
Alternativa C
O substantivo “Fernando”, em “Chama-se Fernando”, à primeira vista, pode se confundir com um objeto direto. No entanto, aos fazermos uma análise mais cuidadosa, percebemos que tal substantivo é um predicativo do sujeito, já que qualifica o sujeito “ele”, ou seja, Ele chama-se Fernando.
Questão 3
Analise as frases a seguir e marque a alternativa que apresenta um objeto direto.
a) Tratava-se de coisa muito complicada.
b) Apenas obedeçam às minhas ordens.
c) Assistimos ao filme emocionados.
d) Não lhe nego coisa alguma.
e) Todos pareciam contentes.
Resolução:
Alternativa D
Nas frases, temos estes objetos indiretos: “de coisa muito complicada”, “às minhas ordens”, “ao filme” e “lhe” (em “lhe nego”). Já em “Todos pareciam contentes”, temos um verbo de ligação. Assim, o único objeto direto pode ser encontrado na oração “Não lhe nego coisa alguma”, em que “coisa alguma” é objeto direto do verbo “negar”.
Por Warley Souza
Professor de Português