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Pradarias são coberturas vegetais presentes em regiões de clima temperado subúmido dos hemisférios Norte e Sul. São caracterizadas pela vegetação de pequeno porte formada por plantas herbáceas, como os diversos tipos de capim que recobrem extensos terrenos planos ou suavemente ondulados. As pradarias possuem uma fauna muito diversa composta por grandes mamíferos, roedores, aves, répteis e insetos. Os solos, ricos em húmus, são férteis, o que possibilita o desenvolvimento da atividade agrícola.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre pradarias
- 2 - O que é pradaria?
- 3 - Características das pradarias
- 4 - Tipos de pradarias
- 5 - Pradarias e estepes: qual a diferença?
- 6 - Impactos ambientais nas pradarias
Resumo sobre pradarias
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Pradaria é uma cobertura vegetal típica de climas temperados subúmidos.
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É encontrada nas regiões de média latitude em ambos os hemisférios, sendo comum na Europa Central, Estados Unidos, Canadá, partes da Ásia e no sul dos continentes africano e americano.
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É classificada em pradaria alta, pradaria baixa e pradaria média a depender da altura da sua vegetação e da disponibilidade de umidade.
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Possui solos ricos em húmus que lhe conferem alta fertilidade química.
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A flora das pradarias consiste em espécies herbáceas, especialmente capim.
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A fauna das pradarias é muito variável, formada por uma ampla variedade de animais, desde mamíferos, como os bisões, até pequenos insetos.
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Difere-se da estepe por ocorrer em climas úmidos.
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O avanço da agricultura e da pecuária tem intensificado os problemas ambientais nas pradarias.
O que é pradaria?
Pradaria (ou campos) corresponde a um tipo de cobertura vegetal que caracteriza as planícies em diversas partes do mundo onde há predominância de climas temperados e subtropicais. O principal aspecto das pradarias diz respeito à sua estratificação vegetal, que é determinada pelas plantas herbáceas, com destaque para a presença das gramíneas.
Características das pradarias
As pradarias são paisagens naturais que ocorrem em áreas com características específicas de clima, principalmente, e também de relevo. Abaixo, vamos conhecer em detalhes as principais características desse tipo de vegetação.
→ Localização das pradarias
As pradarias podem ser encontradas nas regiões de média latitude em ambos os hemisférios do planeta. Elas são muito comuns nas regiões centro-oeste e sudeste dos Estados Unidos e na parcela central do Canadá, além da faixa central do continente europeu e do continente asiático, compreendendo áreas nos países que formam a região da Europa Central e passando pelo sudoeste da Rússia e nordeste da China. Ainda no Hemisfério Norte, observa-se a presença de pradarias e campos gerais no Leste da África.
No Hemisfério Sul, essa vegetação é encontrada na porção meridional da África e também da América do Sul, onde recebe o nome de pampas. Os pampas se estendem pelo Sul do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
→ Clima das pradarias
É nas planícies que possuem clima temperado semiúmido que as pradarias se desenvolvem, o que inclui as regiões de clima subtropical. Esse tipo climático é marcado pela presença bem delimitada das quatro estações do ano, em que se tem meses muito quentes e outros muito frios, além de chuvas bem distribuídas durante todo o ano. Existem também as pradarias tropicais, que recebem esse nome justamente por se desenvolverem nesse domínio climático.
→ Solo das pradarias
Os solos das pradarias são muito férteis quimicamente, dispondo de uma camada significativa de material orgânico, chamado também de húmus, que constitui sua fonte principal de nutrientes.
→ Flora das pradarias
As pradarias são formadas por plantas rasteiras e de baixo porte, como as plantas herbáceas. As gramíneas perenes, como espécies distintas de capim (capim-búfalo, capim-marinho, capim-cacho, capim-roxo e outras), e as ervas são os dois tipos mais encontrados nessas paisagens, notadamente aquelas espécies adaptadas a variações sazonais nas condições de clima e temperatura.
→ Fauna das pradarias
A fauna das pradarias inclui uma grande diversidade de animais, boa parte dos quais são de pequeno e médio porte. Além das diversas espécies de répteis, insetos e outros invertebrados, como as minhocas, encontram-se nas pradarias:
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bisontes;
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búfalos;
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antílopes;
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lobos;
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galinhas-da-pradaria;
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cães-da-pradaria;
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texugos;
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lebres;
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coiotes;
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cotovias-com-chifres;
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corujas.
Tipos de pradarias
As pradarias podem ser classificadas de acordo com o porte de sua cobertura vegetal em três tipos.
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Pradarias altas: são constituídas por espécies de gramíneas que podem chegar a uma altura de até 2 metros, a maioria delas com raízes profundas. Formam-se em áreas de clima úmido ou ainda nas planícies alagadas.
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Pradarias baixas: são constituídas predominantemente por grama e capim de pequeno porte. Formam-se em áreas onde a disponibilidade hídrica é menor, isto é, com baixo teor de umidade se comparadas aos demais tipos de pradarias.
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Pradarias mistas: são constituídas por uma grande variedade de espécies de plantas, o que é um aspecto típico de áreas de transição.
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Pradarias e estepes: qual a diferença?
O termo pradaria é muitas vezes empregado como um substantivo genérico para designar tanto os campos quanto as estepes. Na verdade, ambos possuem características muito semelhantes no que diz respeito à sua composição vegetal. Em muitos casos, a denominação distinta é empregada apenas com a finalidade de indicar a localização geográfica dessas formações vegetais. Apesar disso, um aspecto importante que permite fazer a distinção entre pradarias e estepes é o clima em que ocorrem.
Como vimos até aqui, as pradarias se desenvolvem em regiões de clima temperado semiúmido, como o clima subtropical do Sul do Brasil, por exemplo. Já as estepes são encontradas em áreas de clima temperado continental, predominantemente seco, e também semiárido, como nos países da Ásia Central. Muitas vezes, como no caso do Sahel africano, as estepes representam uma transição para áreas desérticas.
Impactos ambientais nas pradarias
As pradarias possuem solos muito férteis com elevado potencial para a atividade agrícola. Além das suas propriedades químicas, a estrutura física do substrato aliada ao relevo plano ou suavemente ondulado propicia o desenvolvimento da pecuária extensiva. Os principais impactos ambientais observados nas pradarias são derivados de ambas as práticas.
A criação de gado sobre os campos afeta diretamente a estrutura do solo, uma vez que o constante pisoteio dos animais compacta o solo. Com a compactação, os poros presentes nesse substrato desaparecem, prejudicando a infiltração e a circulação de água, o que causa danos à vegetação e à fauna que têm nesses ambientes o seu habitat.
Em muitos países, a vegetação das pradarias tem sido substituída por cultivos agrícolas, com destaque para as áreas plantadas com monoculturas de cereais, como o trigo, e soja. A mudança provoca impactos no solo mediante o uso de defensivos agrícolas e outros produtos químicos que são empregados nos cuidados com a lavoura. O manejo inadequado e o uso excessivo do solo, além de transformar sua qualidade, pode afetar os corpos d’água mais próximos.
A remoção da vegetação original e o longo período de exposição do solo são fatores que colaboram para que ocorra a intensificação do processo de arenização das pradarias, como tem se observado nos pampas brasileiros.
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia