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O astrolábio é um instrumento de cálculo, medição e observação utilizado para a determinação da posição dos astros no céu e para a indicação das altitudes e profundidades. Com essas informações era possível realizar o cálculo das horas, da latitude, dos pontos cardeais e das direções a serem seguidas, bem como identificar quando um determinado evento celeste aconteceu, como o horário do nascer do Sol, por exemplo.
Aperfeiçoado pelos árabes e muito usado pelos europeus nas Grandes Navegações, o astrolábio era um instrumento extremamente útil e versátil que foi muito importante para a orientação na superfície terrestre e para os estudos no campo da Astronomia.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o astrolábio
- 2 - Origem do astrolábio
- 3 - Para que serve o astrolábio?
- 4 - Quais são as partes do astrolábio?
- 5 - Como o astrolábio funciona?
- 6 - Importância do astrolábio
- 7 - Curiosidades sobre o astrolábio
Resumo sobre o astrolábio
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O astrolábio é um instrumento de cálculo, medição e observação que foi aperfeiçoado e difundido pelos árabes a partir do século VI, embora os primeiros escritos que deram origem ao objeto propriamente dito são da autoria de Hiparco de Niceia (190 a.C.-120 a.C.).
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Esse instrumento foi amplamente utilizado pelos europeus durante as Grandes Navegações.
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O astrolábio serve para determinar a posição das estrelas no céu, medir o seu ângulo com relação ao horizonte e também para encontrar altitudes e profundidades. Com isso se calcula a latitude, as direções e pontos cardeais, as horas do dia, o horário de eventos celestiais como o nascer e o pôr do Sol.
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É formado por uma representação das principais estrelas no céu, gravadas no tímpano, e outros elementos como o mater, roda, rete, alidade e régua.
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Foi muito importante pela sua versatilidade e grande utilidade para a orientação e localização no espaço.
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Pelo grande número de funções que desempenhava, o astrolábio é muitas vezes chamado de computador analógico.
Origem do astrolábio
Os estudos sobre a metodologia aplicada no processo de construção e na utilização dos astrolábios datam dos séculos II e I a.C., tendo sido realizados na Alexandria. Os principais teoremas matemáticos e as descobertas no campo da Astronomia e da Geografia que permitiram o desenvolvimento desse instrumento são derivados do trabalho de Hiparco de Niceia (190 a.C.-120 a.C.). Entre outras contribuições, Hiparco realizou o cálculo da distância entre a Terra e a Lua, descobriu a precessão dos equinócios e a duração de um ano, além de ser considerado o pai da Trigonometria.
O primeiro planisfério, ou mapa-múndi, confeccionado pelo astrônomo e geógrafo grego Cláudio Ptolomeu (90-168), teve igual importância no desenvolvimento do astrolábio. Alguns escritos atribuem ao próprio Ptolomeu a elaboração de um dos primeiros sistemas de localização e cálculo de distâncias que foi denominado de astrolábio. Menções ao astrolábio foram feitas por Téon de Alexandria (335-405) no século I da era comum, as quais se acredita que serviram de base para o aperfeiçoamento desse objeto durante a Idade Média, e também por Sinésio de Cirene (373-414).
Escritos dos séculos VI e VII indicam que data desse período o uso propriamente dito do astrolábio, embora não seja possível fazer a datação exata de quando isso aconteceu.
Os países árabes adicionaram novos elementos e funcionalidades ao astrolábio, além de difundirem seu uso entre os séculos VIII e IX mediante a tradução dos textos antigos escritos no idioma grego. Esse instrumento foi importante principalmente na determinação do horário e na orientação espacial, funções muito utilizadas também pelos seguidores da fé islâmica no momento de realizarem os ritos tradicionais da religião, encontrando a direção em que se encontrava a cidade de Meca, por exemplo, e determinando com maior precisão os horários das orações.
O astrolábio passou a ser amplamente utilizado no Oeste Asiático e na região Norte da África, de onde seguiu em direção ao continente europeu. Foi durante a Idade Média que esse instrumento passou a ser mais utilizado na Europa, ganhando cada vez mais popularidade à medida que ia se mostrando muito útil em diversas atividades. Seu ápice aconteceu durante os séculos XV e XVI, quando recebeu a importante função de instrumento de navegação utilizado na orientação espacial.
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Para que serve o astrolábio?
O astrolábio é um instrumento que apresenta várias funções. Ele serve para:
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determinação das horas pelo posicionamento dos astros no céu;
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determinação do horário de um evento celestial, como o nascer ou o pôr do Sol;
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determinação do ângulo do Sol, das estrelas e da Lua com relação ao horizonte ou a partir do seu zênite;
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determinação da distância em graus dos astros com relação à linha do equador, o que resulta na sua latitude e auxilia na identificação de posições e nos deslocamentos pela superfície terrestre;
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encontrar o norte e, consequentemente, os demais pontos cardeais, o que é útil também na localização e navegação;
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medição da distância de um astro com relação à superfície terrestre, isto é, sua altura;
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medição da altitude e de profundidades.
Quais são as partes do astrolábio?
Um astrolábio é formado pelos seguintes componentes:
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Mater: placa principal sobre a qual se apoiam as demais partes de um astrolábio. Dispõe de uma borda graduada que é mais espessa que o restante do disco. Essa borda recebe o nome de limbo ou roda.
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Limbo (ou roda): borda que apresenta escala graduada e dividida em 360°, com subdivisão em quadrantes de 90° indicando o zênite. Existem também outras gradações, que fornecem informações de horas (dividida em 24 horas) e a posição de um astro na elíptica (dividida em dias e meses).
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Tímpanos: placa localizada no interior do mater. Apresenta uma série de linhas gravadas que servem para a determinação da latitude, indicando ainda elementos da esfera celeste (equador e trópicos) que aparecem como um mapa de estrelas.
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Rete (ou aranha): posicionada sobre os tímpanos, girando ao redor do pino central. Esse componente era utilizado para determinar a altura em que estava uma estrela e a sua direção.
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Alidade: agulha situada na parte de trás do astrolábio com a função de medir a altitude dos astros. Ao apontá-la para o Sol, é possível determinar o horário do dia.
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Régua (ou agulha): utilizada para registrar as medidas lidas nas escalas graduadas, além de fazer a sua correlação com a escala das horas.
Como o astrolábio funciona?
Para que a medição da posição dos astros seja feita de maneira adequada, o astrolábio deve ser mantido na vertical, sem oscilar, de forma que a linha central, que seria o equador, esteja paralela ao chão ou ao nível do mar, como quando esse instrumento era utilizado para a navegação. Uma vez nessa posição, aponta-se a agulha na direção do astro (uma estrela em específico, no caso) ou do topo do objeto cuja altitude esteja sendo medida naquele momento, utilizando o ângulo formado com o horizonte e a leitura das escalas de gradação para a informação desejada.
Com esses passos aparentemente simples era possível realizar diversos cálculos para a identificação da latitude e da posição em que se estava na superfície terrestre, o cálculo das horas — que eram encontradas com a utilização do alidade — e de eventos celestiais como o horário em que o Sol nasceu, por exemplo.
Leia também: Latitudes e longitudes — qual a diferença?
Importância do astrolábio
O astrolábio foi um instrumento de grande importância para a localização e orientação no espaço, em especial durante o período das Grandes Navegações. Ele continha uma representação das principais estrelas no céu, possibilitando o cálculo da posição latitudinal e de fenômenos celestiais, além da sua utilidade no cálculo da altitude e profundidade de outros objetos.
Por conta disso, o astrolábio é muitas vezes descrito na literatura como um computador analógico muito prático e até mesmo avançado para o período em que foi mais utilizado, desempenhando ainda papel importante para outros campos do conhecimento, como a Matemática e a Astronomia.
Curiosidades sobre o astrolábio
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A palavra “astrolábio” tem origem grega e significa “conquistador de estrelas”.
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O astrolábio planisfério é o tipo mais comum de astrolábio.
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O Museu de História da Ciência, localizado em Oxford, no Reino Unido, reúne a maior coleção de astrolábios do mundo.
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As escalas angulares e os círculos para azimutes foram adicionados aos astrolábios pelos árabes.
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Os primeiros registros de utilização do astrolábio na Europa ocorreram na Espanha.
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Na Idade Média, os astrolábios eram utilizados também no ensino e aprendizagem da Astronomia.
Créditos da imagem
[1] Lefteris Papaulakis / Shutterstock
[2] Wikimedia Commons (reprodução)
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia